Capítulo 14
}Erick{
Sem saber o que fazer continuo com minha rotina de trabalho e depois faculdade com um diferencial minhas manhas eram cada vez mais sem animo. Vê-los no shopping era um golpe a facas em meu peito. Pela primeira vez estava amando e não seria correspondido. Me pergunto se eu tivesse falado meus sentimentos de uma vez no dia seguinte a festa se teríamos uma chance. Mais naquele dia eu ainda não sabia descrever o que sinto e pela primeira vez começo a ficar com uma pessoa para esquecer outra, não gosto disso mais foi minha ultima tentativa de esquece-lo. Eu estava tendo um lance com Fred que por trabalhar no mesmo shopping que eu, no mesmo horário sempre passamos nosso horário de descanso juntos. Nos beijávamos e nos abraçávamos sem dar importância ao que diziam. Só quero ser feliz e se pra isso tenho que esquecer o Tony vou fazer de tudo para conseguir. Nunca pensei em atrapalhar seu namoro pelo simples fato de sempre ver um sorriso em seu rosto. Saber que ele esta feliz para mim é o suficiente e passei a tentar vê-lo como um amigo, até que tava dando certo.
- Mô..! o que ouvi tá tão distante hoje? Tem prova na faculdade?- Sou despertado de meus pensamentos por Fred, estamos na cafeteria, nosso horário já tinha acabado e resolvemos tomar um cappuccino.
- Não é isso!- ele me olha com curiosidade.- To pensando em umas coisas, mais por enquanto é segredo.- Lhe dei um pequeno beijo para tirar a carinha de tristeza e curiosidade dele.
- Tudo bem… Quando quiser me contar estarei aqui… Mas já aviso se estiver pensando em me trair eu te mato e o canalha que tiver querendo te tirar de mim vai conhecer o inferno bem cedo.- Ele coloca o indicador na ponta de meu nariz em sinal de aviso, levei na brincadeira e rapidamente mordi de leve seu dedinho.- Ai!
- Nem vem que não mordi tão forte… E você bem que gosta das minhas mordidas…- Falei rindo e beijando-o com uma leve mordidinha em seu lábio inferior.- E é bom que se controle. Sabe que não gosto de ciúme de mais.
- Ta bom!- começamos a nos beijar calmamente, senti que tava esquentando de mais porem não tinha nada a temer o shopping é publico. Escutamos alguns comentários ao fundo e mesmo assim não paramos estava muito bom e logo comecei a me excitar.
- Vamos logo…- falei parando o beijo com selinhos.- Daqui a pouco tenho que ta na facul e você no seu curso.- mesmo com carinha triste ele consente. Pagamos a conta e saímos de mãos dadas depois eu coloquei minha mão direita em sua cintura e ela se apoiou no meu ombro esquerdo. Assim fomos até a casa dele que não era muito longe, pelo caminho mais beijos e perguntas sobre meus pensamentos secretos. O deixei em casa e peguei um taxy para ir mais rápido para a faculdade, já estava com meu material na bolsa para evitar contratempos.
[Julia]
Não acredito que chamei uma garota que esbarrei na ruma para um café só por que ela ta chorando, serio eu nunca a vi na cidade.
- Aleksia!- fiquei chocada não acredito que é a Aleksia que to pensando não é tão parecida assim com Tony, como ele disse.
- O que você vai querer?- falei segundo sua mão e já arrastando ela.
- Espera!- ela para e acende um cigarro.- Não acredito que ela fuma.- Quer um?- Aceitei e fomos fumando sem falar nada. Chegamos a lanchonete mais próxima que por sinal dava para ver a casa do Tony.
- Então… porque estava chorando?- comei logo por onde nos conhecemos.
- É uma longa historia… Mas vou tentar resumir…- ela respira fundo e o garçom aparece perguntando o que queremos, eu peço um café expresso e ela pede um suco de manga. Ele sai e a encaro esperando que comece a historia.- Bem… há dois meses minha mãe foi morta em um assalto quando saia do trabalho, nos mudamos para esta cidade um mês depois do enterro, chegando aqui meu pai me conta mais detalhes da minha adoção que eu já sabia desde os 12 anos, então resolvo procurar pelo meu irmão gêmeo que foi adotado por outra família, meu pai não gostou muito e só para me deixar mais alegre ele foi ao hospital onde nasci e ficou sabendo que uma das medicas o adotou, ele conseguiu o o nome dela com uma certa dificuldade e depois que ele me contou seu nome e comecei a procurar por seu endereço sem que ele saiba. O encontrei ontem e depois de me apresentar pata ele, acho que fui muito apressada e ele desmaiou, fiquei o resto da tarde com ele esperando que acordasse até que uma mulher, a mãe chega e o leva para o quarto. Converso um pouco com ela até que ele reaparece e ela conta para ele sobre a adoção que até o momento ele não sabia, ele não aceitou muito bem e saiu sem falar nada. A mãe dele ficou desesperada, mais não discutimos. Consegui acalma-la e depois fui embora.- uma pausa para tomar o suco que havia chegado.- Hoje contei para meu pai o que aconteceu e ele quase me bateu, ficou muito bravo por eu ter agido pelas suas costas. E sai sem rumo chorando pelas ruas até que me esbarrei em você e aqui estamos.- eu já estava com a garganta seca só de ouvir ela falar.
- Nossa. E o Tony já falou com você depois disso?
- você conhece ele?
- Na verdade sou a melhor amiga dele, somos quase irmãos.- Dei um sorriso leve.- O que acha de irmos lá?
- Não sei… Ele não deve ter ido com a minha cara.
- Não se preocupa… Ele só ficou surpreso com tudo. Quando ele me contou quase cai para traz.
- Ele te contou? O que ele falou de mim?
- Só o suficiente para o Joe ficar interessado em você. Ele vai morrer quando souber que te conheci primeiro. Antes de nos encontrarmos na praça ele tava comigo lá. Estávamos na casa do Tony depois da aula e resolvemos deixar ele e o namorado mais a vontade.
- Tony… É gay? Serio?
- Porque? Você não tem preconceito, tem? Se tiver vai perder o irmão que acabou de achar.
-Não é isso… só é complicado. Mas vamos então ou ficaremos aqui?
- Vou ligar para ele…- peguei meu celular e disquei o numero dele e chamou que caiu.- O que será que estão aprontando?- Tentei de novo e até que enfim ele atende.
Acordo repentinamente e percebo que não passou de um sonho que ódio. Depois que meus amigos saíram foi para o banho quando ele voltou para o quarto só de cueca quase enlouqueço de vez. Ele começou a se declarar para mim e aquelas palavras ecoavam na minha cabeça a todo instante. Começamos a nos beijar, mais não rolou. Eu estava preocupado com minha mãe e ele entendeu deitamos na cama para ver um filme. Escolhi “Do começo ao fim” que eu havia baixado há alguns dias mais ainda não havia assistido, coloquei no pendrive e conectei na TV, antes do filme acabar eu dormi, mais ainda escutei suas palavras enquanto passava a mão em meu cabelo…” VOCÊ É MUITO ESPECIAL PARA MIM. NÃO SEI EXPLICAR, MAIS ACHO QUE ESTOU AMANDO DE VERDADE.” Essas e sua declaração anterior não saiam de minha mente. Meu celular toca logo em seguida e vejo que é Julia.
[ LIGAÇÃO JULIA]
- Estão fazendo o que?- Ju
- Acabei de acordar e o Jes ainda esta dormindo.- falei passando a mão em cima da sua que estava em minha barriga. Dormimos de conchinha.
- Acorda ele que eu e sua irmã estamos indo pra sua casa agora. Chegamos em menos de dois minutos.
- Onde vocês estão? Como achou ela?
- Longa historia. Estamos na lanchonete na esquina da sua rua. Já estamos chegando.
- Ta certo…- ela desliga. -Odeio quando ela faz isso.
[FIM DE LIGAÇÃO]
Tento me mexer sem acorda-lo mais foi inevitável.
- Onde pensa que vai?- disse ele me olhando profundamente.
- Vai conhecer sua cunhada daqui a pouco. Aleksia e Julia estão vindo para cá e já devem estar passando pelo quintal.
- Essa garota não tem noção do quanto eu quero ficar só com você?
- Não fala assim. Julia é uma irmã para mim. E teremos muitas oportunidades. Anda vai se vestir.- falei dando um beijo nele.
- Quero acordar todo dia assim…- ele fala me dando selinhos, tao fofo.- Com um beijo desses toda manha e tarde eu vou pra qualquer lugar.
- Vamos logo.- a campainha toca.- Elas já chegaram. Vem.- ele coloca uma bermuda minha que ficou um pouco colada delineando suas coxas e por pouco não fecha o zíper. Era minha maior bermuda.
- Vai descendo. Vou ligar para minha mãe pra dizer onde to se não ela me mata.
- Tá bem. Te espero lá na piscina.- dei um beijo nele e sai do quarto, só coloquei um boné para disfarçar meu cabelo desarrumado. Vou até a porta e quando abro Julia quase pula de alegria me abraçando e comprimento Alekis com um abraço amigável. Fomos para o quintal onde ficava a piscina. Nos sentamos nas espreguiçadeiras até que que Jesper desce e vem ao meu encontro e logo me beija, acho que era para mostrar a Julia que ele queria mais tempo comigo. Conversamos um pouco e quem foi o centro da conversa não poderia ser outra senão Aleksia. Depois de ela contar sua historia já tinha outra impressão dela que a 1ª vista.
- como tem certeza teve certeza que sou seu irmão?- perguntei e todos olharam para mim.
- Na verdade foi fácil. Essa marca na minha perna direita. Meu pai disse que é minha marca de nascença então deduzi que meu irmão teria uma igual ou pelo menos parecias.- ela mostrou uma marca que parecia uma cicatriz quase apagada de queimadura quase que triangular.- você também tem mais a sua é na esquerda. Quando você saiu ontem fiquei conversando com sua mãe por um tempo e ela me falou sobre a marca e eu mostrei a minha. Essa é a única diferença nossas marcas estão no mesmo ponto mais em pernas diferentes.
- Legal.- Disse Jesper que sentava ao meu lado só escutando.-
- Sua mãe sabe que você é gay?- Ela demonstrou claramente sua preocupação
- Na verdade eu contei ontem quando voltei. E você já tinha ido embora. Depois de ela me contar tudo de novo criei coragem e falei. Não sei como ainda tive coragem de falar que to namorando.- olhei para Jesper e dei um beijo nele.- o que me preocupa não foi o fato de ela dizer que aceita e que me ama independente da minha sexualidade e sim por que ela se trancou no quarto e não a vi hoje ainda. Ela só deixou um bilhete dizendo que ia passar a noite de plantão e só volta de manha.
- Calma. Vai levar um tempo para ela se acostumar. Seu pai sabe?- Aleksia tentava saber mais sobre mim mesmo eu não demonstrando muito interesse nessa conversa.
- Ele já sabe a um tempo. Ele me flagrou beijando o filho de uma amigo dele antes de eu voltar das ferias.- Contei a historia do flagra fazendo todos rirem até eu mesmo. Depois disso foi a vez de Jesper se abrir e nos contar mais sobre si. Por ultimo ficou Julia que não parava de olhar indiscretamente para Aleksia demonstrando interesse nela. Conversa vai conversa vem anoiteceu sem que percebemos. Entramos para ver um filme na sala e claro eu e Julia escolhemos Terror em Silent Hill, um dos nossos preferidos. Após o filme pedimos pizza e mais um pouco de conversa nos despedimos menos Julia que já tinha combinado de dormir hoje aqui em casa.
O resto da semana passou rápido e logo chegou domingo. Aleksia, Julia e Joe estavam na sala enquanto eu me arrumava e mais uma vez minha mãe não estava. Me acostumei rápido com sua ausência repentina. Eu estava muito indeciso com que usar. Então coloquei uma roupa não muito chamativa nem muito caseira, uma calça jeans azul marinho meio desbotada nos joelhos com uma regata preta e uma blusa branca que abotoei do terceiro para baixo deixando o ultimo livre, um cordão com pingente de guitarra, alguns anéis não muito chamativo e uma pulseira com o símbolo da banda slipknot e meu boné de aba reta para traz. Sai do quarto e encontrei todos já me esperando inclusive Jesper que fez questão de não dizer o endereço para que podesse nos buscar. Fiquei surpreso por ter um carro a nossa espera em frente a minha casa com o motorista todo de preto e luvas brancas. Seja o que os deuses quiserem…
O caminho todo foi silencioso todos nos olhavam quando Jesper me puxava para um beijo carinhoso. Eu claro com vergonha, conhecer a sogra com uma roupa dessas enquanto meu namorado esta deslumbrante com uma camisa gola V branca, short jeans um pouco acima do joelho e meio colado com um tênis preto com detalhes brancos, uma corrente com a letra do seu nome prateada e cabelo penteado em topete. Tentei retirar ao menos os anéis mais ele não deixou, disse que eu estava lindo e não é a aparência ou a roupa que importa e sim o caráter e a personalidade das pessoas. A turma só ria percebendo meu nervosismo. Chegamos em menos de meia hora, tive a impressão que foi de propósito. Quando nos despedimos lá em casa em menos de quinze minutos ele me manda mensagem no whats dizendo que chegou em casa e sempre manda uma foto no quarto fazendo cara de choro dizendo que já esta com saudade. Tão meigo. Ao descermos do carro ficamos maravilhados com sua casa começando pelo jardim onde havia algumas esculturas feitas das próprias plantas perto da janela.
- Chegamos!- diz ele abrindo a porta e me dando espaço para ser o primeiro a entrar ele veio logo em seguida com os outros.- Mãe, pai chegamos.- ele grita e escutamos um outro grito que parecia vir da cozinha eu acho.
- Estamos aqui filho. Traga-os aqui que sua mãe já esta muito ansiosa.
- Imagine se não tivesse.- ele sussurra baixinho em meu ouvido colocando a mão na minha cintura a fazendo um gesto com a outra para fôssemos até lá.
- Por que diz isso?- perguntei com medo da resposta.
- Vai ver. Até eu me surpreendi.
- Minha nossa!- as meninas falaram em coro.
- Cara! Se deu bem.- Disse Joe baixinho próximo a mim.