Cap.3
Ao ouvir a palavra pai, imediatamente me levantei.
- Quem está falando ?- imediatamente meu coração acelerou- e então, vai abrir a boca ?
- Ai Deus, queira que seja você o meu pai. Por acaso, você se chama Henrique ?- quase tive um treco
- Sim, sou eu mesmo
- Você tem 30 anos ?
- Sim- juro que as lágrimas começaram a vir em meus olhos
- Você tem um filho que não ve a 15 anos ?- elas começaram a cair
- Sim- minha voz saiu embargada.
- Qual o nome dele ?- a voz dele também saiu embargada.
- Taylor- pude ouvir seu choro no telefone
- Eu não acredito !- Rô me olhou assustado
- Porque voce está chorando ?- fiz sinal pra ele esperar.
- Será se eu sou seu pai ?
- Eu não sei. Mas eu sinto que sim.
- Qual a cidade que você mora ?
- Ilhéus, na Bahia- só pode ser ele
- O meu filho mora na Bahia. Eu... eu- eu não conseguia nem racionar direito- eu não posso acreditar que te encontrei.
- Só teremos certeza quando a gente se ver.
- Ok, eu, eu vou pra Ilhéus, me passa o seu endereço que eu te procuro
- É melhor não, minha mãe não pode nem sonhar que eu tentei achar meu pai. Faz assim, quando você chegar, liga pra esse telefone que eu estou ligando agora. Ele é de uma amiga minha, a Daisy. Se ela atender, diz pra ela um lugar pra gente se ver que eu vou.
- Ok
- Preciso desligar agora- e então a linha caiu. Olhei pra Rodrigo, que me olhava sem entender nada.
- Meu filho, Drigo, eu acho que o encontrei- ele arregalou os olhos.
- Tem certeza que é ele ?
- Não. Mas o garoto que ligou tem nome e idades iguais ao meu filho, e mora na Bahia. Drigo, eu vou pra lá ver se ele mesmo. Vem comigo, por favor migo?
- Mas e o meu trabalho ?
- Sei lá, pede folga por doença, não me deixa ir sozinho, por favor- ele fez aquela cara de "você vai me dever uma !"
- Tá, eu vou com você, mas só pode ser amanhã, pois os desenhos tem que serem entregues, termina eles vai ?
- Tá bom- eu estava tão afoito que não conseguia pensar em nada. Será mesmo que eu encontrei o meu filho ?
DIAS DEPOIS
Havíamos chegado em Ilhéus, uma cidade quente mas aconchegante.
- Nossa, fazia tempo que eu não sentia tanto calor assim- Drigo reclamava
- Para de reclamar Rô. Mal chegamos- já estávamos em um hotel. A primeira coisa que eu fiz foi ligar para aquele número que me ligou.
- Alô ?-uma voz feminina atendeu.
- Olá. Sou eu, o possível pai do seu amigo.
- Ai meu deus, espera ai...- logo ouvi aquela mesma voz daquele dia.
- Alô ?
- Sou eu, Henrique. Eu já estou em Ilhéus- deu pra sentir seu espanto.
- Então você veio mesmo ?
- Claro que sim, eu quero muito saber se você é o meu filho. Bem, você pode vir ao meu encontro agora ?
- Sim, eu vou.
- Venha pra praia dos milionários
- Ok- fechei os olhos e comecei a rezar, pedindo pra que realmente fosse ele.
NARRADO POR TAYLOR
Meu nervosismo foi lá em cima. Será se era o meu pai ?
- Vamos comigo lá Daisy ?
- A gente vai cabular aula ?
- É o jeito. Eu preciso ver se esse homem é mesmo o meu pai, saber porque ele não me procurou, por favor, eu não quero ir lá sozinho.
- Tá- ela fazia tudo o que eu pedia kkkkk. Pulamos o muro e saímos correndo. Logo pegamos o ônibus que me levaria a um encontro com meu possível pai. Queira Deus que seja ele realmente.
PAI- FÁBIO JR
Pai
Pode ser que daqui algum tempo
Haja tempo pra gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez
Pai
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre esses 20 ou 30
Longos anos em busca de paz
Pai
Pode crer eu tô bem, eu vou indo
Tô tentando vivendo e pedindo
Com loucura pra você renascer
Pai
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Pra falar de amor pra você
Pai
Senta aqui que o jantar tá mesa
Fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensina esse jogo da vida
Onde vida só paga pra ver
Pai
Me perdoa essa insegurança
É que eu não sou mais aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos seus braços você fez segredo
Nos seus passos você foi mais eu
Pai
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Pra pedir pra você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar
Pai
Você foi meu herói, meu bandido
Hoje é mais muito mais que um amigo
Nem você, nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz
Alguns minutos depois de ter pegado o ônibus, havia chegado ao meu Deus. Estava tremendo. Tenho certeza que eu estava vermelho. Transparecia nervosismo.
- Calma Tay, vai dar tudo certo- Daisy dizia- vou ligar pra ele.
- Ok- fomos caminhando até à beira da praia. Lá nos sentamos.
- Alô ?
- Você já pode vir
- Ok- ficamos esperando 15 lentos e sofridos minutos. Será se era ele ? Enfim, a busca da minha vida tinha terminado ?
NARRADO POR HENRIQUE
Peguei um táxi com Rodrigo e fomos rapidamente pra aquele lugar. Eu suava de tanto nervosismo. Ele percebeu. Senti ele pegar a minha mão.
- Vai ficar tudo bem meu amigo, não precisa ficar nervoso- tentei sorrir. Apenas o abracei. A sensação de pavor e nervoso tomava conta de mim. Será se era ele mesmo ?
TEMPO DEPOIS
Logo nós chegamos lá. A praia estava vazia, exceto por duas pessoas que estavam a beira da água, julguei ser eles. Desci do carro lentamente. A ventania fazia meus cabelos sacolejarem. Ele me abraçou de lado, e fomos andando até a beira da praia. Ao ver eu me aproximar, eles se levantaram. Viraram pra mim. Eu tive um choque. O garoto que estava ali a minha frente era quase uma cópia minha. As lágrimas vieram aos nossos olhos. Ele estava tão bonito. Seus olhos azuis e sua pele branca denotavam ainda mais sua aparência parecida com a minha. As lágrimas caíram.
- Pai, é você mesmo ?- ele começou a chorar.
- Acho que sim- ele sorriu. Nos abraçamos. Senti uma coisa diferente. Senti que era realmente ele. Minha busca terminou ?
Continua
Gostaram ???? Genteeeee, eu tô passado com o número de visualizações e comentários desse conto. Gostaria De agradecer muito por lerem, e peço que comentem sempre, pois eles me fazem ter ainda mais vontade de escrever. Beijos :)