Ricaça

Sou Mariane, 20 anos, nascida e criada no interior, agora na Cidade Grande, cursando uma universidade e, como muitas outras, prostituindo-se nas noites para angariar dinheiro.

No puteiro, um dos meus muitos clientes, Roberto, 24 anos, já no mercado de trabalho em sua profissão de nível superior, interessou-se pela, minha pessoa e , sem prejuízo da putaria, começamos algo como um namoro.

Um dia, ao sair da faculdade. fui admoestada por um senhor, que disse ser o pai de Roberto, que , aos berros, na frente de minhas colegas, me chamou de puta, cavadora de ouro, acusando-me de estar tentando dar um golpe de baú em seu filho, me proibindo de procura-lo. Humilhada, fugi correndo e chorando. Roberto soube do acontecido, me telefonou, disse que nossa amizade continuaria. Apenas o ouvi, não dei resposta.

Dia seguinte, abatida pelo acontecido, caminhava para casa , passei por uma lotérica. Apesar de não ser meu hábito, entrei e fiz um jogo na Sena, continuei meu caminho. Horas depois, já no puteiro, uma colega me falou: puxa, a Sena teve um único ganhador, 65 milhões, o felizardo é daqui da Cidade.

Na manhã seguinte, acordei, apanhei o jornal, entre muitas outras matérias, uma nota sobre a Sena com um só ganhador, Apanhei o papelucho recibo de meu jogo, sem nenhum animo, conferi os números sorteados: um arrepio, meu Deus, eu sou a ganhadora!!!!!!!!!!!!!!!!

Que faço agora? Decidi, antes de mais nada, vou conferir na sede da entidade gestora do jogo. La fui eu, entrei no imponente prédio, balcão de informações, o que deseja menina? Desejava ir ao setor responsável pelos jogos. Para que? Tirar uma dúvida. Ligou o telefone. Vá à sala xxxx e me deu a etiqueta de identificação.

Entrei na sala indicada, uma atendente, com ar mofino, me perguntou: o que deseja? Falar com o gerente, disse-lhe. Qual o assunto? É pessoal. Esperei um pouco, fui admitida na luxuosa sala do chefe. O que deseja? Seja breve. Sou a ganhadora da Sena, sapequei. Tudo mudou subitamente, por favor, sente-se, aceita um café? Mostrei-lhe o recibo do jogo, chamou uma auxiliar, confira por favor, disse-lhe. Instantes depois, a ajudante voltou, me olhando, falou: tudo correto, é a ganhadora!!!!!!!!!!!Não demorou e lá estava eu, como que sonhando, numa enorme e luxuosíssima sala de reuniões, ao redor todo um staf de economistas e o próprio presidente da instituição.

Aconselhamentos, manter sigilo, empregar a bolada, quando sai, agora uma multimilionária, tinha 1 milhão na conta corrente, para pequenas despesas iniciais, 64 milhões investidos, rendendo por volta de 4,6 milhões por mês.

Fui para casa, atônita, sem conseguir absorver os acontecimentos.

A tardinha, a ricaça, agora apenas para manter as aparências, foi para o puteiro, Logo que cheguei, trepei com um senhor, a mente com dificuldade de se concentrar, mas deu tudo certo. Voltei ao salão, quem lá estava, Roberto.

Fomos para o quarto. Pediu-me desculpas pelo procedimento de seu pai, disse estar disposto a continuar nosso relacionamento, mesmo sendo expulso de casa. Sou iniciante na minha profissão, ganho acima da media do mercado, ainda assim, sem o apoio paterno, vou ter muitas dificuldades para viver, mas estou decidido a enfrentar tudo.

Perguntei-lhe: o procedimento de seu pai parece indicar ser ele um sheik do petróleo. Pura bazofia, orgulho. Temos 2 lojas comerciais, auferimos bons lucros, mas somos, no máximo, classe média alta .

Roberto, de minha parte terei muito prazer em continuar nosso relacionamento, depende apenas de você. Coroamos tudo com uma excelente foda completa, a minha 1ª com envolvimento sentimental. Não deu outra, o pai expulsou Roberto de casa, cortou-lhe a mesada, ele foi morar num apart hotel modesto.

Meus pais tinham uma pequena fazenda , papai exímio criador de gado leiteiro, atendia ao gado alheio e às 4 vacas que possuía. Não tive dúvidas, comprei 10 matrizes de 1ª classe, as enviei anonimamente para eles. Tive o prazer de ouvir mamãe, ao telefone, contando do milagre, tinham agora 14 vacas de ótima qualidade, não sabendo quem teria pago a expansão do rebanho.

Dei outra mãozinha a Deus, paguei secretamente o aluguel do apart hotel de Roberto. Ele, atônito, me contou o fato, seria um ato de bondade de sua mãe, ou de quem? Sua amante putinha sequer foi por ele cogitada.

Roberto, pela 1ª vez. me falou em casamento. Fui clara, gosto de você, te aceitaria como marido. Mas, não quero ser uma pacífica dondoca dona de casa, nosso casamento teria de ser aberto, sem ciumeiras, voltado para o sexo. Ele me respondeu: és um sonho amor, minha mulher onírica, ideal. Só não casamos agora porque eu não teria meios de nos sustentar. Fiquei feliz com o desabafo do meu querido, mostrando que ele, nem de longe, desconfiava do poder econômico de sua vagabunda.

Já ouvira o ditado "dinheiro chama dinheiro". Meus conselheiros financeiros da organização gestora do meu prêmio, me telefonaram: Senhorita Mariane. nossa firma retomou um apê comprado por um cliente nosso que não pode honrar seus compromissos financeiros. A propriedade é nova em folha, nunca foi habitada, lugar valorizadíssimo, vista eterna para o mar, todavia com vários ônus feitos pelo inadimplente. Vale, seguramente, por volta de 6,milhões. Nossa organização a esta colocando em leilão, lance mínimo de 4 milhões, a vista, te aconselhamos a compra-lo.

Vi a propriedade, adorei-a, acatei o conselho, nomeei um procurador para o leilão, me tornei anonimamente proprietária de um apê de magnata.

Livre de preocupações econômicas, fodendo por esporte, com um namorado quente e amoroso, conclui meu curso com brilho, das melhores da turma. Dei baixa no puteiro, revelei meu número de celular a Roberto, fui visitar meus pais.

Encontrei-os bem, auferindo bom lucro de seu rebanho leiteiro de 14 vacas. Seu assunto predileto, quem lhes teria dado 10 cabeças de alta qualidade? Tive vontade de me revelar, mas resolvi continuar a filha estudante e não a milionária da Sena.

Roberto, indo muito bem no seu emprego, tornou a me falar de casamento, dizendo já poder nos garantir uma vida folgada com seu ordenado. Não resisti mais, convidei-o para um jantar, no restaurante mais badalado, ele refugou, será muito caro, eu pago amor, disse-lhe. Estupefato, ele resolveu ir.

Sentamos à mesa, o maitre nos atendeu pessoalmente, cumprimentou sua cliente usual, Dona Mariane, como esta? Roberto não entendo nada. Amor, leia esse recorte de jornal. Era a noticia do ganhador único da Sena de 65 milhões.

Roberto, me perguntou, e dai? Não conheces a ganhadora? Não, como a conheceria? Talvez num puteiro. Achas que uma ricaça dessas iria a um puteiro, seria uma tua colega de então? E se fosse eu? Para de brincar. Não estou brincando, fui eu mesma. Roberto ficou pálido, depois vermelho, incrédulo, chegou o jantar, nos servimos.

Roberto comunicou seu casamento a seu pai, casaras com uma puta, de certo um golpe de baú para ela, não quero sequer saber disso. Ele me contou ter respondido: o golpe de baú é o meu, intrigando seu pai.

Cassamos com grande gala, à moda do campo, no sítio dos meus pais. Os de Roberto não compareceram.

Mudamos para meu "modesto" apê, mandamos uma carta ao bestíssimo pai dele oferecendo nossa residência, deve ter desmaiado ao ver sua localização.

Quem, descobrimos, era nosso vizinho, o, presidente da firma empregadora de meu maridão. Ele e sua esposa ficaram muito amigos nossos, isso chamou a atenção sobre os méritos de Roberto, logo alçado a um destacado cargo empresarial.

Um belo dia, a mãe do maridão, pediu um pequeno auxílio a ele, uma ida a um determinado médico em cidade vizinha.

Ela e eu não nos conhecíamos, Roberto resolveu usar a oportunidade. A levamos no meu BMW do ano, ele me apresentou: minha esposa, Senhora Mariane. Imagino a cara do pai dele quando ela lhe contou esse acontecido.