Era um sábado de verão, janeiro para ser mais específico, eu estava chegando na empresa e já vieram me bombardeando de informações. Por mais que fosse início de ano, haviam muitas festas a serem produzidas/cobertas e eu só liguei para informação que achei mais útil:
- O cliente insiste em ter o senhor na festa. – dizia minha secretária.
Bom, eu sou arquiteto por formação, tenho com profissão produção e cobertura de festa/eventos/cerimônias e fotógrafo por hobby. Eu sempre tive uma fissura por capturar certos momentos, paisagens que merecem ser apreciadas mais de uma vez mas nunca fiz curso para tal, sempre aprimorei minhas técnicas ao longo do tempo. Alguns clientes fazem questão que eu seja o fotógrafo dos eventos e por nem sempre eu estar disponível, acabo cobrando mais por ser um “diferencial”. A empresa eu abri com ajuda do meu pai que de início foi meu sócio mas no segundo ano vendeu sua parte e hoje eu a divido com outra pessoa mas isso é para outro momento.
Sempre fui ligado ao mundo da arte, daí a vontade de ir para arquitetura, quis ter um curso, uma formação. Exerci poucas vezes, admito mas me trouxe bastante conhecimento. A propósito, me chamo Rodrigo e hoje tenho 29 anos. Mas nem sempre carreguei essa maturidade comigo...
- Tá bom, me passa o número dele que já acerto os detalhes com ele. – respondi à minha secretária e fui para a minha sala.
Eu me sentia extremamente cansado, já fazia algum tempo que não tirava férias e aquele era mais um ano que se iniciava e eu continuava na mesma rotina. Já fazia dois anos que meu pai havia deixado a empresa passando-a exclusivamente a mim. Aos 22 anos eu já tinha minha independência estabelecida e concretizada, o que o foi sofrível para meus pais, principalmente minha mãe. Mal tive tempo para pensar e a Simone, minha secretária, já entrava na sala com o contato do tal cliente. Agradeci e fiz a ligação. O cliente, eu já havia acertado a festa de aniversário de 20 anos da filha conosco há cinco meses, de última hora (faltava dois dias para a festa) pediu para que eu fotografasse. Eu nunca fotografo só, sempre são dois ou três fotógrafos por evento, depende do tamanho da festa, mas acaba que quando estou participando como “empregado” acabo por registrar os momentos mais importantes. Acabei por aceitar seu pedido, ainda mais porque a minha irmã Clarice era amiga da família, ela conhecia alguma prima da aniversariante.
Chegou o dia da festa e cheguei ao local com uma hora e meia de antecedência, quando se mora em São Paulo toda precaução é pouca. Fui conferir como tava toda a decoração, iluminação... A única parte que ainda terceirizávamos era o buffet e por isso sempre era a minha maior preocupação. E após eu checar tudo, fui para a entrada, a festa era numa casa da família estilo casa de campo, sítio. Bem arborizado. Esperei no jardim e sempre tem aqueles pontuais, que chegam na hora marcada. Como não estava ali para alfinetar ninguém, comecei a trabalhar e fotografar os primeiros convidados, mesmo que a aniversariante ainda tivesse dado às caras por lá. Acho que depois de uns 45 minutos ela resolveu aparecer, Lívia era o nome dela. Ela estava com um vestido branco curto, os trajes todos eram de clores claras, por ser janeiro e tudo mais. Ela me cumprimentou e começou a recepcionar os convidados que não eram poucos até que não demorou muito chegou a conhecida da minha irmã, já havia falado com ela algumas vezes no tempo que eu ainda morava com meus pais.
- Oi, Rodrigo. Tudo bem? – disse ela.
- Tudo sim. Mil perdões mas não posso falar agora porque tem muita foto para tirar.
- Tudo bem, assim que tiver uma folga me procura.
Fiz um sinal de positivo e segui pro meu posto.
Tudo ocorreu muito bem, dei uma pausa na hora que foi servido o buffet e fui para o nosso espaço dar uma relaxada, de uns 20 minutos. Quando voltei a pista de dança já tava mais que liberada e já vi que tinha que voltar ao batente. O pessoal tava bem animado e eu já apontando os flashes para eles quando sinto uma mão agarrar meu braço e me puxar para a pista, quando noto é a amiga da minha irmã. Eu ainda luto para não sair do lugar mas já é tarde demais, alguém já tirava a câmera das minhas mãos e dava para um dos meus assistentes que já ria e aproveitou para fotografar. Como eu já tava na merda e não dispenso uma boa dança, lá estava eu dançando com as garotas, algumas até se aproveitaram um pouco demais. Dancei até demais pra quem tava sem uma gota de álcool no sangue. Sem saber quanto tempo passei ali dançando, disse pra elas que ia tomar algo e realmente fui ao bar e pedi algo sem álcool até que chegou um rapaz ao meu lado, com um sorriso lindo.
- Cansou?
- Um pouco.
- Quer dizer que você dança mais que isso?
- Bem mais.
- Nossa. E por que parou? A companhia não tava boa?
- Elas são animadas mas podia ser melhor.
- Entendo. – disse ele colocando sua taça na mesa e pedindo mais do drink que estava bebendo.
Ele estava todo social, bem forte e não tão alto. Loiro e de um sorriso lindo, pena que notei a marca da aliança do safado.
Quando olhei aquilo perdi todo o tesão e voltei a realidade. Ele ainda tentou puxar mais assunto mas nem dei bola e fui atrás do meu assistente. Antes de conseguir encontrá-lo, o pai da aniversariante me chamou para agradecer por tudo e essas coisas, nossa conversa foi interrompida por um belo rapaz que chegou até ele.
- Oi, seu Silvio. Desculpe interromper mas é que já já estou indo e queria me despedir do senhor.
- Tão cedo. Tudo bem. Ah, Marcel, esse é o Rodrigo. O rapaz que produziu a festa.
Ele nos apresentou e notei mais ainda a beleza dele. Era um pouco maior que eu, tenho 1,84 m, moreno e de uns olhos que beiravam o verde. Dava pra notar que se dedicava à malhação, assim como eu, e se vestia bem.
- O Marcel é um cozinheiro de mão cheia, pena que não realiza serviços de buffet. Com certeza o contrataria. Ui, ia esquecendo que a Benta mandou me chamar. Já volto.
Seu Silvio saiu em disparada e ficamos rindo dele até percebermos que estávamos só nós dois ali. E por mais que eu queria muito saber mais dele, eu tinha que voltar pras fotos.
- Então, se você não se importa eu tenho que voltar a fotografar.
- Ah, tudo bem. Daqui a pouco eu já estou indo também.
- Tá, prazer em conhecer.
- Prazer.
Apertei a mão dele mais uma vez e finalmente encontrei o Alan, meu assistente.
A festa ainda ia demorar um pouco pra terminar mas eu não ficaria até o fim, onze horas eu já estava saindo quando Seu Silvio voltou a me chamar e avisou que fazia questão que eu jantasse com ele, a esposa e uns irmãos dele. Disse que esse pessoal mais velho já tinha cansado da festa. Eu ri um pouco e disse que ia assim que desse. Acabou que eu me atrasei um pouco, muito na verdade e fui ao restaurante que nem conhecia só para me desculpar e agradecer o convite. O local já estava quase vazio, só estavam eles lá de saída. Seu Silvio disse que estava tudo bem e fez questão que eu comesse algo mas fiquei sem graça porque estavam fechando, mas ele que já era conhecido do local, possuía certo respeito ali e ele me deixou sozinho na mesa com a ordem de que me fosse servido algo. Morto de vergonha fiquei ali esperando quando veio o maitre e disse que eles não tinham mais quase nada do cardápio disponível e ele ia falar mais alguma coisa quando foi interrompido por alguém que segurou seu ombro e disse que resolveria, quando olho atentamente, era o Marcel. Fiquei mais nervoso e senti uma sensação de alívio, bem antagônico mesmo.
- Você por aqui? – perguntou ele e sentando.
- Pois é. Obra do Seu Silvio.
- Ele é uma graça.
- Então, não precisa se preocupar. Só fiquei por insistência dele. Vocês já estão fechando...
- Que isso, não irei fazer essa desfeita. Aceita tomar algo comigo enquanto eu resolvo o que vamos comer. Tá bem?
Ele nem esperou minha resposta e foi em direção À cozinha e sim, ele disse “vamos comer”. Não demorou muito ele voltou com champanhe e nos serviu.
- Então você é produtor!? – disse já sentando.
- Digamos que sim. Também sou arquiteto mas não trabalho na área.
- Sério!? Que legal, você é bem versátil
Tentei não levar pro lado pervertido da coisa mas foi inevitável.
- Digamos que sim. Mas nem sempre.
- Entendo – disse ele dando um pequeno sorriso. – Deixa só eles terminarem de arrumar a cozinha e já resolvo o problema da nossa fome. Hoje você vai comer bem.
Aquele cara tava realmente mexendo comigo. Depois de meia hora conversando ele disse que a cozinha estava livre e perguntou se eu não me importava em acompanhar ele até lá. No meio tempo em que conversamos, descobri que ele era chef de cozinha, o restaurante era um presente do avô, ele tinha 24 anos.
Fomos até a cozinha e ela estava só um pouco arrumada, ele me disse que terceirava o serviço de limpeza, seus funcionários só limpavam o básico. Ele achava que assim aumentava a produtividade deles, achei interessante. Ele ficou um tempo olhando para aquilo tudo e percebi que dali não sairia nada. Ele me chamou para um tal canto e tinha uma escada caracol pediu que eu subisse com ele e lá tinha uma cozinha e o que parecia uma sala, quase um apê pois também tinha banheiro.
- Aqui eu uso às vezes para ter algum processo criativo, inovar o menu. Sempre tem algo na geladeira.
- Nossa, aqui é bem bonito.
- Valeu.
Ele me serviu mais champanhe e pediu licença para fazer algo. Eu via televisão mas de vez em quando observava ele cozinhando. Quando terminou ele sentou ao meu lado no sofá.
- Agora é só esperar. – ele havia colocado algo no forno.
Prestamos atenção a algo que passava na TV, acho que era Altas Horas e por acaso uns minutos depois o papo era sexo. E algum jovem perguntou sobre o tamanho do pênis incomodar a vagina e tal, só sei que o Marcel soltou um risinho.
- O que foi? – perguntei.
- Nada, acho essas perguntas engraçadas.
- Engraçadas ou desconcertantes?
- Não fico desconcertado.
- Nem com isso. – disse passando a mão na coxa dele.
- Não. – disse ele pousando a mão dele sobre a minha e fazendo eu apertar a aquele pedaço de músculo.
Feito isso ele me puxou pra um beijo e foi pegando na minha cintura, nós dois de lado naquele sofá um sugando o outro. As mãos deles eram firmes e grandes, minha cintura sentiu o peso dela enquanto a outra segurava minha nuca e conduzia nosso beijo que durou bastante até ele me puxar pela cintura e me levou até a cozinha aos beijos, desligou o forno e voltou me empurrando para o sofá.
Eu costumo ser bem flexível na cama, topo de tudo mas naquela hora eu tava com tesão em comer ele e tava torcendo para que ele cedesse, não gosto de forçar ou impor nada, se ele fosse ativo eu que não iria perder a oportunidade de dar pra ele. Mas pra minha surpresa ele me jogou sentado no sofá, tirou a camisa e sentou no meu colo. Se eu não estivesse de jeans com certeza o teria penetrado rasgando a roupa. Ele sentou me olhando e rindo com uma cara que fez meu nível de testosterona chegar no limite, ele me deu um beijo mais calmo porém ainda intenso, conduziu minhas mãos até suas costas as quais alisei e quando ele foi com sua boca em direção meu pescoço o arranhei por inteiro lhe arrancando o primeiro gemido forte, de macho. Como eu não tava pra brincadeira, coloquei minhas mãos em sua cintura e as apertei e falei em seu ouvido: rebola.
Ele apoiou as mãos na parede atrás da gente, voltou seu olhar pro meu e começou a dançar sobre o meu colo, nem olhava pro seu movimento, apenas o sentia e estava hipnotizado por seu olhar e ainda rebolando ele desabotoava minha camisa e ao deixar meu peito nu, o segurou e sentou em mim com mais força. O beijei com mais intensidade ainda colando nossos peitos, beijei seu pescoço e ousei morder arrancando mais gemidos, cainhei até seu mamilo direito e o chupei provocando um tremor nele que fez ele segurar minha cabeça, fazendo eu olhar pra ele que estava sorrindo.
- Seu puto. – e voltou a me beijar.
Concentrei em tirar a sua calça quando ambos ouvimos barulho vindo da cozinha do restaurante e arrancar um “droga” do Marcel.