part zero

Um conto erótico de en kille
Categoria: Homossexual
Contém 856 palavras
Data: 08/12/2014 19:30:18
Assuntos: Gay, Homossexual

ei você. sou "novo" aqui. já li vários contos, inclusive publiquei um por pedaços em uma conta que perdi. mas depois de tanto tempo resolvi postar novamente.

leiam avisados que meus assuntos são aleatórios ou sem sentido, minha escrita é meio louca, não sei e nunca conseguirei aprender o uso correto dos porquês, e tenho uma péssima mania de largar as histórias e os contos pela metade. demoro pra ter ideias mas quando tenho são boas, então não repare se eu ficar um ano sem postar e depois postar 20 de uma vez.

se vocês forem loucos o suficiente de gostar do que escrevo e quiser acompanhar, sempre dê uma olhada no http://werdsmith.com/nostrings . lá atualiza em tempo real tudo o que eu escrevo. quem quer acompanhar fica melhor, porque as vezes posso demorar pra postar aqui.

pode meter o pau, pode tacar tomate. críticas são sempre aceitas. qualquer ideia que tiverem também, pode me chamar no huntinforpearls@gmail.com

espero que gostem.

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2 anos atrás. foi a primeira vez que eu vi ele. seus olhos azuis da cor do céu, seus lábios macios, seu cabelo ruivo rebelde. ele, em pé, no meio do vagão do metrô, olhando pro nada, cercado de outros desconhecidos.

a primeira vez que olhei pra ele foi algo mágico. eu esqueci de tudo ao meu redor. só me dei conta que passei da minha estação após ele sair do vagão.

eu nunca teria coragem de chegar perto e puxar conversa. eu era um pirralho. ele riria da minha cara.

porém, antes de sair, ele olhou pra mim. por uns 5 segundos, mas olhou.

e naquele dia, um sentimento surgiu dentro de mim por ele.

provavelmente eu nunca mais veria aquele rosto perfeitamente moldado, seus cabelos ruivos com uma pequena franja para a direita.

mas sempre que eu via algum menino bonito, inexplicavelmente eu lembrava dele.

passado um ano e meio aproximadamente, um menino me segue no twitter numa segunda-feira.

era ele.

Austin.

o rosto finalmente tinha um nome.

ele me retweetava e me mencionava algumas vezes, até que um dia engoli toda a minha vergonha e puxei conversa com ele.

conversa vai, conversa vem, nós combinávamos bastante. ficamos 5 horas seguidas conversando. e a cada momento aquele sentimento aumentava, e se transformava.

um mês, dois meses.

ele era o amigo que mais conversava comigo e vice-versa.

em quatro meses ele tornou-se meu melhor amigo. confidenciava coisas a ele que nunca contei a ninguém. exceto uma.

eu me apaixonei por ele.

já não tinha mais olhos pra ele como amigo. a cada vez que pensava nele, eu imaginava um futuro com ele, nossos filhos, nós felizes. sim, o amor é um filho da puta que quando vem fode você em todos os buracos existentes.

ele nunca teve conhecimento daquela vez do metrô. eu nunca tive coragem de contar. nem de que eu queria ele.

gay eu já sabia que ele era, ele me contara sobre seus relacionamentos antigos. e talvez era isso que me impedia de me declarar pra ele.

três namoros, três pessoas completamente diferentes, e nenhum namoro deu certo. ele já enfiara na cabeça que a culpa era dele e que ele era o problema.

eu já havia ficado com alguns meninos, alguns namoricos, mas nada de verdade, duradouro.

e eram tantos fatores, tantos detalhes, que eu ficava apavorado só de lembrar deles.

quatro meses, dois dias e sete horas após nossa primeira conversa, nos encontramos fisicamente pela primeira vez.

ele me pagou um suco. andamos juntos por quase 6 horas. e a cada momento eu me perdia mais e mais nos olhos azuis dele.

ele alega que foi um dos melhores dias da vida dele. eu tenho certeza que foi o melhor dia da minha.

depois disso, saímos outras vezes. ótimas do mesmo jeito.

ele me abraçava, bagunçava meu cabelo. nós nos tornamos inseparáveis.

ele foi na minha casa, eu fui na dele.

e a coragem de me abrir com ele nunca vinha.

até que não aguentei mais.

ontem, falei com ele por telefone que a próxima vez que o encontrasse tinha que falar uma coisa muito séria pra ele.

não importava se ele sentisse o mesmo ou não. era um peso enorme nas minhas costas. e eu não conseguia falar disso pra ninguém. nossa amizade era forte suficiente pra continuar mesmo dele sabendo disso.

marcamos de sair no domingo.

hoje, estou no metrô voltando pra casa, e a mesma cena de dois anos atrás se repete.

o mesmo menino ruivo de cabelo rebelde, olhos azuis, com um pouco mais de altura. olhando pro nada, cercado de gente.

ele me vê.

sorri.

corta caminho pela multidão de pessoas no vagão.

ele sorri de novo e diz

"oi"

"oi Aus"

pausa.

ele espera que eu continue o assunto mas estou entrando em colapso internamente. tanto que

começo a tremer.

"você tá bem?"

o sistema de som avisa que a próxima estação é a dele.

"me conta"

o trem começa a parar.

ele olha fundo nos meus olhos.

as portas abrem.

"eu tenho que ir"

ele começa a se distanciar

"Austin."

ele olha pra trás.

"eu... eu te amo."

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