O caminho das borboletas. 38

Um conto erótico de MMah
Categoria: Homossexual
Contém 1509 palavras
Data: 12/11/2014 10:30:12

Acordei no dia seguinte por volta das 7:30. Estava morrendo de sono ainda, mas fora de casa é sempre isso. Quando acordei, também não a encontrei na cama. O que me deu um momentâneo desespero, rs... Ouvi vozes e fui andando em direção a cozinha. Ela conversava com minha sogra e quando me viu, abriu um sorriso enorme. Me abraçou e disse:

Ela: Bom dia, meu amor.

Eu: Bom dia, mozao. Bom dia, Célia.

Sogra: Bom dia, minha genra.

Acordo abusada pela manhã.

Ela: Ainda tá com sono?

Eu: Fiz cara de sim.

Ela: Rs... Vem, tá cedo ainda. Vamos pro quarto.

Eu com manha e de biquinho: Mas vc vai ficar comigo?

Ela: Vou sim, princesa.

Ela deitou e estendeu o braço. Me aninhei e estava quase dormindo, quando minha sogra chega, pegando mo meu pé.

Sogra: Hey, bora acordar.

Eu nem respondi. Me sacodi apenas, e apertei Ci contra meu corpo. Minha sogra sentou e elas começaram a conversar. Ci mexia no meu cabelo.

Sogra: A Mah dorme de boca aberta.

Eu estava quase dormindo, mas ouvi e cai na risada, rs...

Ci: Dorme sim. Mas é a coisa mais fofa do mundo. E eu amoooo demais.

Eu: Amor, vc ronca como um caminhão, rs...

Sogra: kkkkkkkkkkk

Ci: rs... - sem graça

Ci: Amor, eu estava com o nariz entupido - papo furado, gnt. Ela ronca de todo jeito.

Eu: Hummmmm... Sei.

Sogra: Bom, eu vou a feira.

Ci: Tbm vou, mãe.

Eu: E eu vou ficar só?

Ci: Rs... Sua cunhada tá em casa, princesa. Te faz companhia.

Eu: Não. Eu vou.

Levantei, fui ao banheiro, tomei banho e me vesti. Fomos tomar café da manhã.

Ci fez meu leitinho e preparou um pãozinho com queijo. Perguntei se ela não iria comer comigo, e ela disse que estava sem fome. Estranhei, porque Ci come bastante. Ela não é gorda, mas também não sei pra onde vai aquela comida toda.

Ci pediu pra mãe dela ficar, e convocou a irmã pra ir.

Descemos, chegamos na Av. principal e o tempo todo estávamos de mãos dadas. Muita gente olhava. Se já não era comum uma branquela com cara de patricinha ali, uma branquela com cara de patricinha lésbica então, era pior.

Chegamos a feira e as pessoas continuavam a olhar. Ci ficou escolhendo umas frutas e eu conversava com minha cunhada. Ela falava da escola - tem 17 anos -, do namorado, da igreja - todos eles são assembleanos tradicionais. Eu ouvia tudo atentamente, mas também estava de olho em Ci. Compramos tudo e deixamos guardado lá. Já que estávamos ali perto, Ci quis visitar sua melhor amiga de infância, a Valquíria. Subimos um pouco e Ci me mostrou sua antiga casa.

Ela só morou com a mãe na primeira infância. Depois foi morar com os avós. Era uma casinha amarela. Me mostrou com os olhos marejados. Quando ela tinha 12 anos, numa noite invadiram a casa e assassinaram o vô. Nunca entro muito nesses detalhes, porque ela fica sempre muito triste.

A casa da Val era próximo dali. Chegamos, e ela bateu palmas. Uma senhora morena e gorda olhou pela janela. Era a mãe da Val.

Mãe da val: Mas eu não acredito. Olha quem tá aqui. Menina, achei que nunca mais ia te ver.

Ci soltou minha mão. Fiquei cabreira.

Ela: Tudo bem com a senhora?

Mãe da val: Tudo indo filha, na santa paz de Deus - assembleana também. A val tá dormindo. Vou acordar aquela safada.

Ela se retirou e ficamos sentadas na varanda.

Ci: Amor, me desculpa. Mas é que a mãe da Val é bem preconceituosa. E a Val também é lésbica. Não quero causar problema pra ela.

Eu: Tudo bem, relaxa.

Olhei e vejo uma moça morena, de cabelos cacheados e curtos. Ela é mais magra e mais alta que Ci. E parecia tímida.

Ci sussurrando: Val, essa é minha namorada. Mah, essa é a Val, minha melhor amiga.

Estendi o braço, sorri e disse: Muito prazer, Val.

Ci sussurrando: Ela não é linda? Rs...

Elas riram.

Val: Tô namorando também. Mas a velha ainda não sabe.

Ci: Por isso apresentei a Mah apenas como minha amiga.

Val: Ela continua do mesmo jeito, Ci. Essa coisa de igreja é complicado.

Ci: Sei bem, Val. Mas relaxa, olha minha mãe.

Val: Verdade, por sinal, como ela reagiu?

Ci: Val, primeiro foi um choque. Depois ela conheceu a Mah e agora é minha genra pra cá, minha genra pra lá, rs...

Demos risada.

Ci: Val, agora eu vou indo porque a branquela não pode tomar muito sol. Passa lá em casa mais tarde. Vou fazer Pizza.

Val: Passo, passo sim. Tudo certo.

Nos despedimos, e quando estávamos indo à feira para pegar as coisas, Ci viu a antiga escola dela.

Ci: Mah, vamos ver se encontro uma pessoa ali. Era a senhora da merenda. Eu a adorava.

Fomos andando e havia uma senhora passando pela frente do portão.

Ci: Moça, a dona fulana ainda trabalha aqui?

Moça: Trabalha sim, filha. Mas está de licença.

Ci: Ah, tá bom então. A senhora lembra de mim?

Moça: E quem é que não lembra de você, criatura? Tu tocava o terror nessa escola.

Ci: kkkkkkkkkk

Ficamos rindo um pouco e elas se despediram.

Voltamos para a feira, pegamos as coisas e seguimos pra casa. Ci queria que eu preparasse uma sobremesa de frutas gelatinadas. Ela ia deixar as coisas prontas pra fazer a pizza mais tarde, o almoço já estava pronto. Então fui tomar um banho e minha cunhada me ajudou a cortar as frutas. Conversamos bastante. Minha sogra contava histórias dela na infância. Rimos bastante. Almoçamos e fomos deitar um pouco. Minha sogra também foi pro quarto dela e a cunhada foi para a igreja. Deitamos e ficamos trocando carinho.

Ci: Obrigada.

Eu: Pelo que?

Ela: Por tudo. Por estar aqui, por fazer isso ser tão perfeito. Nunca pensei em apresentar ninguém pra minha família, muito menos assumir minha homossexualidade. Minha mãe falou de você hoje pela manhã. Disse que te achou muito linda, educada e sem frescuras, rs...

Eu: Ha. Ha. Ha.

Ela: Rs... Sério. Ela gostou muito de você.

Eu: Também gostei muito dela e de todos.

Ficamos nos beijando um pouco e ela acabou dormindo. Por volta das 15h a Val chegou. Ci levantou e foi abrir o portão pra ela. Eu a cumprimentei e fui tomar um banho. Minha sogra acordou e se juntou a elas.

Sai do banho e fui para o quarto. Terminei de me arrumar, coloquei perfume e sentei na frente de casa. Dava pra ver tudo lá de cima, e ainda tinha casas mais altas que a da minha sogra. Subi no murinho e me sentei. Fiquei pensando em tudo que estava vivendo até ali, no quanto eu amava aquela menina. Mas também sabia que dentro de poucos dias eu estaria em casa novamente, e ela em São Paulo. Me bateu uma tristeza e escorreram umas lágrimas. Minha sogra abriu o portão.

Sogra: Minha genra, tá chorando?

Eu: Não, não, Célia. Estou bem.

Ela se aproximou, se apoiou no muro e disse: Está com ciúmes daquelas duas fazendo pizza lá dentro?

Eu: Rs... Não. A Val tem namorada e eu confio na Ci.

Ela: E o que houve com você? Não gostou daqui? Nós somos pobres, filha. Aqui não é o lugar mais lindo do mundo.

Eu segurei no seu braço, ela olhava bem o contraste das nossas cores. Eu era - sou - uma branquela desbotada e ela uma negra legítima.

Eu: Célia, já fui a muitos lugares nesse mundo. Já conheci outros países, conheci pessoas com muito dinheiro, inclusive, já dividimos até a mesma mesa. Mas vou ser sincera com a senhora, nunca me senti tão bem num lugar, como estou aqui.

Ela encheu os olhos de lágrimas e apertou meu braço. Coloquei a mão no seu ombro e ela continuou falando.

Sogra: E por que está com essa cara triste, filha?

Eu: Daqui a alguns dias, Ci irá embora. Não sei como ficarei. Eu amo sua filha, Célia. Amo mesmo. Não vim aqui para brincar com ela. Se permiti que ela me apresentasse, é porque realmente a amo.

Ela: Eu sei. Vejo nos seus olhos o quanto você a ama. Vejo que você cuida bem dela, e isso me tranquiliza.

Ficamos conversando um pouco mais e do nada, Ci e Val saem correndo de casa, com os rostos sujos de farinha. Val ainda tinha uma porção nas mãos e Ci tentou se proteger em mim. Mas eu estava em cima do murinho ainda. E quase caí viela abaixo.

Sogra: Você tá doida, Ci? Quer matar a menina? Já pensou se ela escorrega e cai desse muro?

Ci arregalou os olhos e virou pra mim: Tá tudo bem, amor?

Eu: Rs... Tá sim, mozao. Tá tudo bem sim.

Ela: Ufa! Se você chegar em casa com um arranhão, sua mãe me mata, rs...

Rimos mais e voltamos pra cozinha. Mais tarde tinha pizza e pra minha surpresa, um visitante indesejado. Quem adivinha? Valendo dedicação do próximo conto, rs...

Bjoos e queijos.

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Comentários

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Algum (a) ex kkkk o vini seria de mais mais eu não duvido mais de nada nesses contos

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Tua mae ou o vini.

Rsrs

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Algo me.diz que o namorado da sua cunhada é o Vini.

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