Naquela semana eu pensei muito nela, e em nós também. Eu sabia que muitas coisas haviam acontecido, que nem falávamos mais em ter alguma coisa, mas não dava mais pra negar que eu estava completamente apaixonada por aquela menina. Mais que isso, eu a amava. Já não era apenas um amor de amiga. Era um amor de querer cuidar, estar perto, chamar de meu. Ops, de minha. Sim, de minha namorada. Era exatamente aquilo que eu queria.
Na quinta a noite, ela me ligou.
Eu: Oiii.
Ela: Oi, cara pálida. Como estão as coisas?
Eu: Estão bem. Ci, queria te dizer algo.
Ela: Ai meu Deus. Dá última vez que tu disse isso, não veio coisa boa. Fala, vou até sentar.
Eu: Eu amo você.
Ela: Ufa, rs... Eu também te amo, Mah. Você já tava me preo...
Eu: Ci, você não tá entendendo: EU - AMO - VOCÊ!
Ela ficou em silêncio. Eu continuei a falar.
Eu: Olha, eu sei que nós já tentamos uma vez, mas eu não tava pronta. Minha vida tava um caos, eu estava namorando, meu ex havia aparecido. Mas agora eu tô livre. Sabe, faz tempo que eu venho pensando em você de uma maneira diferente. Eu penso na gente tomando sorvete, vc sujando meu nariz e me dando um beijo. Penso em ir ao cinema contigo, deitar minha cabeça no seu ombro e numa cena de suspense me esconder no seu colo. Eu penso em você o tempo todo.
Ela: Isso é sério?
Eu: Sei que você tem seus motivos pra ficar com o pé atrás com minha insegurança. Mas se você quiser me ensinar a voar, saiba que eu quero aprender.
Ela então falou: Nós vamos voar muito alto e pra muito longe. Basta você querer.
Eu: É o que eu mais quero.
Ficamos num climinha romântico pelo telefone. Finalmente eu pude lhe dizer abertamente o que senti quando seu cheiro saiu da caixa.
Nosso encontro não tinha previsão de acontecer. Eu amaria tê-la por perto, mas ainda tinha receio de escândalos. Seqüelas da D... Então ficaríamos assim mesmo, pelo telefone.
No dia seguinte, ela me ligou pela manhã.
Eu: Oi.
Ela: Tava dormindo, bebê?
Eu: Tava sim.
Ela: Desculpa. Mas nem tô acreditando no que conversamos ontem. Queria ouvir você dizer de novo, rs...
Eu fui sentando na cama: Ouvir o que, que eu te amo?
Ela: Sim.
Eu: Eu te amo. Ci. Te amo demais de muito.
Ela: Aaaaaaaaaa eu não tô sonhando
Eu: Rs... Não, não está.
Ela: Mas Mah, sendo que... Tipo... É... Como vai rolar... No sentido de... Tipo... É...
Eu: Para de enrolar, sua boba, rs... Tá nervosa?
Ela: Pior que estou, rs... É que quero saber se teremos um compromisso mesmo. Entende?
Eu: Tá falando de namoro?
Ela: Sim.
Eu: Você que namorar comigo?
Ela: Eu me imaginei fazendo essa pergunta pra você e não o contrário, rs...
Eu: Vai dar no mesmo, rs...
Ela: Verdade. Quero, Mah. Quero muito.
Eu: Mas olha, você sabe como sou. Não quero uma coisa de brincadeira. Quero algo sério, de verdade. Quero fazer planos com alguém pra vida toda e não apenas pra tentar.
Ela: Nem eu. Muito menos brincaria com seus sentimentos. Te garanto. Você não vai se arrepender.
Então no dia 26 de julho de 2013, finalmente começamos a namorar, e eu sequer a conhecia. A única coisa que nos ligava naquele momento, era as borboletas. Muitas e de todas as cores e tamanhos.