Cap.18
Olhei pra Cadu, ele me olhava. Pensávamos na mesma coisa, eu tinha certeza.
- Você tem certeza que o nome dele é Edward ?- ele balançou a cabeça concordando.
- Ele é muito mal, já me bateu muitas vezes, e deixa a gente com fome, por favor, não me manda de volta pra lá- ele correu e abraçou minhas pernas.
- Eu não vou mandar você pra lá, prometo- peguei ele no colo e limpei as lágrimas que saiam do seu rosto.
TEMPO DEPOIS
Arrumei um lugar aonde ele pudesse dormir, com a ajuda de Cadu.
- Nós temos que avisar alguém, a polícia por exemplo.
- Você acha ?
- Claro, você não viu a cara de medo dele, a gente não pode deixar mais crianças serem maltratadas, minha consciência ficaria pesada se eu não fizesse nada- logo terminamos de arrumar a caminha pro garoto- eu vou levar o garoto na cidade, pra comprar algumas coisas para ele usar, pelo menos, e passo na delegacia. Fica de olho amor- dei um selinho nele, e em seguida peguei Rodrigo, e coloquei no carro.
- Aonde você vai me levar ?- ele me olhou assustado, enquanto eu afivelava seu cinto.
- Calma. Eu vou te levar na cidade, pra comprar algumas coisas pra você, imagino que você não tenha roupas e nem sapatos, então, vamos comprar- e então aquele olhar tenso sumiu e deu lugar a um olhar alegre- olha, você não acha que a gente precisa avisar alguém sobre o que acontece naquele lugar ?- ele concordou com a cabeça- então a gente vai na polícia, pra eles darem um jeito, mas não fica com medo, eles não vão fazer nada de mal com você, ok ?- ele tremeu quando minha mão tocou seu rosto. Nosso contraste de pele era interessante. Sentia meu coração bater mais forte, um sentimento novo tomava conta de mim.
TEMPO DEPOIS
Ao entrarmos na loja, ele se mostrou extremamente tímido. Como ele era fofo ! Peguei novamente ele no colo, e começamos a andar pela loja.
- Você gostou desse ?- negou com a cabeça- e daquele ?- novamente veio a negativa- nossa, então do que você gostou ?- ele olhou ao redor, e viu uma camisa do Bob Esponja- você gostou daquela ?- concordou com a cabeça- então vamos levar- ainda escolhemos mais umas cinco camisas, alguns shorts e umas calças, uns quatro sapatos, 2 chinelos e pronto. Ele estava feliz. Saímos do shopping com um monte de sacolas- gostou das compras ???-perguntei, enquanto colocava ele no banco de trás ?
- Sim
- Ótimo. Então agora a gente vai naquele lugar que eu te falei
- Ok
TEMPO DEPOIS
Ao chegar lá, ele contou tudo ao delegado.
- Ele começou pegando a gente nas ruas, dizendo que daria tudo o que quiséssemos, e ai eu fui. Mas chegando lá foi diferente. Ele obrigou a gente a trabalhar pra ele, bateu muitas vezes na gente, eu não gosto nem de lembrar- limpou seus olhos, que escorriam lágrimas.
- E como você encontrou esse homem ?- falou, olhando pra mim
- Eu consegui fugir e sai correndo. Cheguei no sítio deles, que é perto de lá. Eles me deram comida e um me deixaram dormir lá.
- Foi assim mesmo que aconteceu ?- perguntou novamente o delegado
- Sim- falei
- Então iremos no local que você indicou agora, averiguar a acusação. Você pode ficar com ele, até que o conselho tutelar decida o que fazer- falou, olhando pra mim
- Ok
HORAS DEPOIS
Estávamos nós três fazendo o almoço.
- Vai, deixa eu ajudar também ?- o garoto dizia, me olhando com aquela cara de pidão.
- Não, você vai se cortar- falei
- Deixa eu ralar a cenoura então ?- depois de muita insistência, deixei.
- Tá bom vai, pega- dei o ralador, a vasilha e as cenouras pra ele- rala direitinho e cuidado pra não se machucar.
- Tá bom tio- lá foi ele todo animado pra mesa, "ajudar" a fazer o almoço. Vi Cadu se aproximar.
- Bonito né, você vai embora e me deixa aqui sozinho fazendo o almoço- ele veio, me abraçou por trás e tascou-lhe um beijo no meu pescoço, o suficiente pra me arrepiar por inteiro
- Desculpa morzão, eu estava procurando aquele macaquinho que ficava por aqui, lembra dele ?
- O Spike ? Lembro. Achou ?
- Não- ele beijou meu rosto e foi temperar a carne-e cadê o garoto ?
- Tá ali, ajudando a fazer o almoço disk- sorrimos, vendo ele ralar com certa dificuldade as cenouras, mas estava conseguindo.
- Você acha que está na hora ?
- Do que ?
- Ter um filho- olhei pra ele, confuso.
- Como assim ?
- Sei lá, você não pensou em adota-lo- respirei fundo
- Ah, eu até pensei. Mas, você não acha que a gente é muito novo pra isso.
- E daí ? A gente pode criar ele com muito amor e carinho, igual criaram a gente- ele me deu um selinho apaixonado, e continuamos olhando pra ele.
- Então você quer ser pai ?- perguntei
- Desde que o outro seja você-ficamos o observando por alguns segundos.
TEMPO DEPOIS
Deitado na cama, refleti bastante sobre o que ele tinha dito. Não tinha como negar que éramos novos, afinal, nem o colegial tínhamos terminados ainda. Mas eu sentia algo diferente dentro de mim, algo que me comovia e me levava a outro mundo, um mundo mais humano, amoroso, e paterno. Eu já tinha criado um vínculo com aquela pequena alma, carente mas cheia de amor pra dar. Logo ouvi o telefone tocar. Peguei, e era um número desconhecido. Atendi.
- Alô ?
- Oi, aqui quem fala é o delegado. Nós averiguamos aquela denúncia e descobrimos que ela era verdadeira. Prendemos um homem de mesmo nome e características que batem com as citadas pela criança. Você e ele podem vir aqui reconhece-la ?- espantei me e de reoente levantei.
- Claro que sim delegado, já estamos indo- nos arrumamos e imediatamente saímos.
TEMPO DEPOIS
Ao chegar lá, tinha um batalhão de jornalistas. Passamos lentamente por eles e entramos na delegacia. Mais alguns minutos andando, e chegamos a sala.
- O suspeito não pode ver vocês, podem observar a vontade- peguei Rodrigo no colo e ele olhou de baixo pra cima. Ao chegar no rosto, se assustou,
- É ele, é ele, eu tenho certeza- ele falou, em seguida escondendo o rosto no meu ombro.
- Eh ele mesmo ?- perguntei a ele
-Sim, eh ele que me batia- falou, abafado pela camisa.
- Iremos chamar as outras crianças pra reconhecer- até então, não havia olhado pro suspeito. Ao olhar, tremi
Continua
Gostaram ????? Gente, muito obrigado pelos comentários. Eh isso mesmo, meu celular foi roubado, portanto vou diminuir o ritmo das postagens. Amo vocês, beijos