Oi, gente! Ainda lembram de mim? Tirei umas férias depois do final do conto, mas é hora de voltar à ativa. Antes de retomar a segunda fase do conto, resolvi escrever dois contos, que se passam, um antes e um depois de Lembranças de Danilo. Aqui está o primeiro deles. Espero que gostem.
Abraços.
____________________________________________________________________________
Eu só tinha quinze, e, por isso, deveria ter feito amizade com os mais novos do condomínio. Mas a galera mais velha parecia tão legal, que não tive como não tentar ser amigos deles. Achei que nunca fosse dar certo, até que um deles me deu uma chance, e parou para conversar comigo. Aconteceu quando eu estava sentado em um dos bancos do meu condomínio, e ele sentou do meu lado. Logo senti um cheiro familiar, e percebi que ele usava o mesmo perfume que eu. Tentei olhar pra ele sem que ele percebesse – não deu certo. Nos encaramos por um breve momento, e ele sorriu pra mim. Ele levantou e foi em direção à portaria, e prestei mais atenção. Ele era magro e alto, a pele escura. Pouco depois, ele voltou. Ao sentar, comentou:
- Mulher demora demais a se arrumar, putz.
Eu ri. Ele virou:
- Tu é novo aqui né? Já te vi por aqui, mas não anda com ninguém.
- É, mudei faz pouco tempo.
- Pô, da próxima vez chega mais cara, assim vai continuar andando sozinho.
- Tá bom.
- Tu é caladão assim mesmo ou é porque me conheceu agora?
Eu ri.
- Um pouco dos dois.
Então, duas meninas chegaram. Eu conhecia elas de vista, sabia que eram irmãs.
- Porra, finalmente! Mandei o porteiro interfonar faz uns dez minutos. A gente vai chegar atrasado.
- Que mentira, saímos assim que ele interfonou. Vamos logo, o táxi já chegou. – A que parecia mais velha respondeu.
A mais nova, que não tirou os olhos do celular, saiu e foi para a portaria. A mais velha seguiu.
- Pô, cara. – ele falou, se levantando e estendendo a mão. – Aparece aí.
- Beleza. – respondi, apertando a mão dele.
- Aliás, nem perguntei teu nome.
- Lucas.
- Prazer, Lucas. Meu nome é João.
E foi assim que eu conheci o João. E não tardou pra que ele me apresentasse para todo mundo. Haviam as irmãs Graça e Laís, as que saíram com João na noite em que eu o conheci. Também Felipe, Thiago e Marcel, três amigos de João e das meninas. Todos eles tinham dezessete ou dezoito. Somente eu tinha quinze. E essa se tornou a minha turma de amigos por quase um ano.
Na escola, eu tinha Alice, que sempre estudara comigo, e Sabrina, que havia entrado para a minha escola naquele ano. Mas eu preferia muito mais andar com a minha turma de amigos mais velhos. Eles eram mais divertidos e me faziam parecer maduro e experiente. Eles falavam de bebidas, sexo e festas e eu absorvia tudo, esperando aprender o máximo que pudesse com eles.
Na época, eu possuía zero experiência com relação à sexo. Tudo o que eu sabia vinha de vídeos pornôs. Para falar a verdade, eu mal estava seguro da minha orientação sexual. Sabia que era atraído por garotos, mas achava – ou queria achar – que também era atraído por garotas. Afinal, eu já havia ficado com meninas e tinha gostado. Mas também havia ficado com um menino, um primo distante, um ano antes, e também havia gostado.
João foi a segunda prova de que eu realmente gostava de garotos.
Tudo começou em um sábado. Estávamos eu, João, Marcel e Felipe na casa de Marcel. Passava das sete da noite e seus pais saíram para jantar, deixando nós quatro em casa. Estávamos na sala. Eu e João no sofá. Marcel na mesa do computador e Felipe na varanda falando ao celular. Marcel quebrou o silêncio.
- Ei, checa só isso!
Eu e João nos aproximamos do computador só para ver o que era. Marcel havia ligado em um site pornô. No vídeo, uma garota se masturbava. Logo, Felipe chegou por trás.
- Caralho! Que espetáculo. – falou, rindo.
- Puxa uma cadeira. – Marcel encorajou.
E assim ficamos, durante todos os três minutos de vídeo. Marcel e Felipe sentados, rindo e fazendo comentários. Eu e João assistindo em pé, calados. Ao final do vídeo, Marcel escolheu outro. Neste, uma ruiva chupava um cara enquanto outro cara a fodia por trás. Após um momento, ouvi o riso de Marcel.
- Checa só.
Olhei para onde ele apontava e vi seu pau marcando, duro, sob o short. Felipe riu e apertou o próprio pau que também havia enrijecido. Olhei para o lado e vi que João havia voltado para o sofá. Sem saber o que fazer, preferi voltar e me sentar ao seu lado e continuei a ver tv.
Um tempo depois, percebi pelo canto do olho que Marcel havia abaixado o short até os pés. Ao prestar atenção, percebi que os dois batiam punheta. Foi então que meu pau, que até então não havia dado sinal de vida, ficou duro. Tentei prestar atenção na TV, pensar em outras coisas, mas, pelo canto do olho, podia perceber os movimentos de braços dos dois.
De repente, senti uma mão levantando minha blusa, que cobria a ereção. João me encarava, segurando o riso.
- Tem certeza que não quer se juntar a eles?
Sorri, envergonhado, e cobri o volume com uma almofada.
- Ei, porque essa timidez? Deixa de ser besta, Lucas. A gente é amigo.
- Eu sei, mas...
- Além do mais – ele me interrompeu – você não é o único.
Ele pegou a minha mão e levou ao meio das suas pernas. Senti minha mão pressionada entre a palma da sua mão e o volume em suas calças. Ele soltou e eu removi minha mão. Rindo, repeti sua pergunta.
- Tem certeza de que não quer se juntar a eles?
Ele negou com a cabeça, rindo.
- Não to afim.
- Isso aí diz o contrário – falei, apontando para seu volume.
Ele pareceu pensar por um momento, e, por fim, falou:
- Nada que um banho gelado não resolva.
- Vai tomar banho aqui?
- Não, idiota – ele debochou – na piscina. Vamo?
- Não tenho toalha nem nada.
- Marcel, me arranja toalha? – João falou, se aproximando dos dois que continuavam a bater punheta.
- Tem no banheiro, aproveita e me traz o papel higiênico.
Todos rimos, e João entrou. Não demorou, e ele já estava de volta com uma toalha, o rolo de papel higiênico, e um vidro de hidratante.
- Toma. – João falou, ponto o vidro e o rolo em frente a Marcel – Pra ajudar.
- Valeu, cara. - Marcel riu, mas, enquanto eu saía, vi ele abrir o vidro e derramar hidratante direto no pau.
Saí às gargalhadas com João, e logo estávamos nos fundos do condomínio, na piscina. Ela só permanecia aberta até as seis, mas, devido ao fato de ser isolada e os seguranças só entrarem no serviço às dez, o intervalo de quatro horas permitia que todos usassem a área da maneira que quisessem, especialmente devido à falta de iluminação.
Pulamos a pequena grade que, teoricamente, deveria impedir que as pessoas utilizassem a piscina após as seis, e logo estávamos nos despindo. Vi João tirar a camisa e o short e prestei atenção ao seu corpo. Estava escuro, mas percebi seu contorno alto e magro, sua barriga enxuta e seu peitoral peludo. Logo me despi, ficando só de cueca assim como ele. Entramos na piscina, mas ela não estava muito gelada, o sol durante o dia havia a deixado à temperatura ambiente.
Nadamos um pouco, calados. Por fim, ele quebrou o silêncio.
- Será que eles já gozaram?
- Com tanto vídeo ruim que eles tavam vendo, duvido.
- Ah, tava prestando atenção nos vídeos? – ele riu de mim.
- Eles fazem muito isso? – mudei de assunto.
- Bater punheta? Pode apostar.
- Mas tipo, vocês todos...
- Ah, juntos? Não, não... Eu nunca. O Marcel sempre começa mas eu logo corto. O Thiago também não curte, mas já convenceram ele, só uma vez. Normalmente é só o Felipe que aceita de boa. Você nunca fez nada assim?
- Não – admiti.
Ele assentiu com a cabeça: já imaginava.
- E você é virgem, né? – ele perguntou.
- Sou. – admiti, mais uma vez. – E você?
Ele riu. Claro que não era.
Continuamos em silêncio e eu nadei até a borda e lá fiquei. De repente, senti João vindo por trás, mas não me movi. Senti ele pegar na minha cueca pela frente, sentindo o meu pau mole.
- Eu disse que a água ia ajudar.
Virei, rindo.
- E você? Acalmou também?
Ele procurou minha mão embaixo da água e, ao encontrar, puxou para seu pau: continuava duro.
- Acho que só vou resolver do jeito antigo mesmo.
Então, ele colocou o pau pra fora. Não vi nada, estava escuro demais pra isso, mas pelo movimento do seu braço, vi que ele se masturbava devagar. Meu pau endureceu na hora. Ele se aproximou e eu recuei e acabei encostado na borda. Ele estendeu a mão e tocou minha ereção.
- Pô, voltou. Acho melhor você se livrar disso aí também.
Assenti com a cabeça e abaixei a cueca. Senti a água no meu pau mas logo comecei a bater uma. Aí, a surpresa. João se aproximou ainda mais. Ele colocou os braços pra fora, agarrando o chão da borda da piscina, e pressionou sua ereção contra mim. Senti seu pau pressionado contra a minha barriga e meu nariz contra o seu pescoço. Então, percebi o que ele estava fazendo. Ele apertava o pau entre nossos abdomes e fazia movimentos de cima para baixo.
Enquanto isso, eu havia soltado o meu pau e o sentia duro encostando nas pernas dele. Minhas mãos agarraram sua cintura e acompanhavam seu movimento. Pouco depois, ele se afastou. Senti então suas mãos no meu rosto e logo depois seus lábios nos meus. Senti sua língua na minha e sua boca chupar meus lábios. Ele usou os braços e me levantou um pouco, ajudado pela água. Agora no mesmo nível, nossos paus se encontravam, roçando um no outro. Continuamos assim por uns dez minutos. Ele beijava minha boca, chupava meu pescoço, e continuava a pressionar seu pau contra o meu.
Então, ele finalmente falou algo.
- Pega.
Demorei a entender do que ele falava, mas então ele puxou minha mão e colocou sobre o seu pau. Segurei. Era longo, o que eu já havia percebido, mas também era fino. Ele agarrou o meu com uma mão e minhas bolas com a outra.
- Hmm, lisinho.
Eu ri, e continuei a masturba-lo.
Não demorou muito, ele anunciou:
- Vou gozar.
Parei os movimentos com a mão.
- Aqui? – perguntei.
Ele pareceu pensar.
- Não, vamo ali. – acompanhei seu dedo e vi que ele apontava para onde eram guardados os materiais de limpar a piscina. Levantamos, nus, e corremos para lá. Estava destrancado. Era uma sala estreita e lotada de materiais. Só então, vi uma luz ser ascendida: ele havia encontrado uma lanterna. Apontou pra mim, de cima a baixo. Fiquei envergonhado, e desviei o olhar. Ele riu e se aproximou, com o pau na mão, e apontou a luz para baixo. Pela primeira vez vi seu pau. Era maior do que eu pensava, mais tão fino quanto eu pensei que era. Era do tom da sua pele, moreno, e cercado por uma juba negra. Percebi que ele também analisava meu pau.
Por fim, ele anunciou o gozo. Aproximou o pau de mim, com mais alguns movimentos, gozou em minha barriga. Senti o líquido quente descer, mas ele não deixou que caísse: começou a espalhar sua porra em mim, descendo para o meu umbigo, subindo para meus mamilos. Logo, meu tórax estava coberto de gala. Aquela foi minha deixa, anunciei que ia gozar. Ele se aproximou e senti sua coxa perto do meu pau. Gemi baixo e senti um tremor no corpo todo e gozei na sua coxa direita.
- Caralho, tu goza muito. – ele riu.
- Você também. – falei, apontando para meu peito e minha barriga, grudentos. – Ainda bem que mal tenho pelo, se não ia estar tudo pregado.
- É, que nem minha perna. Olha o tanto de gala que tem aqui. – ele falou, mostrando a sua perna direita, que brilhava com meu gozo à luz da lanterna.
Acabamos voltando para a piscina para tentar tirar o máximo de gala. Tentamos nos enxugar o máximo que pudemos com a toalha de Marcel. Por fim, me despedi dele, e subi para minha casa.
Depois daquilo, nossa amizade continuou a mesma, mas João não demonstrava nenhum indício de que havia acontecido qualquer coisa. Não falei sobre aquilo com mais ninguém, e imagino que ele também não. Depois de muito tempo, pensei que ele já havia até esquecido.
Perto do fim das férias, quando anunciei minha mudança para os meus amigos, todos pareceram realmente tristes, mas ninguém estava mais infeliz que eu. Embora eu continuasse a prometer que iria vê-los, sabia que aquilo não iria acontecer. Eles iam entrar pra faculdade agora, e eu ia morar em uma casa com meus pais e minha irmã. Não ia mais ter com quem conversar ou sair além de Alice e Sabrina.
Mas a verdade é que o pior de tudo era pensar que não iria mais ver João.
No dia da minha mudança, enquanto meus pais terminavam de carregar as caixas para o caminhão de mudança, fui ver meus amigos. Eles esperavam na piscina. Chegando lá eu quis chorar, mas Marcel soltou algumas piadas e logo o riso substituiu o pranto.
- Tá na hora, gente. – falei, me levantei e acenei para todos. Abracei cada um e já ia saindo, mas João disse que me acompanhava até o carro.
Quando chegamos ao estacionamento, atrás de uma Hilux, ele me puxou e me virou. Colocou a mão por dentro da minha camisa e alisou meu peito e desceu pela minha barriga. “Claro que ele lembra”, pensei comigo mesmo.
- Vou sentir saudades. – ele beijou minha testa, virou e saiu.
__________________________________________________________________________________________
Na escola, sentado entre Sabrina e Alice, eu continuava a pensar em João e nos meus amigos do condomínio. Foi aí que ouvi Sabrina e Alice discutirem.
- Não vai, Sabrina.
- Coitado, Alice, tá sentado sozinho.
Vi Sabrina levantar e sair.
- O que foi isso? – perguntei. Alice revirou os olhos.
- Ela quer chamar o novato pra sentar com a gente.
- Novato? Tem novato?
- Você tá voando, né?
- O professor não falou nada.
- A gente não tá no ensino fundamental, Lucas, agora é Ensino Médio. Pro professor todo mundo é novato.
Eu ri. Então, vi Sabrina se aproximar. Atrás dela, notei o novato. Ele era bonito, moreno, da minha altura. Ele sentou e sorriu, e o meu coração parou por um segundo: era o sorriso mais bonito que eu já havia visto.
- Prazer – ele disse – Meu nome é Danilo.