Abri os olhos, sentia um ar úmido, gelado e salgado, olhei pro céu, o sol ainda estava nascendo, adorava aquela alvorada de Seattle Beach, sentei na areia olhei pro sol que ainda estava baixo no horizonte com a imprensão de que ele tocava o mar, fiquei admirando por um tempo e olhei ao meu redor vi meus amigos que tinha conquistado nesse tempo que tinha passado nos Estados Unidos, eles estavam lá para se despedir, daqui 15 dias eu voltaria pro Brasil. Em 1 ano e 11 meses aconteceram muitas coisas, eu mudei muito, e aquele garoto isolado não existia mais, tinha feito amigos, mudado meu jeito de ser e viver, o convívio com o Sr. Robert Anthonys (meu pai), tinha me feito muito bem, ele era carismático, carinhoso, especial e preocupado, me apoiou em todas as decisões que eu tomei e eu sentiria muito a falta dele, tentei fazer ele superar a mamãe, mas não tinha como, ele ainda a amava, não quis me contar o motivo por eles terem separado, só me disse que ainda era apaixonado por ela (por falar em mamãe, estava morrendo de saudades e não via a hora de vê-la novamente), ia sentir muita falta dele, mas sentia dentro do meu coração que estava na hora de voltar, eu estava pronto, pronto pra rever aqueles que me fizeram mal no passado, pronto pra mostrar que não era fraco, pronto pra defender todos aqueles que se parecem comigo igual eu era no passado, pronto pra descobrir novas experiências.
***** 2 SEMANAS DEPOIS*****
- Georgeeeeeeeee!!! Que saudade!!! Eu já não ageuntava mais ficar longe de você! – dizia minha mãe me apertando tanto que fiquei sem ar.
- Mãe... tá... me... su...fo..can...do! – disse com o rosto corado, todos ao redor no aeroporto nos olhavam.
- Desculpa, é que eu tava com muita saudade! – ela disse me soltando e passando o dedo no olho e limpando as lágrimas que lá estavam, olhei pra aqueles olhos verdes claros (tinha puxado os olhos dela, o resto era tudo do meu pai) e aquele rosto que eu sentia falta fazia muito tempo, apenas sorri, e retribui o abraço so que de forma carinhosa dessa vez.
- Também senti muita saudade mãe! – disse de forma calma e carinhosa. Nos separamos, ela me deu uma última olhada, de cima a baixo, colocou o mão no meu rosto e disse:
- Meu anjo cresceu! Tá muito diferente. – eu sorri com o canto da boca, assenti com a cabeça e segui ela até o carro.
Quando cheguei em casa, quase nada tinha mudado, subi para o meu antigo quarto e quando entrei quase nada tinha mudado, me senti estranho naquele ambiente, não tinha mais nada parecido comigo naquele lugar, definitivamente precisaria de uma “reforma”, deitei na cama e fechei os olhos, estava ansioso, minha mãe já tinha feito minha matricula, não parava de pensar como seria dessa vez, seria tudo diferente, daqui 2 dias reencontraria muitas pessoas que me fizeram mal no passado, só que dessa vez seria tudo diferente, adormeci.
***** 2 DIAS DEPOIS*****
Me levantei e fui direto pro banheiro, tomei banho, me enrolei na toalha escovei os dentes e me olhei no espelho, encontrei um garoto diferente do que aquele que tinha olhado ali da última vez, dessa vez, vi um rosto magro e branco realçado pelas sombrancelhas grossas, os olhos verdes claros e o preto intenso do cabelo curto e despenteado, olhei pro resto no corpo, tinha crescido mais 12cm, ficando com uma altura de 1,87 m; não existia mais gorduras, no lugar delas haviam músculos (conseguidos depois de uma boa dieta, muitas idas a academia e constantes treinos de basquete, sim, eu começei a jogar basquete, dentre muitos outros esportes) , olhei para o braço esquerdo e encontrei 2 linhas pretas (minha tatuagem tribal que tinha feito 1 mês atrás, como símbolo de que nunca mais seria tratado por baixo e não deixaria ningúem ser tratado assim também). Voltei para o quarto, vesti uma calça jeans preta, coloquei um tenis, vesti a camiseta do meu uniforme ( onde dessa vez se lia George Anthonys – 1º ano C) e pus um casaco branco do meu time favorito de basquete (Los Angeles Lakers), dei uma passada com a mão no meu cabelo pra ele ficar espetado e bagunçado do jeito que eu gostava, peguei minha mochila e fui para o carro.
Chegando na escola, combinei com minha mãe que iria embora de táxi, desci do carro e me dirigi ao portão principal, entrei e fui em direção ao pátio principal, chegando lá peguei a rampa que ia para a ala do Ensino Médio, senti muitos olhares sobre mim, como se fosse um novato (não era um novato, mastinha mudado tanto que me sentia como um), as garotas cochichavam nos cantos, algumas ficaram boquiabertas e babando (eu estava com vontade de rir da situação, mas apenas continuei andando), percebi olhares de alguns garotos também, pareciam mais velhos, deveriam ser os terceranistas planejando um jeito me colocar no time de basquete afinal não é todo dia que se ve um garoto de 15 anos com 1,87 e com porte físico bom para jogar. Entrei na minha sala e fui para a última carteira da quarta fileira, após algum tempo, alguém se dirige a mim:
- Esse lugar costumava ser meu lugar. – eu conhecia aquela voz, só não me lembrava muito bem dela, olhei pra cima e vi aqueles olhos azuis penetrantes, aquele cabelo ruivo que parecia ter ficado com um vermelho mais intenso, ele parecia ter crescido também alguns centímetros, mas ainda era menor que eu, estava com o corpo bem definido já, o que quer dizer que ainda jogava basquete. Senti um calafrio na minha barriga que não sentia a tempos, fiquei meio sem reação na hora, apenas virei pra frente e disse:
- Não tem seu nome aqui, a carteira da frente tá vazia... – eu disse como se não importasse para o que ele disse. Ele me olhou irritado, disse um “idiota!” e sentou na minha frente (é, ele não me reconheceu).
Eu não sabia o que era, mas aquele garoto me fazia sentir sensações estranhas, sensações boas, eu queria saber o que era aquilo, nunca tinha sentido isso por ninguém. As aulas estavam passando os professores não deram muita matéria no primeiro dia, apenas falaram sobre como seriam nossas vidas de agora pra frente e ficaram repetindo muitas vezes, que era um momento de decisão e precisávamos estudar muito. Já estava cansado de ficar ouvindo as mesmas coisas, quando o sinal bateu, era hora de ir embora, me dirigi até a saída da escola, iria procurar um lugar pra almoçar, quando vem algúem do meu lado e diz:
- Oi, me desculpa por hoje cedo, não queria te chamar de idiota. – me surpreendi com aquilo, não imaginava que ele iria vir falar comigo, deu uma risada e disse:
- Relaxa, não foi nada. – ele sorriu e estendeu a palma da mão;
- Prazer sou Érico. Qual seu nome? – apertei as mãos dele, e disse:
- Meu nome é Anthonys, mas pode me chamar de Anth – era assim que a galera me chamava nos Estados Unidos, e eu não queria que ele descobrisse ainda quem eu sou.
- Beleza, tá procurando um lugar pra almoçar? Sei um restaurante massa se quiser te levo lá! - eu realmente estava procurando um lugar pra almoçar, então logo aceitei, o convite, olhei novamente para aqueles olhos e percebi o quanto ele era lindo “Wtf!? Lindo!? Eu ainda não sabia se eu gostava de garotas ou garotos, tinha muitas dúvidas e apesar de ter ficado desejado pelas garotas e também pelos garotos que são gays, nunca tinha beijado ninguém, apenas feito amigos e ficado popular, eu não queria beijar qualquer um, queria que meu primeiro beijo fosse especial”, percebi que ele também me olhava e perguntei envergonhado?
- O que? Por quê você tá me olhando desse jeito? – ele parou de me olhar com o rosto vermelho, me olhou pro chão e disse:
- Desculpa, é que você me lembra um garoto, um garoto que eu falhei com ele no passado, ele era visto como escória por todos, e eu queria defender ele, queria que ele fizesse amigos, ficasse sociável com os outros, queria mostrar pras pessoas que ele era legal, mas não consegui, não defendi ele por conta de um orgulho idiota de continuar no time de basquete, me arrependo muito disso, e sinto que nunca mais poderei me desculpar com ele. – ele falou meio que triste e olhou pro chão. Eu senti uma coisa explodir dentro de mim, estava muito feliz, ele tinha se arrependido, tinha se arrependido de ter me trocado pela popularidade. Eu sorri e disse:
- Calma, algum dia você terá a chance de se desculpar com ele, e eu tenho certeza que ele vai te perdoar. – ele me olhou com um brilho nos olhos, sorriu e disse:
- Tomara que você esteja certo, você é muito legal, tenho certeza que a galera vai gostar de você, agora vamos, vamos almoçar que eu to com fome. – enquanto ele falava, eu não prestava atenção em nada, apenas em seus lábios, foi uma coisa estranha, pela primeira vez na vida eu tive a vontade de beijar alguém.
CONTINUA...
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Fala galera!! Como vocês estão? 3ª parte do conto aqui... Espero que vocês estejam gostando, amanha farei o possível para postar a 4ª parte. Não esqueçam de comentar e avaliar, é muito importante pra mim saber se estou conseguindo fazer com que vocês gostem.
P.s: Agradeço pelos comentários do último contro, e queria avisar, antes que alguém fale que copiei, quando George disse que Érico tem os “cabelos beijados pelo fogo” lembrei sim de Jon Snow falando dos Cabelos de Ygritte, eu sou muito viciado nas obras do tio George Martin, e achei que ficaria legal passar isso pra vocês através dos meus contos. Abraço!