Promessa

Um conto erótico de Escritor da noite
Categoria: Homossexual
Contém 1871 palavras
Data: 22/12/2014 04:01:35

Acordei naquela manhã com os raios do sol batendo exatamente nos meus olhos. Abri-los com muita dificuldade e encarei a cortina que estava mal fechada e a fulminei por um instante, junto a quem a havia deixado daquele jeito. Foi então que percebi que não estava em casa e deixei escapar um leve sorriso -que é quase impossível durante as manhãs, principalmente nos fins de semana, onde já se viu acordar às 10:30 em pleno sábado- ao lembrar-me da noite passada.

Nem percebi que estava passando a mão no lado vazio da cama. Estava sentindo falta de alguém. Fiquei triste naquele momento, pois sabia onde ele estava e o que estava fazendo, e o pior, não podia fazer nada, ainda.

Olhei a minha esquerda visualizando a porta, que dava para o corredor do segundo andar da mansão, na esperança que o Thiago aparecesse com uma bandeja de café da manhã, uma rosa vermelha num pote junto ao restante do breakfast e com um lindo sorriso no rosto que só aquele mulato gostoso sabia dar.

Aliás, deixe-me descrever essa maravilha da natureza: ele tem 1,86 de altura, olhos castanho escuros, cabelo aparadinho, e um corpo que puta que pariu -desculpa, mas não consigo me sugurar- sabe aqueles peitos definidos, perna durinha, coxa mais grossa que tronco de árvore? É ele! Isso tudo somado à melanina que transparece em sua pele é de deixar qualquer hétero, no mínimo, admirado -como diria a marrom: "é só melanina cheirando a paixão"-. E o que falar daquelas beldades chamadas nádegas? Durinhas e fartas, ele deve ter quase 100 cm de quadril. Tudo no Fábio é farto, beleza, força, inteligência nem tanto, mas aquele monstro de 22 cm incrivelmente magnífico me mata toda vez que vamos pra cama.

Depois desse momento de pura ilusão, eu caí na real e fui para o banheiro mee higienizar. Quando voltei, olhei novamente pra porta e aquela cena romanticamente gay me veio à cabeça. Sorri, estava quebrando um recorde pessoal, já era o segundo em menos de meia hora.

Passei pelo corredor enorme tranquilamente e reparei a casa de Thiago. Vi que passei por três portas até chegar à escada, e ainda notei que do outro lado ainda tinham outros quartos, a academia e uma sala que eu não poderia entrar, imagino o que ele tinha colocado lá. Tenho arrepios só de pensar. No andar de baixo havia uma enorme sala de estar, outra de TV, e a cozinha que era delicadamente enorme. Ainda tinha uma varanda, onde estava a hidromassagem e a pequena piscina que faria até o Cesar Cielo ficar cansado -exagero-. Tinha também as àreas de limpeza, que se localizavam depois da cozinha, onde fui preparar meu café, que para minha surpresa estava posto em uma bandeja, tomei um baita susto quando vi. Tinha um bilhete também: "Tive que resolver uma parada, já volto pra você. Não levei o café no quarto pq tava atrasado e tbm pq vc não é nenhuma donzela. kkkkk beijo."

Fiquei tão bobo com o café e, principalmente, com o recado que comecei sorri de orelha a orelha -parecia que tinha fumado um baseado- e quase dei uns pulinhos de alegria, mas me contive achando que pra quem se descobriu agora é muito recente pra fazer isso-retardamento mental, eu sei-.

Peguei meu lanche e fui para a mesa, e fiquei apreciando a paisagem da favela enquanto comia. Até que me lembro que me pergunto que horas eram e simplesmente me desespero por que horas me lembraram o celular, que me lembrou mensagem ou ligação que me fez lembrar da minha mãe. Corri feito um louco fugindo do manicômio para o quarto, como se pudesse evitar alguma coisa, peguei o bendito em cima da escrivaninha, desbloquiei e nem dei bola para as 168 mensagens do whatsapp, incluindo as do meu melhoar amigo Mateus dizendo que minha mãe tinha ligado e ele tinha me acobertado, e da minha ex; e liguei para a fera.

-Alô. Mãe você me ligou?

-Claro né. Onde você tá?

-Na casa do Mateus, desculpa não ter ligado, é que o celular acabou a bateria e também pensei que deveria estar muito cansada -falei apertando os olhos ee torcendo pra que ela acreditasse-.

-Sei. Da próxima vez que for dormir fora já sai avisado. Aliás, se isso se repetir nem vem pra casa por que você sabe a surra que vai tomar.

-Desculpa mãe -fazendo voz manhosa.

-Você vai voltar que horas?

-Mais tarde, vou aproveitar pra fazer trabalho da facul-sim, eu faço engenharia civil, terceiro semestre já.

-Tá bom, vê se faz o trabalho mesmo hein, do jeito que esses seus amigos são é bem capaz de vocês irem namorar. Eu nao quero saber de neto agora, ouviu?

Dei uma gargalhada.

-Entendido coronel. Vou desligar agora mãe. Beijo, te amo.

-Também.

-Gostosa.

-Olha o respeito mocinho.

Desliguei e fiquei deitado na cama enquanto via o zap zap.

Agradeci ao Mateus que me fez um interrogatório e eu desconversei -sou bom nisso, só por msg kkk- e a gente marcou de sair no domingo à noite, coisa pouca, jà que segunda tinha aula. Vi as mensagens do grupo e finalmente a da minha ex:

-" Saudades de um marrentinho por aí sabe, kse você ver ele, avisa que eu existo e que não pq a gente terminou que eu não queira vê-lo. Ainda somos amigos lembra? Beijo. te adoro S2"

Aquilo me fez viajar ao passado:

[4 Meses atrás]

-Como está sua mãe?

-Dona Alice está na flor da idade, mais linda que nunca -disse bastante tenso e ela percebeu.

-Alguma coisa amor?

Fiquei alguns segundos encarando-a tristemente, meus olhos começaram a lacrimejar, Bia ficou encabulada e me disse:

-O que foi amor? -disse me abraçando, eu não consegui retribuir- Pode falar, eu estou aqui pra te apoiar.

Eu chorei.

-Calma, vai ficar tudo bem -ela alisou minhas costas e eu a abracei, não queria mais soltá-la- Ei, ei -saindo dos meus braços e erguendo minha cabeça, olhando carinhosamente meus olhos-. Fala comigo, vamos passar por isso juntos.

-Não vamos.

-Claro que vamos -ainda doce- nós nos prometemos, esqueceu?

Eu a encarei ainda mais triste.

-O que houve? Você está me assustando.

Criei coragem depois de alguns minutos e, olhando pra baixo, revelei:

-Eu quero um tempo.

-Como? Mas, mas... por quê? Tem alguma coisa de errado?

-Não me pergunta isso por favor.

-Como não? Eu descubro da noite pro dia que meu namorado quer me largar e tenho que aceitar sem respauda?

-Não é bem assim...

-Não? -eu estava no centro do quarto dela parado ainda olhando o chão enquanto ela andava de um lado a outro buscando respostas- é alguma coisa comigo? Eu fiquei chata, não te dou mais liberdade, engordei, sei lá...

-Não, não, para de se martirizar-fui até ela- você é perfeita. E era mesmo, linda, loira, corpo escultural, voz suave, simpática, amorosa, não era colenta, enfim ela era o sonho de qualquer garoto- o problema é comigo...

-Então me diz o que é, quem sabe eu possa te ajudar -desesperada-. Você me traiu?

-Não, eu nunca faria isso.

-Não tem problema -atropelando minhas palavras- eu te perdoo, só não me deixa.

-Não torna mais dificil do que já está.

-O que pode ter acontecido então? Você vai se mudar, você fez alguma coisa de errado, você me tra...

-Eu sou gay Bia -disse de uma vez antes que outra suposição saísse da boca dela.

Fiquei parado alguns segundos até a vergonha me dominar, saí correndo do quarto dela sem nem olhar pra trás. Fui para minha casa que ficava a três quarteirões dali, pra minha sorte não tinha ninguém, fui para o quarto e fiz o que não conseguia mais segurar. Voltei a chorar.

Passaram-se duas semanas e o clima entre a gente continuava pesado, eu não conseguia olhá-la e ela também ainda estava magoada com o fim do relacionamento. Até que veio o intervalo, todo mundo saiu e ela veio a mim.

-Oi.

-Oi.

-Tudo bem?

-Vou levando. E você?

-Também.

-Me desculpa por praticamente cuspir na sua cara aquelas palavras e também por sair sem me despedir.

-Tudo bem, você estava sob pressão. Não preciso dizer que não vou dizer nada pra ninguém.

-Eu confio em você.

-E então, saiu muito?

-Não, sem motivação.

-Vamos tomar um sorvete, eu você, o Matt, uma peguete del kkkk.

-Só me dizer a hora.

-Ok.

-Ana, você é demais.

-Eu sei kkkkk, não fala pra ninguém que disse essa frase, tenho que manter a pose de boazinha.

-Boasuda né.

-Besta.

#########

Respondi a mensagem dela sorridente:

-Amanha à tarde eu e o Mateus vamos sair. Partiu?

Meio minuto depois veio a resposta:

-Yess. Ja marquei salão hoje à tarde, então nem ouse desmarcar.

-Tudo bem madame kkkkkkk.

-kkkkk

Depois desse momento best friend, fui para uma das àreas que mais gosto na casa quando estou sozinho, por que quando aquele "negão de tirar o chapéu" tá lá não tenho tempo pra nada, a hidromassagem.

Fui para a varanda, liguei a hidro e enquanto os detalhes técnicos eram preparados fiquei escorado na grade da varando olhando a paisagem da favela e me perguntando 'o que eu vim fazer aqui'. Entrei na banheira e relaxei, quase dormi. Fiquei pensando se eu e aquele garanhão teríamos um futuro pela frente. De uma coisa estava certo, eu estava me apaixonando por ele.Estávamos ficando faziam três meses e meio e eu não conseguia tirá-lo cabeça, muito menos ficar com outra pessoa. Mas eu sabia quem ele era e que isso atrapalharia tudo que eu quisesse ter com ele. Por isso a precaução.

Eu não queria apenas ficar com ele, não só ter sexo com ele, que convenhamos era muito bom. Eu queria ajudá-lo a sair daquele mundo, oferecer a ele uma nova vida, longe do tráfico, longe de todos aqueles perigos. Será que era pedir demais ter uma vida normal ao lado da pessoa que estou gostando cada vez mais?

Minha imaginação ia longe e foi aí que vi que se continuasse lá ia acabar me afogando, do jeito que sou tonto kkkkk.

Peguei uma toalha, me sequei e fui trocar a roupa. Mandei uma mensagem para o dono da mansão falando que dali alguns minutos teria que ir embora.

Desci, coloquei alguma coisa no micro-ondas pra esquentar e fui ver jornal. Até que uma notícia acaba com meu dia, na verdade com meu futuro.

-"Num confronto entre a polícia e traficantes, houvee tiroteio e até onde se tem informação um dos bandidos foi baleado no peito e não resistiu. É o chefe do tráfico da favela da Maré Thiago de Sousa."

Não tive reação, muito menos estômago para comer.

###########

-Atira nesses bando de filha da puta, vai-disse Thiago.

-Chefia a gente tá cercado.

-Tem alguma saída?

-Tem, mas é perigosa.

-tá esperando o que pra mostrar? Esse babacas só me pegam morto.

-Corre

Policiais

-Eles estão recuando, vamos pra cima -disse Leandro

-Atira nesses vagabundos.

-Acertei -disse Leandro, chama os médicos, vai, vai...

Corre até o atingido.

-Thiago? Ai meu Deus, o que eu fiz.

Thiago diz alguma coisa.

-O que?-Leandro desesperado.

-Davi

-Como?

-Davi Gomes.

-O que tem esse Davi Gomes?

-Proteja-oBom Galerinha, espero que gostem.

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Comentários

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Que situação tensa! Continua logo rsrsr

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sem palavras, nem sei como me expressar sobre o seu conto, só posso dizer que vc acabou de ganhar um fã kkk, saiba que eu vou está sempre vou está aqui para os próximos contos e capítulos...

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Incrível, vc não se descreveu, o outro lá é policial? faz ele bem rústico kkkk

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sem palavras, nem sei como me expressar sobre o seu conto, só posso dizer que vc acabou de ganhar um fã kkk, saiba que eu vou está sempre vou está aqui para os próximos contos e capítulos...

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