Maira foi buscar Melissa na rodoviária, seu marido ficou na fazenda cuidando da preparação do casamento. Duzentas e cinquenta cadeiras no jardim, Radsha convidou mais da metade dos colegas de trabalho na clínica, alguns amigos pessoais, cerca de umas 130 pessoas. As 120 restante são familiares de Gabriela.
- Onde você está, amor?
- Calma, Gabi. Quando eu disser sim você me terá para o resto da vida.
- Que saco! Que horas começar esse casamento mesmo? Não aguento mais ficar longe de você.
- Logo. Tenho que ir, uma loira gostosa vai me fazer uma massagem daquelas.
- O QUÊ???????
- Brincadeira kkkkkkkkkk. É uma velha mais feia que um processo Kkkkkkkkk. Ai essa da "velha mais feia que um processo" eu aprendi com sua mamãe. Ah, minha sogrinha amada!
- Duas eu não vou aguentar rsrs. Vai lá amor e fica bem linda pra mim. Meus primos vão babar em você!
- Mas é você quem vai acabar na cama comigo mais tarde. Não me faz nem imaginar se não eu perco o juízo... Já senti até uma coisa aqui em baixo. Sabe, uma vontade?
- Assim é covardia, me provocando sem eu poder te tocar e dar o que você quer. Huum...
- Chega disso. Sexo só depois da festa. - Falou Maira.
- Mãe?! Sai da linha. - Clic. - Caramba, minha mão ouvindo isso. Que vergonha!!
- Melhor eu ir. Beijo. Ah, cuidado pra sua mãe não te pegar se masturbando kkkkkkkkkk. - Desligou.
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Camila descobriu sobre o casamento de Gabriela enquanto navegava em sua rede social, elas tem amigos em comum e leu um post falando sobre o casamento.
Após Diego levar o casal de gêmeos sua vida no presídio foi ficando difícil, aos poucos ele foi tirando a propina paga para os carceireiros e policiais, então ela voltou a ser uma presa comum.
Foi conduzida para a viatura para ir para faculdade, era o último dia de aula antes das férias. Teria uma festa, Camila queria ir não para festar, ela tinha um plano de fuga arquitetado. Durante uma troca de sala pediu para ir ao banheiro, entrou, esperou dois minutos ela gritou por socorro. O policial entrou e riu da pequena barata morta no canto do chão, Camila sorriu jogando charme...
Dentro de uma das cabines o policial aproveitou do corpo de Camila a apalpando e beijando o colo do seio, na hora de ajudar a tirar a roupa do policial Camila conseguiu puxar a pistola de choque do coldre e imobilizar o policial com a voltagem direta aplicada no pescoço dele.
Munida da arma do policial e a chave da viatura, Camila empreendeu fuga pela BR-369 sentido à capital do estado.
"Vou terminar o quê eu comecei."
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- Tem certeza que não quer fazer o exame de DNA?
- Fabiola eu já os decretei meus filhos, não é um pedaço de papel escrito positivo ou negativo que vai mudar isso. Se você vai continuar comigo você também terá que amá- los tanto o quanto eu amo. Carla e Gabriel serão nossos filhos a partir de agora.
Diego estava no Cartório para registrar os bebês. Sua futuro esposa o beijou, depois brincou com Gabriel que estava no colo de Diego. Carla dormia no carrinho.
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Radsha estava pronta, após 4 horas em um SPA para noivas ela foi arrumada por profissionais e estava apenas esperando o carro vir buscá-la.
O carro estacionou na entrada do SPA Noivas, Radsha pegou o buquê, sorriu e agradeceu os profissionais antes de entrar no carro. Os vidros do carro tinham Insufilme bem escuros, de fora não dava para ver o motorista, então não dava para prever o perigo.
- Boa noite. - Cumprimentou Radsha.
- Será uma ótima noite.
- Camila. Pára esse carro, me deixa sair! - A porta estava travada automaticamente.
- Cala a boca. Eu não vou errar de novo nessa distância. - Mostrou a pistola.
- O quê você vai fazer comigo?
- Calma, nós temos a noite toda, rsrs.
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Gabriela já estava nervosa, o relógio marcava 20:45, o casamento foi marcado para às 20:30. Sua mãe trouxe uma taça de Champagne.
- Calma minha filha, noivas atrasam. Não tem graça chegar na hora. Toma.
Gabriela bebeu tudo de uma vez.
- Eu estou preocupada mãe, algo me diz que essa noite não vai acabar bem.
- Bate na madeira, bebê. Você só está nervosa, afinal você vai se casar e tem muitas responsabilidades inclusa nisso tudo.
- Mãe, por favor...
- Tá, vou ficar quieta.
Mais 15 minutos sem a noiva chegar, parentes e amigos já comentavam. Um dos primos quis brincar, ele já estava um pouco bêbado:
- Acho que a noiva fugiu com a Ricardona, vamos comer e beber pra não estragar tudo isso.
- Calma, filha. - Pediu o pai.
- Sua noiva te largou no altar, tá valendo nada em prima, kkk.
Gabriela agiu tão rápido, foi impossível impedir o soco, o primo caiu em cima da mesa com doces, derrubando tudo. Gabriela foi pra cima, chutando ele.
- Gabriela chega...
- Me ajuda aqui, mulher.
Os pais de Gabriela a seguraram à força, levando para dentro da casa. Nervosa Gabriela bebeu uma, duas, três taças de Champagne.
- Ela não pode ter me abandonado...
- Ela não veio, filha.
- Pai, saí daqui. Você não é mulher, você não entende porra nenhuma.
- Olha aqui menina você está na minha casa, me reapeite.
- Por favor Antenor, calma. Deixa eu conversar com ela. É assunto de meninas, você sabe...
- Tudo bem, amor. Dá uns tapas nessa menina, ela tá precisando.
Antenor saiu bravo.
- Homens. Ainda bem que você não escolheu isso pra se casar.
- Mas também não escolhi a mulher certa, né!? Ou não estava aqui agora chorando porque fui abandonada no altar.
- Ela pode ter se atrasado e...
- Mãe ela não vai vir. O papai tá certo eu preciso mesmo é apanhar da vida pra ver se aprendo.
- Gabriela pára já de beber. A Radsha não tá no fundo da garrafa, não vai encontrar ela aí. - Tomou a garrafa de Champagne da mão da filha. - Vamos lavar esse rosto, depois vamos ligar para o SPA Noivas para ter notícias.
- Mãe eu te amo.
- Lembra de amar quando você estiver sobria, rsrs.
Gabriela também sorriu. Lavou o rosto, passou um creme no rosto, penteou o cabelo, depois colocou gelo na mão.
- Só pra informar; o pessoal falou que não vão embora. Os convidados da sua noiva já ligaram todos pro número de celular dela e só toca até entrar na caixa postal. Seu primo bêbado foi levado pra casa, sua tia Arminda pediu desculpa.
- Eu que devia pedir desculpa por sempre roubar as namoradas do Doug.
- Gabriela me poupa de detalhes, eu ainda to meio atravessado com essa Radsha. Se ela não aparecer logo eu vou atrás dela com minha espingarda.
- Meu homem das cavernas, rsrs. - Maira beijou o marido. - Vai lá e entretem os convidados, nós vamos cuidar de achar a noiva atrasada.
- Ok. Juízo vocês duas.
Antenor saiu, Maira ligou para o SPA Noivas, pedindo para falar com gerente, seu amigo "há séculos".
- Oi, Paulo.
- Oi, Maira. Tá sumida.
- Muito trabalho.
- Então em que posso ser útil?
- Minha nora foi se tratar aí...
- Sei. Ela ficou uma Diva. Como foi o casamento?
- O casamento? Bom... Ela não chegou aqui ainda, inclusive eu liguei pra saber notícias dela.
- Faz mais de hora que o motorista veio pegá-la. Que estranho ela ainda não ter chegado aí.
- Muito.
- Vou ligar para a agência que contratamos para levá-la até a sua Fazenda. Já retorno a ligação.
Gabriela olhou para mãe interrogando com os olhos, Maira balançou a cabeça negativamente.
- Ele vai ligar de volta.
Trim Trim Trim...
- Alô.
- Maira, fica calma tá?
- O quê aconteceu Paulo? Fala logo!
- O motorista que deveria ter pego sua nora aqui no SPA foi encontrado amarrado no meio do mato.
- Meu Deus!
- Ele disse que foi uma mulher. É tudo o quê eu sei.
- Obrigado.
Desligou, se sentando ao lado da filha, lhe tomou as mãos. Suas mãos tremiam.
- Mãe, o quê houve? Diz que ela está bem. Diz que ela desistiu e foi embora. Mãe, diz alguma coisa!
- Acho que a Camila pegou ela.
- Não... Não! Se ela machucar a Rad eu a mato.
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Não muito longe dali em uma mata de trilha queimava a lenha na fogueira, Radsha estava sentada no chão perto de uma barraca de acampar, amarrada.
- Marshemelos? - Ofereceu Camila.
- Ela vai achar você e Deus tenha pena de você.
- Resposta errada. - Camila tirou um espeto do fogo e encostou na perna de Radsha, ela gritou de dor.
- Se vai me matar porquê você não me mata logo??
- Eu quero que ela veja. Eu quero que ela sofra. Eu vou matar você, depois eu vou matar ela e me suicidar. Não é perfeito? Nós três vamos juntinhas pro inferno kkk.
- Você é louca. Maluca!
Camila ia queimar o rosto de Radsha, o celular de Radsha tocou mais uma vez. Dessa vez era quem ela queria, então Camila atendeu:
- Oi, meu amor.
- Se você a machucar eu te mato. Fala logo onde vocês estão.
- Que isso meu amor, eu também estava com saudade. Sim, eu quero te ver. Lembra o lugar onde nós acampamos da última vez? Eu estou aqui amor, vem pra mim.
- Eu preciso saber se ela está bem antes de ir.
- Ok. Fala com ela. - Colocou o celular no ouvido de Radsha.
- Oi.
- Você está bem meu amor?
- Sim.
- Eu vou te buscar. Eu temo.
- Eu também. Aiiiiiiii...
- O quê foi isso?
- Você gosta do rosto da sua amiga? Acho que ele tá um pouco queimado. - Desligou. - Ela não ama você. A Gabriela não ama ninguém, mas ela é minha.
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- Pai, cela o Trovão. De cavalo eu chego mais rápido.
- Minha filha eu vou com você.
- Não pai, preciso resolver isso sozinha. Pai, mãe, eu amo vocês.
- Não se despede bebê...
- Sua mãe tá certa, não se despede. Vai lá e dá uma surra naquela maluca de cria bicho e traz minha nora pra casa.
Os três se abraçaram.
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Diego foi avisado por policiais sobre a fuga e se voluntariou para ajudar nas buscas dos arredores onde a viatura foi encontrada.
Acompanhado de policiais locais eles subiram a serra da formiga, um local de trilha e acampamentos. Viram a fumaça da fogueira, se aproximando viram Radsha amarrada.
Um animal assustado denunciou a posição deles, Camila fez Radsha ficar de pé, ficou atrás dela com a arma na cabeça dela.
- Se alguém chegar perto eu atiro.
- Calma. - Os policiais pediram.
- Armas no chão. Vai!
- Deixa ela ir Camila, ninguém vai te fazer mal. Eu estou aqui para garantir isso. Trouxe um médico, ele vai cuidar de você.
- Diego?? Você já não conseguiu o quê queria?
- Eu quero te ver bem e essa sua obsessão pela Gabriela só está te fazendo mal.
- Não é obsessão, eu amo.
Diego viu Gabriela vir por trás de uma árvore nas costas de Camila, então tentou ganhar tempo.
- Será que você não está confundindo os sentimentos? Quando se tem uma amizade muito forte por alguém pode confundir com amor.
- Vocês não entende... Eu e a Gabriela éramos muito feliz foi só essa doutorazinha aparecer e estragar tudo. - Bateu com a arma na cabeça de Radsha.
Radsha desmaiou e caiu na grama. Gabriela aproveitou a oportunidade e foi pra cima de Camila... O primeiro soco foi na nuca de Camila, ela caiu e bateu a cabeça em uma pedra.
Mesmo estando inconsciente Gabriela não parava de socar o rosto de Camila, Diego e o Psiquiatra a segurou. Os policiais socorreram Radsha.
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No outro dia de manhã...
- Que bom que acordou. - Beijou os lábios de Radsha, delicadamente.
- Te amar está se tornando doloroso, sabia? - Sorriu.
- Rad eu sinto muito. Muito mesmo. Te juro que se não me segurassem eu tinha matado ela.
- Não se torne uma assassina por minha causa.
- Minha família vai pagar qualquer cirurgia que você tenha que fazer.
- Obrigada por falar que eu estou feia.
- Não, meu amor, você está linda como sempre. Sei lá, essas queimaduras saem depois?
- Vai ficar marca, mas eu posso superar. Que fim levou a louca?
- Camila foi internada em uma clínica para doentes mentais. Vai ser tratada e talvez um dia possa voltar para o convívio em sociedade.
- Me avisem quando ela sair para nós nos mudarmos pra outro planeta.
- Nós?
- Sim. Ou você decidiu não casar mais comigo?
- Rad, eu te amo.
- Eu te amo mais.
- Não... Ainda essa melozeira? - Maira entrou no quarto do hospital.
- Maira, sua filha é doce como o mel.
- Cuidado pra não ter diabetes kkk.
- Mãe, não brinca com coisa séria.
- Desculpa. Então, vamos Radsha? Você está umas 9 horas atrasada para seu casamento.
- Falando nisso, cadê seu vestido, amor?
- A Camila me fez tirar e o queimou.
- É o primeiro casamento que a noiva usa moletom, rsrs. - Maira abraçou as duas e sairam.
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* (pergunta)
- Sim.
*(pergunta)
- Sim.
- Pode beijar a noiva.
A maioria ficou chocada com o beijo de língua, alguns ficaram com inveja e outros também se beijaram.
- Acho bom vocês duas começar a trabalhar na minha netinha, rsrs. Mas perai, como duas mulher faz neném se não tem espermatozóide?
- Ai, pai! Não se preocupa, você será vovô.
- Ok.
Todos foram dançar a valsa.
- Eu te amo, Rad.
- Eu te amo mais.
Sorriram e se beijaram. A vida de casadas estava só começando.
***
FIM.
