No dia seguinte acordei, tomei a insulina, meu pai sempre deixa um bilhetinho na cabeceira da cama. Fiz minha higiene matinal e desci. Ele estava deitado no sofá assistindo um canal de sports.
Eu: Pai o senhor não foi trabalhar?
Ele: Vou trabalhar mais em casa agora. Não vou deixar você só.
Eu: Pai...
Ele: Nem diga nada.
Eu: Ok.
Ele: Vem aqui. – Sentou-se e bateu no seu colo.
Fui e sentei de frente para ele, escanchado em seu corpo, abracei seu pescoço e a gente ficou se olhando. Sempre tivemos essa intimidade e só de pensar que quando ele ficar definitivamente com a Emily irei perder até isso que tenho com ele me mata.
Ele falou, passando a mão em minhas costas: Você está melhor?
Eu: Sim pai. Desculpa por ontem.
Ele: Quer me contar o que não conseguiu contar ontem?
Eu: Não. – Desviei do seu olhar.
Ele: Dan você tem que me contar filho. Parece grave, você não pode guardar isso pra você.
Nessa hora o telefone toca.
Ele: Oi? É pra você filho. – Passa pra mim.
Lisa: Loveeeeee...
Eu: Lisa? Que saudades! você já voltou das férias? – Deito no ombro dele. Ele continua alisando minhas costas.
Lisa: Já. Hoje mesmo vou aí, fiquei sabendo dos seus problemas amigo, que barra! Estou preocupada. – Mãe não enche que saco! Eu estou no telefone. Falando com o Dan que está doente, mais respeito. – Ela tá mandando um beijo. – Já disse pra me deixar em paz! – Amanhã eu vou aí as duas da tarde. Me espera! Vou desligar por que essa velha hoje tá muito chata tchal.
Morri de rir ainda escanchado no colo do meu pai lindo e deitado em seu ombro.
Ele: O que foi?
Eu: A Lisa que é maluquinha. Ela vem amanhã aqui.
Ele: Que bom assim você se distrai.
Eu: É.
Ele dá um tapa na minha bunda. – Levanta! Tenho que mandar um e-mail importante!
Eu: Ah não pai aqui tá tão bom. – O abracei mais forte.
Ele: Ah é? – Levanta comigo em sua cintura, me joga no sofá e começa a me fazer cosquinhas. – Toma aqui...
Eu: Ah não paizinho hahaha... Não... Não hahahaha
Depois se jogou sobre mim, colocando todo o peso do seu corpo sobre o meu. Me olhou nos olhos. – Dan vc está cada vez mais parecido com sua mãe.
Eu: Sério?
Ele: Sim. Só que mais lindo – Me olhou, Passou um tempo assim, alisando meu rosto com as costas da mão.
Peguei em sua nuca por trás, pegando em seu cabelo.
Levantou. – Baby a mesa está colocada, coma bem por causa da sua anemia.
Eu: Ok.
Tomei meu café da manhã, e fui assistir TV. Tocam na porta.
Jimmy: E aí?
Eu: OOOOiiii..
Pulei em seu colo e ele me girou.
Jimmy: Trouxe uma pessoa para te ver.
Eu: Quem?
Nessa hora o Paul entra.
Eu: Paul?
Ele me olhou dos pés a cabeça, quando estou em casa costumo ficar bem a vontade. Estava usando um short de elástico fininho branco e só. Mas estava de cueca gente da mente suja.
Paul balançou a cabeça como se estivesse saindo de um transe. – E aí fiquei sabendo que você esteve doente, está melhor?
Eu: Obrigado pela visita. Estou sim. – Eles sentaram no sofá.
Ele apareceu.
Eu: Pai esse é o Paul, um amigo da escola.
Paul: Oi Senhor? – Estendeu a mão para o meu pai.
Nessa hora eu me deitei no sofá e estirei meu corpo, automaticamente Paul olhou pra mim e parecia até que nem ouvia mais o que meu pai falava. Só me olhava. Meu pai pegou em sua mão acordando-o do transe, e parece que foi proposital.
Ele: Oi garoto você é amigo do meu filho não? – Balançou a mão dele com força o que fez ele olhar pro meu pai.
Meu pai sentou-se no sofá ao meu lado, colocou minhas pernas em seu colo e Paul não parava de me olhar eu já estava ficando sem jeito, passou-se uns 5 minutos com Jimmy falando como nos apresentou, do cinema e tudo mais, então eu me espreguicei e Paul mordeu os lábios. Meu pai de repente levantou e disse: Dan vai vestir uma camisa!
Eu: Ah paizinho... Não quero!
Ele: Vai logo! – Gritou.
Jimmy: Estou com sede... Vou beber um pouco de água.
Ele: Vou com vc.
Desço a escada com a camisa nas mãos, meu pai surge com o Jimmy, então eu coloco a camisa, quando olho para todos, ele está olhando para mim e para Paul... Paul me olhando que parece que estava me comendo com os olhos.
Jimmy: Ééééé... Paul já vou porque minha mãe me ligou e vc está de carro vai ter que me levar.
Paul: Claro, sem problemas. – Vira para mim – Dan vou indo. – Me puxa de repente e me abraça. Passa a mão nas minhas costas e outra pousa na minha nuca.
Ele: Ok, ok, já chega! Dan tá na hora de você tomar seu remédio da anemia.
Eu: Mas pai eu...
Ele: Sobe, vai logo!
Eu sem entender nada: Ok.
Ouvi enquanto subia os meninos indo embora...
Ele sobe ao meu encontro.
Eu: pai por que...
Ele: Não quero mais que você se encontre com esse garoto!
Eu: Mas por que?
Ele: Por que não!
Ok. Acho que vocês devem está achando que eu era ingênuo e acertaram, mas após isso tudo acontecer o Jimmy me ligou...
Jimmy: Cara quando o tio Peter te mandou vestir a camisa a gente foi na cozinha, na verdade ele me seguiu e sabe o que me disse?
Eu: Não sei. Só sei que ele estava agindo muito estranho e me mandou não ver mais o Paul.
Jimmy: Pois ele me disse que da mesma forma em que os apresentei era para afasta-los. Ele disse que percebeu um interesse de Paul em você e eu também percebi. Cara ele não para de perguntar por você quando a gente se encontra e todas as vezes que eu digo que vou te ver ele quer ir junto... Na maioria das vezes eu invento algo porque sei que você não gosta muuuuito assim dele...
Eu: E ele disse que percebeu também?
Jimmy: Sim...
Eu: OMG!
Jimmy: Fala sério, você não se assustou? Está é preocupado em seu pai ter percebido, então já rolou algo e você não me contou? Poxa cara, achei que éramos como irmãos...
Eu: Deixa de drama... Na verdade, naquele dia do cinema ele me beijou. Eu fiquei meio sem entender, por isso não te disse...
Jimmy: Sem entender? Cara o Paul é boa pinta, se eu fosse gay ficaria meio que feliz se um cara como ele se interessasse por mim... Então ataca Dan! Sempre achei que vc era gay, só estava esperando você se preparar mesmo para se assumir para mim e mais alguém, ou todo mundo.
Eu: Mas eu não sei se sou gay, ele me atacou... Por que todo mundo sempre pensa que sou gay?
Jimmy: Bom... Eu penso porque você nunca ficou com nenhuma garota, também é bem delicado, na verdade se eu fosse gay e bem ativo te pegava por que você é muito fofinho.
Eu: Se você fosse gay pegava todo mundo, é bem seu tipo, do jeito que pega todas sendo hétero pegaria todos sendo gay.... Tarado!
Ele riu.
Continuei: Na verdade nem eu sei... Simplesmente nunca me interessei por ninguém... Não sei explicar, talvez um dia eu me encontre, mas até agora não sei...
Jimmy: Tira sua dúvida, transa com ele!
Eu: Tá maluco? Eu sou virgem e você quer que eu simplesmente tenha minha primeira vez para tirar uma dúvida? E se eu não for? Vou me arrepender pelo resto da vida! E também não o amo... Quero que minha primeira vez seja linda, ou pelo menos não traumatizante, como é para a maioria das pessoas!
Jimmy: kkkkkkkk Ok então!
Eu: Olha vou desligar... Estou cansado já, você é muito tarado pra ter um papo cabeça!
Jimmy: kkkkkkk Bye!
Desliguei, fui ver my paizinho.
Eu: Pai, eu já sei por que você não quer que eu veja o Paul.
Ele: O Jimmy te disse não foi?
Eu: Sim.
Ele: Deveria imaginar, vocês são como irmãos!
Eu: Pai...
Ele: Love você é gay? Já rolou algo entre vocês?
Eu: É complicado, na verdade – Deitei na cama ao seu lado – Ele me beijou! Mas eu não sei se sou, nunca me interessei em ninguém, ele foi meu primeiro beijo, mas não gosto dele... Não sei se sou gay sabe?
Ele: hum...
Eu: Se ele quisesse me namorar, o senhor aceitaria?
Ele: Claro que sim... – Desviou o olhar.
Eu: Ok.
Fui tomar um banho... Ligo o chuveiro e nada... Vou para o quarto dele.
Eu: Pai o meu chuveiro não sai água, vou tomar banho aqui.
Ele: Vou mandar consertar, pode tomar love.
Entro no banheiro – Pai?
Ele: Sim? – Vai até a porta. Tiro minha toalha e ele olha para minha bunda – Amo sua estrela sabia? É maior que a de sua mãe! – O nosso sinal é daquele de manchinha, em formato de estrela.
Eu: Mesmo? – Sorrio para ele e ele me olha dos pés a cabeça. Entro em baixo do chuveiro. – Pega uma cueca para mim? Esqueci.
Ele: Ok. – Voltou com a cueca, saí do banho, ele estava deitado na cama. Peguei minha cueca que estava sobre ela e vesti de costas para ele. Virei e ele estava me olhando. Bateu com a mão na cama. – Vem, deita.
Eu vou e deito do seu lado. Ele me vira, desce parte da minha cueca até o meio da minha bunda. Alisa, beija onde eu tenho o meu sinal de estrela e dá uma mordidinha de leve, só passando os dentes.
Ele: Sempre fazia isso quando você era um bebê. Amo sua estrela como gostava da de sua mãe. – Torna a morder, dá várias mordidinhas.
Eu: Pai tá fazendo cocegas...
Ele: É? – Me vira, beija a pontinha do meu nariz, minha testa, me deita sobre ele e fica alisando minhas costas.
A gente acabou dormindo. Quando acordei o vi dormindo, olhei para o relógio e era por volta das 3:00 horas da manhã. O vi sobre a luz da lua na penumbra do quarto escuro, seu rosto, sua barba serrada, seu corpo desnudo coberto só por sua cueca boxer, e penso: Daqui a pouco ele casa, não vou poder mais fazer nada, minhas esperanças serão arruinadas para sempre.
Passo meus dedos sobre sua boca, seu rosto, me aproximo mais e o beijo, dou uns 3 selinhos. Deito novamente em seu peito e durmo. Quando acordo novamente são 8:00 da manhã, olho para a mesinha ao lado da cama e vejo um bilhete como sempre escrito:
Não esqueça da sua insulina. I love you!
Levanto, escovo meus dentes, aplico minha insulina e desço. Chego na cozinha e ele nem me olha nos olhos, diz frio: Sente-se e tome seu café.
Estranhei seu comportamento, mas tomei meu café da manhã.
Ele: Quando acabar se arrume, vamos para a casa da sua avó! – Falou seco.
Subi me arrumei e fomos. Chegando lá dei de cara com o Jimmy, jogamos videogame como sempre, ele me chama para seu quarto para conversarmos e eu o sigo, falou algumas coisas sobre a garota que ele estava pegando, quando ouço uma voz lá embaixo e vou ver quem é... Chegando lá vejo a Emily entrando pela porta da frente, beijando-o, nem acreditei no que ví.
Emily me ver...
Emily: Oi Dan? Você está melhor? Que bom te ver bem, é bom para nos conhecermos melhor!
Olhei para ele, enguli o choro – É sim, estou melhor, obrigado.
Emily: Fui te ver no hospital. Quando seu pai passou mal fiquei revezando com a Candicy para ficar cuidando dele, sua avó não queria sair do seu lado. Me ofereci para ficar com você também mas ela não aceitou... Que bom garoto que você está melhor!
Eu: Obrigado por se preocupar.- Dou um sorriso forçado para convencer... Foi o melhor que pude fazer.
Subi novamente com raiva e triste ao mesmo tempo. Quer dizer que ela já estava frequentando a casa de minha avó? Fui em direção aos quartos, mas não entrei no de Jimmy, entrei no meu (na casa de minha avó os quartos dos seus filhos continuavam intáctos e quando íamos lá era como se fossem nossos) me tranquei antes que o Jimmy entrasse, comecei a chorar...
Jimmy: Dan, abre?
Eu: ...
Jimmy: Dan a gente precisa conversar, vai abre, depois se você quiser volta praí!
Eu abro a porta.
Jimmy: Dan, dá uma chance para ela, o tio precisa viver, ele ainda é jovem... Vamos descer, não fica trancado aqui não?
Eu enxugando minhas lágrimas, mas com o coração dilacerado: Tá. – Dou a mão a ele, ele a segura e nós vamos.
Descemos, primeira cena que vejo, ele sentado no sofá com a Emily no seu colo beijando seu pescoço e pegando no lóbulo da sua orelha... Aquilo me matava por dentro. Daqui a pouco só ela faria aquilo, tenho certeza que minha intimidade com ele diminuiria quando ele se casasse com ela. Vou para o jardim com o Jimmy e ficamos conversando, o seu cel toca.
Jimmy desliga e manda um torpedo.
Jimmy: O Paul vem aí.
Eu: Era só o que me faltava!
Jimmy: Relaxa!
Com uns 15 min depois batem na porta.
Jimmy: Deve ser ele, vem vamos.
O segui até a sala.
Jimmy: Vovó pode deixar que eu atendo, é um amigo meu.
Ela: Tá.
Paul entra.
Paul: Daaaannnn - Me abraça e me gira. Jimmy rir.
Jimmy: Vamos para o jardim?
Eu: Vamos sim.
Meu pai do sofá nos viu indo ao jardim. Chegando lá me deito no gramado, Paul fica me olhando, passamos uns 15 min conversando, rindo, estava conseguindo me distrair.
Jimmy: Gente vou pegar um refri para mim, alguém quer?
Paul: Quero um.
Eu: Trás suco para mim?
Jimmy: Ok.
Ele sai. Fico deitado olhando o céu azul.
Paul: Dan vc é lindo.
Eu: Deixa de ser bobo.
Paul: É sério. Eu estou na sua, é a primeira vez que me apaixono por um homem, mas quero viver isso.
Eu o olho, ele se aproxima de mim, eu não me afasto, nossos rostos ficam perto quando escuto: Dan.
Era meu pai com o Jimmy e ele não vinha trazendo as bebidas.
Jimmy: Paul a gente precisa conversar. – Eles saem.
Entrei na casa e minha avó chamou todos, a mesa já estava colocada, me dirigi a ela, sentei ao lado de minha avó. No lado esquerdo de meu pai, ele estava em uma das bases da mesa, a Emily estava a sua direita onde sempre quem sentava era eu, quem sentava ao seu lado eram as duas pessoas mais importantes de sua vida minha avó e eu, e agora ela estava alí. Minha avó colocou meu prato, fiquei mexendo para lá e para cá e não comia nada, enquanto ele e a Emily namoravam (ela colocava algo em sua boca para ele provar, ele o mesmo, se alisavam, ela colocava o braço em seu ombro, etc) eu não conseguia comer...
Vovó: Dan carinho, coma um pouco. Vc não pode ficar sem comer.
Então coloquei um pouco na minha boca, mas não consegui, bebi um pouco do suco e continuei a mexer na comida...
Vovó: Querido...
Eu: Vó eu estou sem fome! – Escuta-se um estrondo na mesa e ela treme, todos olham para ele, meu susto é grande, derrubei o copo que estava na mão no chão, só se escutou o vidro quebrando.
Ele: COME ESSA PORCARIA DESSA COMIDA AGORA! TE MIMEI DEMAIS, VC SABE QUE PRECISA COMER! RESPEITE A EMILY. EU JÁ AGUENTEI DEMAIS POR HOJE! – Ele gritou muito auto! Nunca havia falado daquele jeito comigo.
Eu me assustei de verdade, eu tremia, eu via ele ficar vermelho de raiva e aquela raiva era comigo. Afastei a cadeira para trás, dei uns passos andando para trás assustado e corri pro meu quarto... Me tranquei lá, chorava muito, soluçava. Ninguém foi atrás de mim, ainda bem, sabia que isso era por causa da vovó... Sempre que alguém briga ela gosta de deixar a pessoa mais abalada sozinha, segundo ela é bom para pensar. Deitei na cama, demorei um pouco... Não queria mais ficar alí, ter que ver todos de novo, então desci, escutava-se o barulho de gente conversando, tentei não fazer barulho! Já no portão, fora da casa liguei para um táxi vir me pegar e logo já havia chegado em casa, entrei fui direto para o meu quarto, tomei um banho, deitei e acabei dormindo, quando acordei eram 2:00 da tarde, levantei com muita dor de cabeça... Fui para a cozinha, se estão pensando que fui comer algo estão equivocados, estava sem a mínima fome! Bebi um pouco de água e depois liguei a tv para ver se conseguia ver algo, acabei cochilando alí. Quando estou mal durmo fácil.
Acordei com um barulho na porta ouço passos, de repente sinto alguém me puxar pelos ombros e me abraçar.
Ele: Nunca mais faça isso de novo tá me ouvindo? Quando eu subi naquele quarto que não te vi pirei. Todos nós procuramos pela casa, pelo jardim e nada. O Jimmy disse para vir olhar aqui antes de tomarmos medidas drásticas e foi o que fiz. Ele te conhece muito!
Comecei a chorar.
Ele: Dan me perdoa?
Eu: Por que vc fez aquilo? Nunca gritou daquele jeito comigo. – Soluçava. Não conseguia falar mais nada.
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Gente comentem... Estão gostando?
