O TAXISTA – Parte Dez
De repente, me lembrei do porque da minha briga com a morena gostosona, policial federal, lá no bar de gays. Ela havia chegado quando eu estava conversando com Cassandra, o irmão travesti, e já sabendo sobre a arma que o pivete tinha me entregado. Disse-me descaradamente que havia colocado uma escuta no meu táxi, dias atrás, quando lhe falei do assassinato do meu pai. Tentou me convencer de que fizera isso para o meu bem, pois estava preocupada que o assassino agisse de novo. Claro que não acreditei em suas boas intenções. Para mim, ela havia me colocado sobre vigilância para saber das minhas aventuras sexuais. Por isso ela vinha agindo de maneira tão estranha, desde que o namorado gigolô havia sido estuprado por Cassandra. Ela ainda amava o cara que vivia chantageando mocinhas incautas pela Internet. Até aí, ela não se manifestou contra minhas acusações. Mas quando me disse que iria precisar colher as impressões digitais de minha mãe, pois esta passara a ser também suspeita, ralhei com ela. Disse-lhe alguns desaforos. Foi quando levei o tabefe na cara. Claro que, na primeira oportunidade, localizei a escuta por trás do espelhinho retrovisor interno. Arranquei-a e joguei fora.
Só me lembrei de tudo isso quando tomava banho, depois de receber uma ligação da clínica onde minha velha estava internada. Pediam para eu ir lá sem demora. Decerto havia policiais por lá, incomodando minha mãe. Mas não quiseram adiantar nada do que estava se passando. O diretor da clínica queria ter uma conversa particular comigo e esta devia ser urgente. Foi tudo que me disseram.
Assim que cheguei à clínica, soube logo que algo de grave tinha acontecido. Havia duas viaturas policiais na frente do prédio, e um rebuliço entre os funcionários do estabelecimento de tratamento psiquiátrico. O próprio diretor veio ao meu encontro, quando me viu. Levou-me até sua sala e pediu-me para que eu sentasse. Depois, deu-me a notícia de chofre: minha mãe havia conseguido driblar a vigilância da clínica e se atirou do terceiro andar do prédio. Infelizmente, não sobrevivera à queda. No entanto, deixara um bilhete explicando a razão do seu suicídio.
Eu nem ouvi essa última frase. Minha mente entrara em fuso. Senti um vazio no peito, uma vontade de sumir dali e ir para bem distante das pessoas. Não sei quanto tempo passei perdido em meus pensamentos. Só saí de meu torpor quando o diretor me entregou um envelope contendo uma carta escrita de próprio punho. Reconheci a letra da minha mãe. Em poucas linhas, ela dizia que descobrira as constantes traições do meu pai, inclusive um caderno onde guardava os nomes, telefones e endereços das suas putas. O caderno que eu achara dia desses em sua gaveta, entre as roupas íntimas. Por isso o procurou no ponto de táxi e o ameaçou com uma arma que ele escondia bem guardada em casa. Não andava com ela temendo ser assaltado e alvejado pela própria arma. Atirou mirando seu pênis, mas errou o tiro. Ele tentou tirar-lhe o revólver e ela disparou novamente, acertando-lhe o peito. Mas não queria atirar, muito menos matá-lo. Apenas fazer medo a ele. Mas não conseguia mais viver com a culpa de ter assassinado o homem que amava. Por isso resolvera tirar a própria vida.
Prestei depoimentos à polícia e depois fui cuidar dos funerais. Meu pai tinha um amigo que possuía uma casa funerária, o mesmo que me ajudara a enterrá-lo. Falei com o cara e ele me facilitou os preparativos para o enterro e o féretro. Minha mãe não era de muitas amizades, então avisei aos vizinhos e umas poucas amigas dela. Apenas quatro pessoas compareceram ao enterro, naquela tarde nublada. Depois do sepultamento, cada um se despediu e todos se foram embora. Eu fiquei, querendo fazer uma oração para a minha velha. Não lhe tinha rancor pelo que fizera. Acredito que a arma disparou sozinha da segunda vez. Fatalidade. Estava perdido em meus pensamentos, quando percebi uma mulher de pé frente à cova do meu pai, que ficava a poucos metros de distância. Um arrepio me percorreu a espinha. Eu não a conhecia, nunca a tinha visto. Ela olhou em minha direção e deu um sorriso triste. Olhei em volta e não tinha mais ninguém além de mim. Só então retribui seu sorriso.
Acerquei-me dela. Perguntei o que o túmulo significava para ela, já que estava elegantemente vestida de preto, como se guardasse luto. Para minha surpresa, disse-me que o morto havia sido seu grande amor e amante. Mas nunca eles puderam estar muito tempo juntos, pois o marido dela era um homem muito poderoso. Se descobrisse o romance, decerto terminaria em tragédia. Resolvi calar sobre o fato de o falecido ser meu pai. Estava disposto a descobrir mais sobre aquela distinta dama. Não devia ser muito mais velha que eu. No máximo, achei que a nossa diferença de idade era de uns quatro ou cinco anos. Os saltos altos dos sapatos lhe davam uma altura maior que a minha. As suas curvas eram realçadas pelo corte perfeito do vestido caro que usava. Era bonita, apesar de não usar nenhuma maquiagem. Atrevi-me a perguntar se ela queria uma carona.
Quando percebeu que meu carro era um táxi, sentou-se no banco de trás. Pediu que eu seguisse até o aeroporto. Mas fosse bem devagar, pois ela detestava velocidade. Tentei puxar conversa, mas ela tinha um olhar distante. Acho que nem me ouviu falar. De repente, começou a alisar-se entre as pernas, com uma languidez deliciosa. Fiquei olhando de vez em quando pelo retrovisor interno do carro. Ela parecia nem se dar conta da minha presença. Levantou um pouco a barra do vestido e colocou as duas mãos na vulva. Uma ajudava a outra a meter os dedos pela abertura da calcinha. Começou a se masturbar bem devagar. O sol já se escondera no horizonte e começava a ficar cada vez mais escuro. Diminui a marcha do táxi, dando-me mais tempo para curtir aquela louca situação.
Aos poucos, ela ia conseguindo chegar ao clímax de sua excitação. Eu também estava de pau duríssimo, vendo sua expressão de prazer. Encostei o carro, num local meio ermo, e fiquei olhando para ela. Ela deitou-se no banco do carro, sussurrando o nome do meu pai. Estava se masturbando pensando nele. Isso me deixou mais excitado ainda, não sei bem por que. Ela abria as pernas, tocava os seios e a vulva e pedia que ele viesse logo. Levantava e mexia a pélvis, como se estivesse prestes a ter um orgasmo. Então, não mais me aguentei. Desci do carro, dei a volta e entrei pela porta traseira. Ela me ajudou com urgência a abrir meu zíper e me puxou sobre si. Meti meu cacete naquela buceta encharcada e ela pareceu ser atingida por descargas elétricas. Agarrou-se a mim, meneando as ancas, sempre gemendo o nome do meu pai. Depois se virou de costas, de repente, me oferecendo a bunda empinada. Enfiei meu pau bem devagar, no seu buraquinho quente e úmido. A rola entrou apertada, quase me fazendo gozar. Então, ela ficou se movimentando lentamente e bem compassado. Parecia estar num êxtase gostoso fazendo sexo com um fantasma. Não parava de dizer o nome do meu pai. Sussurrava com carinho o nome do velho e pedia para ele ir mais devagar. Exigia que não gozasse ainda. Estava difícil para mim.
Então eu gozei, lançando meu jato bem dentro do seu cuzinho gostoso. Ela também gozou em espasmos, ao sentir minha porra jorrando farta dentro de si. Quando eu ia desfalecer sobre ela, enfraquecido pelo prazer do orgasmo, ela pareceu despertar do seu transe. Assustou-se em me ver sobre ela. Mandou que eu me afastasse imediatamente, me empurrando com determinação. Fiquei sem saber o que dizer. Pedi desculpas, meio abobalhado, e voltei para o meu lugar ao volante. Ela me dava um sermão, lá do banco de trás, se recompondo nas vestes. Disse-me que eu parasse numa delegacia, pois queria dar queixa de estupro. Porra, aquela mulher era louca. Mesmo assim, fiz o que pediu. Parei no posto policial mais próximo. Ela pareceu titubear, quando um policial veio até nós. Fez uma pergunta qualquer, como se estivéssemos perdidos. O policial apontou o caminho do aeroporto, como ela havia pedido. Ela agradeceu e mandou que eu seguisse viagem. Depois, perdeu-se de novo em seus pensamentos e não deu uma palavra até chegarmos ao nosso destino.
Parei na entrada de embarque do Aeroporto Internacional dos Guararapes e ela desceu, procurando dinheiro em uma pequena bolsa que usava. Disse-lhe que não precisava pagar, mas ela fez questão. Ainda deu-me uma gorjeta. Desceu do táxi e caminhou, com seu andar feminino, em direção ao guichê de passagens. Depois sumiu de vista e eu fiquei sem nem sequer saber seu nome...
FIM DA DÉCIMA PARTE