Nunca havia tido interesse especial por dançar. Como a maioria, entretia-me em assistir um bom espetáculo de dança – seja qual fosse o estilo –, mas sempre achei aquilo tudo muito complicado para mim.
Para alguém que mal consegue dirigir enquanto fala ao celular, supunha que um eventual parceiro de dança teria de ter sapatos de aço, para suportar os pisões, além de muita, muita paciência.
Não que nunca houvesse tentado. Quando cursava a oitava série inscrevi-me nas aulas de dança oferecidas no colégio, como parte da atividade extracurricular obrigatória. Pouco me lembro daquelas aulas, penso que meu cérebro optou por apagar seletivamente algumas memórias traumáticas, dentre elas as lembranças nada agradáveis da tragédia que foi um rapaz desengonçado fazer quase tudo de errado e, ao final, trocar as aulas de dança pelo clube de xadrez – não corria mais o risco de derrubar nada mais além do que peças no tabuleiro!
Amanda, minha namorada durante os anos finais da faculdade, queixava-se da minha inabilidade com os pés, e ficava de cara amarrada toda vez que saíamos com os amigos para um bar com música ao vivo. Amanda passou boa parte da infância na academia de balé e durante a adolescência participava de grupos de dança e teatro na escola, daí sua paixão ser assim tão arraigada.
Bem que às vezes fazia um esforço hercúleo para agradá-la e punha-me a sacolejar na pista de dança, tudo para não vê-la tão contrariada. Não me importava em vê-la dançar com algum amigo em comum, desde que estivéssemos juntos, mas reconheço que ficava um pouco enciumado, e frustrado com minha inaptidão, digamos, ginástico-rítmica.
Ao final da faculdade tomamos rumos distintos, já que ela decidiu voltar para a cidade natal para ajudar a mãe no restaurante da família, enquanto eu arrumei um emprego na minha área de formação em São Paulo, numa firma de renome. Bastaram poucos meses de distância para que o relacionamento esfriasse. Numa noite especialmente conturbada no trabalho, aliada a um retorno caótico para casa, depois de enfrentar o trânsito renhido da capital, meu telefone toca. Era Amanda.
“Quando é que você vem me visitar no Paraná?” – indagou ela.
Não havia nenhum feriado prolongado à vista, e a empresa também exigia trabalho aos sábados, o que me deixava com pouco tempo livre para visitá-la.
“Não sei, Amanda, sinceramente, não sei” – respondi como que já esperando o pior – “você sabe como o trabalho aqui anda apertado e eu sem tempo pra nada”.
“Acho que você não quer vir me ver, isso sim” – retrucou ela, num tom desafiador. “Este relacionamento à distância não tem dado muito certo pra mim”, completou.
Amanda queria se livrar da responsabilidade de terminar nosso namoro e jogá-la pra mim. Decerto que a distância atrapalhava, mas só isso não era justificativa suficiente para terminarmos um relacionamento que caminhava para completar três anos no final de semana seguinte.
Antes que pudesse encontrar uma resposta razoável, Amanda contou que tinha sido convidada a dar aulas de dança na escola de uma amiga de infância e que vislumbrava ganhar um bom dinheiro com o trabalho.
“Ótimo, fico feliz por você, amor”, murmurei, não entendendo o porquê dessa história de aulas de dança no meio de um assunto completamente diferente.
Seguiu-se um silêncio por pouco mais de cinco segundos, que pareceram uma eternidade, quando do outro lado da linha Amanda sugeriu: “Bem que você poderia se animar e aprender a dançar de uma vez, para não me irritar toda vez que saímos”.
Ela sabia da minha aversão à dança, mas por mais que lhe explicasse, ela nunca entendeu. Além da distância, aparentemente eu também era culpado porque nunca havia aprendido a dançar direito.
A conversa seguiu por mais alguns minutos e, depois, cansado, avisei-lhe que precisava dormir, porque ainda precisava jantar, tomar um banho e revisar alguns papéis para o dia seguinte. Ouvi um bufo ao telefone e tive certeza que aquele era o sinal de que o namoro seguia precipício abaixo.
Nos dias seguintes não tirava da cabeça que talvez eu fosse o responsável por aquilo tudo, afinal, poderia ter me esforçado mais em aprender a dançar, nem que fosse um pouquinho melhor. Ainda tinha as duas pernas, ora bolas, e talvez com o tempo me ajeitasse o suficiente para, pelo menos, não parecer uma marionete quebrada ao dançar com Amanda.
Antes que pudesse fazer qualquer coisa a respeito, entretanto, Amanda rompeu o namoro. Deixou-me uma mensagem no celular, desculpando-se pelo meio que escolhera para pôr um fim à relação, dizendo que o melhor seria que seguíssemos nossas vidas em separado.
Não havia mais nada que eu pudesse fazer, apesar de ainda gostar muito de Amanda, que aceitar a realidade. Mas a partir daquele dia decidi que provaria, a mim mesmo, que poderia aprender a dançar. Cheguei em casa e procurei na internet o telefone de algumas escolas de dança perto de casa, e no dia seguinte liguei para algumas, na espera de achar um bom plano por um bom preço.
Entusiasmei-me com uma escola em especial, que ficava numa esquina a três quadras de casa. Chamava-se Studio Suzy, em alusão ao nome da proprietária, Suzane, que todos conheciam como Suzy. A recepcionista convidou-me a fazer uma aula experimental, sem nenhum custo, da turma de iniciantes, que tinha aulas todas terças e quintas à noite. Para minha sorte, disse-me a recepcionista, a turma havia tido apenas duas aulas, então eu não teria dificuldade em acompanhá-los, pelo menos era o que ela pensava.
Na noite seguinte cheguei mais cedo do que esperado à escola e, enquanto aguardava o início da minha aula inaugural, debrucei-me sobre a grade ao redor do tablado onde as aulas aconteciam e fiquei apreciando um casal que dançava ao som de samba-de-gafieira, com uma desenvoltura fora do comum. Ele tinha cerca de 1,70m de altura, branco e magro, e ela mais ou menos 1,65m, morena, cabelos cacheados e lindos olhos castanhos que reluziam e se podiam ver de longe. Imaginei que fossem ambos professores e que ela pudesse ser a Suzy que dava nome ao local.
Ao final da música percebi como estavam suados – era um dia quente e a escola não tinha ar-condicionado, apenas dois ventiladores de parede – e a roupa molhada deixou a mulher que dançava incrivelmente sexy. Seus mamilos estavam eriçados, bem assinalados num top que lhe comprimia os seios e os deixava bem firmes, embora fossem bem volumosos.
Ela ainda vestia uma calça legging bem justa, que lhe realçava a bunda redondinha e empinada, um convite mal intencionado a um aperto. Na hora imaginei se não era incomum que rolassem mãos bobas no meio da dança – com certeza eu não iria suportar a roçar as mãos naquela bumbum tão bem desenhado.
Fiquei ainda mais impressionado quando ela se aproximou e, sorrindo, apresentou-se. Era mesmo Suzy, a dona da escola, e como era gostosa. Cara a cara, observei como era bonita, os olhos amendoados combinando com os cabelos no mesmo tom, a boca pequena, em sintonia perfeita com o queixo delicado e as maçãs do rosto num tom rosado e levemente arredondadas. Aparentava ter 35 anos, não mais do que isso.
No horário marcado teve início a aula. Para minha surpresa e satisfação, era ela quem daria as aulas daquela turma. Havia sete pessoas na sala, três homens e quatro mulheres, contando Suzy. Pelo visto, estavam precisando mesmo de mais um rapaz para compor um par para as aulas, pelo que minha chegada foi benvinda.
A primeira aula foi, obviamente, um tormento executado em câmera lenta. Apesar de a turma ser composta de iniciantes, sentia-me como um aluno amador dentre profissionais. Um jogador do sub-17 do Bangu numa partida contra o Real Madrid. Ou quem sabe um peso-pena colocado no ringue para enfrentar Mike Tyson em sua primeira luta da carreira.
A melhor parte das aulas era quando tínhamos a oportunidade de dançar com Suzy. Cada um dos alunos alternava parceiros de dança e ocasionalmente dançávamos com a professora, que é quem melhor podia nos guiar. As primeiras semanas de aula começaram com passos de forró e, meu Deus, como era bom quando tinha a chance de dançar colado com Suzy.
As coxas entremeadas, a pelve colada, os rostos próximos, quase se tocando, seus seios grandes comprimidos contra meu peito. Era algo sublime, excitante.
Com passar do tempo passei a melhorar, por incrível que pareça, e acho que Suzy foi uma das responsáveis pela superação. Nunca ríspida, sempre carinhosa e paciente, não se importando em repetir um milhão de vezes o passo que insistia em não acertar. Confesso que algumas vezes fazia de propósito – errava o passo insistentemente só para que ela pudesse, como sempre fazia, vir para perto de mim, segurar minhas mãos, e mostrar como era feito.
Depois de alguns meses criei coragem o suficiente para comparecer aos bailes organizados pela escola. Como todos eram conhecidos e estavam aprendendo, não havia medo de errar um passo ou coisa do tipo, o que reduzia consideravelmente o pavor dos iniciantes. O clima de descontração – bebidas eram servidas – também ajudava a desanuviar o ambiente, e por mais que você não dançasse como os profissionais, podia aproveitar para bater papo ou paquerar.
Suzy, como sempre, aparecia sempre deslumbrante e dava um show dançando em qualquer ritmo – salsa, bolero, samba, sertanejo, o que fosse. Com o tempo, notei que ela chegava sempre desacompanhada e, embora dançasse com todos que lhe convidassem, não parecia ser comprometida. Numa das noites, resolvi arriscar, e tocar no assunto.
“Suzy, fala sério comigo, nenhum aluno nunca te pediu em casamento?”, perguntei.
“Imagina” – respondeu ela, soltando uma risada em seguida – “Já teve muito aluno dando em cima, até mulher, mas casamento, não, aí é demais”.
“Hum, então se eu pedir vou ser o primeiro?”, provoquei, olhando-a fixamente nos olhos. Suzy não respondeu, limitando-se a dar um sorriso contido e em seguida um tapa em meu braço, como quem diz, deixa de ser bobo.
Neste momento estávamos nos fundos da academia de dança, onde ficavam uma lojinha de aparatos de dança e uma cantina, enquanto o baile rolava solto no interior do prédio. Suzy vestia uma calça de malha preta, colada, que deixava aquele bumbum redondinho empinado e alvo de todos os olhares – ela bem sabia disso –, e uma camiseta folgada com o logotipo da academia, com uma gola em v, sobre um top justo que denunciava seus seios e que, obviamente, também chamavam muito a atenção.
Era difícil concentrar-se nos olhos de Suzy enquanto falávamos sobre as mais diversas amenidades. Seus peitos como que berravam por atenção, e a cada movimento um pouco mais brusco do seu tronco eles sacolejavam para cima e para baixo freneticamente.
Num instante, começou a tocar um forró de dentro do salão e, agarrando minha mão, Suzy convidou-me para dançar.
Qualquer música de forró é, de longe, a preferida dos dançarinos nos bailes, talvez porque não exija tanto quanto outros ritmos mais complexos, pelo que o salão estava abarrotado.
Suzy levou meu braço direito às suas costas, bem acima do bumbum, numa posição pouco comum nas aulas, quando posicionava minha mão um pouco mais acima, no meio das costas. Sem pensar, levei as mãos acima e ela novamente as puxou para baixo, dizendo implicitamente: fique bem aí com a mão onde eu quiser colocá-la. Em seguida, empinou de leve o bumbum, e abraçou-me com o braço esquerdo enquanto dançávamos.
A música não era tão rápida e ela fez questão de dançarmos colados um ao outro. O salão estava parcialmente escuro, viam-se apenas as luzes brancas de fora da sala e as luzes coloridas, mas fracas, que enfeitavam o palco onde tocavam os músicos.
Não pude evitar que meu pau ficasse duro sob a calça. A cada roçada de seus seios contra meu peito minha excitação crescia, e a ereção ficava mais e mais visível, ao menos para Suzy, que podia senti-lo contra a pelve.
De surpresa, executou um passo inesperado – nunca havia me ensinado aquele passo! – e pôs-se de costas para mim, pressionando a bunda contra meu pau que, nessa altura do campeonato, já latejava como nunca. Passamos a dançar assim, ela de costas para mim, o pescoço voltado para o lado, eu abraçado a ela. Pude sentir seus cabelos tocando em minha barba, e um frisson tomou conta do meu corpo. Beijei seu pescoço, levemente, e logo depois mordi sua orelha.
Senti que Suzy ficou arrepiada, enquanto emitiu um gemido baixinho, quase inaudível. De súbito, voltou-se de frente para mim e colocou o dedo sobre minha boca: “Calma lá, garanhão, não aqui na frente de todo mundo”.
Não tive muita reação. Ela olhou para baixo e soltou uma risada, vendo o volume que ficou estranhamente de lado, como um pepino escondido debaixo das calças e que não dava sinais de arrefecimento. Constrangido, tentei arrumar o pau nas calças, mas não adiantou muito. Meu alívio era que o ambiente escuro não deixava as coisas mais visíveis.
Acabou a música e a banda anunciou um intervalo. Suzy deu-me um beijo no rosto e cochichou: “Daqui a pouco vou fechar a academia e preciso de uma carona para ir embora, você me leva?”. “Mas é claro que levo, Su” – já estava me tornando mais íntimo, nunca a havia chamado de Su, mas diabos, também nunca havia tido uma ereção daquelas, meu pau estava prestes a explodir!
Dali em diante os minutos pareciam não passar. A banda voltou do intervalo e tocou por mais uma hora, que pareceu um dia inteiro. A cada nova música eu praguejava contra o maldito vocalista, rogando uma praga para que parasse de uma vez por todas. Suzy não mostrava sinais de cansaço, e agora dançava com outros alunos, gracejando, exibindo-se, linda.
Finalmente o vocalista anunciou o fim dos trabalhos. A plateia reclamou, pedindo mais. Encarei-o com ódio, numa reação irracional: é hoje que esse filho de uma puta empata minha foda com Suzy, não vai parar de tocar nunca! O vocalista olhou para os demais músicos e murmurou algo longe do microfone. Enfim, disse: “Por hoje não dá mais pessoal, a Suzy disse que teria que fechar às onze!”.
Os presentes lamuriaram, voltando-se para Suzy, que deu de ombros, dobrando os braços e espalmando as mãos para cima, fazendo uma cara de descontentamento, para pelo menos apaziguar as queixas dos que queriam mais.
Meu íntimo urrou em deleite, afinal, não via a hora de ficar a sós com Suzy. Em pouco mais de meia hora todos já haviam deixado o salão, restando apenas nós dois. Suzy fechou a porta da frente da escola e voltou aos fundos, onde eu esperava sentado com um copo de cerveja nas mãos.
Lentamente, ela veio andando até mim, num passo sensual, parando bem em frente à cadeira em que estava sentado. Sem dizer nada, beijou-me, um beijo vagaroso, intenso, vigoroso.
Não resisti, levantei-me de imediato e beijei seu pescoço, chupando-a com uma intensidade infinita. Ela gemia de prazer, podia sentir suas veias do pescoço vibrando e pulsando, enquanto ela cravava suas unhas em minhas costas. Beijamo-nos novamente, desta vez violentamente, e ela me mordeu os lábios, como quem deseja arrancar um pedaço para si.
Afastou-se e empurrou-me. Caí sentado sobre a cadeira e Suzy agachou-se em minha frente, abaixando a cabeça e olhando-me de esguelha. Parecia possuída, seu rosto palpitava em vermelho. Alcançou meu cinto, minhas calças, tirou-os com violência e agarrou de pronto meu pau.
Começou a chupá-lo e não parou mais. Chupou por dez, quinze minutos, perdi a noção do tempo. Ao levantar de novo a cabeça pude vê-la com a boca machucada, inchada, babando como nunca, a saliva escorrendo pelo queixo e chegando ao pescoço, aos seios.
Puxei-a pelos cabelos e coloquei-a sentada na cadeira. Agora era a minha vez. Despi-a por completo, rasgando sua camiseta e puxando-lhe a calcinha com os dentes. Imergi naquela vulva rosada, cheirosa, e chupei-a até que a minha língua ficasse em estado de dormência. Suzy rugia, incontrolável, agarrando-me a cabeça e raspando-me os cabelos.
Me levantei e coloquei-a de quatro, apoiada sobre a cadeira. Sua bunda empinada era uma visão de esplendor inigualável. Meu pau pulsava e sem esperar enterrei-o naquela buceta completamente melada. Dez, vinte, trinta estocadas e o tesão chegou a níveis estratosféricos. Suzy berrava e pedia mais, mais, mais.
Senti que não podia mais segurar, e esporrei dentro dela, enquanto lhe puxava os cabelos e segurava seu traseiro. Fiquei assim por alguns instantes, o pinto ainda latejando dentro de Suzy, expelindo até a última gota de esperma.
Tirei o cacete de dentro dela, abracei-a e desabamos suados sobre o chão, sem nos importarmos com a frieza do assoalho de madeira. Suzy deitou-se sobre me peito, uma das mãos em meu ombro direito, e suspirou: “Era isso que queria há muito tempo”.