Olá gente. Como vocês estão?
prometi que só postaria a continuação se recebesse pelo menos 10 comentários e adivinhem quantos recebi?
três. Isso mesmo três! Me deu um desanimo tão grande que pensei em desistir e deixar a série incompleta. Mas ão seria justo com os POUCOS que comentaram. então ai está! Mais um capitulo e sinto lhes informar que esse conto irá somente ao cap. 30. planejava que ele fosse mais além e já estava até editando os capítulos 42 a 48. mas não postarei mais do que isso. Sinto muito mas será assim. Pode não parecer nada, mas esses simples comentários de vocês incentivam qualquer autor. faz bem saber que seu conto está sendo lido e servem até as criticas nos ajudam a prosseguir. (coisa que no meu caso, só recebi pela demora em postar) (desculpem-me mesmo gente. 2014 foi ano das mudanças para mim)
Enfim ai está mais um capitulo para vocês.
O FRUTO Cap. 26
“I'm bulletproof, nothing to lose
Fire away, fire away
Ricochets, you take your aim
Fire away, fire away
You shoot me down but I won't fall
I am titanium
You shoot me down but I won't fall
I am titanium”
Virei para o lado da minha cama mantendo o foco em qualquer ponto do meu quarto. A melodia da musica ecoava pelo quarto quebrando o silencio da manhã:
“Stone hard, machine gun
Firing at the ones who rise
Stone hard, as bulletproof glass”
A minha vontade de sair da cama e enfrentar o mundo era nula. Eu ainda não tinha decidido oque fazer, quem escolher. “Afinal, não é fácil escolher alguém pra casar com você e ainda por cima pra sempre”. Pensei me lamentando.
Decidi deixar de drama e levantar, afinal eu podia ser “o fruto” e ter criaturas das trevas esperando a oportunidade de me matar e trazer o apocalipse de brinde, mas ainda era um estudante e tinha uma prova hoje.
...
Já tinham se passado duas semanas e o dia do meu aniversario se aproximava numa velocidade incrível. Eu ainda não tinha feito minha escolha e no fundo temia que não conseguisse fazê-la.
Passava cada vez mais tempo pensando em minhas opções, claro que na maior parte do tempo as duvidas me assolavam:
“Matheo ou Marcus?” “Qual deles?”.
Claro que o problema não era só esse. Eu estava com medo da minha escolha. Eram possibilidades de mais para mim.
“E se eu escolher o errado?” “E se eu não conseguir fazer ele feliz?” “E se ele só ficar comigo por que acha que é o certo?” “E se ele nunca me amar?”.
Os gêmeos tinham me dado um folga para que eu pudesse pensar. Claro que isso só piorou a situação. Eu me sentia triste e sozinho. Marcelle e Matheus não podiam me ajudar, já que não sabiam da minha verdadeira vida. Só não entrei em desespero por causa de um amigo inesperado. Daniel. Sim! Ele me ouvia e sempre estava lá para me dá uma palavra de apoio, ou simplesmente sorrir para mim, claro que ele havia desistido de mim afinal ele é hétero “Nunca tinha me atentado a isso”. Mas se tornou um grande amigo e eu meio que o ajudava com seus problemas. Problema na verdade. Seu pai. Klaus não aceitava que ele desistisse da disputa pelo controle da família, mas após uma conversa com Caius ele resolveu se acalmar e deixar o seu filho tomar as rédeas da sua própria vida.
...
Estávamos no lado, eu comecei a ir bastante e passar cada vez mais tempo por lá. Olhar a agua marrom esverdeada me acalmava e me ajudava a pensar. Igor estava mais a frente, sentado no colo e Matheus, eles conversavam animadamente sobre algo. Sorri ao ver a cena; Era engraçado ver meu melhor amigo tentando roubar alguns beijos do Igor enquanto ele tentava se esquivar. Claro que não deixei de sentir uma pontada de inveja deles, mas estava feliz ao saber que meu amigo tinha dado uma chance ao Igor, claro que ser um cara extremamente gostoso ajudava e muito.
Afundei meus pés na agua e deixei a agua fria me refrescar. Senti um vento frio e meu corpo se arrepiou. Busquei a o meu redor o motivo da minha sensação de desconforto. Ali do outro lado do lago, aproveitando-se das sombras das arvores, eu o vi. No primeiro momento pensei ser um cachorro de porte médio, mas ao olhar com mais afinco pude perceber que não era um simples animal. Sua pele era escurecida, como se já não houvesse mais vida naquele ser a muito tempo “e com toda certeza não havia”. Os olhos da criatura eram vermelho sangue, mas não tinham vida alguma, era como se alguém houvesse pintado de vermelho em uma piada de mau gosto. Seu focinho era o pior; abria-se formato de “V” ao contrario. De lá saiam varias fileiras de dentes, todos distorcidos e amarelados. De resumo a criatura era como um cachorro zumbi mutante.
Olhei assustado para Igor e seu olhar se dirigia na mesma direção, por um momento ele pareceu que ia levantar-se, mas suas feições se suavizaram. Ele sorriu e mexeu o queixo em minha direção. Voltei a minha vista para onde, antes a criatura estava e os vi.
Matheo e Marcus estavam lá, juntos lutando contra as criaturas. Não sabia de onde mais pelo menos quinze criaturas surgiram das sombras e cercaram os gêmeos. Meu primeiro pensamento foi o de levantar e ir até eles, mas fui parado por Daniel.
- Hei. – falou chamando minha atenção. – Não se preocupe. Eles vão ficar bem. Você vai ver os gêmeos em ação. – Falou calmamente.
Virei-me na direção da cena e vi incrédulo, os dois matarem as criaturas numa velocidade enorme. Os gêmeos se reversavam em seus em movimentos, ora Matheo atacava, ora Marcus avançava. Alguns momentos depois havia somente algumas poças de lama preta no chão ao redor dos gêmeos. Ambos me olharam e foram floresta adentro.
Olhei para Daniel e ele simplesmente sorriu para mim.
- Não te disse? – me desafiou – Eles são imbatíveis juntos. – Agora vamos voltar. Você está tão forte que as barreiras que o Vô Caius pôs no lago não estão aguentando. – Falou dando-me a mão.
...
No meu quarto eu repassava a cena e minha mente. A maneira como cada um deles confiava no outro, como quando Marcus deu as costas para dois monstros e antes que eles avançassem foram atingidos por uma bola de fogo lançada por Matheo. E como Matheo confiou em Marcus tantas vezes naqueles poucos momentos em que eles derrotaram um grupo de monstros.
Esse era o meu maior medo. Destruir com a confiança que um tinha do outro, o meu maior, que havia afastado da minha mente todo esse tempo. A minha escolha iria destruir o amor que um sentia pelo outro. Eu os conhecia e sabia que eles não conseguiriam deixar isso passar. Raiva retumbou dentro de mim. Eu não poderia ser egoísta e destruir isso que eles tinham.
- Claro que você também não consegue escolher um deles, não é? - uma voz, minha consciência perguntou
- Verdade. – Admiti em derrota.
A verdade era essa, eu não conseguiria escolher um dos dois. Porque de alguma maneira eu amava os dois. Era como se os dois se completassem e juntos fossem perfeitos para mim. A calmaria e a responsabilidade do Marcus que me faziam admira-lo e querer ser protegido por ele combinava perfeitamente com a paixão do Matheo. Ou até mesmo a inconsequência de Matheo combinasse com as atitudes pensadas e ponderadas do Marcus.
Agora não havia mais saída, eu finalmente havia admito isso. Eu os amava de maneira igual. E não conseguiria ficar somente com um. Claro que isso nunca aconteceria na vida real. Eu não os obrigaria a compartilhar-me e muito menos os obrigaria a isso.
Uma pequena chuva caia sobre a mansão naquele fim de tarde, agua escorria pela janela do meu quarto. “E aqui dentro também” pensei e limpei uma lagrima que descia pelo meu rosto.
Amanhã eu contaria a todos a minha decisão.
Amanhã eu colocaria um ponto final nisso.
continua.