A primeira vista – Capítulo 10
Eu não sou fã de casamentos. Nunca escondi isso de ninguém. Na verdade eu é que não penso em casamento... Daí fico imaginando as pessoas presas umas às outras. É que eu sou da ideia de que casamento é pra toda vida, sabem? Ver a Milena escolhendo cada detalhe, decidindo tudo que ia pro casamento não poderia me fazer sentir mais estranho.
Eu havia concordado em ajudar a Milena mas não imaginei que aquela atmosfera de casamento fosse mexer comigo. O carinho do Marcos e da Milena me fazia ver que os dois estavam felizes mas ainda assim algo relutava dentro de mim contra casamentos. Eu pensava: “Eles se amam. Pessoas quando se amam casam. O que há de errado nisso?”. Nada! Não há nada de errado nisso! Bom, foi aí, que eu percebi que o erro estava em mim e não no matrimônio. Mas enfim...
Como prometido, eu estava em frente a joalheria esperando pela Milena no horário marcado. Fazia muito sol, mas eu não queria entrar no estabelecimento e quando vierem me atender eu dizer que “não ia levar nada e só estava esperando alguém”. Aquilo era uma joalheria, não um milkshake qualquer!
Finalmente vi o carro dela se aproximando.
- Milena seus óculos estão grande demais. Cobriu suas sobrancelhas. Você está sem expressão. – eu disse assim que ela desceu do carro.
- Olheiras! Viu só o que dá ficar falando de coisa ruim antes de dormir...
Entramos e fomos devidamente bem atendidos. Ela pediu pelas alianças e começou a experimentá-las. Todas eram lindas. Reluziam forte! Eu fiquei encantado por algumas mas no fim Milena pediu pra o joalheiro separar dois pares no nome do noivo pra quando ele voltasse pudesse avaliar.
Eu dei uma olhada rápida pelo estabelecimento. Era Dezembro, a decoração de Natal já estava em todos os lugares.
- Vamos pro shopping agora! – Milena foi levantando.
Saímos da joalheria e seguimos pro shopping. No caminho a gente foi comentando sobre as alianças.
- Igor, que horas são?
- Quase meio... Meio dia??? – O Kaio ainda não havia chegado? Tentei ligar mas ainda estava desligado. – Milena, o Kaio ainda não chegou...
- Deve tá a caminho. As vezes ela atrasa no caminho com o pai.
- Hum...
Eu odeio essas viagens do Kaio com o pai dele. Pronto. Falei.
Cheguei no shopping com Milena na praça de alimentação quando um rapaz muito bonito de roupa social se aproximou com uma pasta na mão.
- Milena, como vai?
- Klaus! – Milena quase cuspiu o milk-shake que demoramos um tempão pra pegar na fila do Bobs – Finalmente! Como vai?
- Muito bem querida! – ele a cumprimentou com um beijo no rosto.
- Olha, esse aqui é o Igor ele está me ajudando a escolher tudo.
- Prazer. – sorri.
- Muito prazer! – Ele me estendeu a mão. Me senti mal educado por não ter tomado a iniciativa. O cumprimentei.
Ele se sentou e abriu a posta mostrando os vestidos, amostras de tecidos e tudo mais. Um mais lindo que o outro. Todos brancos e as modelos tinham o corpo da Milena. Magrinhas. Ainda achava aquilo tudo uma chatice, mas tudo bem...
Milena começou a papear com ele sobre os modelos. Aquilo demorou uma eternidado. Eu fiquei alí sugando o canudo do milk-shake bem devagar pra ver se durava mais tempo. Notava que Klaus sempre me olhava e sorria. Eu sorria educado.
Milena acabou escolhendo cinco e disse que ia provar no dia seguinte. Ele os marcou com um pincel rosa.
- Ah... Preciso de um banheiro. – Milena levantou e saiu apertada.
Eu fiquei na mesa com o Klaus.
- Sabe... Milena vai ficar linda em qualquer vestido. Nem sei porque se preocupa.
- É verdade... - falei rindo e procurando mias milk-shake naquele copo.
- Você é daqui mesmo, Igor? Nunca te vi por aqui.
- Sou sim. – decidi resumir. – É que eu não sou de bater perna no shopping... Só venho quando tenho algo certo pra comprar. – Minha atenção era pra o meu milk-shake. Ou só pro copo vazio àquela altura.
- Humm. – ele parou.
Eu sugava o canudo olhando pra baixo e quando olhei pra frente ele estava me observando rindo. Engoli e olhei pra ele com a cara de quem não sacou qual a dele.
- Desculpe – ele disfarçou rindo.
Milena voltou.
- Klaus é isso. Mande preparar todos. Amanhã eu te ligo.
- Certinho. Obrigado Milena. – Deu um beijo de lado nela. Virou-se pra mim – Igor, foi um prazer inenarrável. – Não esqueço desse exagero dele.
Eu nem me dei o trabalho de levantar da mesa. Apenas ri com o canudo na boca e deu tchauzinho.
Ele saiu com a pasta e Milena ficou comigo na mesa.
- Vem cá, qual é do seu amigo aí? Me deus umas olhadas.
- O Klaus? Ah não, relaxa... ele tem esse jeitão mas não pega ninguém. Trabalha nesse ramo de vestido de noivas há anos. O conheci no casamento da minha mãe há anos atrás.
- Hum... – Por fim larguei aquele copo de milk-shake vazio.
- Igor, dos lugares que marquei só falta um pra passarmos. É mais uma joalheria. Mas essa você vai gostar mais que a outra.
- Mais alianças?
- Também. Vem.
Passamos pelo cinema e checamos os filmes. Não havia nada de interessante pra aquele fim de semana. Seguimos pra joalheria e entramos lá. Eu adoro o atendimento desses lugares.
Ela começou a olhar umas pulseiras masculinas lindas. Pegou uma de prata muito linda.
- Me dá o braço.
- Milena, o Marcos é bem mais forte que eu. Se quer que eu experimente pra você ver como fica não vai adiantar. – ela já tinha terminado de abotoar.
- Quem disse que é pro Marcos? É pra você.
Eu adorei a pulseira, apesar de ser prata era bem leve. Dava de usar sempre.
- Adorei!
Ela reservou mais alianças. Enquanto o vendedor foi buscar os documentos para a reserva começamos a conversar.
- Essa semana eu faço um mês de namoro com o Kaio. Não sei o que dar.
- Querido, olhe ao redor. Estamos numa joalheria. Mais que isso, no shopping! Quer uma dica, dê algo relacionado a esporte. Ele gosta de esportes. Marcos gosta. Eles gostam de tudo igual. Dê algo sobre esportes e você não vai errar.
Eu havia pensado em dar um relógio. Era a única coisa que me vinha a cabeça. Pedi pra o senhor nos mostrar os relógios. Milena me ajudou a escolher. Todos custando o olho da cara! Dois olhos na verdade! Cartão de crédito pra quê te quero?
Aquele era um relógio lindo. Prata e preto com bússola, medidor de batimentos cardíacos também. Um monte de firulas sem parecer algo da China. O Kaio só tinha um relógio.
Esse ele usa até hoje.
Batemos mais um pouco de perna por alí e por fim decidimos ir embora. O milk-shake nos encheu e esquecemos de almoçar.
No estacionamento do shopping, estávamos quase entrando no carro quando o Kaio me liga. Havia esquecido dele. Eram quase 3h da tarde.
- Kaio? São mais de duas horas. Vocês chegaram agora?
- Oi amor. – voz de sono. – Não. Chegamos bem mais cedo. Não liguei porque queria dormir, eu tava exausto. Pescar naquele mato todo da fazenda dá trabalho.
- Mas se divertiu? – eu passei o cinto de segurança.
- Muito. – ele falou rindo. – Depois quero te contar tudo. – Milena deu partida no carro e saímos. - Que barulho é esse? Você tá aonde? Tá com quem?
- Estacionamento do shopping. Tô com a Milena, estamos no carro dela e já tô indo pra casa.
- Êh cobrança, o menino já vai chato! – ela gritou sorrindo pra ele ouvir.
- Posso ir pra lá?
- Vai. Já tô indo também.
Quando cheguei em casa o Kaio já estava na porta. Milena me deixou e saiu me agradecendo. Percebi uma pequena vasilha na mão dele e o rosto ainda meio inchado de quem acaba de acordar.
- A Milena me mandou mensagem dizendo que abusou de ti hoje e não te deixou almoçar. Eu trouxe um peixe que minha mãe fez. Falei com Marcos ontem da fazenda. Ele tá super ansioso. Chega dia 22 de dezembro.
- AH... Obrigado. – eu dei um beijo nele. – Tomara que essa coisa de casamento passe logo... Milena tá uma pilha de nervos.
- Come.
Fomos pra o sofá. Eu sentei entre as pernas dele e fiquei comendo enquanto assistíamos TV e eu contava daquela manhã.
Eu fui terminando de comer e notei uns beijinhos no meu ombro. As mãos dele desceram pra minha cintura. Eu me fazia de doido. Ele cheirou meu pescoço.
- Amor... tava com saudade. Tive que me aliviar sozinho ontem.
- Seu safado...
Fomos pro quarto e tirou a camisa.
- Saudade do teu cheirinho de shampoo! – falei
Passou a mão por baixo da minha cintura no final das minhas costas e me suspendeu enquanto me beijava. Me jogou mais pra cima da cama. Tirou o tênis e o jeans. Eu aproveitei e tirei o meu também.
Eu o virei e fui chupá-lo. Tinha que ir rápido porque eu tinha faculdade dalí há pouco. Ele segurava minha cabeça com as duas mãos e movia o quadril.
Fui subindo beijando seu umbigo. Kaio não gostava muito de pelos. Tinha só o necessário. Primeiro porque a genética não ajudava (ele não tinha nem pelo de barba com 19 anos) e segundo porque ele sempre se cuidava muito.
Kaio me puxou pelos braços e me pôs de quatro. Já passou pra trás e me abraçou. Beijava meu pescoço gemendo e roçando o pau em mim. O pré gozo dele foi suficiente como lubrificante para iniciar a penetração. Ele ia devagar pra não me machucar e com o tempo eu já movia o quadril pedindo mais, ele continuou aumentando o ritmo e colocando o mais fundo que ele conseguia.
Caiu na cama e me puxou. Começou a colocar de ladinho levantando minha perna pro lado e chupando o lóbulo da minha orelha. Ele gemia com prazer, safado, cheirava meu pescoço sem perder o ritmo das estocadas.
Aos poucos foi deitando encima de mim beijando meu ombro, se movia devagarzinho.
- Meu gostoso. Tão gostoso, tão gostoso. Humm! – sussurrava no meu ouvido.
Ele me pôs no famoso frango assado. Era nossa posição. Todas as fodas acabavam nela. Pernas em volta dele e com as coxas embaixo das minhas meio que me suspendendo. Puxei um travessei pra minha cabeça ficar da mesma altura do quadril. Ele se movimentava e me olhava com a boca semiaberta, o lábio inferior ligeiramente pra frente fazendo um beicinho. Segurava firma na minha cintura e foi aumentando.
Eu me masturbava e gozei. Ele aguentou um pouco mais e aos poucos começou a fazer uma cara de dor. Me puxou firme pela cintura e enterrou tudo.
Um gemido muito alto, quase um grito e o Kaio gozou olhando pro teto.
Kaio saiu de dentro de mim e me beijou.
- Vamo banhar antes que eu durma. – ele falou cansado.
Fomos pro banheiro e tomamos banho juntos. Nem 5 minutos e o Kaio estava duro no chuveiro encostando como quem não quer nada em mim. No banho, sempre começa assim...
- Ah grandão... Sem acordo! – falava enquanto ele me agarrava debaixo d’água com um risinho safado. Ele já sabia da minha resposta, fazia aquilo pra me provocar.
Terminamos o banho. Kaio me levou pra faculdade. A gente ia papeando no carro até que toquei no nome do Klaus.
- Ele é um idiota. Já deu encima de mim. Um moleque nojento daquele rapaz... Como é que pode? – falava sem paciência - Escuta, ele vai estar lá pra ver o vestido amanhã também não vai? – notei que ele estava ficando vermelho.
- Acho que sim.
- Igor, por favor... – ele falava e coçava o olho voltando a olhar pra pista – quero você perto dele. Aquele cara é estranho, ele não me cheira bem.
- Ele pareceu ser todo cheio de frescura e trejeitos. Não tenho muita paciência com gente assim. – ele ficou calado. – Kaio, eu tô com uma aliança que não importe o quanto eu lave de louça não perde o brilho enorme no dedo e o cara vem com gracinha? Qual é?
- Fica bem tá? Meu cheiro. – Me puxando e me dando um cheiro no pescoço. Me deu um beijo na testa. – Amanhã vamos almoçar juntos. E de amanhã não passa! Eu vou preparar tudo porque o senhor vai me ensinar, ouviu?
Eu desci do carro rindo e entrei na faculdade.
Uma mensagem chegou no Whatsapp. Era desconhecido.
“Olá Igor. Aqui é o Klaus, amigo da Milena. Ela não atende o telefone e junto à lista de números e emails que ela me deu há o seu. Estou enviando a foto dos guardanapos das mesas. Peça a ela que escolha um tipo. – ele escreveu outras coisas mas não lembro o que... continuando:
Ah, ia esquecendo... O bufê precisa marcar um dia para apresentar um pequeno aperitivo das sobremesas e dos bolos que poderão ser servidos. Marquem um local para provarem e decidirem quais serão servidos. A casa dela está uma bagunça com o material todo, poderia ser na sua casa? Me passe o endereço.
Obrigado querido! ;) Klaus.”
Porque ele não poderia esperar pra falar isso amanhã direito pra Milena na prova do vestido? E que intimidade era essa de “querido” comigo? Na minha casa? Eu era quem ia casar por acaso? Isso não tava cheirando bem.
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Desculpem a demora, é que tá apertado mesmo. Mas tá aí! Volto assim que der.
Pra explicar, tô tentando postar desde as 8 da noite. Mas não deu porque esse capítulo tá muito igual ao original então mais uma vez o site não aceita como inédito e me sugere restaurar o conto antigo. Daí tive que reescrever tudo de novo. Mas agora deu certo.
Junynho Play : Assim eu espero.
Mikepb: Sim, tem músicas que eu gosto e entraram pra trilha do Crepúsculo mesmo. AInda vai rolar mais,
Jhoen Jhol: Não sei. Só sei que sinto! É muito estranho. Sinto muito frio se dormir sem nenhuma peça inferior.
love31: "Calma gafanhoto..." já dizia o velhinho do Karatê Kid.
Obrigado Kevina, Geomateus, Ru/Ruanito, Agatha28, Leo.Ribas, Alê8. Acho que não esqueci ninguém não, né? Abraço a todos e muito obrigado pelos comentários.
kazevedocdc@gmail.com