Capitulo 9
Após o enterro nos reunimos em nosso lugar preferido o que não era mais a mesma coisa sem a Jessie. Estávamos numa praça próximo a minha casa sem falar nada apenas relembrando cada um de uma maneira as horas que passamos com ela naquele lugar. Estávamos num banco de madeira perto de uma mangueira bem alta olhando para o nada. Passamos um bom tempo lá e depois resolvemos ir embora. O resto da tarde passou rápido, talvez por que dormi logo após um banho bem demorado, depois de jantar o que ocorreu no maior silencio fui para o quarto e nem olhei o face que com certeza deve estar cheio de fotos de Jessie com comentário de “ vai deixar saudades”, “ jamais esquecerei de você”, etc. Na manha seguinte foi como qualquer outro dia exceto pela falta de nossa amiga, alguns professores que sabiam como era nossa convivência nos disseram boas palavras de conforto o que na verdade nos deixava mais triste. Tentar encarar a morte de uma amiga como Jessie é difícil e piora com as pessoas nos fazendo lembrar dela. Mas uma pessoa não so me consolou e me deu conforto como me compreendeu. Quando estávamos no intervalo ficamos afastados Joe não tinha ido a escola e Julia me deixou só para ir ao banheiro retocar a maquiagem então quando fico sozinho sem ninguém para conversar mesmo tendo uma multidão a minha volta é como se eu estivesse em um deserto onde sua única companhia é o sol a areia e o vento que deixa o ambiente cada vez mais quente.
- Oi! Posso me sentar aqui?
- Pode sim!- respondi sem ver quem era, não reconheci voz então achei melhor nem olhar.
- Me chamo Jesper!- Olho para ele e vejo que esta estendendo a mão ao meu lado em sinal de comprimento. Era o novato e pelo visto estava tentando fazer amigos.
- Desculpa! Sou Antonio, mais pode me chamar de Tony!- Dei um sorriso forçado ao cumprimenta-lo. Não é pelo fato de ter perdido uma amiga que vou ignorar uma nova amizade.
- Deve ser difícil essa situação!- Ele percebe que meus olhos ficam marejados.- Desculpa!
- Não é nada!- minha voz já ta com tom de choro, mais tento disfarçar, em vão.
- Posso te dar um abraço?- o olho confuso, acabei de me apresentar e ele ta com segundas intenções.-
- Por que?
- Por que quando se perde alguém nenhuma palavra pode consolar. Mais um abraço pode mostrar que não esta sozinho.
- Você nem a conhecia…
- Jessie foi uma amiga de infância minha. Nos conhecemos aos 6 anos. Quatro anos depois tive que me mudar por conta do trabalho de meu pai em outra cidade. Voltamos a um mês para a cidade. No começo não a reconheci, depois que soube o que aconteceu pelo noticiário…- ele começa a chorar e eu o abraço. Não era ele que iria me abraçar?
- To atrapalhando?- chega Julia já com suas malícias.
- Não! Este é Jesper lembra dele? É da nossa sala.- após as apresentações conversamos mais um pouco e logo depois fomos para a sala.
As ultimas aulas seriam de Ed. Física. Depois da chamada o professor manda todos para a quadra, teríamos vôlei para as meninas e futebol para os meninos. Eu e Julia ficamos na arquibancada. Jesper foi jogar e para nossa surpresa ele era muito mais que sorriso e olhos bonitos. O uniforme de Ed. Física é mais colado que o formal, ou seja os meninos que tem um bom físico são destacados, seu corpo pode ser comparado a um adulto bem definido sem exagero e aquelas coxas minha nossa. Não consegui disfarçar que olhava para ele e logo Julia percebeu me dando uma cotovelada para me chamar a atenção.
- Você me escutou?- ela já tava quase gritando.
- Desculpa!- dei um pequeno sorriso olhando para ela que me retribuiu com um cheio de malícia e safadeza.
- Ta se apaixonando é?
- não! Por que ta pensando isso?- tento disfarçar e ela não insiste.
- Nada! Como não me escutou vou ter que repetir para que não reclame por ter avisado.- olhei bem em seus olhos e notei um pouco de tristeza, ela respira fundo e desabafa.- Vou me mudar semana que vem!
- O que?- Dei um grito chamando a atenção de todos para onde estávamos…- Você não pode se mudar!
- O que esta acontecendo? Se não querem participar não atrapalhem. Ta bem?- era o professor nos advertindo. Concordamos com a cabeça.
- Não quero me mudar. Conversei ontem com minha mãe e ela tem que fazer uma viagem a trabalho na Argentina. Ate discutimos. Não quero ficar sem vocês. Já basta ter perdido a Jessie.- quando ela já não conseguia segurar suas lágrimas o professor anuncia o fim da aula, por sorte era a ultima do dia,. A chamei para ir direto la pra casa.- Não posso minha mãe me pediu pra voltar direto para casa, ela quer me explicar umas coisas. Pois ontem não deichei ela terminar de falar.
{ flash Back Julia]
Depois do enterro passamos um bom tempo na praça onde era nossa lugar preferido. Quando cheguei em casa minha mãe me chama para conversar ela disse que era importante. Tomei um banho rápido e fui para a sala onde ela se encontrava com meu pai.
- o que querem falar de tão serio? Por que essas caras?
- Filha! Sei que vai ser difícil para você!- Rafael ( pai de Julia)- acabou de perder uma grande amiga de uma maneira horrível…
- Falem logo já ta difícil e vocês ainda vem com discurso!- eu o interrompi. Ao contrario de minha mãe meu pai é mais calmo e compreensivo.
-Vamos nos mudar na próxima segunda para a Argentina.- minha mãe fala secamente, ela é muito boa mais numa situação assim ela assume uma postura fria.- Vou a trabalho e seu pai também já tem alguns negócios por la.
- O que? Como podem?- mau consigo falar- por que resolveram isso agora? Como querem que eu veja isso? Uma nova chance? Chance pra que? Se eu não quiser ir?
- Você não tem escolha! Vai sem reclamar. Sera bom para esquecer sua amiga que faleceu. Ficar aqui so trará lembranças…
- Estão loucos! Logo agora querem me separar de meus amigos! Por que?- sai correndo para o quarto sem nem ao menos deixarem se explicar. Me joguei na cama e chorei mais, nem sabia que tinha tanta lágrima, chorei tanto que dormi. Quando acordei já era dia e fui me arrumar para o colégio me olhei no espelho e eu estava um caco parecia uma zumbi. Depois de me arrumar sai o mais rápido possivel.
- Filha vem direto pra casa depois da aula! Vamos conversar com calma.- disse minha mãe
Eu sai sem olhar para traz.
[ flash back off]
Fui para minha casa e Julia para a dela. Não conversamos mais. Joe não me respondia direito no Whats e decidi sair sozinho. Fui ao shopping só pra andar, tava sem animo pra compras e fui para minha loja preferida onde o Erick trabalha. Chegando la comecei a olhar uns CD’s novos, como venho muito sempre sei o que é novo. Decidi levar um do Marilym Manson e um da banda Blutengel.
- Não sei por que compra tanto CD? Aposto que copia as melhores faixas para o celular.- Olhei para traz e vi que era Erick.
- Só algumas. Prefiro colocar o CD no home theater e mandar os vizinhos se fuderem.- Demos uma risada.
- Sei que não anda com clima mais…- olhei para ele curioso…- topa sair comigo nesse fim de semana? Podemos ir ao cinema, mais se preferir…
- Olha…- o interferi e pude notar seu olhar ficar triste.- vamos deixar para uma próxima vez ta! To muito desanimado pra sair. E alias não tem filme que eu goste em cartaz.
- Tudo bem então! Vou cobrar essa hem!
-Tudo bem, mais se eu cobrar antes você ta lascado.- paguei os CD’s e sai. Resolvi comer algo e fui para a praça de alimentação, lanche da tarde sushi com coca. Escolho uma mesa e colo meus fones ( musica -The Gazette -Filth in the Beauty).
Eu estava totalmente desligado do mundo quando percebo alguém acenando para mim e vindo na minha direção…
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acho que no proximo ficarão com raiva de mim, mais vou poupa-los de espera...
