“A felicidade não é um destino, é uma viagem. A felicidade não é amanhã, é agora. A felicidade não é uma dependência, é uma decisão. A felicidade é o que você é, não o que você tem –OSHO”
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Kai estava parado em minha frente totalmente molhado pela chuva,seus cabelos respingavam gotículas de água,seus lábios estavam muito vermelhos,seus olhos mantinham-me preso em uma constante de tensão e desejo.Minhas pernas tremeram e então,percebi que estava inerte na porta,abri a boca e falei:
Jhon –En...entra.-Disse gaguejando –pode entrar.
Kai sorriu e deu dois passos para dentro de casa,fechei a porta e o vi,olhando-me de cima a baixo,só então percebi que estava apenas de cueca.Fiquei constrangido e puxei minha blusa tampando a parte da frente da cueca,Kai pareceu perceber que fiquei envergonhado e virou-se um pouco para o lado,desviando o olhar de mim,encarei ele e falei:
Jhon –Fique aqui,irei subir e pegar uma toalha para voce secar-se... –Disse apressado.Dando passos até a escada e em seguida subindo-a correndo.
Eu estava extremamente nervoso,o que estava acontecendo comigo,nunca havia sentido algo assim por alguém,essa atração enorme,essa força que levava-me diretamente para ele,porque eu agia assim,perante ele?Nervoso e totalmente incapaz de controlar meu corpo?minha mente?.Abri meu guarda-roupas e peguei uma calça de moletom branca,vesti-a e corri até meu banheiro,olhei-me e fiquei apavorado,meus cabelos estava desarrumados,em ondas espalhadas,passei meus dedos por eles e ajeitei-os de lado,tentando apaziguar a rebeldia deles,rapidamente peguei minha escova de dente e escovei meus dentes,apressado.Em seguida,sai do banheiro e corri até o quarto de meus pais,peguei uma toalha seca em seu guarda-roupas e uma blusa de meu pai,uma bermuda e uma cueca que ainda estava no plástico,fui rumo a escada e desci rapidamente,o encontrei no mesmo lugar de antes,estava de costas,admirando um quadro,nele havia uma orquídea rara,em tons rosados e brancos,uma flor rara,encontrado apenas em partes da indonésia,eu havia pintado aquela orquídea com 14 anos,Kai parecia apreciar muito a imagem,tanto é que não me percebeu atrás dele,então quando o cutuquei com meu dedo as suas costas,ele pulou para cima e virou-se com olhos arregalados,não consegui impedir a risada que ecoou pela sala,ele olhou-me repreendendo,mas,em seguida juntou-se a mim,rindo,como crianças bobas ao ganharem um presente.
Entreguei a toalha e as roupas para ele,falando em seguida onde era o caminho até o banheiro,acompanhei-o até lá e em seguida ele trancou a porta,o caminho até lá foi apenas de silêncio e alguns risos,ainda do susto recente.Assim que ele trancou a porta,suspirei aliviado,estar perto dele fazia-me sentir uma sensação estranha,como se não fosse eu,então,para tentar tranqüilizar-me fui até a cozinha,comer sempre em ajudava quando estava com ansiedade,por conta dos espíritos,que até o momento não haviam ainda aparecido,e eu intimamente,estava agradecido por isto.Não saberia como agir,ao ver um espírito e estar ao lado de Kai,se ele pensasse que eu era um louco,ele jamais me olharia na cara de novo.Quando cheguei na cozinha,puxei uma cadeira e peguei duas fatias de pão,decidi que faria um sanduíche,Kai deveria estar com fome,acho que ele tinha vindo direto da escola para minha casa,pois,ainda eram duas horas da tarde,a chuva lá fora estava vigorosa e soberana,os trovões eram ouvidos a uma longa distância,levantei e fui até a geladeira,pegando os ingredientes para o sanduíche,estava agachado,procurando o queijo,quando senti a presença de alguém,levantei-me rapidamente e virei de frente,dando de cara com Kai que estava gargalhando alto,como um retardado,ouvi-o falar :
Kai –Te devolvi o susto –Disse rindo alto –Te peguei!
Eu então sorri aliviado,mas,era um alivio por não ser um espírito e sim,por ser Kai.Ele continuou rindo e eu fechei a cara,ele então parou na hora,fui até a mesa e coloquei o queijo,virei-me para ele que estava com as roupas de meu pai,meu pai era um homem grande e forte,mas,Kai não era um adolescente normal,ele tinha ficado extremamente apertado nas roupas de meu pai,achei aquilo estranho e ri,ele fez uma cara de confuso e perguntou:
Kai –O que foi? –disse sério –Porque está rindo de mim?
Jhon –Não é voce...-disse rindo,ainda –é essa roupa,olha como voce ficou parecendo um adulto em roupa de criança.
Ele olhou para a roupa,deu uma volta e eu pude olhar aquelas coxas grossas dele,evidenciadas na bermuda apertada,seu bumbum firme e redondo,dando-lhe um ar sexy,eu suspirei e ele voltou-se de frente,falando:
Kai –Só um pouco apertado,mas,é só até eu ir para casa...-Disse sorrindo,acanhado.
Jhon-Ah é mesmo,onde estão suas roupas? –Perguntei –Deixe-me pô-las para secar...
Kai –Não precisa...-Disse tímido –Só estou te dando trabalho,não precisa...
Jhon –Claro que não...-Disse sério –Não é trabalho algum,além do que,foi voce quem veio entregar um trabalho escolar para um estranho...te devo essa.
Kai me olhou por alguns segundos,balançou a cabeça afirmativamente e entregou-me as roupas que estavam em uma cadeira,perto da mesa.Aproximei-me para pegar as roupas e segurei suas mãos junto com as roupas,ele tinha uma temperatura agradável,quente como o verão,nos entreolhamos rapidamente e o vi encarar-me nos olhos,vi-o se aproximar um pouco mais de mim,quando então,afastei-me assustado e andei a passos largos até a lavanderia,deixando-o ali.
“O que foi isso?...Jhonatam.Não faça nenhuma besteira,ele é um estranho...mas,é um estranho que eu sinto que o conheço,sinto que de alguma forma ele faz parte de mim,um estranho muito bonito,educado e...Droga.Estou desejando ele de novo,controle-se.Secar a roupa,mandá-lo embora e agradecer pelo trabalho,apenas isto.Simples...”
Mas não era simples,enquanto secava suas roupas na máquina,escutei passos vindo em direção a lavanderia,eu não dei importância e virei-me novamente para colocar outra peça de roupa na máquina,quando eu sinto algo frio tocar-me no ombro,meu corpo congelou e ouvi sussurros em minha mente,logo eu fechei meus olhos,senti alguém me virando lentamente de frente para a porta,eu não conseguia abrir meus olhos,eu só ouvia sussurros,gritos de crianças...logo,em minha mente,vi várias pessoas enforcadas,gritando e lutando para respirar,senti que o espírito apertou meu braço com força,gemi de dor,estava tão frio,senti algo molhar minha mão,então abri os olhos lentamente,olhei para meus pés descalços e mais a frente do meu,haviam dois pés pálidos,não estavam totalmente completos,havia apenas parte dos dedos,a restante era transparente,translúcido,fui levantando a vista e vi uma calça marrom,suja de terra,com alguns resquícios de sangue,percebi que era uma calça masculina,levantei mais meus olhos e ainda sentia seu braço forte apertando meu braço esquerdo,levantei meus olhos totalmente e encarei um rosto de um homem branco,com uma barba um pouco grande,ele tinha olhos extremamente azuis,seus cabelos eram loiros na altura dos ombros,estavam amarrados,em seu pescoço havia um corda pesada,havia sido quebrada,seu pescoço estava muito roxo,eu podia ver os ossos saindo para o lado esquerdo,deveria ter quebrado quando foi enforcado,ele percebeu que o encarei nos olhos e então falou:
“Ajude-me...eu não consigo encontrá-los,ela me prometeu que me esperaria chegar em casa...meus filhos,quero eles de volta...ajude-me...ajude-me.Por favor?”
Vi saírem lágrimas dos olhos do homem a minha frente,eu senti a sua dor,senti a perda de sua família,senti a saudade que ele sentia,logo percebi que escorriam lágrimas de mim também.Quando então,o vi se desfazer em minha frente,como uma neblina,esvaiu-se no ar,seu lugar havia sido tomado por Kai,que olhava-me apreensivo e balbuciava coisas,que eu não pudia ouvir no momento,eu apenas senti uma dor enorme em meu peito,eu via a imagem da família do senhor em minha mente,logo,tudo escureceu e eu desmaiei...
Eu estava sentindo um aconchego muito bom,um calor emanando e me esquentando,senti também uma respiração em minha cabeça,logo ouvi uma propaganda que eu conhecia muito bem,era sobre um shampoo,deveria ser a TV que estava ligada.Decidi abrir meus olhos,lentamente percebi que estava na sala de minha casa,a TV realmente estava ligada,percebi que estava deitado no sofá,só que...Espera.Kai,estava abraçado a mim,como?Eu então percebi que estava deitado de costas para ele,como se eu fosse uma criança pequena,suas pernas estavam abertas no sofá e eu estava entre elas,enrolado em um edredom,edredom que era meu,seus braços fortes e com poucos pelos estava em volta da minha barriga,os meus estavam segurando-os,eu sentia seu peito subir e descer,sua respiração estava pesada,ele estava dormindo.Levantei um pouco minha cabeça e o vi,com a cabeça encostada na perna do sofá,seu rosto estava sereno,calmo demais,seus olhinhos meio puxados,davam-lhe um ar de criança,seus cabelos agora secos,estavam em volta de seu pescoço,caindo sob minhas orelhas,sua respiração forte na minha testa.Não pude evitar a ereção que se formou em mim,eu nunca havia tido contato com ninguém antes,eu nunca nem havia beijado ninguém e estar nos braços de um garoto extremamente sexy e que eu ficava nervoso só de ver,fez-me atiçar meus hormônios.
Eu não queria sair do abraço dele,mas,e se ele acordasse e me visse excitado,ele pensaria que eu estaria com segundas intenções,mas,eu estava mesmo,só que ele não precisava saber.Então,lentamente segurei em seu braço esquerdo e o pus do lado dele,fiz isso novamente com o direito mas segurei-o para não pender para o chão,levantei bem devagarzinho e coloquei o braço direito na barriga dele,levantei e fiquei em pé,parado na sala,olhando-o dormir,ele remexeu-se no sofá,ajeitando-se de lado e eu então,coloquei o edredom sobre ele,cobrindo-o.Olhei mais uma vez para ele e sai da sala,eu o deixaria dormir o quanto quisesse,fui até as escadas e subi-as,entrei no meu quarto e decidi que precisava de um banho e de uma boa desculpa,para despistar o meus desmaio insano na lavanderia,ele deve ter ficado totalmente assustado.Com certeza,deve me achar louco já...
Entrei no Box e fiquei por alguns minutos,aproveitei para lavar meus cabelos,a água fez-me ficar mais calmo e menos apreensivo quanto ao que Kai pensaria sobre o desmaio,inventaria a ele,que sofria de labirintite e crises como esta eram até normais,eu esperava sinceramente que ele engolisse isso e não fizesse mais perguntas...Eu detestava mentiras e mentir não era muito uma habilidade para mim,todos percebiam quando eu mentia.
Fui até meu guarda-roupas enrolado na toalha,peguei então um pijama qualquer,uma calça de moletom e uma blusa mais quentinha,a temperatura havia caído muito e a chuva,ainda estava forte lá fora.Após vestir-me,desci as escadas,fui até a sala e olhei em volta,Kai não estava mais lá,o edredom estava dobrado em cima do sofá e em cima do edredom,havia um bilhete com folha de caderno,nele estava escrito...
“Jhon.Espero que esteja melhor,acordei e não o vi,por isso não pude me despedir.Eu precisava resolver um problema,adorei conversar com voce e dormir abraçado com voce,nos vemos na escola.
-Kai Hiroshi.”
Após ler o bilhete,confesso que senti-me um pouco triste,como se a chama da vela que havia se acendido,fosse apagada em um sopro.O que será que Kai tinha de tão importante para fazer,que não poderia esperar a chuva passar?Porque ele não me procurou na casa e simplesmente saiu?E o mais importante...Porque ele dormiu abraçado a mim e diz der gostado,será que ele também,poderia sentir algo ...por mim?
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Boa noite,amados leitores.
Esta parte ficou um tanto quanto curta,mas,é preciso ficar assim,para que o terceiro venha melhor,eu fiquei muito feliz que o conto foi bem aceito,que alguns até comentaram dizendo ter gostado.Como o “Nefhero – Ru/ruanito –Geomateus”
Obrigado por comentarem e espero que continuem lendo,este começo será um pouco mais voltado ao conhecimento de Kai e Jhon,mas,logo teremos o desenrolar do romance.Especulem sobre o que acham que irá acontecer,o que acham de Carlos na história?O que Kai foi fazer,para sair tão apressado.Falem sobre a parte dos espíritos.Comentem e critiquem construtivamente.
Gostaria também de avisar,que a parte 3 irei postar apenas terça feira.
Um imenso abraço a todos e Namastê
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