Hehe! Oi, tudo bem com vocês? Espero que sim.😊
Então, o capítulo está meio pequeno, mas é porque estou sem tempo esses dias para escrever, mas não podia deixar de postar, então, está aqui.
Também queria agradecer pelos comentários no capítulo anterior, confesso que fiquei surpreso pelo número, já que geralmente os primeiros capítulos tem poucos comentários. Mas enfim, espero que tenha cada vez mais, afinal, são o comentários com a opinião de vocês que nos inspiram a continuar escrevendo. Obrigado, e me digam se estão gostando, ok? Beijos.
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- Junte todos os guerreiros e moças solteiros da aldeia, a primavera está chegando e a época de casamento está próxima.- O garoto sentiu seu coração bater acelerado, ele sabia o que viria a seguir, ele já estava com a idade certa para isso.- E você irá participar desta vez.
Ariel ficou assustado com a notícia. Ele não queria aquilo, não queria ser entregue à alguém que provavelmente ele nem conhecesse direito. Sim, pois quem escolhia os pares era a Xamã, que passava o ano inteiro observando o comportamento entre os jovens e captava qualquer indício de romance entre eles. Mas às vezes, nem sempre era realmente o que parecia. Então Ariel corria o risco de não ficar com seu belo Izuna, já que os dois só se encontravam intimamente às escondidas.
- Sim, papai...- Disse o garoto, após um sofrido suspiro. Por mais que ele ainda não quisesse se casar, Ariel não podia fazer nada contra as vontades do pai, que certamente nem com mais de um milhão de palavras de súplica, mudaria o que já havia decidido. Ele queria que o filho fosse como ele, forte, responsável e que se tornasse um guerreiro, podia não ser o melhor, mas ao menos um bom guerreiro. Coisa que Ariel jamais seria... O garoto não se parecia absolutamente em nada com o pai, nem mesmo no jeito.
Então Delariel saiu rápido da grande cabana, com um semblante que misturava tristeza e medo. E se a Xamã não escolhesse Izuna para ser seu par? E se, na pior das hipóteses, fosse Kay o escolhido? Não, ele não poderia ser de Kay, nunca, jamais. Ele tinha certeza de que Kay seria a última pessoa na face da terra a quem ele manteria algum tipo de relação, nem mesmo forçado.
O garoto foi de porta em porta, sempre recebendo largos sorrisos ao seu encontro, e retribuindo com os mais falsos que seus lábios poderiam produzir. Então chegou o por do sol, era a hora em que a Xamã dizia que os espíritos, que se faziam presentes na terra em forma de Aurora Boreal acima das montanhas, vinham nos presentear com boa sorte e prosperidade no amor e na vida. Assim, quando as luzes coloridas apareceram ao longe, todos os jovens formaram um círculo ao redor do grande totem ao centro da aldeia, o qual a mesma foi construída rodeando a imagem de um grande líder que já se encontrava morto a muito tempo atrás, mas que foi tão importante ao ponto de ser cultuado como um deus. Enquanto os jovens ficavam ao centro, os aldeões mais velhos e crianças assistiam nas varandas das cabanas, e se espremiam para poder ver quem seria destinado a quem.
- Olá, belos jovens...- Disse a velhinha de cabelos completamente brancos, e estatura baixa, que já chegava por volta dos oitenta anos, mas que possuía a saúde de vinte e poucos.- Esta tarde celebraremos pela união dos novos casais, que levarão nossos costumes à frente, e construirão a nova geração de nosso povo.- Os aldeões começaram a gritar palavras de incentivo, enquanto alguns dos rapazes olhavam para as garotas, as cobiçando silenciosamente. E a maioria dos olhares eram delas por alguns segundos, em seguida direcionados à Delariel, que estava no lado oposto onde Kay e Izuna se encontravam. Nenhum dos irmãos moviam os olhos um segundo sequer do garoto, o que o deixou incomodado e este preferiu encarar o chão, já que se olhasse naquela direção a Xamã poderia interpretar errado e lhe oferecer ao irmão mais velho de Izuna, o que Ariel não queria de jeito nenhum.- Vejo que Halen Ricutaua se interessa por Boruna Havana...- Disse a velha, olhando para um jovem mais á esquerda de Ariel, e esse sorriu, encarando a bela garota no outro lado da roda.- Então faça dela sua esposa!- Ambos sorriram e os aldeões começaram a bater palmas e a garota correu para o lado do rapaz, ficando ao seu lado. Ariel olhou para o seu pai, que estava próximo ao totem, apenas observando a velhinha andar de um lado ao outro sobre a neve e não emitia nenhum som, apenas esperava pacientemente a hora de seu filho chegar.
A Xamã prosseguiu com a formação de pares por mais alguns minutos, e a cada par formado, o coração de Ariel se apertava mais. Ele tinha medo que o nome Ariel, viesse acompanhado de outro que não fosse Izuna, e isso o estava matando por dentro. E então, quando ele estava perdido em seus pensamentos, eis que ouve seu nome ser chamado:
- Delariel Houman...- Todos os ânimos se exaltaram no local. O chefe descruzou os braços, as garotas começaram a cochichar, os rapazes arrumaram as vestes de pele, abrindo longos sorrisos e Ariel se encolheu em seu lugar. O desespero e medo era visível em seu rosto, e agora, em Izuna também. Ele sabia que estava por um tris de ter o seu Ariel em outros braços, que não seriam os seus.- Deixe-me ver... É uma escolha difícil... Vejo que os irmãos Tobirama tem suas atenções voltadas à você, meu jovem...- As garotas na roda bufaram, e a velha se aproximou de Ariel, ficando bem próximo para o olhar dentro dos cristais negros que davam à aquele rosto perfeito um ar misterioso.- Já sei.- Então a velha se virou em direção aos irmãos, e ergueu uma das mãos, apontando na direção de Izuna.- Kay Tobirama, faça de Delariel Houman seu esposo!
E tudo desmoronou... Despedaçou, quebrou e queimou.
O garoto arregalou os olhos o máximo que pode, fazendo os mesmos quase saltarem das órbitas. A velha havia apontado para Izuna, mas no segundo seguinte, para o irmão mais velho. O chefe sorriu, satisfeito com a escolha, afinal, quem não iria querer o melhor guerreiro da aldeia como genro? As meninas quase saltaram de alegria por Izuna ainda estar solteiro, e Kay permaneceu sério, mas por dentro, seu mundo e vida acabavam de ganhar sentido. Tudo o que ele sempre quis, a única coisa que ele sabia que jamais roubaria de seu irmão, agora era sua. Izuna permaneceu congelado. As lágrimas queriam sair pelos cantos dos olhos, mas nem mesmo isso seu corpo conseguia produzir naquele exato instante. Para ele, tudo parou. O mundo parou... As geleiras derreteram, as luzes no céu apagaram, o frio se tornou calor e seu coração despedaçou.
Ariel e Izuna se encaravam, ambos com os olhos o mais abertos que conseguiam, e a dor da perda e destruição de anos de paixão se fez presente em ambos os corpos.
Kay andou lentamente na direção do pequeno garoto, e lhe segurou o braço carinhosamente, que Ariel teve vontade de puxar na mesma hora, mas seu pai e os demais aldeões veriam e provavelmente só causariam problemas mais tarde. Então resolveu ficar quieto.
Kay se posicionou ao lado de Ariel, segurando sua mão esquerda, o que fez muitos dos rapazes presentes sentirem uma imensa inveja e Izuna sentir um ódio tão grande que partiria para cima de Kay ali mesmo, só não cometeu o ato por conta de ouvir o seu nome ser chamado logo em seguida:
- Izuna Tobirama, faça de Horuna Carcassonne sua esposa.- Pronto. Se já não bastasse Ariel estar nos braços da última pessoa que ele desejava, agora seu amado Izuna estava nos de sua melhor amiga. O rapaz não se moveu, nem mesmo desviou os olhos de Ariel, e vendo que ele não sairia do lugar, a moça caminhou até o jovem e segurou sua mão direita. O rapaz não disse nada, não moveu sequer um músculo; para ele era como se a moça nem estivesse ali, ele só enxergava Ariel. O seu Ariel. Que agora já não era mais seu...
Aos poucos a Xamã foi formando o restante dos pares, e depois de mais alguns minutos, todos já estavam encaminhados e começavam a deixar o local, no objetivo de se conhecerem melhor e ficar à sós.
Horuna começou a puxar Izuna para longe dali, mesmo o rapaz relutando, ela não desistiria, então ele decidiu acompanhá-la. Seus olhos por outro lado, não queriam deixar Ariel sozinho com Kay ali, então mesmo caminhando para cada vez mais distante, o rapaz continuou encarando o menor por cima dos ombros, até sumir por entre as pequenas casas.
O pai de Ariel veio até o pequeno, lhe depositou um beijo no topo da cabeça, e deu boas vindas ao seu novo genro à família. Ariel não disse nada, na verdade, nem se atreveu a olhar para o pai. Ele estava magoado, com tudo e todos, e principalmente com o pai, por aceita aquilo se nem mesmo perguntar se o filho desejava tal. Tudo bem, não funcionava assim... A Xamã escolhia, e a única coisa a poder ser feita era aceita e tentar se apaixonar por quem agora estaria a seu lado pelo resto da vida.
O chefe então se despediu, deixando só os dois ali. No meio da aldeia. Rodeados por casas e neve...
- Estou muito feliz, finalmente você será meu, pequeno e doce Delariel.- Disse o rapaz alegre, e ousadamente puxando Ariel pela cintura, pretendendo lhe dar um beijo. Mas Ariel jamais beijaria aquele homem, como ele mesmo se prometeu, nem forçado. Então o garoto se curvou o máximo que pode para trás, e pôs as mãos no peito do maior, o empurrando com toda a sua força.
- Sai! Não se aproxime de mim!- Disse o garoto, fazendo o outro se assustar.
- Mas, pequeno Ariel, nós iremos nos casar, é natural que nos beijamos...
- Nem morto.- Então Ariel se afastou do outro, passando por baixo de seus braços e parando alguns passos à frente do mesmo.- Isso foi um acidente, essa velha não sabe de nada e nem o meu pai! Eu nunca, JAMAIS, terei alguma coisa com você, porque eu não o amo. E você sabe disso, sabe que é dele que eu gosto... Do izuna. Você me dá nojo!- O garoto não queria ser tão grosso assim, mas era o único jeito de pelo menos tentar manter o outro afastado. O casamento seria inevitável, mas não significava que os dois não pudessem se odiar eternamente e nada acontecesse entre os dois. E Ariel faria de tudo para não ser tocado por Kay.
Continua...
