MariaEu não conseguia entender por que ela estava agindo daquela maneira. Não era ela, ela não estava bem. Por que ela não me falou dos remédios? E o por que ela tomava aqueles remédios? Pra que?
Eu escutava os gritos da tia dela e coisas caindo, mas ninguém me respondia. Desliguei e liguei de novo mas dessa vez nada. Comecei a ficar preocupada e fui falar com minha mãe. A resolveu ligar pra tia dela, que depois de chamar muito, atendeu.
- oi!
- Oi, é Leona, está tudo bem por aí?
- Tah está passando mal de novo, estamos no hospital. Maria pode vir pra cá?
- Pode, sim. O que ela tem?
- Melhor nós nos falarmos aqui. - Chegamos lá e fui direto querendo saber o que tinha acontecido.
Eu - Oi, tia. O que aconteceu? - ela não me respondeu, só me fitou por um tempo até responder.
Ela - Vamos sentar ali que quero te explicar uma coisa. - Fudeu! mil e uma coisas passaram pela minha cabeça. A barriga embrulho, o coração apertou e comecei a sentir aquele frio de ansiedade. Fomos até duas poltronas na sala de espera, que estava vazia, e sentamos.
Tia - Pelo que eu percebi, a Tah não falou com vc sobre esse transtorno dela. - acho que agora, sim, eu iria entender tudo. - Quando a mãe dela morreu, ela sofreu muito. No inicio, achamos que ela estava lidando bem com a perda, dávamos todo conforto que podíamos pra ela não sentir tanto e parecia que estávamos isso bem, até ela ter um ataque de fúria na escola. Achávamos que era um caso isolado e a punimos como qualquer mãe e pai fazem, mas começou a se repetir até se tornar algo clínico. Se agravou a ponto de ela ter esses desmaios, porque ela guarda tudo pra si até que não aguentar mais. Um dos meus medos quando ela se relaciona com alguém, é isso, que a pessoa não compreenda ela ou até tenha medo, porque ultimamente ela tem negado a tomar os remédios e isso deixa ela um pouco agressiva.
Quanto mais ela falava, mais ia me dando um aperto no coração e um nó na garganta. Eu ficava imaginando como a Tah deve ter passado por isso e como deve ser uma confusão na cabeça dela.
Tia - Eu nunca gostei da orientação dela, Maria, mas nunca deixei de amá-la como uma filha. Eu sempre tive e sempre tenho medo do que ela possa passar na rua, mas não posso fazer nada se ela é assim. Quando fomos naquele jantar, sua mãe conversou comigo e me tranquilizou sobre várias coisas. Eu vejo que vc é uma menina linda e do bem e deu graças a Deus por isso. Mas só peço que tenha paciência com ela, porque vc faz muito bem a ela, e tente resolver tudo que precisa com ela agora porque ela não pode ficar passando esses episódios toda hora.
Eu estava me sentido culpada. De uma certa forma, fui eu que provoquei isso. Eu precisava um recomeço com a Tah e começar a viver o que ela vive, pra entender o que ela pensa.
- Senhora, se sente, senão vai acabar caindo.
Ela acordouTahMais luz na minha cara! E eu sem saber o que aconteceu de novo. Cadê todo mundo? E esse troço no meu braço de novo! Vou bater recorde de idas no hospital em menos de uma semana. Cadê Maria?
- Senhora, se sente, senão vai acabar caindo. - disse a mãe de santo quando tentei levantar.
- Por que tô aqui de novo?
- Vc teve outra crise. Vc precisa tomar os remédios, Tah.
- Tá, já entendi, já posso ir embora? - nessa hora Maria e minha tia entram no quarto. Elas estavam com uma cara não muito boa, Maria parecia que estava a ponto de começar a chorar.
Maria - Como vc está?
Eu - Vou está melhor quando sair daqui.
Tia - Como ela está, doutora?
Médica - Agora está bem, mas ela precisa tomar os remédios senão vai ter que voltar a como era antes.
Eu - Aaah! Mas não volto!! - só de lembrar das picadas que tomava e da quantidade de psicólogos, psiquiatras e todo o resto de "psi" na minha frente já me dava raiva e vontade de rir ao mesmo tempo. Deve ser por isso que resolvi cursar psicologia kkkkkkkk
Médica - Então trate de se cuidar!
Eu - Ok, adeus! - e saiu capengando pra porta do quarto. Em meio a protestos de todos eu consegui chegar no carro. Fui pra casa com meus tios e Maria. Ela estava me olhando estranho e sempre me fazendo carinho no rosto, cabelo. Chegamos em casa e eu estava cansada, mesmo tendo estado apagada. Era de tarde e fui direto com meu quarto com Maria.
Eu - O que foi que vc tá desse jeito?
Ela - Acho que precisamos conversar um pouco, né?Voltei! Demorei mas to de volta. Obrigada de coração por todos que comentaram último conto. Sizinha, Laura e Julia, leitorerótico, blacklotus, que são os que mais estão por aqui, um beijão pra vcs.