Calouro duas vezes - Parte 2

Um conto erótico de Deco
Categoria: Homossexual
Contém 913 palavras
Data: 21/12/2014 23:43:19

O homem que sorria com os olhos seria meu... e eu, sem saber, já era dele.

Retornei às aulas em julho de 2014, iniciando o meu terceiro semestre de Medicina. A partir daí, reorganizei a minha rotina para que eu pudesse ser capaz de cumprir as novas obrigações com a monitoria de anatomia.

Na última semana do mês, tudo já estava preparado para o primeiro contato dos calouros - que aconteceria na semana seguinte - com os cadáveres, as peças e o conteúdo teórico da disciplina. Eu estava animado com o que vinha acontecendo na minha vida: novas responsabilidades e... chances?! Sim, talvez o destino tivesse concedido chances que pareciam ter se extinguido a mim.

Havia enfim chegado a primeira quarta-feira de agosto de 2014, o dia em que os monitores de anatomia receberiam - durante todo o dia - os calouros, que viriam distribuídos em quatro grupos de 25, por sorteio. Durante a manhã, o trabalho realizado com os dois primeiros grupos fora um sucesso; os alunos revelaram-se animados com a nova matéria e comprometidos a demonstrar o respeito que lhes é requerido diante dos seus principais instrumentos de estudo (que não são instrumentos quaisquer): os cadáveres. O quanto os estudantes tiveram de admiração e surpresa, deverão ter de respeito, cuidado e técnica ao lidar com aquilo que, um dia, também vivera. Eles não são simples bonecos de plástico, mas cabeças que já pensaram; pernas que, no passado, andaram; braços que, certas vezes, abraçaram; corações que, de fato, bateram mais forte quando alguém amaram. E foi assim que encerramos o trabalho da manhã com aqueles 50 pares de olhos ávidos pelas próximas quartas-feiras. Só me faltava mesmo um certo par que sorria.

Às 13:30 em ponto, iniciamos o trabalho com mais 25 "bixos" e tudo ocorrera de modo parecido ao dos anteriores. Mas eu ainda não tinha visto a obra-prima de um certo arquiteto italiano. Finalmente, às 15:30, a última turma do dia entrara no laboratório de anatomia. Os últimos 25 calouros distribuíram-se pelas bancadas de estudo de modo também determinado por sorteio.

Maldita era a lei de Murphy! Tinha que ser justamente a última turma?! Bom, antes tarde do que nunca!

De longe, eu já o havia visto; desde quando passara pela porta. Logo ali, na minha frente, estava o homem que sorria com os olhos. Cumprimentamo-nos de modo bem discreto. Todos se acomodaram nas suas devidas bancadas e ele, o Davi, estava na bancada a minha esquerda. Ah, o Davi! Como pode haver no mundo "algo" tão perfeito?!

Conforme o método de ensino da faculdade, os estudantes devem passar por todas as bancadas. Visto que o Davi estava na bancada logo à esquerda da minha, eu já sabia que ele e o seu grupo passariam por mim no final da aula, por volta das 17:30. "PQP... esse Murphy me persegue!" Pensei, mais ansioso ainda.

O momento mais esperado do dia enfim havia chegado. O grupo acomodou-se na minha bancada de estudos e logo o cumprimentei, parabenizando-o pela aprovação no vestibular tão concorrido. Tudo correu bem e enfim terminamos a aula. Às 17:35, quase todos já haviam saído do laboratório, exceto o professor, os monitores e... sim, o Davi! Ele ainda estava na última bancada admirando algumas peças, parecendo inquieto. Subitamente o abordei:

Eu: - E então, Davi, ficou alguma dúvida sobre a aula?

Davi: - E aí, cara! Não, não. Desculpa a demora, é que fiquei admirado com esse coração. Já havia esquecido como eram as peças daqui, porque eu já tinha me acostumado com as da Federal, que são super antigas.

Eu: - Ah, tudo bem, velho! Essa foi a última turma, então pode ficar à vontade até terminarmos de organizar o laboratório.

Davi: - Obrigado! Mas já estou de saída rsrs. Boa noite, Deco!

Eu: - Boa!

Cinco minutos depois, o professor e nós, monitores, já havíamos acabado de arrumar o local. Saímos, trancamos a porta e cada um seguiu o seu caminho. Precisei ir ao banheiro, e aproveitei que havia um sanitário logo ao lado do laboratório. Entrei com pressa e me direcionei para um dos mictórios.

Enquanto estive ali, ouvi um barulho em uma das cabines que ficavam nos fundos do banheiro. Uma porta abriu repentinamente e um rosto familiar virou-se para mim, pedindo ajuda. Era o Davi, com o nariz ensanguentado e os olhos molhados por lágrimas. De súbito, corri até a pia para lavar as mãos enquanto perguntava a ele o que havia acontecido.

Davi: - Cara, foi uma discussão com um colega meu, depois eu te explico!

Eu: - Eita, velho! Discussãozinha séria essa, né! Quem te fez isso, Davi? (Falei já pegando um kit de Primeiros Socorros que ganhei de presente na minha mochila)

Davi: - Sério, te explico depois!

Eu: - Tudo bem então! (Nesse momento, eu já estava começando a fazer um curativo simples no local)

Terminado o curativo, ficamos um momento imóveis ali na cabine, olhando um nos olhos do outro. De repente, a porta bateu com força e acabei desequilibrando. Caí em cima do Davi que, por sua vez, caiu sentado no vaso sanitário (estava com a tampa fechada). Fiquei sem reação naquele momento: eu estava sentado no colo do homem que eu tanto havia desejado.

Então senti algo duro na sua calça e foi aí que fiquei sem reação mesmo. Naquela cabine apertada, mal tínhamos como nos mover e, para a minha surpresa, o Davi fez uma coisa que me deixaria de boca aberta caso a minha boca já não estivesse ocupada com outra coisa.

Continua...

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Comentários

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Poxa!! Tinha que parar na melhor parte. Posta logo viu.

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Comecei a ler agora e to doido pela continuação.... Parabéns

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Cara!!!! Comecei a ler agora e to doido pela continuação ja.... Parabéns

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Eu te juro que fico com um odio enorme de no melhor do relato o autor encerrar e deixar a curiosidade agucada a niveis extremos! Nao demore a postar a proxima continuação para ver no que essa paixao platonica (ate agora) vai resultar...

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Ótimo cap. Ansioso para saber o q aconteceu nessa cabine rsrsrs

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Olá, pessoal! Muito obrigado pelos acessos e comentários na primeira parte. Agradeço à jcarlos21br, ale.blm, Geomateus, Willc, Monster, M/A, Peludodf e Lord Ray pela opinião dada. Espero que acompanhem o conto até o final. Abraços!

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