Meu ônibus chegou, e me despedi dele, e cheguei rapidamente lá, talvez porque o trânsito naquele dia não estivesse ruim. Assim que desço do ônibus, e entro na universidade, uma pessoa esbarra em mim, e eu não acreditei quando vi. Era Erica, minha amiga de longas datas que não via á tempos, pois ela havia trancado o curso, e por causa disso perdemos o contato.
- Mas quem é viva sempre aparece né? - Falei
- Quanto tempo, que saudades de você - Disse ela me abraçando, e com os olhos brilhando.
- E ai, tem feito o que na vida durante todo esse tempo? - Falei indo em direção ao meu prédio, que por sinal era quase do lado ao dela.
- Apenas trabalhando, eu tinha que voltar a estudar, senão iria perder a vaga no meu curso - Olhei pra ela, e senti ela triste.
- Entendo... Mas o importante é que você ta de volta - Sorri para ela, e ela devolveu - Agora tenho que ir, me da seu número para não perdermos o contato.
- Anota ai - Ela falou o numero e anotei - Até mais, beijos - Disse me dando um último abraço.
A Erica foi uma pessoa muito importante na minha vida, ela foi a primeira que soube que eu era gay, pois eramos muito próximos logo quando entrei na faculdade, uma pena, porque ela queria ter algo comigo, mas depois, ela encontrou o Pedro e eles começaram a namorar. Ele sempre foi problemático, e não deixava ela respirar, morria de ciúme, e ameaçou matar ela, e como o bom amigo faz, aconselhei ela a largar o cara, porque ninguém merece né gente, ter uma pessoa que diz te amar, mas não deixa você viver, mas antes viver sozinho.
Fui andando pelos corredores, e cheguei na minha sala, onde não havia ninguém, nesse horário a sala já deveria estar cheia, mas fiquei por lá mesmo. De repente meu celular toca, e quando atendi era o Fabiano.
- Cara onde você tá? - Falou ele desesperado, apesar de não entender me mantive calmo.
- To na sala ué, mas não tem ninguém aqui - Falei tranquilamente.
- Seu idiota, esqueceu que tem aula no laboratório hoje? - Eu tinha esquecido completamente, as minhas notas estavam boas, mas sempre ajudei o Fabiano nas coisas que ele precisava, nunca entendi porque ele escolheu Medicina como profissão, exige muito esforço e comprometimento, coisa que ele não tem.
- Nossa, esqueci mesmo, calma, vou correndo, chego em um minuto - Desliguei o celular, e fui correndo, literalmente.
Chegando lá entrei rápido no vestuário, vesti o jaleco e coloquei as luvas, era experiência em farmacologia, uma matéria chatissima. O professor nem percebeu que eu havia chegado, e logo fui para perto do Fabiano, onde ele tava roendo todas as unhas de tão nervoso.
- Eu hein, calma já cheguei, agora relaxa - Falei na tentativa de acalmar ele.
- Seu viadinho, se você não estivesse aqui eu iria te matar depois - Eu apenas ria, ele não era capaz de fazer mal a ninguém, nem a uma mosca.
Ficamos o dia inteiro no laboratório, até eu ja estava dormindo de tão cansado. Sai umas dez horas da noite, e coincidentemente, Erica saiu também, e logo veio pra perto de mim.
- Ei - Disse ela me chamando.
- Eai, como foi a aula? - Perguntei.
- Dormi a tarde inteira, isso responde sua pergunta? - Ambos rimos.
- Igualmente - Completei.
- Não quer ir na lanchonete? Assim colocamos os papos em dia, que tal?
- Pode ser, talvez isso me relaxe antes de ter que enfrentar um trânsito enorme dentro do ônibus - E realmente era verdade, nesse horário muito universitário saia, e tinha duas opções: Ou pegava o ônibus lotado, ou encarava um trânsito dos infernos.
Fomos comer, e ela me contou tudo o que rolou com ela nesse período em que não nos víamos, e ela me contou que não estava mais com Pedro.
- Você tem mais é que agradecer por isso, ele não prestava Erica, para de sofrer pelo que não merece suas lágrimas - Falei dando apoio, pois ela que teve a atitude de romper com ele.
- Minhas lágrimas? Eu concordo com você, me libertei dele, mas pra mim foi um alívio, não uma tristeza, e agora to de namorado novo - Falou ela toda empolgada - Quero te apresentar.
- Ah, claro, é so marcar um dia para sairmos - Falei.
- Que nada, em falar nisso, la vem ele - Falei me virando.
Parece uma praga na vida da gente, e podem acreditar, era ele. Ele se aproximava mais e mais, e eu ficando mais nervoso, não queria que percebessem minha tensão, ou começaria a agir como um idiota.
- Leandro, esse daqui é o Diego. Diego, Leandro - Falou ela anímadissima, enquanto eu não sabia onde enfiar a minha cara.
- Prazer - Disse Diego, mal sabia ele que o prazer era todo meu.
- Que pensamento ridículo o meu - Falei baixinho.
- O que? - Perguntou ele não entendo o que eu tinha falado.
- Nada não, igualmente - Falei apertando sua mão, foi quando ele seu o mesmo sorriso da noite anterior.
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Obrigado aos elogios do conto anterior, como é meu primeiro conto, me motiva a continuar, abraços <3