Oi galera, obrigado pelos comentários de todos. E, é claro, aos que lêem.
O Leandro tem mais ou menos o corpo do Thiago, 1,80 e é moreno. Cabelo curto também, forte e tals.
Ah, o Davi vai sofrer mais um pouco kkkkkk+
Estava andando com meus amigos, os de verdade, os que sabem tudo sobre mim, os que me aceitam, afinal de contas eles também são como eu. A noite estava maravilhosa, conhecemos uma nova boate e eu peguei vários caras, do mais bombado ao mais magrinho. Queria me divertir e tentar esquecer aquele garoto que não me saía mais da cabeça: o Davi.
Mas, todavia, contudo, depois que eu terminava o beijo, ou até mesmo antes de começá-lo, aquela carinha de anjo vinha à cabeça. Sabia que ele nunca seria meu, no entanto, meu subconsciente não me deixava em paz.
Quando soube que ele havia terminado com a Bia, eu fiquei muito animado, acreditava que teria uma chance. Só que, como nada é perfeito como a gente quer, eu não tinha coragem de me revelar pra ele ou quando estava bêbado e ia contar, alguém sempre me atrapalhava.
O relógio marcava dez pra meia noite e decidimos ir pra embora. Tinha muitas coisas pra preparar para o sábado, já que eu daria a festa. Tinha que sair tudo perfeito, pra que ninguém me enchesse o saco e eu pudesse, finalmente, ter uma conversa franca com Davi. Era muito simples, se eu conseguisse ficar com ele, eu estaria no lucro. Se não, eu começaria a rir e me fingir de bêbado pra disfarçar. Se ele não acreditasse, eu estaria fudido, mas não queria pensar nisso.
Fomos andando até o ponto de taxi, que ficava perto do de ônibus, e conversando sobre vários assuntos sem qualquer importância.
-Léo, você vai chamar vários gatinhos pra sua festa né? Não quero saber de ficar vendo só casais héteros se pegando e eu enchendo a cara pra curar a depressão -disse André, um dos meus melhores amigos.
-E você acha que eu vou ficar só cuidando da festa? É claro que vou chamar, aliás, já chamei. Volta lá na boate e pergunta quem não foi convidado?
-Digno! Mais ainda se pegar alguém na frente de todo mundo -disse André em tom de desafio.
-Aceito, mas só se for com você.
-Te prepara então amanhã meu amor.
-Vou mesmo. Vou ligar pros seguranças te barrarem.
-Faz isso e até sua bisavó que já morreu vai saber que tu gosta de uma rola -disse fazendo deboche.
-Vamo parar por aqui?
-Ai tadinho.
-Sério André.
-Tá bom, desculpa.
Continuamos andando até vermos uma cena chocante. Um cara estava sendo espancado no meio da calçada por um bando de pivetes. Nosso grupo que tinha mais ou menos umas dez pessoas foi correndo gritando ao encontro deles. Eles se amedrontaram e fugiram.
Enquanto alguns seguiram os criminosos até certo ponto, eu e André ficamos para ver como estava o agredido. Quase caí pra trás quando vejo o rosto da pessoa que estava no chão. Era Davi. Seu rosto estava sangrando, mas mesmo assim eu reconheceria aquele rostinho de longe. Ele me olhou como se estivesse revirando os olhos e desmaiou. Eu fiquei desesperado.
-Davi. Davi fala comigo. Ei, ei -dando leves tapas em seu rosto, do lado que não estava machucado.
-Você conhece ele?
-Mais do que você imagina.
-Hmmm.
-Não é disso que eu estou falando. É daquele outro assunto que eu te falei.
-Ataaa. Seu coraçãozinho escolheu bem -sussurrou ele rindo.
-Para de sacanagem e me ajuda a pensar no que fazer com ele. Um hospital?
-Não precisa, ele vai acordar daqui a pouco.
-Como você sabe?
-Hello, sexto período de medicinaaa.
-Fazer o que então?
-Leva ele pra sua casa e quando ele acordar, faz um B.O.
-Por que pra minha casa?
-Por que você conhece ele, por que você gosta dele, por que eu não tenho dinheiro pra pagar taxi até a casa dele, por que...
-Tá bom, entendi.
-É bom que você diz logo pra esse gatinho o que sente por ele.
-Eu não tô preparado ainda.
-AFF. Fica aí dando sopa.
-André, ele nem sabe que eu sou gay. Nem eu sei se ele é. Pra piorar ele namorava a mais gata da sala -sussurrei com medo de Davi ouvir.
-Quer fazer o que então?
-Tem uma casa que ele pode ir. É no caminho pra sua, não esquenta.
Pegamos um taxi e fomos até a casa da Bia, onde eu deixei Davi.
-Obrigado Léo, não sei nem o que dizer.
-Obrigado eu. Não sabia nem pra onde levá-lo.
-Não tem de quê.
-Posso te pedir outra coisa?
-Não conta pra ele que eu estive aqui.
-Tudo bem.
-Cuidem-se. Qualquer coisa me chama.
-Tá bom.
-Boa noite -dei uma última olhada, com a expressão mais apaixonada que tinha, enquanto Bia estava pegando algo no guarda-roupas e saí.
Quando voltei ao taxi, André me recebeu com uma saraivada de sermões:
-Isso aí, entrega o ouro pra ex dele.
-O que?
-Retardado, pensa. Quando ele acordar, quem ele vai ver? A Bia. Quem pose fazê-lo se apaixonar por ela de novo? A Bia. Quem vai ficar sozinho na história? Você!
-Para de cuidar da minha vida.
-Pelo menos ele vai saber que você levou ele pra casa dela, usa isso ao seu favor pra contornar essa burrada, amanhã na festa.
-Não vai saber.
-Ele não vai à festa?
-Ele não vai saber que eu o trouxe aqui.
André me deu um croque na cabeça.
-Não aguento gente burra. Ahhhhhh!
Cheguei em casa, tomei um banho e fiquei pensando no Davi. Será que eu teria chance com ele? Será que daríamos certo? Fechei os olhos pra sonhar com o rosto de meu anjinho. Ainda tinha esperançaEu travei com a pergunta de Bia. Meu coração começou a acelerar. Minhas mãos tremiam mais que vara de eucalipto na tempestade. Minha respiração começou a falhar, como se eu fosse chorar. Estava na hora de contar a ela o que eu estava passando. Tinha que tirar esse peso horrível, fatigante das costas, ou não suportaria mais viver.
-Eu vou te contar. Só não me julga, por favor.
-Fica tranquilo.
-No dia em que você veio conversar comigo eu fiquei muito feliz e queria me divertir por conta disso.
-E nem me chamou.
-Numa balada gay.
-Seria estranho te ver num lugar assim, te perdoo.
-Eu dancei de me acabar e, enfim, conheci um cara.
-Que..legal -meio sem graça.
-Tá vendo, vou parar de contar.
-Desculpa. Desculpa.
-A gente ficou. Várias vezes e sabe, rolou.
-Não escutei nada até agora que me fizesse entender o seu estado.
-É que sábado, ele, ele..- as palavras faltavam na minha boca.
-Ele terminou com você?
-Não, ele morreu -falei desabando em lágrimas, sem escândalo, ou soluço, apenas as lágrimas tomaram conta do local. Era a primeira vez que chorava a morte de Thiago.
Bia me abraçou, enquanto eu estava aos prantos. Não disse nada, apenas ficou ali comigo, consolando-me, como uma verdadeira amiga, alguém que eu pudesse confiar.
Depois de desabafar, eu fui tomar banho. Bia me ajudou até certo ponto e ficou me esperando com a toalha. Ao sair do banheiro, ela me ajudou a colocar uma roupa que ela tinha em seu armario, da época que namorávamos, me deitou na cama e me serviu lanche que ela preparou quando eu estava no banho. Depois ainda me cobriu com o cobertor e ficou velando meu sono. Eu estava ainda naquela fase em que você está dormindo, mas ainda escuta o exterior, quando eu ouvi:
-Dorme meu amor -ela beija minha testa-. Te amo -mesmo dormindo, fiquei com o coração partidoEu estava de frente ao meu PC olhando para cada nome que nele compunha. Todos eram Davi Gomes, de diferentes idades e locais onde moravam. Iam desde bebês a velhos. Quem seria ele? Que relação ele tinha com Thiago? Essas perguntas fazia a mim mesmo o tempo todo. Só tinha jeito de saber. Tia Angélica.
Saí de casa sem me despedir de minha mulher e fui ao morro. Estava à paisana, mas não tinha medo de lá. Todos me conheciam e sabiam de minha profissão e sempre me respeitaram.
Cheguei à casa da Tia Angélica, que me recebeu com um forte abraço e chorando e logo após, me ofereceu um pedaço de bolo. Aceitei, é claro , e contei um pouco da minha nova vida pra ela. Não disse que tinha sido eu quem estava no comando do batalhão quando Thiago foi atingido, pra não causar mais dor ou pra me proteger, não queria ficar mal com ela, mesmo sabendo que eu havia agido corretamente, todavia, amor de mãe não vê isso.
Em certo ponto do bate papo, perguntei depre tem coisa mente a ela.
-Tia, você conhecia algum Davi?
-Não Leandro. Por quê?
-E o Thiago?
-Por acaso isso é uma investigação?
-Cla...claro que não tia.
-Fica tranquilo meu filho. Eu já sei de tudo, não foi culpa sua -colocando a mão dela sobre a minha em cima da mesa.
-Me perdoa, eu não queria, eu não sabia que era ele -chorando.
-Ei, calma. Tá tudo bem. Tá tudo bem.
Ela se levantou e me abraçou. Depois fez outro café, tirando-me dos maus pensamentos. Passei o restante da tarde com ela e nem me toquei de que minha tia não havia respondido minha pergunta. Quem era Davi Gomes?[3 meses no futuro]
Eu estava completamente drogado. Era a quinta vez que passava em frente à mansão do Thiago, mas não tinha coragem de entrar. As chaves sempre estiveram no meu bolso, mas a lembrança dele não me permitia entrar lá.
Estava de férias, era a última semana. O resumo de meu verão foi, droga, bebida, sexo, droga, cigarro, prisão, droga. Eu não era mais o mesmo. Talvez por que Thiago não me protegesse mais. Era muito frágil, influenciável, sonso. Estava acabando comigo mesmo, sabia disso, mas não ligava. Nada mais me importava.
Parei de frente ao portão. Estava sujo, roupas rasgadas, mas queimadas com um cheiro desgraçado de droga impregnado ao meu corpo. Decidi entrar.
Minhas pernas enfraqueceram e bambearam até a porta de entrada. Fui em direção à ela e entrei. Nem percebi que estava aberta. Queria rever meu passado. Meu feliz passado.
Adentrei a sala e olhei para tudo como se tivesse ido ontem ali. Sorri, chorei, sorri de novo. Não sei se era o efeito da droga ou a emoção de estar lá outra vez, ou os dois. Escorei meu braço no sofá e encarei a varanda. Estava vigiando em meus pensamentos até ouvir:
-Quem é você?
-Thiago?-me virei feliz.
-Não. Você conhecia ele?
-Por que?
-Qual o seu nome?
-Eu perguntei primeiro.
-Ele era meu amigo. Meu nome é Leandro, e o seu? -ele estendeu a mão.
Eu estava receoso, mas mesmo assim o cumprimentei.
-Davi.
-Davi Gomes?
-Como sabe meu nome?
A expressão dele mudou na horaE aí? Gostaram? Isso é um spoiler, vou seguir na festa do Léo ainda, Ok? Falando nisso: Léo ou Leandro?