O caminho das borboletas. 59

Um conto erótico de MMah
Categoria: Homossexual
Contém 1311 palavras
Data: 03/12/2014 13:47:42

No dia seguinte eu acordei e ela estava ao meu lado e ainda dormia, como num milagre. Fiquei olhando para minha aliança. Estava feliz. Definitivamente eu a amava e queria passar o resto da vida ao seu lado. Fechei os olhos e acabei adormecendo outra vez. Quando acordei, ela não estava na cama. Fui saindo do quarto e a encontrei na mesa, tomando café com sua mãe.

Ci: Bom dia, princesinha. Dormiu bem?

Eu: Humrum - Sempre acordo abusada, pela manhã. Falo apenas o necessário.

Sogra: Deixa eu ver sua aliança.

Sorri de imediato e estendi a mão com um super orgulho.

Eu: É linda, não é?

Sogra: É sim.

Ci: Vem cá, senta aqui no meu colo.

Sentei e ela me abraçou, beijando minhas costas.

Ci: Vamos passear hoje?

Eu: Pode ser.

Ela: Então toma seu café da manhã.

Eu: Você já tomou, não é?

Ela deu risada.

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Gente, esqueci de dizer, mas fiquei de explicar. No último dia que estive na casa da minha sogra, ano passado, eu havia feito um Escodidinho de carne seca, ou Escondidinho de Charque, já que Comodizlarissa me corrigiu =P Ci e eu costumávamos dividir o mesmo prato. Mas nesse dia ela comeu muuuuito, e eu estranhei, porque quando comiamos juntas, ela só beliscava. Quando ela se foi, ela confessou que antes que eu levantasse, ela tomava café da manhã sozinha, só pra comer pouco comigo, rs... Cada uma! Ela sempre dava um jeito de escapulir e comer sem que eu pudesse ver, porque ficaria constrangida em comer tanto na minha frente, rs... Enfim, voltando...

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Fiz cara de paisagem.

Eu: Para de bobeira, tá? Quando casarmos você não vai ter pra onde correr.

Ela: Rs... Vc tem razão.

Tomei meu café da manhã e fui tomar um banho. Vesti um jeans azul escuro e uma camisetinha branca. Estava de rasteirinha, coloquei um colar de coco, baguncei um pouco o cabelo, fiz uma maquiagem básica, perfume e tava pronta. Ci também foi tomar banho e colocou um shortinho jeans, uma camiseta azul clara, havaianas, fez uma maquiagem clarinha e colocou o Kaiak ^^ Eu que escolhi a roupa que ela usaria. Quase sempre eu que escolho mesmo, e ela adora, já que não tem muita paciência. Demos a bênção à minha sogra - hábito meu - e por volta das 11h saímos de casa. Pra variar, quando passávamos, todo mundo parava pra olhar. Um casal de lésbicas num bairro repleto de igrejas evangélicas chama atenção. Para os curiosos, ainda tinha a ressalva que nós éramos um casal feminino, desmistificando a ideia de que toda lésbica é bofinho. E os marmanjos... bom, ouviamos muitas gracinhas. Mas nunca dávamos bola mesmo.

Ci: Você está linda. Aliás, vc É linda.

Eu: Obrigada, vida. Você tbm está linda. E esses machos não param de te olhar. AFF!

Ela: E vc acha que não vejo eles olhando pra sua bunda tbm?

Eu: kkkkkkkkkk Qual bunda?

Ela: Ah Mah, nem vem. Vc tem o quadril largo, marca bem a cintura e realça seu bumbum.

Eu: Kkkkkkkk queria nem rir. E os seus pp's?

Ela: Mas pelo menos estão guardados.

Eu: E eu tô pelada por acaso?

Ela: kkkkkkkkkk meu... tu é muito lesa.

Eu: Sou sim. Sou lesa por você.

Fomos chegando próximo a uma parada de ônibus e ficamos esperando um pouco. Ci me abraçou por trás e dava beijinhos no meu ombro. Carinho mesmo. Algumas pessoas olhavam. As caras... das mais variadas. Não dávamos bola. O ônibus chegou, entramos e sentamos. À medida que o ônibus ia se locomovendo, ela ia me mostrando coisas.

Ela: Aqui eu estudei o ensino fundamental... olha, essa igreja realizou meu batismo. Ah... aqui eu quero trazer você tbm.

E assim foi, até chegarmos no Parque 13 de maio. Descemos do ônibus e atravessamos a rua.

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[Sempre fui muito natureza. Shopping eu até curto pra ir a um cinema, comer ou comprar algo necessário. Mas não pra passeio. Pra passeio eu gosto de lugares abertos, natureza, ou exposições e amostras culturais, museus, etc. Detesto esse espírito capitalista e consumista em que estamos inseridos. Não vivo comprando coisas sem necessidade, e não por ser muquirana, mas por consciência própria. Tenho uma visão pouco convencional sobre muitas coisas, inclusive sobre maternidade, parto natural, alimentação e educação infantil. Talvez um dia eu deixe minhas idéias mais claras. Por enquanto... bora voltar pro foco]

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Entramos no parque de mãos dadas. Na verdade, andamos o tempo todo assim, em Recife. E eu adoro! Demos uma volta e sentamos num banco de madeira.

Ela: Gostou daqui?

Eu: Sim, amor. Adorei! Qualquer lugar perto de você, é maravilhoso.

Beijei sua buchecha e ela sorriu.

Ci: Vem, vamos ver os animais.

Andamos um pouco e fomos passando por um lago e os gansos iam caminhando por ali por perto. Sim, eles nos atacaram, rs... Corremos um pouco pra fugir deles e caímos na risada. Ela me abraçou na frente da gaiola das araras e nossos lábios se tocaram, num beijo doce e casto. Andamos mais e fomos chegando na jaula dos macacos.

Ci: Meu... mas esses bichos são feios, neh?

Eu: kkkkkkkk besta.

Seguimos caminhando e paramos embaixo de uma árvore grande.

Eu: Amor, vamos sentar aqui.

Ela: Não, princesa. Não tem banco.

Eu: Não falei de banco. Falei da grama.

Ela: Você vai sentar na grama? 0.o

Eu: Sim, ué. Achei que vc já tivesse desassociado da sua cabeça a imagem de menina fresca.

Ela: Rs... boba. Vem, então.

Ela deitou e deixou os joelhos levantados. Eu deitei e coloquei a cabeça na sua barriga. Olhavamos o céu, tava de um azul lindo. Apesar da poluição e do asfalto, lugares assim transformam a cidade e dão um ar contrastante com toda aquela selva de pedras ao redor. Ouviamos crianças brincando no parquinho, e o ruído das araras ao longe. O vento soprava gostoso e refrescava nossos corpos do calor. Nossas mãos se juntaram e apresentavam uma mistura linda de cores. A minha branca, quase pálida. E a dela, uma pele morena e dourada. Peguei meu celular e procurei uma música. Dei play e começou a tocar.

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.

Quando te vi passar

Fiquei paralisado

Tremi até o chão

Como um terremoto no Japão

Um vento, um tufão

Uma batedeira

Sem botão

Foi assim, viu?

Me vi na sua mão

.

Perdi a hora

De voltar para o trabalho

Voltei pra casa

E disse adeus

Pra tudo que eu conquistei

Mil coisas eu deixei

Só pra te falar:

.

Largo tudo

Se a gente se casar domingo

Na praia, no sol, no mar

Ou num navio a navegar

Num avião a decolar

Indo sem data

Pra voltar

Toda de branco no altar

Quem vai sorrir?

Quem vai chorar?

Ave Maria, sei que há

Uma história pra sonhar

Pra sonhar

.

O que era sonho

Se tornou realidade

De pouco em pouco

A gente foi erguendo

Nosso próprio trem

Nossa Jerusalém

Nosso mundo

Nosso carrossel

Vai e vem, vai

E não pára

Nunca mais

De tanto não parar

A gente chegou lá

Do outro lado da montanha

Onde tudo começou

Quando sua voz falou:

Pra onde você quiser

Eu vou

.

Largo tudo

Se a gente se casar domingo

Na praia, no sol, no mar

Ou num navio a navegar

Num avião a decolar

Indo sem data pra voltar

Toda de branco no altar

Ave Maria, sei que há

Uma história pra sonhar

Pra sonhar

[Marcelo Jeneci - Pra sonhar]

.

Eu: Eu te amo. Não lhe canso de dizer isso.

Ela: Eu tbm te amo, Mah. Estava aqui pensando nessa música. Realmente, quando voltei pra casa, eu disse adeus pra tudo que eu conquistei. E não me arrependo de nada.

Eu estava chorando já, claro. Sou muito chorona, gente, rs... Acho que vcs já perceberam, neh?

Ficamos assim algum tempo, até que ouvi a barriga de Ci roncar e caímos na risada. Eram quase 15h já e fomos comer algo.

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Continua.

Beijos

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Comentários

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Li teu esse capítulo me vendo no Parque 13 de Maio, sempre ia pra lá depois do colégio (estudava em frente). As jaulas dos animais, os gansos correndo atrás do povo e essa árvore grande no meio do parque são bem nítidas na minha memória, deu uma sensação de nostalgia danada gente. E ainda terminando o conto com Jeneci? Puts, sou tua fã Mah, das duas na realidade (confesso que menos da Ci porque quase não temos contato com ela já que só tu escreve). Eu deixei meu email pra vocês Mah, mas tu nunca me eacreveu pra marcamos algo aqui por Recife. To deixando de novo ta? danii.dgomes@hotmail.com

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Passear no parque 13 de maio e nao ser atacada por uns macaquinhos mui amigos é tudo de bom. Adoro lêr a historia de vocês e tendo minha terra como cartão postal é massa. Xeruh.

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