Gemeos

Um conto erótico de Senhor Ninguém
Categoria: Homossexual
Contém 1542 palavras
Data: 31/12/2014 00:24:07

Heitor dormia em meu colo naquela tarde, nosso pai nos encarava no sofá ao lado, uma de suas sobrancelha estava em pé, como faz quando está com raiva. Eu amava o meu irmão, amava o modo com que interagíamos um com o outro. Deve ter sido por isso que nossos pais nos separaram tão cedo. Tinha medo de nós.

Seus cabelos desgrenhados caiam sob meu rosto, enquanto eu sentia o odor das mechas cor de bronze. Seu peso era nada para mim. Apesar de ser do meu tamanho, Heitor era magro e usava pouca roupa durante o dia. Hoje ele usava uma bermuda de tecido leve, podia sentir suas nádegas por baixo do tecido, tocando levemente meu colo, e a camiseta nada era, pois a finura imensa parecia não poder ser calculada por qualquer instrumento já inventado.

Alguns podiam dizer que era bizarro, e de fato era, nós dois dividindo um sofá na sala de estar. Não éramos só parecidos, éramos gêmeos. Sim, tínhamos a mesma idade, mesma cor de cabelo, de pele, mesmos traços no rosto e até no dedão do pé se duvidarem.

Apesar da boa companhia, tive que lembrar do triste incidente que nos separou a mais de dois anos atrás.

Heitor e eu éramos apenas duas crianças. As lembranças devem borbulhar na mente dele também, é difícil de esquecer. Nossos pais haviam brigado novamente, na época que estavam casados, e havia sido nossa culpa. Minha e de Heitor. Eu, que por vezes mantinha a casa limpa e bonita para agrada-los, não havia feito naquele dia. Aquele era um protesto para tentar juntar nossos pais. Um plano mal feito e mal sucedido.

Eles brigaram assim que chegaram em casa.

Apesar de Heitor ter-me abraçado tão forte que senti que minha costela seriam alçadas do tronco, fomos separados. Senti as mãos de meu pai em meu braço e vi Heitor sumir subitamente na escuridão, sendo puxado pela nossa mãe. Nunca mais nos vimos. Minha mãe pegou o garoto e saiu com o carro.

A vida nos separou, e a morte nos uniu novamente. A uma semana atrás, morreu de suicídio a mãe. Aquela bela moça de cabelos ruivos, adquirido por nós através da genética, havia morrido ao pular de um prédio.

Foi um choque para todos, a maioria se culpava. Até meu pai que odiava minha mãe foi diversas vezes pego de surpresa chorando na cozinha.

Então Heitor veio para a casa que morávamos agora. Próxima a um lago. Antes esse era a casa onde passávamos as férias, longe da cidade e de todo o barulho, agora se transformou em nossa moradia provisória.

O bom é que parecia que sempre estávamos de férias, e estávamos cercado por um lago lindo e limpo que foi batizado de Vilhana. Então, sempre que o calor batia à porta nós simplesmente corríamos até o cais e pulávamos no rio lá embaixo. Apesar de que, depois da morte da minha mãe ninguém corria naquela casa. Nem meu pai, que antes era sorridente, nem meus irmãos que pouco saiam do quarto.

Eu tenho 3 irmãos. Heitor, Diego e Gabriel. Bom, vou falar deles mais tarde.

Heitor havia sido o mais impactado pela notícia. Ele nada falava sobre o ocorrido, mas as vezes o pegava com o olhar perdido e lacrimejando durante o jantar. Mantinha o sentimento à sete chaves, gostava de sorrir sempre e ser bem festivo com quem quer que seja.

Muitas vezes suas palavras doces e seu elevado autoestima me tiraram da tristeza mórbida, mas agora nada adiantava. Claro, gostava de o ver sorrindo pelos cantos, mas de certa forma, era inútil para mim. A lembrança densa e fria de minha mãe ainda piscava em tons claros em minha mente pouco pensativa.

Heitor acordou sob o meu colo. Estava soando. Limpou o canto da boca, seu olhar de sono perdido se encontrou com o meu. Sorriu.

—Vamos nadar. —Ele disse, enquanto se levantava.

Cruzei as pernas imediatamente, meu membro ereto não podia ser visto pelo nosso pai.

Ah, tem algo que devo deixar bem claro aqui! Eu nunca transei com meu irmão, apesar de as vezes ter pensamentos maliciosos com ele, eu nunca transei. Nunca ao menos nos beijamos, mesmo quando ele havia pedido, dizia que era inocente, apenas um selinho de irmãos, eu não aceitei.

Sabia que ele tinha um pensamento inocente sob mim. Sob todo mundo, e a única coisa que fazia era aproveitar. Eu apenas ficava lá o admirando. Eu sabia que ele nunca iria permitir que houvéssemos de ter relacionamentos sexuais. Apesar dos meus impulsos serem dominados totalmente pela vontade de tê-lo acordado e rasgado suas roupas, eu não fiz.

Acho que ele não entendia muito bem o motivo de meu membro as vezes ficar ereto quando o tinha no colo. Eu havia dito a ele que eu ficava daquela forma frequentemente, que não tinha nada haver com ele, que mesmo que uma velho de peitos murchos deitasse no meu colo, eu iria ficar igualmente estimulado, porque eu era uma adolescente cheio de hormônios.

Ele entendeu.

O segui assim que me senti confortável. O piso amadeirado indicava onde ele estava. Saí pelas portas da frente, o cenário era belo. Grandes árvores se punham a minha frente, e o lago belo e profundo aparecia do outro. O odor gelado da noite já estava cooperando para amenizar o calor escaldando que fez durante o dia.

Ouvi o som de Heitor pulando na água. Corri pelo corredor a céu livre. Enquanto atravessava o cais, tirando a camiseta, vi que Heitor também jogou a sua sem nenhum cuidado na madeira que eu mesmo havia varrido naquela tarde.

Pulei no lago. Lá estava Heitor me olhando. Seu cabelo ruivo agora molhado da cor de ameixa formava uma massa em sua cabeça. A água cobria seu belo corpo até um pouco abaixo do nariz. Apenas seus olhos de um verde estupendo estavam submersos ali me encarando. Pensei que a cor daquele par não era nada comparado com o lago, que tinha uma cor verde escura e pouco chamativa. Era verdade, sempre fomos elogiados pelos nossos olhos. Eu gostava de ressaltar os olhos de Heitor no meu pensamento, porque me fazia perder da linha que separava minha mãe do meu pai, a vida da morte. Parecia que seus olhos afastavam o pensamento de que nossa mãe havia morrido.

Senti o quente de suas digitais abaixo da água, tocando minha barriga com cuidado. Ele sorriu. Nadou um pouco mais para próximo, colocou os braços em volta do meu pescoço. Começou a boiar ali na minha frente. O segurei pelas costas, sentindo a pele e os músculos por debaixo dela.

Ele tinha aquela maneira de me encarar que me fazia perder do mundo. O mundo aquele que virou nada mais nada menos que pequenos detalhes na minha visão periférica. Estava encantado com os olhos dele, que agora refletiam as luzes da estrela acima de nós.

Seu rosto próximo do meu, tão próximo que eu podia sentir o hálito quente contrastando com as frias gotas d'agua do rio. Suas mãos ociosas alisavam minhas costas com ternura.

—Eu te amo, Felipe —Disse Heitor.

—Eu também te amo, Heitor.

E então, para minha surpresa, Heitor colocou a mão atrás da minha nuca e beijou-me forte. Senti seus lábios contra os meus, estavam duros provavelmente por causa da força investida. Estava perdido, por momentos me perdi. Abri lentamente a boca, seco para que aquele "selinho de irmão" se transformasse em um beijo de verdade. Introduzi lentamente a língua em seus lábios. Meu membro estava rígido novamente, não demorava muito nessa idade. O garoto então, quando sentiu a língua quente forçando seus lábios, afastou-se repentinamente, quase se afogando por alguns segundo.

Eu também fui para trás. Havia acordado do transe que o garoto jogou sob mim, que seus olhos verdes e idênticos ao meu guardavam para mim.

—Heitor! —Eu gritei enquanto nadava para a praia.

Não podia acreditar que ele havia me beijado, após todas as vezes que o mantive longe. Todos esses anos impedindo que o impulso se liberte para nada!

—Felipe, me desculpa, por favor. Eu juro não repetir isso— Ele disse nadando logo atrás de mim.

Quando me libertei da água, senti que a cena se passava em câmera lenta. Era exatamente isso que acontecia, eu corria com os pés molhados, grudando areia em todo o meu tornozelo. Arrancava uma toalha sob a mesa ainda suja de comida e corria em direção às escada de casa. Tranquei-me no banheiro e lá fiquei.

Durante um bom tempo, tentando esquecer, batendo as mãos na cabeça com raiva, a procura de uma amnésia. Eu preferia ficar com raiva que excitado. Era melhor ter um irmão presente, me amando sem sexo que um irmão me odiando após eu me declarar para ele. Eu simplesmente não podia, havia a sociedade que nunca nos aceitaria do modo que éramos, apenas dois iguais, tão iguais que nossos rostos se copiavam na mesma singularidade adolescente. Segurei-me firme para não agir do modo com que meu membro ereto pedia.

Influencias pouco sanas surgiam da minha mente em flashs rápidos. O beijo, os lábios, a pureza destruída.

Fiquei ali a deriva, porque sabia que era o fim se praticasse aquele ato pensado em meu irmão.

(comentem caso queiram a continuação ;)

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Comentários

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Hmmm legal a historia...continua sim ;)

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"O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente." - Mario Quintana

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Booo
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