Lembranças de Danilo - Capítulo 1

Um conto erótico de Lucas
Categoria: Homossexual
Contém 825 palavras
Data: 10/11/2014 20:04:04

Já havia postado meu conto aqui no site, mas devido ao trabalho, resolvi parar. Agora, que tá tudo mais tranquilo, resolvi retomar.

Meu nome é Lucas, tenho 22 anos, e essa é minha história:

Tudo começou há quatro anos atrás. Na época, estudava no melhor colégio da cidade, com os melhores amigos que eu podia sonhar em ter. Alice era meiga, inteligente e parecia uma boneca. Sabrina tinha um corpo escultural e cheia de autoestima, que, muitas vezes, confundiam com prepotência. Rafael era lindo, forte e alto, e era todo carente, muito, muito carinhoso. Já Danilo, por onde começar? O cara não era lindo, mas tava longe de ser feio. Não era gordo, mas não tinha o corpo musculoso. Não era brilhante, nem burro. E, mesmo não sendo nada especial, eu estava perdidamente, incrivelmente apaixonado por ele.

Ninguém sabia, claro. Embora Alice suspeitasse, afinal éramos amigos desde muito pequenos, ninguém sabia da minha orientação sexual.

Eu mesmo, havia tido poucas experiências com outros caras, somente uns beijos com um primo distante e com um cara mais velho do meu condomínio. Não que eu fosse feio – todos diziam que eu era bonito – e eu gostava do corpo que anos de natação tinham me dado, mas é que eu sempre tive problema de autoestima. Associando isso ao medo de sair do armário, eu tinha medo de sair paquerando caras.

O problema é que o Danilo não era qualquer cara. Ele parecia comigo, tinha os mesmos gostos, ria das mesmas coisas. Tirando a Alice, ele era o meu melhor amigo, e, por isso, eu morria de medo de estragar as coisas entre nós se eu me declarasse e ele não sentisse o mesmo.

Isso mudou quando, numa chuvosa tarde, as cervejas e a vodka que eu havia tomado afastaram esse medo, e eu tava decidido a descobrir de uma vez por todas qual era a dele. Eu e os meus amigos tínhamos ido pra casa do Rafael pra passar a tarde na piscina. O problema é que, com a chuva, os planos foram por água à baixo, literalmente. Nos restou beber e conversar. E a conversa virou num divertido – e revelador – verdade ou desafio.

- Deixa eu pensar, que saco! – reclamou Alice.

- Você passa meia hora pensando e acaba fazendo uma pergunta chata, amiga, assim não dá! – Sabrina rebateu.

- Beleza, então me diz, qual a última vez que você ficou com um cara?

- Não disse? Besta! Foi sábado, e você sabe disso. Peguei o Juca, do terceiro D, você sabe disso.

- Eu não sabia! Juca né? Ouvi dizer que ele tem o pau pequeno – Rafael falou, rindo.

- Hahaha, eu não tenho como saber, idiota. Só ficamos, nada de mais. – Sabrina se defendeu.

- Ok, próxima pergunta – e rodei a garrafa, que, finalmente, parou apontada para o Danilo – Ok, senhor Danilo Albuquerque, verdade ou desafio?

- Verdade.

- Que sem sal – Sabrina reclamou, o que fez todos mandarem-na calar a boca, rindo.

- Dani, Dani – fingi estar pensando em uma pergunta, enquanto desde o começo do jogo eu estava com ela na ponta da língua.

- Oi – ele esperava com o sorriso mais lindo do mundo na boca.

- É pra falar a verdade, tá bom?

- Tá.

- Você já beijou algum cara? Já?

E, pra minha surpresa, e acho que pra de todos, Danilo respondeu:

- Já.

“Puta merda, puta que pariu! Ele é gay!” Pensei, com o coração batendo acelerado.

- Hmmmmmmm, quem diria ein? O senhor certinho, religioso e...

- Cala a boca – Danilo interrompeu Sabrina – Não foi nada do que você tá pensando.

- E o que eu estou pensando – ela perguntou com a sobrancelha levantada.

- Que eu sou gay. Que fico com caras.

Não sei se era isso que a Sabrina tava pensando. Mas era definitivamente o que EU estava.

- E não é isso? Não ficou com um cara? – perguntei.

- Não, eca. – Ele respondeu rindo.

Senti uma pontada no coração. “Eca?”, pensei.

- Gente, que drama – Danilo se defendeu – Eu já beijei um cara, e aí? Foi só de brincadeira, um selinho em um amigo meu, igual a vocês duas – falou apontando pra Alice e Sabrina – deram não faz nem vinte minutos.

“Porra, porque você não brinca assim comigo?” Pensei, amargurado.

- Pois você não sabe o que tá perdendo. Bocetas não tão com nada, a onda agora é chupar pau, tanto mulher quanto homem. – Sabrina brincou.

- Como ninguém me avisou dessa onda, vou continuar a brincadeira – Rafael avisou, e rodou a garrafa. Mas depois disso, eu já não tava mais no ânimo de jogar, levantei e fui pra beira da piscina, levando um guarda-chuva.

Pouco depois, Alice se juntou a mim.

- Qual o problema?

- Nada ué, só cansei de jogar.

- Te conheço, pentelho, foi o que o Danilo respondeu que te deixou assim?

- Hã? Do que você tá falando? – me passei por desentendido.

- Corta a merda, Lucas, eu sei.

- Sabe do que?

- Lucas – ela falou, me olhando nos olhos – Eu sei.

Não tive coragem de responder nada, por isso, só ficamos em silêncio, vendo a chuva cair.

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Comentários

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Muito interessante, não desista do seu conto, vou acompanhar agora. :)

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Gostei muito do conto nunca vi ele aqui nao

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Não conhecia esse conto. Acho que vou gostar!

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Mdsss Q tudo esse teu conto, volta loogooo!!!!

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Lembro do seu conto. Que bom que voltou, pois gostava dessa historia. ;)

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Interessante seu conto. Gostei. Continua por favor. :)

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