Mauricio narrando...
Eu estava com o meu sobrinho e conversando com alguns garotos do orfanato, junto com algumas pessoas que alí estavam quando Maria, a diretora, me chama.
Maria: Mauricio, pode vir comigo um instante?
Eu: Claro Maria. – Olho para Dani – Já volto.
Saio com Maria.
Eu: Sim...
Maria: O Nick veio falar comigo, ele não está nada bem, me disse que quer ficar aqui, não quer voltar com você.
Eu: Como?
Maria: Me disse que está sofrendo muito, que seu sobrinho o maltrata e que você o ignora e prefere ficar aqui... Olha, sei que ama seu sobrinho mas tenho que dizer que o Nick não me pediu para ter essa conversa com você, eu que tomei a inciativa, ele acha que estou falando com você apenas para avisar que vai ficar aqui, mas o amo e sei que este lugar não é para ele. – Maria chora. – Você não viu as coisas que aquele menino passou aqui... Peguei várias vezes os outros batendo nele ou tentando abusar sexualmente... Ele... Se ele ficar aqui vai ter um destino triste...
Eu: Eu não vou deixar ele aqui Maria, eu me apeguei aquele garoto de uma forma que não sei explicar, apenas estou magoado, quis dar um castigo ignorando-o, ele e meu sobrinho vivem discutindo...
Maria: Ele nunca foi de briga, não estou defendendo mas sempre os outros que batiam ou implicavam, ele é um garoto bom, não merece um destino ruim.
Nick narrando...
Ele estava encima de mim, estava pincelando seu membro entre as minhas nádegas, eu estava apavorado, aquilo não podia estar acontecendo, não estava, era um pesadelo, ele encostou a cabeça na entrada e empurrou de uma vez só, a dor foi tão grande que não consegui gritar, minha visão ficou turva e encostei minha cabeça no chão, apertava meus dedos das mãos e dos pés, queria ter desmaiado mas não, continuei alí, sentindo tudo, ele foi aumentando as estocadas, com mais força e mais rapidez e eu só chorava, não me mexia, estava me sentindo um lixo humano, uma coisa qualquer que não tem autoridade sobre o seu próprio ser, o seu próprio corpo, os outros usam e abusam do jeito que quer, estava sentindo nojo, asco, do meu corpo por estar sendo usado por alguém que sentia nojo e que não havia escolhido. Ele forçava mais, sentia tanta dor e um líquido nas minhas que tinha quase certeza ser sangue porque estava doendo muito, meu estômago revirou de repente, não consegui aguentar, vomitei alí na hora enquanto ele estava lá atrás, encima de mim, falando frases como: Eu sabia que esse rabo ainda ia ser meu.
Me dava tapas fortes... Parecia que não ia acabar nunca, não aguentei, depois que vomitei vi um monte de luzes e senti como se o sangue fugisse do meu corpo, e finalmente tudo apagou. Desmaiei encima do meu próprio vômito.
Mauricio narrando...
Voltamos para a festa, já estava acabando, muitos contribuíram com cheques gordos como eu mesmo, foi como uma recompensa por ter abrigado meu anjo por tanto tempo.
Daniela: Amor, a babá está ligando, já está na hora de ir.
Mauricio: E a Clarinha?
Dani: ótima.
Mauricio: Vamos procurar o Nick.
Dani: Faz um tempão que não o vejo Mau.
Mauricio: Nem eu.
Procuramos ele por todo o Pátio do lugar, já estávamos ficando preocupados... Procuramos nos quartos que eram muitos, quando de repente escuto um grito de Maria.
Maria: NICKOLAAAAS...
Corri para onde o grito vinha, e a encontrei passando mal, fui em frente a porta e minhas pernas tremeram.
Nick estava no chão, tinha sangue em suas pernas, e vômito no local, ele estava de bruços, eu passei mal na hora em que vi, tive que me segurar na parede. Dani e outras pessoas vinham mas não deixei.
Eu: Não. É melhor não verem isso, não venham.
Maria: Chamem uma ambulância, chameeeem.
Dani pegou um telefone e ligou, entrei e pedi a Maria para não deixar ninguém passar alí, era muito forte e triste ver uma cena daquelas para quem ver e para a vitima principalmente.
Ajoelhei no chão, ele estava sangrando muito, tinha chupões em seu corpo, o peguei em meus braços... O rosto dele e o cabelo estavam sujos de vômito...
Ele abriu os olhos aos poucos – Ai. – Gemeu baixinho.
Eu: Nick.
Nick: Mauricio tá doendo, tá doendo...
Eu: Eu sei amor calma, já já você vai ser atendido.
Nick: Não, tá doendo muito... Muito.
Ele desmaiou de novo.
Era uma verdadeira hemorragia, estava preocupado, como alguém poderia ter a coragem de fazer uma barbaridade daquelas? Como?
De repente a porta se abre e enfermeiros entram, até que enfim...
Depois que tiraram ele, corri para o sanitário, precisava vomitar, era peso demais para uma pessoa só, depois lavei a boca e saí arrasado, chorando, derrotado, aquela cena me perturbava, era forte demais até com um desconhecido mas com alguém que você ama é ainda pior.
Fomos para o hospital...
Dani: Como pôde acontecer uma coisa dessas? Eu tive culpa por não estar perto dele.
Eu: Eu que tive.
Maria: Todos nós tivemos, principalmente eu que sabia como aqueles meninos são e do que são capaz.
Murilo: Mauricio quero falar com você.
Ele estava com uma cara séria...
Eu: Murilo agora não é hora.
Murilo: Por favor. – Começou a chorar.
Fui falar com ele...
Murilo: Não posso continuar com isso, não depois do que aconteceu.
Eu: Como assim?
Murilo: O Nick não pode voltar para aquele lugar Mauricio, acabaria acontecendo barbaridades... E... Tudo que ele falou é verdade... Eu fiz aquilo tudo, queria ele longe da sua casa e de você.
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Gente, mais uma vez desculpa é que meu bebê (Alex) continua doentinho.
Para quem não conhece Alex escreveu o conto Meu Cunhado é meu primo, mas é como um irmão mais novo, é dois anos mais novo que eu rsrsrs... Fizemos essa conta juntos para escrevermos nossos contos. Eu já escrevi Luc & Tony e esse, e ele Meu Cunhado e está escrevendo outro agora.
Porém agora está doentinho :'(
Beijinhos.