Entregue em Público

Um conto erótico de Merun Codai
Categoria: Heterossexual
Contém 690 palavras
Data: 05/12/2014 21:41:24
Última revisão: 06/12/2014 10:28:39

[Este é meu primeiro conto! Aguardo seus comentários ou e-mails para meruncodai@gmail.com]

Estava morrendo de vergonha. Observava discretamente o corpo alto e forte parado em pé logo ao seu lado. Sentada, dentro de um ônibus, fingia continuar lendo o material de estudo da prova final de amanhã. As palavras já não significavam mais nada, eram apenas tinta no papel. Aquelas pernas fortes, dentro de uma calça um pouco apertada, a faziam morder levemente os seus lábios. Logo na altura do seu rosto, a poucos centímetros de distância, um zíper cobrindo um volume impossível de não reparar. Queria olhar para cima e ver a cara daquele Homem, mas estava cheia de vergonha, se sentindo culpada por aquele tesão tão intenso, que nunca havia conhecido. Apenas via, de canto de olho, que era um rosto grande, uma barba grossa e longos cabelos escuros. Era um verdadeiro macho, um animal, e seu corpo forte e estável parecia não balançar. A vontade dela era cair de joelhos no chão, abrir o zíper e lamber e chupar o que quer que fosse que estava lá dentro. Lembrou dos sonhos que vinha tendo todas as noites, com uma bela e grande tora que se esfregava em sua cara. Só podia ser... ERA aquele pau. Franziu as sobrancelhas e sentiu uma espiral de calor se formando bem no meio das suas pernas.

Olhou para cima, de repente, sem pensar. Viu dois intensos olhos verde-escuros olhando diretamente para dentro dos seus, sem qualquer pudor, sem qualquer tipo de discrição. Percebeu também naquela boca comprida o esboço de um minúsculo sorriso de poder. Se sentiu absolutamente invadida. Inexplicavelmente teve um orgasmo, ali mesmo, que surgiu tão surpreendente quanto a sua reação, nem um pouco bem disfarçada. Seu corpo escorregou pelo banco liso, acompanhado por uma forte inspiração e uma instintiva e desajeitada cruzada de pernas. Ofegava, e por pouco não gemeu alto. Não havia qualquer explicação. Ele a possuiu, com apenas um olhar. E mesmo agora, tentando desviar a sua atenção para o monótono mar de carros lá fora, sabia que “aquilo” ainda lhe observava, e sabia também, sem sombra de dúvida que tinha denunciado todo o seu tesão, que a sua reação tinha sido vergonhosamente óbvia.

Prometeu a todos os anjos que não olharia mais para aquele pau ao seu lado, mas não aguentou nem um minuto. Passou a fitar descontroladamente o volume escancarado, com um tesão que nunca tinha sentido na vida. Às vezes os seus olhos se fechavam, e não demorava a se enxergar totalmente nua, sentada no colo daquele “ser”, o mais puro arquétipo de masculinidade. Era vagarosamente penetrada, e na sequência tornava a subir num demorado movimento. Descia, subia, e descia... Aquilo tudo era um exagero, talvez até mesmo uma “impossibilidade física”, mas a união do prazer daquele momento, aliado a imaginação daquela entrega total, resultou em uma nova e intensa gozada., Dessa vez não conteve uma cara safada de tesão e um leve, agudo, e curto gemido.

Quando voltou a si, se sentiu humilhada, traída pelo seu próprio corpo. Instintivamente tentou se levantar, sem antes sentir um certo desequilíbrio. Logo buscou um apoio com as suas mãos. Foi quando tocou rapidamente, sem saber ao certo se foi sem querer ou não, a calça, o zíper, e o pau daquele Homem. Era grosso, e podia senti-lo em todos os seus dedos. Conseguiu se equilibrar, mas acabou ficando posicionada frente-a-frente com aqueles olhos e aquele rosto cheio de pêlos. Ele a olhava exatamente da mesma forma como antes. Por pouco não perdeu ali mesmo o pouco que ainda lhe restava de controle sobre si mesma.

Num misto de tensão e desespero, tentou com fraqueza empurrar aquele tronco estável e pesado. Acabou desviando para o lado, tropeçando em algumas pessoas. Correu para a porta, apertou a campainha, e não ousou mais olhar para trás. Finalmente desceu, e buscou equilíbrio no primeiro apoio que viu pela frente. Ofegante, suada, e molhada, tentou algum tipo de recuperação. mas seu corpo ainda formigava e parecia se derreter. Em meio a todo tipo de pensamento caótico, cristalizou-se apenas uma certeza: este momento nunca, nunca, seria esquecido. E sorriu.

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