GOTAS DE JÚPITER - A LUZ NO FIM DO TÚNEL - O1X11

Um conto erótico de Escritor Sincero
Categoria: Homossexual
Contém 1205 palavras
Data: 09/11/2014 21:11:29

Thiago: - Gustavo... responde. Cara... fala comigo.

Taxista: - Amigo eu tenho que ir. Você vai fechar a corrida aqui?

Thiago: - Moço me ajuda. Vou levar ele pra casa. (segurando Gustavo)

Taxista: - Não quero me meter em confusão e...

Thiago: (exaltado) – Me ajuda!!!

Taxista: - Calma. (pegando nos pés de Gustavo)

Thiago: - Com cuidado. Por favor...

No caminho para casa fiquei imaginando mil situações. Pelo menos o Gustavo estava respirando o que já era um alivio. Não sabia o que fazer. Ao chegarmos em minha casa pedi para o taxista me ajudar novamente. Para a minha sorte não havia ninguém em casa. Subimos e paguei a corrida.

Thiago: - Droga.... Gustavo? (pegando no braço do amigo)

Peguei o kit de primeiros socorros no banheiro e limpei os machucados do meu amigo. Deixei ele mais a vontade também. Peguei um colchão inflável e coloquei ao lado da minha cama. Quase não dormi aquela noite. No dia seguinte, ele acordou assustado.

Gustavo: - O que aconteceu?

Thiago: - Não sei. Eu que te pergunto isso.

Gustavo: - Droga.

Thiago: - O que foi? Se abre comigo. (falei sentando na cama)

Gustavo: - Não quero te causar problemas e...

Thiago: - Acho que já passamos dessa fase. E outra te resgatei no meio da noite... então...

Gustavo: - Minha mãe. Ela é o problema. Nunca gostou de mim, sempre me diminuiu e destratou na frente de todos. Às vezes acho que ela não é minha mãe de verdade. (deixando cair algumas lágrimas)

Thiago: - Ei. Para com isso. Ela deve te amar sim... do jeito dela...

Gustavo: - Há dois anos estou juntando dinheiro para fugir de casa. Ela descobriu e roubou todas as minhas economias... e...

Thiago: - Ei... tá tudo bem. (pegando na costa de Gustavo) – Estou aqui. Do seu lado e nada vai te acontecer.

Gustavo: - Vou voltar para aquela casa e apanhar mais ainda. (enxugando as lágrimas)

Thiago: - Meu pai é advogado e... ele... ele vai ter que dar um jeito. Por enquanto você ficar aqui em casa... vamos dar um jeito. (pegando na mão de Gustavo)

Desci para tomar café e todos já haviam saído. Peguei uma bandeja e enchi de comida. Subi e tranquei a porta do meu quarto. Dona Maria poderia entrar. Na escola procurei a professora Elizabeth.

Elizabeth: - E ele está bem?

Thiago: - Sim. Professora a gente precisa fazer alguma coisa.

Elizabeth: - Sobre a falta dele comunicarei a direção. E vou conseguir um atestado. Ele pode ficar na tua casa mais alguns dias?

Thiago: - Pode sim. Até segunda-feira sem problemas. Mas a dona Maria vai ter que limpar o meu quarto e...

Elizabeth: - Tudo bem... tudo bem... agora vá pra aula.

Thiago: - Ok. (saindo da sala)

Quando cheguei na metade do corredor lembrei que precisava contar mais uma coisa para a professora. Voltei e a vi chorando.

Elizabeth: - Meu Deus. Preciso livrar o meu filho desse sofrimento.

Thiago: - O que?!

Elizabeth: - Thiago.

Enquanto isso na biblioteca o Bruno e Kim pesquisavam um trabalho de física. O Bruno sempre foi um garoto que chamava a atenção. E Kim era considerada a patinha feia da escola. Porém a química entre os dois fluía de forma impressionante.

Bruno: - Obrigado Kim.

Kim: - Por...

Bruno: - Sempre me ajudar. Sei que muitas vezes não fui um bom amigo.

Kim: - Tudo bem. Eu faço com prazer.

Bruno: - Ei. Eu tava pensando se você... gostaria de sair qualquer dia desses...

Kim: - Sair... tipo um...

Bruno: - Sim. Vamos assistir a um filme ou show.

Kim: - Claro. Adoraria.

Bruno: - Pode ser esse final de semana agora?

Kim: - Pode sim. Vou adorar. Agora preciso ir na coordenação e... (quase batendo na parede) – Depois a gente conversa.

Bruno: - Tchau. Até. (acenando para Kim)

Torres: - E aí rapaz... tava falando com a Kimzilla?

Bruno: (disfarça) – Sim. A gente tá no castigo junto e ela tá me ajudando em algumas matérias.

Torres: - Rapaz... cuidado hein... o dragão pode te queimar.

Bruno: - Sei tomar cuidado. A gente não tem nada e nunca vai ter. (sorri disfarçando)

Torres: - Olha a foto dessa gatinha que tá me dando mole (mostrando o celular para Bruno) – Ela tem uma irmã gata também. Se quiser arranjo pra você.

Bruno: - Claro... claro...

A professora Samira estava preocupada com o andamento do baile de Agosto. Mas a Suzana já havia feito todo o planejamento e explicou passo a passo. Claro que a professora Samira aprovou e pediu para ouvir a gente tocando.

Suzana: - Claro professora. Vou procurar os meninos. (saindo da sala)

Ludmila: - Você viu o Thiago?

Suzana: - Não. Estava justamente atrás de vocês e...

Jessica: - Olha só. Quer dizer que o grupo dos deslocados voltou a se unir? Esperava mais de você Suzana.

Suzana: - Olha querida. Em primeiro lugar eu não tenho razão para te dar satisfação e em segundo lugar, sim, estou com um grupo de pessoas maravilhosas.

Jessica: - Olha só. Que linda afiada. Adoro. Só toma cuidado para a tua reputação não ir por água a baixo.

Suzana: - Se ela for igual a tua... já está a muito tempo. (pegando pelo braço da Ludmila) – Vamos!

Eu não acreditava. A professora Elizabeth era mãe do Gustavo. Tive que sentar enquanto escutava a história dela.

Elizabeth: - Há 16 anos eu fiquei grávida. Ele havia prometido se casar comigo, mas fugiu com outra. Quando tive o meu filho não sabia o que fazer, então dei para a adoção. Depois de um tempo me estabeleci e estudei para me tornar alguém. Procurei o Gustavo durante quatro anos e soube que ele estava na cidade. Ele é tão lindo. (chorando).

Thiago: - Então vai ser mais fácil. A senhora pode alegar que...

Elizabeth: - Estarei quebrando o contrato de adoção.

Thiago: - Aquela bruxa bate no Gustavo professora...

Elizabeth: - Eu sei... eu sei... se eu tivesse auxilio de um advogado.

Thiago: - Meu pai... ele é advogado.

Elizabeth: - A gente pode falar com ele?

Thiago: - Sim. Hoje depois da aula eu vou em casa e depois vamos no escritório dele.

O sinal do último tempo bateu e eu nem falei direito com meus amigos. Achei melhor não espalhar a história do Gustavo. Já estava complicado demais. No corredor esbarrei com o gato do Renan.

Renan: - Cuidado bebê.

Thiago: - Desculpa. Não te vi.

Renan: - Thiago... acabei de perceber que a gente mal se conhece. Gostaria de tomar alguma coisa?

Thiago: - Hoje não dá. Tô atrasado mesmo. Até. (saindo correndo)

Renan: - Em breve meu amiguinho. Em breve. (com um sorriso malicioso no rosto)

Cheguei em casa e destranquei o Gustavo. Ele estava muito abatido, mas não contei sobre a grande novidade para ele. Se alguém tivesse que contar seria a própria mãe dele.

Gustavo: - Nem te agradeci direito.

Thiago: - Tudo bem. Eu gosto de você. De verdade. Nunca tive um amigo igual a você antes.

Gustavo: - Valeu. E como foi hoje na escola... (ele disse se aproximando)

Thiago: - Agitado. Mas os professores só passaram conteúdo mesmo. Nada de demais. (ficando nervoso)

Gustavo: - Bacana. (se aproximando mais ainda do rosto de Thiago)

Thiago: - Ahhh temos para almoçar hoje... bife, arroz, feijão e salada. Se você quiser posso ver outra coisa e...

Gustavo: - Que gostoso, mas antes tem algo que eu gostaria de provar e...

Do nada. Aquele momento aconteceu simplesmente do nada. Gustavo me deu um beijo na boca. Meu coração parou... nem lembrava o que era respiração. Simplesmente nos beijamos. Será que era imaginação?!

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive escritor.sincero a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Amei. A situação do gustavo é complicada mas já está melhorando. O beijo foi uma surpresa. Que bom voltou. Seu conto está otimo, parabéns. :)

0 0