Gabriela - Parte 23
Depois que contei tudo pra Amanda não suportei ver a dor em seus olhos, a raiva, a mágoa, me senti a pior pessoa do mundo por ter feito uma coisa tão linda e especial na minha vida como ela ter que passar por isso, e depois que vi ela saindo, prometi pra mim mesma que faria de tudo para reconquistar toda sua confiança de volta, o que seria difícil eu sei mas estava disposta a fazer tudo; ainda continuava sim muito insegura com meus sentimentos em relação a Lázara afinal ela apareceu quando minha cabeça estava confusa e quando eu não sabia realmente o que a Amanda sentia por mim e acabei me envolvendo com o jeito dela todo carinhoso e único de demonstrar seu amor por mim mas embora ela fosse incrivelmente linda e sedutora ela continuava não sendo a Amanda, e se ela não podia me dar isso então eu não iria querer nada dela, só conseguia pensar no cheiro da Amanda, no jeito e nas poucas vezes que nos beijamos, que mesmo poucas foram únicas e inesqueciveis pelo menos pra mim.
E foi assim por um pouco mais de dois meses, ela me ignorava completamente como se tivesse medo de me olhar ou como se fosse algo proibido, eu já não me segurava mais de tanto desejo de ter aquela garota pra mim e estava cada vez pior, visivelmente mais magra chegando a ficar com febre por vários dias seguidos, até que o médico disse que eu teria que ficar por pelo menos 1 semana sem ir na aula, tentei argumentar sobre a máteria que eu perderia quando na verdade queria mesmo era ir mesmo doente só pra ver a Amanda, mas de nada adiantou minhas argumentações, os meus amigos mais próximos como o Mateus, Bárbara e Lázara iam em casa todas as tardes; quando finalmente melhorei tratei logo de me arrumar já as 05:00 para ir à escola, não aguentava mais um minuto sem ver aqueles olhos
verde-musgo com a borda da pupila castanha, não aguentava mais ficar longe daquele cheiro, quando cheguei na escola fiquei sentada do lado de fora da sala em um banco de madeira, a Amanda apareceu que nem um furacão e quando me viu abriu o maior sorriso do mundo, meu coração estava disparado nem acreditava que ela estava ali rindo pra mim, ela veio andando na minha direção sem tirar os olhos dos meus me puxou do banco e me abraçou depois de dar vários beijos no meu rosto e entrelaçando os dedos das duas mãos nas minhas me olhando profundamente.
Amanda - Gabi você tá bem? Eu senti tanto sua falta. - disse me olhando com os olhos cheios de água.
Eu - Sim, já to bem melhor.
Amanda - Que bom, eu fiquei com tanto medo que algo pior acontecesse, eu juro que queria te visitar mas todos os dias ouvia o Mateus perguntando ou pra Lázara ou pra Bárbara se elas iriam na sua casa ficar com você então pensei melhor e resolvi não ir.
Eu - Quem sabe se você não tivesse ido mais cedo eu não ficaria doente por tanto tempo.
Amanda - Ah para, vem cá me dar outro abraço..
Dessa vez ela me empurou contra a parede que o banco estava e se sentou no meu colo de lado me dando outro abraço apertado.
Eu - Amanda?
Amanda - Oi?
Eu - Sabe eu ainda tô meia fraca e você acabou de me empurrar e ainda tá pesada com a mochila nas costas.
Amanda - kkk desculpa Gabi vem vou guardas a mochila e dai você se senta no meu colo pode ser? - disse dando uma piscadinha e mordendo o lábio inferior, fazendo minha barriga gelar.
Ela guardou a mochila e me puxou de volta pra fora sem soltar minha mão, estava parecendo que eu era uma criança que precisava ser guiada a todo instante para não se perder e saber onde ir, ela foi me puxando escola acima, abriu o portão que dava para as quadras e me puxou até a arquibancada à céu aberto da quadra de cima, a arquibancada estava um pouco molhada e gotas de chuva ainda caiam das árvores, ela sempre me olhava através dos ombros com um sorriso de orelha a orelha até que finalmente resolveu se sentar me puxando pro colo dela, como ninguém ia ali de manhã estava vazio e um silêncio muito bom, Amanda continuou me olhando como se a muito tempo nã me visse e precisasse decorar novamente cada traço do meu rosto e começou a realmente fazer isso, pois com os dedos começou a desenhar meu rosto me deixando arrepiada e fazendo as pálpebras pesarem, acabei cedendo e fechando os olhos e sorrindo pra ela, senti seus dedos agora nos meus lábios e me puxando pelo queixo levemente ela me beijou no canto da boca, depois o queixo passando a língua pelo meu lábio inferior, depois subiu beijando o nariz, a testa, e depois foi fazendo o caminho de volta, sua mão já estava nas minhas costas alisando elas enquanto a outra segurava minha mão com delicadeza, desceu mais os lábios beijando meu pescoço me fazendo quase gozar, deu leves mordidas ali, lambeu minha orelha, mordeu, soprou.. fez tudo isso rindo e continuou beijando meu queixo fazendo o caminho atpe a boca
até que finalmente seus lábios encontraram os meus, primeiro levemente beijando cada lábio por vez enquanto apertava com força minha nuca e meus cabelos fazendo eu me arrepiar inteira, ficamos nessas carícias por mais o menos uns 5 minutos, até que ela parou e virou o rosto, segurei o rosto dela e puxei pra mim levemente e
percebi que ela estava com os olhos marejados e uma lágrima já escoria.
Eu - Amanda, não fica assim, eu te amo.
Amanda - As vezes o que eu sinto me assusta Gabi... - disse com as lágrimas já escorendo por aquele rosto perfeito.
Eu - E o que você sente?
Amanda - Não sei, eu só sei que não consigo ficar longe de você e esses dias que passei longe foram os piores da minha vida, eu só sinto você, eu respiro você, eu já não me vejo fazendo nada sem pensar em você - disse isso e me abraçou, me apertando com força como se tivesse medo que eu fosse embora.
Não disse nada afinal não precisava, somente puxei ela pra mais perto e deitei a cabeça no seu ombro, e senti que ali realmente era meu lugar, a sensação de ter ela ali comigo foi maravilhosa e ainda é.