"Todo o nosso conhecimento se inicia com sentimentos." - Leonardo Da Vinci
Frio na barriga, coração disparado, sorriso bobo no rosto. Naquele momento eu só sabia fazer isso: sorrir. Ele chegou perto de mim e ficou me encarando. Entendendo seu recado eu disse:
Eu - Lara, pega um pouco de água para mim, por favor? - olhei para ela como criança pidona que pede um doce. Ela suspirou.
Larissa - Ok. - ela se levantou e saiu de porta a fora. Ele se sentou onde a Lara estava sentanda, ou seja, bem perto de mim. Perto suficiente para eu sentir seu perfume, o mesmo de ontem.
Guilherme - Bom dia.
Eu - Bom... bom dia - gaguejei
Guilherme - Quer dizer que vamos estudar na mesma sala o ano todo?
Eu - Pois é. - é nessas horas que me dá raiva de mim mesmo. Eu simplismente não sei o que dizer. Travei.
Guilherme - Vamos marcar um dia para... - ele deixou no ar de propósito. Ele passou a mão discretamente na minha perna. Se o que ele queria era me deixar pensar besteira, conseguiu. Como que adivinhando meus pensamentos ele sorriu do mesmo jeito safado do meu sonho, só que ao vivo é beeeemmm melhor - você pegar o celular de volta.
Eu - É vomos... quer dizer, vamos. - merda, gaguejei de novo. Eu estava ficando meio nervoso com a situação. Ele não tirava os seus olhos dos meus nem um segundo. Não consegui me conter e começei a sorrir. Senti que eu já estava ficando animado com a situação, se é que me entendem. E ficar animado dentro de uma calça jeans não é muito agradável. Até que somos interrompidos.
Gabriele - AMOOORRRR
Só aquela voz irritante da vaca loira me fez lembrar que o Guilherme é o "namorado" dela. Me levantei e sai da sala, precisava esfriar a cabeça e me acalmar. Eu me sinto... ah não sei como descrever como me sinto agora. É uma mistura de euforia com raiva e excitamento... Sim meu povo, vocês não leram errado, me senti excitado com a situação. Não sei como ele fez isso, mas ele fez... ah isso ele fez. Fiquei direto para o banheiro e lavei o rosto. Me apoiei na pia e encarei meu reflexo no espelho. São coisas de mais acontecendo em tão pouco tempo. Não tive sequer um tempo para pensar direito em tudo o que tinha acontecido. Precisava desabafar, conversar com alguém que me desse uma luz. Respirei fundo e fechei os olhos. Ainda não consigo acreditar que aquela vaca é a namorada do Guilherme, o pior é que eu estou gostando da situação. Calma Marlon, volta para sala porque você tem uma aula para assistir. Assim que voltei, o Guilherme não estava mais no lugar da Lara e ela já tinha voltado. Como estávamos sentados no fundo tive que passar por ele, que ficou me seguindo com os olhos.
Larissa - Você vai ter que me contar como fez isso.
Eu - Isso o que?
Larissa - Como fisgou aquele gato?
Eu - Eu não fisguei ninguém, Lara.
Larissa - Me engana que eu gosto.
Eu - Não está rolando nada.
Larissa - Assim que você saiu, aquela garota ali - ela indicou a Gabriele - deu a louca e começou a gritar e falar que não quer aquele gato falando contigo. - Oxe, eu saio um minutinho e perco um mico desses!! Olhei para a direção deles e o Guilherme ainda me encarava. A vaca percebendo isso deu um beliscão no braço dele e me fuzilou com os olhos. Nem tinha percebido o professor entrando na sala.
Professor - Bom dia, alunos. Eu sou o professor Ricardo, de química. Vamos começar a aula falando sobre elétrons. Os elétrons...
E lá se foi uma aula super interessante. Tão interessante que eu nem prestei atenção. Mas a aula passou rápido pelo menos, quando eu dei por mim o sinal do intervalo estava tocando. Saimos da sala e a Lara começou a falar sobre a aula.
Eu - Lara, eu vou no banheiro, tá? Guarda meu lugar na mesa.
Larissa - Pode deixar.
Quem disse que eu ia voltar? A Larissa é muito legal, mas não para de falar um minuto. Fui andando meio que sem rumo pela escola. Até que cheguei em uns bancos de concreto. Tinha umas duas pessoas ali, provavelmente um casal, que logo saíram. Me sentei e agradeci pelo silêncio do lugar. Fiquei pensando na vida. Senti falta do Pedrinho. Queria saber como ele está. Queria conversar com ele.
Eu - Está decidido, depois da escola eu vou lá visitar o Pedrinho! - pensei alto
Voz - Quem é Pedrinho? - me virei assustado e lá estava ele olhando para mim. Logo lembrei da vaca gritando por ele na sala: "amooorrr". Não sei por que mais me subiu uma raiva filha da puta.
Eu - Ninguém que te interesse.
Guilherme - Nossa, o que foi que eu fiz? - ele se sentou no banquinho do meu lado.
Eu - O que você quer?
Guilherme - Por que você está agindo assim?
Eu - Só estou cansado, só isso. - eu disse, passando a mão na cabeça.
Guilherme - Hum. Eu só queria ver, só isso.
Eu - Me ver?
Guilherme - É. Só queria te ver.
Eu - Só me ver? - digamos que estava querendo outra coisa... Ele sorriu e aproximou seu rosto do meu pescoço. Sussurrou no meu ouvido.
Guilherme - Você bem sabe que eu quero mais que isso... Mas me contento com um beijo seu. - olhei para os lados e vi que não tinha ninguém. Dei um selinho rápido e me levantei para ir embora, não seria tão fácil assim. Ele acha o que? Que é só chegar e sair beijando? Não, não, não. Ele se levantou e se colocou a minha frente - Onde é que você vai?
Eu - Vou beber um pouco de água.
Guilherme - E cadê meu beijo?
Eu - Já dei!
Guilherme - Pelo que eu me lembro eu não pedi um selinho, eu pedi um beijo. - ele segurou minha cintura e me aproximou dele. Quando dei por mim estávamos nos beijando. Saí de órbita. Um beijo calmo, mas que conseguiu me esquentar por dentro. Coração disparado. Não só o meu, o dele também estava. Me entreguei aquele beijo completamente. Perdi a noção de onde eu estava, de que horas eram, em que data estamos, não sei nem se eu ainda estou no planeta Terra. Quando o beijo terminou ele olhou nos meus olhos. - O que você fez comigo, garoto? - colou nossas testas e fechou os olhos. - Não consigo parar de pensar em você. - Sorri. Eu não estava acreditando que estava ouvindo isso. Com certeza isso é só mais um sonho. Ele me abraçou e ele beijou meu pescoço. Aproveitei a oportunidade e começei a descer a mão. Estava sendo ousado? Sim. Mais, e daí? Não tem ninguém ao redor. Enquanto alisava seu peitoral e sua barriga cheia de gominhos, aproximei meu nariz do seu pescoço e senti seu cheiro. Mordi de leve a ponta de sua orelha. Com a voz rouca ele disse: - Não faz isso, garoto...
Eu - Eu não estou fazendo nada... que você não queira.
Guilherme - Nossa...
O sinal tocou, me distanciei dele e comecei a caminhar em direção ao povo, sem dizer uma palavra. Maldade minha fazer isso com ele? Não acho. O safado aqui é ele, não eu. Fui direto para sala, a maioria dos alunos já estavam lá. Me sentei e fiquei esperando a faladeira chegar. Um tempinho depois ela chegou e, como de praxe, continuou falando. Eu nem prestava mais atenção, fiquei tentando adivinhar onde estava o Guilherme. Quinze minutos depois, ele voltou para a sala. Estava com o cabelos molhados, parecia que tinha enfiado cabeça debaixo da torneira. Não teve como não rir. Ele olhou para mim e deu uma piscadinha discreta. A aula correu tranquila e logo fomos liberados. Me dispedi da Lara e peguei o busão para ir para o hospital visitar o Pedrinho.
Chegando lá, vou até a recepção e peço para ir até o quarto do Pedro. Ela me diz o número e vou caminhando lentamente até lá. Perto da porta, do lado de fora, estavam minha mãe e a tia Sara cochichando. Meu espirito fofoqueiro falou mais alto e me fez me aproximar o máximo que pude para ouvir a conversa.
Mãe - Será que ele vai procurar o Marlon?
Tia Sueli - Tomara que não. Não seria nada legal ele ficar sabendo pela boca do...
Mãe - Shiiiii não fala esse nome, pelo amor de Deus!
Tia Sueli - Quem tem que contar a história toda é você e não ele. Pelo que você me contou sobre ele, ele vai contar a história completamente diferente e o Marlon vai acabar ficando com raiva de você.
Mãe - Você acha?
Tia - Se eu acho? Eu tenho certeza! Não dá mais para adiar essa conversa, Sara.
Mãe - Ok, você tem razão. Só estou sem coragem de contar para ele que eu menti para ele. - elas se abraçaram.
Eu - O que é que está acontecendo? Sobre o que minha mãe mentiu? Porque ela mentiu para mim?
Enquanto pensava nisso acabei esbarrando em uma enfermeira que estava passando, derrubando assim uma bandeja com alguns alimentos. Quando a bandeija caiu parecia que tinha estourado uma bomba, de tanto barulho que fez (tudo bem, é exagero meu). As duas me olharam meio aturdidas e eu fiquei sem saber o que fazer. Será que elas sabem que eu ouvi tudo?
Boa noite, meus amores. Então, prometi postar ontem mas cheguei muito tarde em casa e fui direto para minha cama. Mas está aqui, vocês não vão se livrar de mim tão cedo hehehehe.
liet#novinha... - Muito obrigado, linda. Garanto que a Gabriele ainda vai aprontar...
KayoB - Nossa, de coração, muitíssimo obrigado Kayo. Está aqui a continuação, amore. Beijos.
Nefhero - kkkkkkkkk que isso, menino? Ri muito aqui com seu seu comentário. Quanto a pergunta... digamos que ele vai passar por umas coisinhas que vão testar a paciência e os sentimentos dele. Beijos, amore.
prireis822 - E eu adoro você. A Gabriele vai se tornar bem pior, motivos não vão faltar para ela ser chamada de cobra. Abraço, linda.
guhs - Voltei, amore. E se depender de mim, não vou largar de vocês nem tão cedo rsrsrsrs.
Ru/Ruanito - kkkkkkkkk Nossa!! Mas prometo que oportunidades não vão faltar hehehe.
Geomateus - Sim, amore. Beijos.
Drica (Drikita) - Nossa Drica, arrasou. Isso me dá certas ideias... Beijos, linda.
Agatha28 - Obrigada ;)
Gabee - Muuuuuuiiiitoo obrigado, esta aí mais um capitulo.
Mikepb - Hummm será? Aguarde cenas dos próximos capítulos hehehe.
Gente, eu adoro ler cada comentários de vocês. As vezes me pego lembrando deles e fico com um sorriso bobo no rosto. E são eles que me fazem continuar. Criticas, comentários, palpites e votos serão muito bem vindos. Ah, se tiverem alguma dúvida sobre o conto pode perguntar que eu respondo com o maior prazer.
Até segunda, meus amores :)
