Dez dias após ter chegado em casa, foi com muita tristeza e pesar na alma que fui embora de Recife com destino a São paulo, levando na bagagem apenas a minha coragem e determinação de vencer, além de um cartão que um amigo me dera, me indicando um bom lugar para começar de novo. Tudo o que havia adquirido nesse último ano, já havia sido transformado em dinheiro e algo em torno de R$,00 Reais estavam muito bem guardados na primeira conta poupança que possuí na vida.
Muita coisa estava diferente dessa vez. No passado um garoto de 18 anos assustado e sem nenhum tipo de experiência havia sido expulso de casa pelo pai e seguiu seus sonhos por estradas que até então achava seguras. Muita coisa foi vista e aprendida e mesmo tendo passado por situações bem difíceis, nada o abalou.
O garoto que saia agora dessa outra linda cidade, era outro bem diferente daquele que chegou e como lição principal, aprendeu que cordeiros às vezes se transformam em lobos e que quando eles atacam, são quase mortais.
Faltando ainda uma hora para o táxi que o levaria ao Aeroporto Internacional Gilberto Freyre chegar, Heitor foi despedir de sua querida Vó Rosália...
_ Meu querido, hoje pensei que seria um dos dias mais tristes da minha vida, só que me surpreendi. Claro que sentirei sua falta, assim como já senti tantas outras vezes. O mundo começara a se abrir ante seus olhos... E dele, você verá muita coisa, assim como aprenderá muita coisa também... Esse momento não será apenas de despedida, será de adeus. Não direi que você não chore a minha ausência pois sei que seria impossível você atender a esse pedido, mas saiba que estarei chorando também, porque um longo período irá passar sem que a gente tenha notícias um do outro. Outro dia você pediu para que eu não falasse mais do amor, lembra? Só que devo dizer que será o amor que te salvará. Não seja tão duro com você mesmo... Será que já não basta a dureza dessa vida? Você tem minha benção e todo o meu amor...
Lembro que falamos de coisas amenas por um longo tempo e quando a porta do táxi foi fechada por minha mão trêmula, a última visão que tive de minha avó, foi do seu belo rosto que havia sido muito marcado pelo tempo e de um leve sorriso em seus lábios, que sempre me falaram coisas absolutamente certas.
Cheguei ao Aeroporto de Cumbica num final de tarde. O céu em São Paulo estava nublado e uma forte chuva caia me fazendo tremer de frio. O cartão em minhas mãos tinha apenas um nome KLAUS e um numero de celular. Andei pelo grande saguão já com minha bagagem composta de duas malas de couro pretas e antes de me dirigir para a saída onde pegaria um novo táxi, liguei para o único amigo que tinha naquela parte do mundo...
_ Boa noite, disse eu assim que a ligação foi atendida, aqui quem fala é Heitor, estou falando com Klaus?
_ Boa noite, é ele quem fala... Em que posso te ajudar?
_ Eu sou o amigo do Luiggi, lá de Recife. Acabo de chegar e estou no Aeroporto de Cumbica.
_ Pô velho, tô te esperando só amanhã... Acabo de sair de casa para um servicinho, entende?
_ Entendo sim, nesse caso não vou querer te atrapalhar, cara...
_ Não tem problema nenhum, você tem como anotar o endereço que vou te dar agora?
_ Tenho sim, pode falar...
Anotei rapidamente o endereço que Klaus me deu e ele voltou a dizer...
_ Tem uma chave extra que sempre deixo no galho da planta que esta no vaso azul no canto da parede, entendeu?
_ Com certeza. Pode deixar que não tenho como me perder. Obrigado Klaus, e a gente se fala assim que voc~e voltar pra casa.
O apartamento ficava no Bairro da Aclimação e seria dividido por três ocupantes, uma vez que cada um teria sua privacidade para o recebimento de clientes. Era localizado numa rua tranquila onde não havia muito movimento e todas as contas seria rigorosamente divididas por nós três, Klaus, Nilo e lógico Rick, já que aqui eu me chamaria assim.
A chave esta no local indicado por Klaus e assim que me vi no lugar, uma placa na porta daquele que seria meu quarto, tinha o seguinte nome, Novato. Sorri enquanto tirava tal placa do lugar e entrei com minhas coisas. Arrumei tudo no amplo armário que tinha no local e fui dar uma olhada no lugar. Era bem arejado, bem limpo e conservado, havia muitos pontos comerciais na redondeza, deu pra ver alguns da janela do meu quarto, e todo o apartamento era bem decorado... Depois fiquei sabendo que o lugar pertencia agora a um ex garoto de programa que havia herdado o imóvel de um cliente que se apaixonara pelo mesmo e ao morrer lhe deixara uma ótima condição financeira, além do lugar. O cara atualmente morava na Europa e só vinha ao Brasil de vez em quando.
Por volta da meia noite, eu estava deitado só com uma calça de moleton cinza e meias de lã, quando a porta do meu quarto abriu e dei de cara com um garoto oriental lindo.
Ele sorriu me deixando ver covinhas em seu rosto e disse:
_ Olá, eu sou o Nilo e você só pode ser o novato, acertei?
_ Isso mesmo, quer dizer, me chamo Rick... Prazer. E apertamos as mãos.
_ Você tem certeza que faz programas cara? Não é modelo, ou artista das novelas do plim plim, não?
_ Faço sim cara...
E travamos uma conversa que durou até o momento de Klaus chegar. Nós estávamos no quarto de Nilo quando a porta abra e aquele homem de 1,87 e meio entra, peitoral largo, firme e forte, vestindo apenas uma jeans colada ao corpo e uma camiseta com capuz na cor preta contrastando com a cor branca de sua pele e ao me ver, trata logo de dizer se dirigindo ao Nili...
_ Pô velho desculpa, não sabia que você tava com um cliente. O cara já ia fechando a porta quando Nilo começou a rir enquanto dizia:
_ Ele é o novato... Quer dizer, ele é o Rick. O que você achou dele, Klaus?
_ Pô meu irmão, que bom que você acertou o lugar direitinho... E ao me cumprimentar, me deu um puxão abraçando meu corpo.
_ Obrigado por me receber aqui Klaus.
_ Caralho velho, como tu é bonito... E olha o corpo do cara, Nilo... Velho, tu vai conquistar essa cidade...Tenho certeza que tu vai ganhar dinheiro puxando no rodo, meu brother.
E nossa conversa prolongou até quase o início da madrugada. Os dois tinham chegado de seus programas e por estarem cansados e famintos, depois que tomaram banho foram dormir.
Retornei ao meu quarto e por não estar com sono, retomei a leitura de um livro sobre as ruas da cidade e sobre alguns lugares que poderia passar a frequentar no meu dia a dia em São Paulo. Eu não lia com muita frequência mas por insistência de vó Rosálias, seu neto me dava algumas aulas e nesse exato momento agradeci a Deus por mais esse ensinamento. Quando terminava mais uma página, minha porta foi aberta e Klaus disse baixinho da porta...
_ Tô atrapalhando? Posso entrar?
_ Entra aí Klaus. Tava terminando de ler esse guia que comprei lá em Recife.
_ E eu tô sem sono... E sentou na cama que agora era minha.
Não dissemos mais nada, apenas nos olhamos e com certeza algo aconteceu, pois Klaus levantou bem próximo a mim, tirou a camiseta e a calça de moleton preta que também vestia, me deixando ver seu corpo praticamente perfeito e
após ajoelhar a meu lado, veio em minha direção e encostou seus lábios macios e vermelhos nos meus.
_ Fiquei maluco velho assim que te vi... Tira a camiseta pra mim, tira...
Ajoelhei em cima da cama e tirei a camiseta que vestia me exibindo do mesmo jeito que ele fizera e seu rosto ficou na altura de minha cueca branca.
_ Você é real, velho? E veio e minha direção até encostar seu belo e aquilino nariz em mim...
Klaus começou a me cheirar e sua boca abriu lentamente liberando uma língua áspera que senti na minha virilha esquerda, fazendo com que minha pica começasse a dar sinais de vida... Ele então voltou a falar:
_ Você é mais que eu esperava... Quero ser teu... Nunca fui de ninguém, nunca... Hoje vou querer ser teu do jeito que você quiser...
Ao terminar de dizer isso, minha cueca foi baixada até o meio das minhas coxas e sua boca tratou de me engolir sem presa nenhuma...
Klaus sabia chupar um cacete como ninguém, e isso me deixou cheio de contentamento... Assim que pus minhas mão atrás de sua nuca, ele espalmou as mãos em cima da cama e esperou eu foder sua boca do jeito que quis...
Nem eu nem ele reparamos que a porta d quarto havia sido aberta e Nilo olhava em nossa direção com os olhos cheios de desejo e um riso safado no canto esquerdo da boca...
_ Posso me convidar para a festa, ou ela é particular?
Klaus me largou momentaneamente e disse já com um lindo riso nos lábios:
_ Você sempre será um convidado sempre bem vindo, seu putão safado...
E a madrugada avançou lentamente na cidade que nunca dormia...
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Amanhã com a continuação, nos falamos com mais calma... beijos no coração Povo do Lado esquerdo. Nado Mota.