Capitulo 8
- Joe! Como você sabe disso?- leguei para Joe assim que terminei de ver a mensagem.
- A mae dela me ligou mais cedo…- ele quase não conseguia falar, deu uma pausa e começou a chorar e fiz o mesmo.- parece que foi injetado uma grande quantidade de droga no braço direito dela…(soluço) o braço ta um pouco inchado… eu to na casa dela com a Julia… que não ta muito bem ela ta dizendo umas besteiras aqui…
- Deixa eu falar com ela.- perguntei sem tentar disfarçar o choro.
- Tony… A culpa é minha… e se eu tivesse ido pra casa dela ela não teria saído daquele jeito…- foi so o que eu entendi antes de ela começar a chorar e a ligação caiu. Na mesma hora desci enxugando as lágrimas e chamei um taxy, minha mãe ainda não tinha chegado. Quando o taxy chegou dei o endereço para onde deveria ir. Ao chegar paguei o taxy e fui direto ao encontro de meus amigos mais antes fui falar com Cintia, mãe da Jessie.
- Cintia! Sinto muito…- não aguentei mais que isso. Cintia me abraçou e choramos juntos, ela sempre me tratou como um filho, não so a mim mais a Julia sambem.- Como isso aconteceu?- perguntei olhando para ela que já estava de olhos inchados de tanto chorar.
- Aquele maldito do Estiven… Ele fez isso com minha filha… Só não vai ser preso por que ele também teve uma overdose… Parece que depois de uma denuncia anônima de uma vizinha dele eu acho… uma viatura chegou na casa onde eles estavam e a encontravam deitada na cama já inconsciente e ele tava no chão… Um dos policiais viu minhas chamadas e me ligou… quase desmaiei no trabalho quando ele me descreveu a cena.- ela não aguenta mais e começa a chorar novamente, lhe dou um abraço e ela me fala que Julia ta no quarto de Jessie, subo e antes que eu fale nos abraçamos chorando pela perda não de uma amiga mais de uma irmã. Jessie tinha seus defeitos, qual o ser humano que não tem?, mais sempre estava com a gente. Joe sofria menos que nós por conhece-la a menos tempo, ele entrou no grupo há pouco mais de dois anos e desde então sempre andamos junto, a única diferença é que ele a amava mesmo nunca namorando ela e isso dava para ver em seus olhos. Ele tentava segurar o choro para nos dar forças, o que era em vão, o puxamos para um abraço triplo e ele desabou.
Depois de muito choro descemos para a sala onde se encontrava Cintia. Ela nos avisa sobre a hora do velório e do enterro que seriam no dia seguinte pela manha. Com já estava ficando tarde Julia foi comigo para minha casa e Joe para a dele. Ela iria dormir la pois disse que não quer dormir so hoje se é que conseguiremos dormir. Embora não estivéssemos muito bem, começamos a nos preocupar com Joe pois ele não nos respondeu desde que saímos da casa de Jessie. Tentamos diversas vezes ligar para ele e nada so dava desligado, quando já estávamos ficando desesperado ele nos manda umas fotos no nosso grupo do what’s com a legenda “ ESSA É A ULTIMA SÓ PRA VOCÊ. NUNCA ME DECLAREI PARA NÃO ESTRAGAR NOSSA AMIZADE. TE AMO.” A foto era dele fumando maconha com um corte no pulso, ficamos preocupados e leguei pra ele novamente enquanto a Julia tentava falar com ele no what’s.
- Joe… o que é isso cara? Não precisa ficar assim…
- não se preocupa não!- ele ainda tava com voz de choro.- aquela foto tirei já ta com umas duas horas. To melhor e meu braço não ta mais sangrando. Cadê a Ju?
- Ta aqui tentando falar com você no whats e você nem responde. Ela ta preocupada e eu também.
- Diz a ela pra para de se preocupar você também. Amanha a gente se fala no… velório.- percebi que ele começou a chorar antes de desligar
Falei para Julia o que ele me pediu, ela até ficou mais calma, porem não conseguimos dormir passamos a noite toda olhando nossas fotos juntos com Jessie. Só não choramos por que nossas lágrimas já tinham secado e quando percebemos já era de manha. Estávamos parecendo zumbis de olhos roxos e inchados. O velório iria começar as nove horas e com passamos a noite sem comer insisti muito para Julia comer algo, o que geralmente era o contrario. Depois de muito insistir ela cede e vai tomar um banho eu iria depois dela. Após um bom banho descemos e encontramos minha mãe preparando o café.
- Nossa que caras são essas?- pelo jeito ela não tava sabendo sobre Jessie.
- Jessie…- antes de eu falar ela levanta a mão como sinal para que eu parasse e assim o fiz.
- Já estou sabendo! Cintia me ligou contando sobre o ocorrido. Passei la depois do trabalho e ela me falou que haviam saído a pouco tempo. Quando cheguei em casa pensei que estavam dormindo e achei melhor não incomoda-los.
- Não conseguimos dormir.- Disse Julia, quase que inaudível.
- Mãe, não vamos para a aula hoje. O velório vai começar as nove! Você vai?
- Não poderei ir! Tenho consultas a manha toda. Já conversei com Cintia e assim que eu poder vou para la.- dito isso ela se despediu de nós com um beijo em cada e saiu.
Após um café da manha forçado voltamos para o quarto e ficamos lá até umas oito horas e começamos a nos arrumar o que não demorou muito tempo já que não iríamos a uma festa, muito pelo contrario. Nos arrumamos e chamei um táxi. Chegando na casa de Cintia o clima estava de total depressão. Por ser uma terça feira poucos familiares puderam vim prestar suas lamentações e se despedir. Lado bom, menos pessoas para contar como aconteceu. Embora tivesse poucas pessoas foi difícil ficarmos sós com Jessie, eu Julia e Joe tentamos ficar o mais próximo possivel. Quando finalmente conseguimos um tempo a sós com nossa amiga fizemos uma promessa.
- Vamos fazer uma promessa?- disse Joe nos olhando com a mão direita sobre o corpo de nossa amiga e olhos marejados.
- Eu topo! Qual?- respondemos quase em coro.
- Coloque suas mãos junto a minha!- pediu ele e assim fizemos.- Ja verdade é mais um juramento.- concordamos com a cabeça.- A partir de hoje nunca mais usaremos nenhum tipo de droga!- quando conhecemos Joe ele já usava o que nos deixou surpresos,- sempre quis ter um motivo para isso e agora tenho o maior de todos, infelizmente foi Jessie…- ele já não segurava as lágrimas e falava de olho nela como se desejasse que ela só estava dormindo.- Foi Jessie a primeira pessoa que me pediu para deixar essas coisas.- voltou a nos olhar e demos um sorriso de confirmação e concordância.
Depois deste juramento nos abraçamos fortemente um consolando o outro. Não demorou muito o carro da funerária chega para levar o caixão até o cemitério, tão logo chegamos e começamos as ultimas orações a ela. Depois de algumas palavras do padre e sua mãe que nos pergunta se temos algo a dizer respondemos com mais lágrimas e desceram o caixão. Com uma musica que pedimos para tocar, uma das preferidas de Jessie (Evanescence Lithium) e assim foi com mais lamentações e lágrimas.
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este não é o único. sinceramente, esse capitulo tem um pouco a ver com a realidade. conheço pessoas que pararam de usar drogas só depois que perderam alguém devido a uma overdose. é triste mais é a realidade de muitos jovens nos dias de hoje.
