Dezembro passou entre trancos e barrancos. Ci trabalhava muito e eu só chorava. Chorava de saudades, por raiva daquela situação toda, chorava por tudo. Ela tentava a todo custo minimizar os danos da ausência. Mas era quase impossível, ela chegava em casa super cansada, eu me irritava com a ausência dela e assim íamos tocando a vida. Por diversas vezes pensei que aquilo não ia dar certo. E se ela não voltasse? E se fosse uma perca de tempo? Muita dúvida pairava sobre minha cabeça. Outras vezes me enchia de esperança, principalmente quando ouvia nossas músicas.
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A sua falta
Me fez ver
O que de mal
A vida pode ter
E a sua volta
Me dá mais
De todo mel
Que eu ousaria querer
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Sua presença
Me faz rir
Nos dias
Feitos pra chover
Não há revolta
Pra sentir
Nem há milagre
Pra não crer
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Vinda, que finda
A tinta de pintar tristeza
E deixa os mistérios
Plenos de sentido
A flor da vida toda
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Pétala por pétala
Que um tolo
Pode colher
Sem saber que é amor
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Vem e aumenta em mim
O único que sou
E subtrai
Do que em mim passou
É amor
Vem...
[Chico César - Pétala por pétala]
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Conheci alguns grupos de lésbicas no whats APP. E confesso que aquilo foi quase uma terapia. Lá eu podia falar dela livremente, e todo mundo amava nossa história e nos desejavam sorte. Mantenho vínculos de amizade até hoje dos grupos.
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Janeiro e fevereiro vieram com demora. Minha rotina se resumia a: universidade, casa, academia e esperar. E como eu já disse aqui: Pra quem espera, a vida passa devagar. Eu contava os dias e as horas para reencontrá-la. Em fevereiro era seu aniversário, e eu mandei fazer algo especial pra ela. Mas só a daria pessoalmente. Economizei o quanto pude, as vezes nem almoçava. Mas era exatamente aquilo que queria lhe dar de aniversário. Quando março despontou, na nossa cabeça seria o mês mais tranqüilo. Ledo engano! Brigamos tanto, que cheguei a pensar que ela arrumava desculpas para não voltar. Alguns dias antes da viagem, ela me ligou.
Eu: Oi vida.
Ela: Oi, meu amor. Olha... Tomei uma decisão. Vou fazer uma tatoo pra vc.
Eu: Ham? 0.o Não. Não faz.
Ela: Mah, já decidi. farei sim. E sem mais. Sei que pra vc é loucura e tal, mas quero que vc saiba que se nós acabarmos aqui, vc já marcou demais minha vida. Então farei sim. E fim de papo.
Não tive muita escolha. Conversamos bastante, e por fim ela fez uma clave de Sol no pulso direito, e abaixo tem um M. A clave faz referência ao violão e a quando ela me viu tocar a primeira vez. E o M é de Mah mesmo. Quando faltava 1 semana para o retorno dela, eu fui buscar o presente. Havia ficado pronto, e eu adorei. Esperava que ela gostasse tanto quanto eu. Aproveitei e comprei presentes para todo mundo tbm: sogra, esposo da sogra, cunhados, namorado da cunhada... Enfim... Estava uma pilha de nervos. Ci foi demitida no início de abril. Nos dias restantes ela se desfez de absolutamente tudo que possuía para mudar de estado por minha causa. O vôo estava marcado para o dia 25 de abril de 2014, previsão para às 9:20. No dia seguinte, faríamos 9 meses de namoro. Era praticamente uma gestação. Com ela aqui, iriamos poder construir uma relação mais sólida e planos mais concretos. Mal pude dormir na noite anterior. Arrumei as malas e a noite ela me ligou.
Eu: Oi meu amor.
Ela: Oi princesa. Nem acredito que isso acabou.
Eu: Nem eu, vida. Nem eu.
Ela: Daqui a algumas horas, irei te ter nos meus braços outra vez.
Eu estava uma pilha. Praticamente não dormi a noite toda. E finalmente chegou o grande dia do nosso reencontro.
Gente, pulei os meses porque ficaria cansativo demais. Nesse período eu só chorava. Enfim... Nem teríamos muito assunto para conto. Então sem enrolar e vamos direto para o e interessa, neh? Logo respondo a todos os cometários com calma.
Bjoos e queijos.