"Eu acho que quando tudo está acabado, tudo simplesmente volta em lampejos, você sabe. É como um caleidoscópio de lembranças, em que tudo volta. Mas ele nunca volta. Acho que parte de mim sabia, no segundo em que o vi, que isso ia acontecer. Não é realmente nada que ele disse, ou nada que ele fez. Foi a sensação que veio com aquilo, e a coisa doida é, eu nunca saberei se vou me sentir daquele jeito novamente. Mas eu não sei se devo. Eu sabia que esse mundo se movia rápido demais, e brilhava forte demais. Mas eu só achei… como pode o demônio estar te empurrando para alguém, que se parece muito com um anjo quando sorri para você? Talvez ele soubesse disso quando me viu. Eu acho que perdi meu equilíbrio. Eu acho que a pior parte de tudo não foi perdê-lo, foi perder a mim mesmao”
Com esse prólogo, dou continuidade ao conto. O conto em que me refiro exclusivamente quando o " mundo move-se rápido demais e brilhava fortemente. É para aquele amor que me levou ao espaço mais alto entre a terra e o céu, e em um piscar de olhos me soltou de lá de cima, em caminho amargo, cruel, silencioso, que queimava forte e doloroso. Aquele amor que foi bom, foi mau, foi como dar vida aos mortos. Dançando,girando, lutando através da noite por alguém novo.
E eu poderia ir em frente,maia quando você é jovem, você acha que nada mais ira ser mais importante.
João Henrique era alguem que poderia me tirar disso. Os olhos dele era mais azuis e mais brilhantes que os céus noturnos de cidades do interior, iluminados por estrelas.
Ele era todo certo, me ligava quando dizia que iria ligar, fazíamos as maiores loucuras de um "casal" adolescentes, eramos como o sol depois da chuva. Tínhamos inúmeros planos de futuro, sonhavamos com o dia que fugiriamos para um lugar aonde escontrariamos a paz.
_ Há quem eu quero enganar? -me peguei pensando
A companhia do João é boa, o carinho dele podem me curar todas as feridas? Porque sempre que eu estou com ele eu imploro a Deus, todo instante que coloque o Vinicius no lugar dele?
Claro, logo meu relacionamento com o João não dera certo, eu não o amava, eu não gostava mais da sua presença, sua voz me irritava, e tudo nele me causava angustia. O beijo dele não era o do Vinicius, as palavras dele não eram as do Vinicius, as mãos dele não eram quentes igual a do Vinicius, e o caráter dele era igual o do Vinicius. Pois, fomos em a festa de aniversario de uma colega de trabalho, ele não conhecia ninguem, mais mesmo assim, aceitoi ir junto. Para, no final da festa, sumir com o garoto que eu menos gostava na vida! Sumiram e foram ficar a duas quadras dali, enquanto, tudo o que eu fazia era me ajoelhar chorando e gritando no chão do banheiro, me perguntando: Porque?
Depois de João Henrique, alguma coisa em mim já não era a mesma de antes. Comecei a sair com vários garotos, quem me quisesse, eu queria, fiz sexo anal pela primeira vez, fiz boquete pela primeira vez, virei minha vida, em uma espécie de competição, agora enxergava o Vinicius, alem do garoto que eu amava com todo o meu coração, competir com ele no jogo de quem se importava menos. Mais, com toda essa vida, eu sempre me pegava tentando achar algum modo de surpreendeu-lo. Procurei em varias bocas, sentir a boca dele, cada um que eu me envolvia, tinha que ter alguma semelhança com ele, fosse ela física,ou emocional, cada rosto que eu olhava antes de beijar, era o rosto dele que eu olhava, e nunca me apegando, nunca deixando nenhum lado gostar da outra pessoa, sempre, vendo os defeitos delas, antes das qualidades. Meu coração, já não sentia emoções por ninguém, e eu não queria mais saber de amor, porque, ele havia me destruído, acabado, quebrado e queimado.
Sozinho, na escuridão, eu costumava andar ao longo da rua, quando as luzes das varandas iluminavam a rua.
Antes eu tinha um lugar para estar, agora, escondido atrás de uma árvore, matando aula,eu seguia o Vinicius com o olhar, lembrando quando nós tivemos a noite toda, eu era feliz. Junto com as lagrimas abafadas, vinham a lembrança de um bom tempo atrás, quando ele entrou sorrateiramente na minha vida, quando ele jogou seus braços em volta do meu pescoço, eu merecia isso?
E eu achava que nós éramos felizes.
E eu odiava, todas aquelas vozes na minha cabeça, gritando que ele nunca me amaria, ele nunca voltaria a ser meu. Mais o pior de tudo não era ficar escondido observando ele, o pior era quando eu tomava coragem e me aparecia para ele, e o dizia que o amava, implorando seu amor, e que tudo o que ele tinha que fazer era ficar, mais, ele nunca parou me ouvir, ele nunca me olhou nos olhos. Ele me tinha na palma da mão, e tudo o que ele tinha de dizer era sim!
Doze de janeiro de 2012:
Um ano, há exatos 1 ano atrás (na época), naquele mesmo banco, naquele mesmo horario, eu fui e fiquei sentados nos mesmos lugares que haviamos sentados no ano anterior, fazendo os mesmos trajetos que fizemos á um ano atrás, e por coincidência, ou não, com o cheiro de chuva fresca, que dava mais tristeza a minha tragédia. Mais o pior lugar, foi quando sentei embaixo da mesma árvore que demos nosso primeiro beijo, nas mesmas horas, e quando deu 22:30 ,eu ouvi meu próprio coração batendo, pareciam passos na grama molhada. Doze meses passaram e eu ainda estou no mesmo lugar, mesmo sabendo que ele não estava lá.
Eu estava relembrando, doze meses de milhares de memórias, chorando por tudo que eu achava que nós já havíamos passado. E a cada segundo eu voltava mais atrás, quando o tempo parou e eu tinha ele.
Eu não acreditava que as pessoas mudavam e essas coisas aconteciam, e as lagrimas me recordavam em como havia sido naquela noite,quando enquanto eu lhe beijava, trancado em seus braços e o meu coração batia forte, porque nunca jamais nada assim havia acontecido comigo.
Agora eu fazia o caminho pós-beijo, andando pelo corredor, perseguindo pela rua, quando á mão dele estava junto da minha, e eu achava, "Nada vai mudar, não para mim e para você".
Peguei meu celular, havia conseguido o numero dele, o que pra ele, isso nao era bom, pois, todas as vezes (todo dia) que eu me sentisse pra baixo por amar ele, eu mandava sms, e muitas vezes iss era de madrugada, entao, acho que pra ele ja se fazia parte da sua rotina, todos os dias , na madrugada, receber lamentações minhas. Mais aquela era diferente, era um ano, um ano em que eu era dele, minha vida era dele, um ano em que eu havia morrido, meus sentimentos haviam morrido, minha fé no amor havia esgotado, e ele precisava saber, se ele estivesse fora, se ele estivesse em algum lugar, e se ele estivesse seguindo em frente, ele saberia, que eu estiva esperando por ele desde que ele se foi, e o meu pedido as estrelas era voltar ao que era antes.
E eu escrevi " Volte para mim como você faria antes de dizer "não é facil assim"
Antes do frio, antes de eu deixar você partir.