Olá povo lindo.
Não pretendia mais escrever hoje, mas me bateu uma insônia master, e acordo amanhã cedo. Vai ser um problema, tô até vendo. Mas vou adiantar nosso último dia em PE.
Acordamos cedo. Era por volta das 8h. Ela levantou e eu a segui. Fizemos nossa higiene e fomos tomar café. O notebook da minha cunhada estava na mesa, e perguntei se poderia usar. Ela autorizou e abri meu face. Minha sogra chegou e ficou comigo. Mostrei umas fotos pra ela e me lembrei de algo. Cliquei na barrinha de pesquisa e digitei: Rejane. O Face localizou e eu abri.
Sogra: Quem é?
Eu: Sua ex-genra.
Sogra: Isso?
Eu: Pra senhora ver. Levante as mãos pro céu, rs...
Ci: Mas é convencida.
Eu: Hahahaha. Eu sei meu valor, gata. - Mandei um beijo.
Sogra: Olhe, se vc inventar de trazer outra aqui, eu não aceito, viu?
Ci: Mãeeee.
Eu: Hahahahaa isso aí, sogrinha. Bote pra correr mesmo.
Ficamos rindo e eu fui pro quarto. Sentei na cama e comecei a arrumar as coisas. Ela entrou no quarto e eu estava chorando.
Ela: Não faz assim. Vc me corta o coração desse jeito.
Eu: Tá tudo bem. Sério.
Ela beijou minha testa e saiu.
Arrumei tudo e fui tomar banho. Estava tudo pronto, e às 11h saímos de casa. Me despedi dos meus cunhados. Minha sogra e o padrasto de Ci iam até a rodoviária conosco. Descemos até a Av. principal e pegamos um ônibus. Minha sogra sentou do meu lado, mas logo Ci fez questão da cadeira.
Ci: Bora, mãe. Deixa eu curtir a Mah um pouco mais.
Descemos e pegamos o metrô. Tiramos uma foto na estação e seguimos para a rodoviária. Ci veio o caminho inteiro junto de mim. Ela não estava muito falante. Eu muito menos. Chegamos na rodoviária e compramos nossa passagem para às 14h.
Sentamos, e minha sogra tagarelando o tempo todo. Ci e eu quase não falávamos. Quando deu 13:30 falei que iria ao banheiro, e perguntei se ela queria algo pra comer ou tomar. Ela quis uma cerveja. No banheiro me olhei bem no espelho e cai no choro. Quando me acalmei, lavei as mãos e sai. Passei numa lanchonete e comprei uma Skol pra ela. Como não bebo cerveja Pilsen, nem notei que não tava gelada direito. Até hoje ela fala disso: "você me trouxe cerveja quente lá em Recife", rs...
Faltavam 15min e fomos pra plataforma. Minha sogra só voltaria a nos ver em abril. Eu não tinha coragem de voltar lá sem ela. Não por falta de convite, mas porque nossa história tava em todo lugar naquela casa. Abracei a sogra chorando. Ela também chorou muito e abraçou Ci.
Ci: Te amooo, mãe. Em abril tô de volta.
Deixamos minha sogra e o esposo dela lá, e entramos no ônibus. Eu chorava muito. Quando sentamos, ela estendeu o braço e eu reclinei no ombro dela. Entrou um rapaz gay e logo Ci fez amizade. Ficaram conversando e rindo. Eu dava risinhos, mas não tinha vontade de nada. Depois todos ficamos em silêncio, boa parte do trajeto. Coloquei os fones, um no meu ouvido, outro no dela. Estava tocando uma música que ela me mandou no início do nosso namoro. Era do Sampa Crew - Amor virtual.
Como é que eu pude assim
Gostar de alguém
Que sou vejo de longe
E nunca beijei
Foi como uma luz
Forte atração
Foi como ver o sol
Em plena escuridão
Me deixa ver você
Liga o computador
Me diz onde te encontrar
Que eu já vou
Me deixa ver você
Dançar de novo pra mim
Vem cá, quero te conhecer
Deixa eu beijar você
Deixa eu abraçar você
Meu amor virtual
Quero sentir teu prazer
De um jeito natural
Meu amor virtual
...
Chorei bastante. A música dizia muito sobre nós, sobre nossa história. Historia de um amor virtual, que agora havia se tornado real.
Quando chegamos ao meu estado. Ainda restava outro ônibus até a minha cidade. Ela deveria ir pra casa da vó, em outra cidade, diferente da minha. Mas resolveu ir comigo e dormir na casa de uma tia, que morava na mesma que eu. Chegamos era 17:02, ou seja, lá se foi o ônibus das 17h. Iríamos ter que esperar o próximo, às 18h. Subimos pro andar superior da rodoviária e ficamos conversando e olhando o pôr-do-sol. A hora até que passou rápido, por mais que eu quisesse que o tempo parasse. Entramos no ônibus em silêncio. Mas eu estava mais falante.
Eu: Amor, amanhã irei levar vó ao médico. Provavelmente viaje pra sua cidade na terça a tarde.
Ela: Sem problemas, amor. Mas vá. Preciso de vc esses últimos dias. Sei que vc não vai poder dormir na minha casa, mas pelo menos te terei por perto.
Viemos o resto do caminho em silêncio. Ela estava de olhos fechados e eu sentia a brisa fria no rosto. O meu celular começou a tocar e quando olhei era o número da minha sogra.
Ci: Ela deve tá preocupada. Quando chegarmos, vc liga.
Era noite já, a lua tava linda. Fiquei olhando e pensando em tudo. Chorava em silêncio. Chegamos na minha cidade, e quando descemos ela disse: Antes de nos desperdirmos, vamos comer algo numa lanchonete.
Eu: Vamos sim.
Seguimos até uma e sentamos. A garçonete veio, nos trouxe um cardápio e disse que quando escolhessemos, era só chamar. Ci pegou o cardápio e eu fiquei esperando. Meu celular voltou a tocar e era minha sogra.
Eu: Oi sogrinha. Já chegamos. Não se preocupa.
Cunhada: Mah, sou eu. Tua sogra tá arrumando a mala.
Eu: O que houve?Eu: OK.
Desligamos.
Ci: O que foi?
Eu: Seu pai morreuGente, eu fiquei tão sem chão que nem preparei a notícia. Saiu na lata, desse jeito. Até hoje ela conta para os nossos amigos e implora pra que um dia, caso aconteça algo, ninguém NUNCA peça pra eu dizer a ela, porque é capaz de ter 2 velórios, rsLevantei rapidamente da mesa, e ela continuava sentada, me olhando.
Eu: Meu... Como assim ele morreu? Vou embora.
Ci não entendia nada.
Eu: Vou tomar banho. O que você vai fazer?
Ela: Nada ué.
Eu: Meu, seu pai morreu.
Ela: Tá, Mah.
Eu: Cancela tudo. Eu vou embora.
Ela: Pra onde?
Eu: Pra casa.
Ela: Tá certo então.
Ela me olhava assustada.
Gente, eu fiquei desnosteada. Não dizia nada com nada. Ci não tava dando a mínima. Ela e o pai nunca se deram. Por ela, teríamos continuado ali e feito o pedido normalmente. Mas eu fiquei destrambelhada, rs... Nos despedimos e fui pra casa. Queria muito ficar com ela, mas ela iria se ocupar pra resolver toda a burocracia, e no dia seguinte, eu levaria a vó pra consulta cedinho. Mais tarde liguei e uma mulher atendeu o telefone dela.
Mulher: Alô!
Eu: Ci?
Ela: É a tia dela.
Eu: Ah OK. Por favor, diga a ela que retorne pra esse número, quando pude.
Ela: Digo sim.
Desligamos e quase 22h ela deu notícias.
Eu: Oi.
Ela: Oi amor.
Eu: Como vc tá?
Ela: Tô de boa. Vc sabe que não nos dávamos bem
Eu: Sei sim.
Ela: Meu... mas tu também é de lascar. Aquilo é jeito de dar uma notícia? Rs...
Eu: Desculpa, amor. Fiquei sem chão.
Ela: Vc é doida, rs...
Eu: Rs... Mas vc me ama.
Ela: Isso é verdade. Amor, agora vou desligar pra resolver mais algumas coisas. E amanhã você acorda cedo.
Eu: Tá bom. Passo aí, quando chegar.
Ela: Tá bom então. Te amooo. Bjoo
Eu: Também te amoooo. Bjoooo
Por hoje é isso, galera. Assim que der, respondo todos os comentários. Obrigada por continuarem lendo.
Beijos e queijos