A CARTA – 1ª Capítulo
A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração.
(Desconhecido)
Eu estava satisfeito com a amizade do Alex, o conhecia desde muito cedo, nossas mães eram irmãs e praticamente nascemos juntos, com apenas um ano de diferença, eu na época com 15 anos e ele 16, erámos melhores amigos, onde ele estava poderia ter certeza que eu também estava lá, na infância aprontávamos muito, teve uma vez que chegamos a colocar uma barata morta na sopa que a empregada da casa dele preparava mais fomos pego no ato e levamos uma bronca daquela já na fase da adolescência não era diferente nossas brincadeiras ainda continuavam sendo de criança, gostávamos de correr pelo bairro jogar terra um no outro e claro bater aquela velha bolinha, ao final do dia estávamos imundos parecendo dois mendigos, quem não gostava nada dessa brincadeira eram nossas mães que ficavam pé da vida, bem, enquanto eu ainda tinha uma né, mas enfim nos divertíamos muito mas como todos melhores amigos, tínhamos os nossos momentos de briga como no dia em que ele arrumou sua primeira namorada, ele só queria saber dela, era Carol pra cá, Carol pra lã, não nos falávamos com tanta frequência como antes e isso estava me matando por dentro ai teve um dia que eu explodir na frente dele disse tudo que veio na minha cabeça e no final ele apenas disse que eu estava parecendo um viado com ciúmes dele, essa sem dúvida foi nossa pior briga, passamos quase três semanas sem nos fala, a Carol que ele tanto gostava acabou o traindo na frente de toda escola, ele ficou arrasado, eu ainda estava com raiva dele mas naquele momento em que o vi chorando na calçada da escola sem ninguém para o consolar toda minha raiva foi embora, sentei perto dele que olhou pra mim meio espantado, não falei nada apenas o abracei forte fazendo o chorar mais ainda e a todo momento me pedia desculpa e é claro que eu o desculpei, depois desse ocorrido nossa amizade se fortaleceu ainda mais, de inseparáveis passamos a ser grudado um no outro, sim, comentários de que nós erámos gay sempre ouve mas tanto eu como ele não dávamos ouvido. Sabe aquela frase: “Tudo que não fizeram por mim eu faço por você?” pois era dessa maneira que eu agia com ele, o amava, o amava muito, não como amigo mas como se fossemos namorado mas claro que eu não tinha coragem de falar isso pra ele, tinha medo de perder a amizade dele que por muitas vezes se mostrou preconceituoso, com aquelas típicas frases idiotas mas isso não diminuía nem um pouco o que eu sentia por ele.
Mas agora ali deitado olhando para aquele teto branco me passava todo um filme na minha cabeça de nossa amizade, eu sabia que chegaria um dia em que nós seguiríamos caminhos diferente, iriamos constituir família e iriamos se “normais” perante a sociedade mas eu não imaginava que seria tão cedo assim, aquele seria o último dia em que o veria pessoalmente, o pai dele tinha conseguido uma puta promoção na empresa em que trabalhava mas pra isso ele teria que ir morar nos Estados Unidos levaria a família, incluindo meu melhor amigo, passei a semana toda digerindo aquilo tudo mas eu não conseguia.
- Cara, o que tu tá fazendo ai, todo mundo já tá lá em baixo almoçando – falou o Alex entrando no quarto
- Será que adianta eu te pedir pra não ir? – falei me sentado na cama
- Infelizmente não – se sentou perto de mim – não está sendo fácil pra mim ter que abandonar tudo... abandonar você – falou meio envergonhado – mas um ano no estante passa cara, você vai ver, quando você pensar que não, eu estarei de volta
- um ano? Isso se seu pai não se sair bem né, coisa que é pouco provável, ele é muito competente.
Falei e deixei uma lagrima cai, por alguns minutos que mais pareceram horas se instalou um silencio insuportável naquele quarto.
- Mas a gente não vai perder o contato, temos skipe, o Orkut, e-mail a derrota toda pra não perdemos o contato, eu juro pra você que vou falar com você todos os dias, vai, fica assim não, vamos lá pra baixo
Apenas consenti com a cabeça e o seguir, era um almoço de despedida com alguns familiares e amigo que foi organizada pelo meu pai na nossa casa, pra mim parecia mas um velório. Passamos o resto da tarde juntos, conversado e tirando onda, por alguns momentos ele conseguia me fazer rir com suas palhaçadas mas a tarde se passou muito rápido quando vim notar ele já estava com as malas na mão assim como o pai e a mãe prontos para irem embora e todo mundo se abraçando naquela despedida, o Alex evitava olhar pra mim pois ele sabia que podia não se segurar e chorar mas eu não o evitava e o olhava fixamente com os olhos marejado mas também não queria chorar, subir as escadas e entrei no meu quarto e lá fiquei até o meu pai aparecer no quarto e me dar uma bronca por ter saído naquele momento então me obrigou a voltar para a sala, enquanto descia as escadas todos olhavam pra mim, inclusive o Alex foi dessa vez que não me segurei e comecei a chorar, cheguei perto dele e ele também estava no mesmo estado que eu, com os olhos vermelhos e chorando muito, a sala que antes se encontrava barulhenta tinha parado pra nos observar, fui o primeiro a tomar a iniciativa e o abraçar forte seguido por ele me abraçando mais forte ainda e as lagrimas escorrendo em ambos os ombros, poderia ficar horas e horas abraçado com ele, mas foi muito rápido, depois que nos desfizemos do abraço tirei uma carta do meu bolso, que decidi o entregar de última hora.
- Não – o impedi de abrir – não abre agora, promete que só vai abrir isso quando chega lá? – finalizei entre os soluços
- Eu prometo
- temos que ir filho – chegou a mãe dele por trás
Demos um último abraço e ele sussurrou no meu ouvido “eu volto, eu prometo” isso só me fez chorar mais ainda, quando sai do abraço dele fui em disparada rumo ao meu quarto, bati a porta e a tranquei e me sentei no chão soluçando feito criança quando acabara de perder algo. Só ouvi as batidas na porta, era meu irmão querendo entrar mas nada falei, apenas ignorei e acabei pegando no sono ali mesmo no chão daquele quarto frio...
CONTINUA?
Oi gente, lia muitos contos aqui na época posso até citar alguns como “AMAR É PECADO?” Esse foi o primeiro que eu li aqui na casa e tipo foi demais, depois veio contos como “Apaixonado por um traficante” e agora o conto “e pagodeiro machão não era tão machão assim” e entre muitos outros que não me lembro o nome agora mas que me ajudaram a elaborar várias histórias. Espero que vocês gostem, opinem, votem comentem, enfim o q quiserem, mas e ai qual será o conteúdo da carta? Ah se quiserem que continue vai ter capítulos de segunda a sexta sempre essas horas. bjss