Aquilo me fez subir, eu me sentia em outro plano, não sentia meus pés no chão, meu corpo ficou frio, minha boca seca, (típicos sintomas de ansiedade quando recebemos uma noticia ruim, vcs conhecem muito bem!) meu estômago revirava... Derrubei o copo...
Minha avó vira: Dan?
Eu começo a passar mal, suava frio, me sentia fraco...
Ele: Dan, amor o que está acontecendo?
Eu: ...
Ele: Dan? – Estala os dedos na frente do meu rosto. – O olho e logo depois para o vazio, não entendia, não respondia, era como se não estivesse alí.
Ele pega em meu rosto com as duas mãos: Baby?
Eu olho para os seus olhos, mas era como se não olhasse. – Torno a olhar para o vazio.
De repente não aguento mais ficar em pé, tudo foi ficando escuro, senti meu pai me segurando em seus braços depois mais nada.
Quando acordei estava deitado no sofá, não havia ninguém lá, mas tinha duas receitas encima da mesa, Peguei as receitas e ví que o Médico da família esteve lá, ele havia aumentado minha insulina. Levanto, ainda meio fraco... Ouço uma conversa com minha avó e meu pai:
- Não sei mais o que fazer Mãe, todas as vezes que tento seguir minha vida algo de ruim acontece com ele. Anunciar meu noivado foi aquilo, agora isso?
- Querido vc tem que entender que é a forma como vc faz as coisas, vc o preparou antes?
- Aí é que está... Por que eu tenho que fazer isso? Por que simplesmente o Dan não é como todos os outros garotos da idade dele? Seria muito mais fácil para mim.
Eu sabia que no fundo ele falava também do meu sentimento por ele. Por que eu tinha que ama-lo e não ser normal como todos os outros.
Fui a procura do Jimmy para me levar para casa, então ouvi outro diálogo:
Clear: O Dan é muito problemático, porque simplesmente não deixa o pai dele se casar e pronto? Meu pai é separado e nem por isso fico chorando pelos cantos... Se ele arrumar outra nem ligo.
Jhon: Nem eu – Deu de ombros.
Deles eu já esperava tudo isso, mas agora esperava Jimmy me defender.
Jimmy: Bem, tenho que concordar. O tio Peter é jovem e tem mesmo que encontrar alguém, o Dan tem que entender que o seu pai não pode viver só e exclusivamente para ele até o fim... Ele já sofreu demais com a morte da esposa e agora os problemas dele, agora ele precisa viver sua vida com uma pessoa e a Emily parece ótima.
O Jimmy tinha razão! Meu Deus como pude ser tão egoísta? Meu pai merece ser feliz sim, e eu daria sua felicidade, ele amava a Emily e se ele a amava o mínimo que eu deveria fazer era deixa-lo ser feliz com a pessoa que ele amava, mesmo o amando com toda a minha alma.
Fui para a sala, peguei a insulina e saí. Chamei um Táxi. Cheguei em casa e subi direto para o meu quarto peguei minha bolsa de viagem e enchi de roupa, peguei meu isopor com insulina, meu remédio da anemia, alguns calçados e coloquei tudo na mala.
Vcs devem estar me achando infantil por fazer isto, mas devem entender que eu daria a liberdade dele, eu o deixaria livre, mas não conseguiria ficar para ver, ver outra pessoa o beijando, abraçando, dormindo com ele, recebendo todo o seu amor me mataria. Eu não conseguiria resistir. Daria sua vida com Emily por que é o que mais quer, mas não ficaria para ver, me sacrificaria porque o amo, mas não poderia ficar para ver porque não resistiria, seria demais para mim.
Peguei minha mala, meu cel e disquei um numero...
- Oi?
Eu: Paul? – Chorando – Por favor me ajuda?
- O que aconteceu? Por que vc está chorando?
Eu: Eu preciso sair de casa, vem me pegar de carro? Depois te explico, por favor?
- Tô indo.
Uns 10 min depois o Paul buzina e eu saio com a mala, coloco a mala em seu carro chorando, olho pela ultima vez para minha casa...
Paul: E essa mala?
Eu: Vou fugir de casa, vc foi a única pessoa que me veio a cabeça. A Lisa contaria, o Jimmy claro que também né? A Sam também... Vc é minha última chance. Sai logo daqui, antes que apareça alguém da minha família.
Ele arrancou com o carro.
Paul: Porque vc vai fugir?
Eu: Meu pai vai casar. – Enxuguei minhas lágrimas com a mão.
Paul: E vc não gosta dela.
Eu: É. Isso mesmo! – Claro que não ia contar tudo né gente?
Paul: Ok, te ajudo. Pode ficar lá em casa, meu pai viajou como sempre. Pode ficar o tempo que precisar.
Eu: Obrigado.
Paul: Pode descer, chegamos.
Desci do seu carro, ele tirou minha mala e fui para sua casa.
Narrado por Peter...
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Gente, agora o Peter vai contar sua versão... Como será?
Beijos.