Cap.4
TEMPO DEPOIS
Após aquele encontro na praia, decidimos ir pra uma pizzaria.
- E então, você está disponível pra fazermos um DNA amanhã ?- ele sorriu
- Sim.
- Bem, então, vamos fazer nossas apresentações formais. Me chamo Henrique, tenho 30 anos, sou engenheiro- ele arregalou os olhos
- Sério ? Eu sempre quis ser engenheiro- ele sorria alegremente. Parecia estar hiper feliz.
- É uma ótima profissão, só dá um pouco de trabalho- já estava extremamente fascinado, podia sentir que ele era meu filho- esse é o meu melhor amigo Rodrigo, estava tão nervoso que pedi pra ele vir- Taylor pareceu pensar por alguns segundos, mas nada falou.
NARRADO POR TAYLOR
Aquele homem parecia ser uma pessoa tão legal que não podia acreditar na história que minha família inventou. Se ele for mesmo meu pai, ele podia ser tudo, menos uma pessoa ruim.
- Me chamo Taylor, tenho 15 anos, e como eu disse, quero ser engenheiro. E esta é a minha melhor amiga Daisy. Eu também estava muito nervoso, por isso pedi pra ela vir- ele sorriu
- Você estuda muito ?
- Bastante.
- É verdade, ele é o melhor da nossa turma- a amiga dele disse
- Que bom. Vem cá, como é o nome da sua mãe ?
- Natália- me espantei- porque ?
- Tenho cada vez mais certeza que você é realmente meu filho. É muita coincidência pra não ser verdade. E o que eles dizem sobre o seu pai ?- respirei fundo
- Bem, eles vivem dizendo que ele não foi uma boa pessoa, que ele me abandonou e correu pra Itália porque não me queria- vi ele arregalar os olhos. Olhou pra o seu amigo, e logo voltou a falar.
- Não foi assim que aconteceu !
- Como foi então ?- ele fechou os olhos e respirou fundo
TRILHA SONORA: TURNING PAGE-SLEEPING AT LAST
- Bem. Antes de tudo você precisa saber de uma coisa, eu sou gay- arregalei meus olhos. Ele não parecia nem um pouco. Fiquei passado e atônito naquele momento- eu só comecei a namorar com Natália porque papai vivia me enchendo o saco, dizendo que eu não tinha jeito de homem e que precisava mostrar que era macho. Dai a gente namorou. Apenas uma vez a gente foi pra cama. Foi terrível, uma das piores experiências da minha vida. E nessa experiência nasceu o meu filho. Até ali ninguém sabia de nada. Meu filho tinha as mesmas características que você tem. Ele gostava extremamente de mim, não se dava bem com a mãe, só tomava banho, comia e dormia comigo. Depois, eu conheci Rodrigo. Pra não entrar em detalhes, digo apenas que nós ficamos juntos por um tempo. Natália descobriu e contou pro meu pai, que me mandou pra Itália. Eu passei 3 anos lá, e voltei com 18 anos. Vim atrás do meu filho, mas ele tinha sumido. Acabei sendo ajudado pelo Rodrigo. Tempo depois, descobri que ele e minha família moravam na Bahia, mas não dava para sair de cidade em cidade, casa em casa atrás dele. Me formei e continuei procurando, mas não encontrei. Eu nunca esqueci o meu filho, pelo contrário, fui obrigado a me afastar dele- estava de boca aberta.
- Uau- respirei fundo- mas se isso é realmente verdade, deve ter sido horrível.
- E foi. Chorei noites e noites por ter deixado ele sozinho, sem pai. Por ter perdido todos os momentos da infância dele- ele estava com os olhos marejados- eu sempre senti muita falta dele- o amigo dele o abraçou. Ele começou a chorar.
- Calma. Amanhã nós vamos ver se somos mesmo pai e filho.
NO DIA SEGUINTE
NARRADO POR HENRIQUE
Ele chegou bem cedo no meu hotel. Dessa vez estava desacompanhado.
- E então, podemos ir ?- perguntei
- Sim- pegamos um táxi e fomos até o laboratório. Ao chegar lá, eles colheram o sangue, e me informaram que em uma semana o teste estaria pronto. Durante esse tempo, fiquei em Ilhéus. Conheci ele melhor. Descobri algumas manias e defeitos dele. Fomos ao cinema, fomos ao shopping, fomos ao restaurante, tudo escondido. Conheci o colégio dele, amigos, etc. Aquela altura, nem pensava que existia a hipótese de ele não ser meu filho.
TEMPO DEPOIS
Havia chegado a hora. Estávamos a beira da praia dos milionários, igual a primeira vez. Eu estava com o DNA nas mãos.
- E ai ? Vamos abrir ?- ele falou
- Vamos- eu estava tremendo de tanto nervosismo. Abri o envelope lentamente e lá estava escrito.
" De acordo com o exame de DNA, realizado pelos senhores Henrique da Silva Tavares e Taylor Tavares Ribeiro, o segundo citado, é filho do primeiro !"
Olhei pra ele com os olhos cheios de lágrimas.
- Você é o meu filho perdido !- ele sorriu e começou a chorar. Me abraçou forte.
- Como eu esperei por você pai ! Eu sabia que você era o meu pai ! Sabia- ficamos diversos minutos abraçados, tentando matar a saudade.
DIAS DEPOIS
Tive que voltar. Preferi não me mostrar para a minha família, era capaz deles fugirem de novo. Iria processa-los, pois queria poder ver o meu filho sempre.
- Chegou a hora, eu preciso voltar pra minha vida. Tem um monte de obras atrasadas. Mas eu quero continuar te vendo, e vou vir aqui sempre que puder pra te ver- peguei uma caixa com um iphone novo que tinha comprado, e um chip- pega, é seu !- ele sorriu- use-o pra falar comigo, e não deixe sua mãe ver. Eu prometo que não ficaremos muito tempo longe um do outro- ele me abraçou forte. Eu era mais alto que ele, assim, ele tinha que ficar de ponta de pés pra me abraçar. Ele me deu um beijo no rosto. Tremi
- Ok. Estarei te esperando pai. Prometo ligar todo dia. Tchau
TEMPO DEPOIS
Estava cheio de serviços. Duas semanas fora me fizeram atrasar 4 obras. A construtora quase me mata.
- Trás logo aquele papel !- gritei com minha secretária
- Tá bom- ela se assustou e correu. Estava hiper feliz por ter achado meu filho. Era tudo o que eu sempre quis. Senti meu telefone vibrar. Olhei, era ele.
- Oi filho, esta tudo bem ?
- Não- a voz dele estava embargada, parecia chorar.
- O que houve ????
Continua
Gostaram ??? Obrigado pelos comentários pessoal, vocês são incríveis. Comentem de novo :) Adoro vocês
