Sai rapidamente da casa de Bianca, já estava um pouco atrasado, e odiava fazer as pessoas esperarem, mesmo que essa pessoa fosse Erick, queria ver quais seriam as mentiras que ele iria inventar dessa vez. Fui pro ponto de ônibus, e fiquei lá esperando
- Até que enfim- falei meio impaciente com a demora dele chegar
Durante todo trajeto, meus pensamentos se dividiam entre Geovani, Erick e o pai da Bianca, que não saia da minha cabeça aquele Loiro Musculoso na minha frente, senti até meu pau ficar duro de novo, mas teria que me segurar afinal estava em um ônibus público.
- Como ele é gostoso- falei pegando no meu pau
Demorei quase meia hora pra chegar em Boa Viagem, com aquele trânsito horrível daquela cidade, Recife tinha um dos piores trânsitos do Brasil, você tinha que sair pelo menos uma hora antes de casa.... mas enfim desci e atravessei a avenida, meus olhos percorreram todo o local, fui andando tentando achar Erick
- Cadê você garoto- falei mentalmente
Lá estava ele ao longe, sentado na areia, eu o podia reconhecer a distância, estava parado com a cabeça baixa, preferi não chamar pelo nome dele, fui até ele, queria terminar logo com aquilo
- Oi- falei chegando próximo a ele
Ele teve um susto, parecia estar pensando, quando me viu um sorriso se formou, então pude perceber o quão Lindo aquele garoto continuava mesmo depois de tudo.
- Oi, senta ai- ele falou fazendo sinal
- Então- disse puxando assunto
- Não sei por onde começar, mas só de saber que você veio já me deixa feliz- ele estava bastante abatido e triste, pude notar pela sua feição cansada
- Então pode ir logo começando, vamos Erick não tenho a noite inteira- disse já cansado daquela relação
Sinceramente, eu já estava cansado das mentiras e enrolações do Erick, havia cansado daquele relacionamento sem respeito, e compreensão
- Por favor Leandro, por que essa indiferença comigo, eu te amo- ele disse tentando pegar na minha mão
- Pode até ser verdade, mas não vou ficar com você, enquanto você preferir as drogas a mim
- Não quero brigar com você amor- ele disse com um tom triste
- Pela última vez não me chame de amor- fui me levantando- se era só isso já estou indo
- Não espera, fica vamos conversar
- Então desembucha logo- eu disse já cansado e de braços cruzados
Ele ficou em silêncio por alguns segundos, parecia pensativo, pude perceber que ele estava mais magro, seus braços ainda continuavam furados das seringas de Heroína, só de ver aquilo a minha vontade era de abraçar Erick e nunca mais soltá-lo
- Leandro, eu tenho muitos problemas- ele disse mexendo na areia com o dedo
- Todos nós temos, e nem por isso eu saio usando drogas- disse enfático
- Me deixe terminar
- Ok
- Eu nunca me dei bem com a minha família, meus pais sempre me trataram mal, ultimamente eu vinha discutindo bastante com eles, então conheci algumas pessoas e comecei experimentar cigarro de maconha, até que eu conheci a heroínas, isso mudou a minha vida pra pior
- Como você é burro Erick
- Nossas brigas em casa aumentaram, eu passava a maior parte do tempo na rua, com alguns amigos me drogando e bebendo minha família sempre quis me internar, mas eu não queria, naquele momento eu só queria mais e mais drogas, era o meu alívio
Ouvindo cada palavra de Erick eu sentia a verdade e o sofrimento que ele atravessava, me doía saber o que ele passava, eu tinha certeza que a vida dele não era fácil. Mas drogas? Por que ele tinha escolhido drogas? Logo aquilo.
- Meu pai me ameaçou expulsar de casa, se eu continuasse usando essas coisas mas eu nem ligava- ele dizia já segurando o choro
- Erick sinceramente eu já não sei o que dizer- falei suspirando
- As drogas me ajudam, elas me fazem melhor mesmo eu sabendo que isso não é o certo
- Erick, como você pode falar uma coisa dessas? Você precisa de ajuda
- Por favor não me julgue, você não sabe o que eu estou passando
- Eu não estou lhe julgando, estou tentando te ajudar, mas você não quer ajuda de ninguém
- Posso continuar? Depois você esfrega na minha cara que você é certinho
- Naquele dia que eu liguei, pra você eu havia levado uma facada, de um vendedor de drogas
- Erick, cada vez que você me diz mais coisas, mas eu fico surpreso
- Eu não tinha dinheiro para pagar, e então ele me esfaqueou,
- ERICK VOCÊ É LOUCO, SÓ PODE COMO VOCÊ É BURRO- eu falei com raiva
Ele não disse nada, apenas olhou de lado, e as lágrimas rolaram pelo seu rosto, era um choro contido eu sentia seus soluços, ele encolheu as pernas, ficava mexendo na areia, eu apenas sentia pena por aquele garoto
- Erick, não fique assim....- eu disse colocando a mão nos seus ombros
- Eu, pensei que fosse morrer, eu só pensei em você
Se naquele momento meu coração já estava frágil com ele, quando ele me disse aquilo eu não aguentei, o abracei tão forte ele ficou surpreso e me abraçou também
- Como eu desejava esse abraço- ele me disse acariciando os meus braços
- Eu também Erick, eu também, você não faz ideia- eu falei beijando seu cabelo
Me soltei daquele abraço gostoso, e o olhei sério nos olhos
- Olhe pra mim Erick
- Hum
- Você precisa de ajuda, por favor aceita a minha ajuda- eu dizia já quase implorando
- Não me peça isso- ele falou desviando o rosto
Eu suspirei, ele realmente não queria a minha ajuda, não queria sair daquele mundo, e mesmo assim ele queria que eu ficasse com ele daquele jeito? Só se eu fosso louco
- Desisto Erick, pra mim já deu
- Como assim? Você não me ama mesmo- ele falou se levantando
- Oi? Repete eu não entendi- falei aumentando o tom da voz
- E isso mesmo você não me ama, se amasse iria ficar comigo e não me julgar
- Erick como você ousa dizer uma coisa dessas? Eu faço tudo por você, até clínica pra você eu arranjei, você e uma covarde mesmo, um burro não merece o meu amor
- CALA A BOCA CARALHO- ele falou ficando de frente pra mim- CALA A SUA BOCA, VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE ME CHAMAR DE COVARDE
Eu fiquei surpreso com aquela reação, mas ele havia pedido, sim ele era um covarde por não aceitar ajuda, é achar que as drogas iriam resolver os problemas dele
- Erick, você na verdade nunca me amou mesmo, se me amasse você aceitaria minha ajuda
- Às vezes você me cansa sabia, me cansa de você só me julgar
- Eu te canso? Então por que ficou comigo todo esse tempo, simples nunca tivesse me pedido em namoro
- Beleza, então me esqueça vai ser melhor pra os dois
Ele falou e saiu andando, me deixou ali parado, mas não iria ser assim, ele falava o que queria e eu aceitava calado
- EU SEMPRE TE AMEI SEU DESGRAÇADO SEMPRE- eu dizia em meio a lágrimas e gritos
- EU TAMBÉM TE AMO, MAS VOCÊ NÃO ME ENTENDE- ele dizia se afastando
- JÁ CHEGA NÃO QUERO MAIS SOFRER- falei
- NÃO FAZ ISSO COMIGO, EU TE AMO- ele dizia vindo até mim
Abri os braços, e falei andando algumas pessoas viam a nossa DR em plena praia
- Na boa EU DESISTO, CANSEI, já não aguento mais- eu estava transtornado e triste com aquilo
- Me dá mais uma chance- ele disse correndo atrás de mim
- Me esqueça, será melhor, acabou Erick, acabou enquanto foi bom, EU DESISTO, DESISTO- eu disse indo embora
Eu já nem conseguia mais me conter, estava tonto parecia que eu estava chorando um rio, nada estava mais sentindo, me senti despedaçado então Erick duvida que eu o amava, ainda duvidava dos meus sentimentos por ele.
- LEANDRO- eu ouvia Erick ao longe gritando meu nome
Não olhei pra trás, mas seus gritos ecoavam por toda praia, as pessoas passavam e olhavam, e algumas que estavam de carro, também viam aquela dramática cena
- LEANDRO, NÃO FAZ ISSO COMIGO- Erick estava de joelhos no chão, - LEANDRO, VOLTA AQUI, LEANDRO EU TE AMO PORRA- seus gritos eram tão altos que eu podia jurar que toda cidade estava ouvindo
Eu sai o mais rápido dali, tampei meus ouvidos, na falsa esperança de não ouvir seus gritos, se eu soubesse que aquilo iria acontecer, não teria aceitado o convite pra se encontrar com ele
- Erick, você não devia ter feito isso comigo- eu dizia enquanto caminhava rapidamente
Eu já estava bem longe, do ponto onde nós havíamos nos encontrado, mas eu tinha uma leve impressão que ele ainda estava lá ajoelhado gritando pelo meu nome, ou será que era coisa da minha cabeça.
- Olha pra onde anda- eu falei enquanto alguém esbarrava também
- Desculpa- ele virou me olhando
- LEANDRO?- ele tinha um tom de voz surpreso
- Geovani? O que faz aqui- eu falei surpreso, e ao mesmo vergonhoso
- Nada, apenas tomando um ar- ele disse me olhando com aquele sorriso enigmático
Era incrível como nossos olhos, ficavam em total sintonia, quando nos olhávamos, parecia até coisa de filme de romance, ele estava lindo e ainda por cima me comia com os olhos, e não fazia a mínima diferença de esconder.
- Entendi- falei enquanto lembrava da minha DR com Erick
- Aconteceu alguma coisa Leandro?- ele pergunto chegando próximo de mim – você tava chorando?
- Ah Geovani, não aguento mais cara- eu falei enquanto uma lágrima corria pelo o canto do meu olho
- Leandro, você não tá bem vem senta aqui- ele me puxou e sentamos num banquinho
Ficamos ali sentados, eu não conseguia esconder o meu sofrimento, meu rosto devia estar uma piscina de tantas lágrimas, eu havia me entregado pra ele, e mesmo assim ele tinha dúvidas sobre meus sentimentos por Erick, tudo que eu tinha feito por ele foi pra nada.
- Me diz o que aconteceu? - ele parecia preocupado – me diz Leandro
- Eu briguei com meu ex-namorado- falei em meio a soluções
- Cara não fica assim por favor- ele começou mexer no meu cabelo – vai dar tudo certo calma
- Você não entende Geovani, eu o amo muito
- Sei bem, como é mas não fica pensando nisso agora- ele dizia colocando sua mão no meu ombro
Aos poucos fui me acalmando, já não soluçava mais, e meus tremores haviam parado eu estava ali sentado com ele, com a cabeça no seu ombro, sentia meu coração ir acalmando ao compasso que também aos poucos ia voltando a minha triste realidade
- Melhor?- ele perguntou me olhando nos olhos
- Um pouco- disse tristonho- queria que isso não fosse verdade- falei olhando pro céu
- Noite linda né cheia de estrelas- ele disse apontando
- É- realmente estava linda, sentia um ventinho frio e gostoso cortar meu corpo
Ficamos sem assunto por algum momento, ele tamborilava os dedos, enquanto eu tentava dizer alguma coisa, mas
incrivelmente não saia nada
- Bem- eu falei tentando dizer algo – que hora já são?
- 23:00 horas em ponto
- Nossa, como tá tarde- falei surpreso- tenho que ir Geovani
- Ah não fica vai- ele disse com uma voz manhosa- fica só mais um pouco
- Preciso ir Geovani infelizmente- eu falei meio sem querer
- Tá né fazer o que- ele disse com um riso triste
Nos levantamos e ficamos parados nos olhando, estávamos sem reação, parados um encarando o outro, pareci que conversamos sem esboçar nenhuma palavra, estávamos em total sintonia. Até que ele veio na minha direção, foi mais rápido que a velocidade da luz eu podia sentir aqueles lábios carnudos e quentes, irem de encontro ao meu
Meu corpo arrepiou da cabeça aos pés, senti uma mistura de fogo e gelo, ele me laçou nos seus braços e demos um beijo era calmo, como se um desse bem vinda ao beija do outro, mas foi interrompido, por ele me olhando no fundo dos meus olhos, eu podia ver o quanto ele era belo, um exemplo de beleza.
Ele me fitou colocou seus dedos sobre meu rosto e disse
- Você é Lindo Leandro, e merece alguém que te ame pelo que você é, e não te troque por uma seringa de Heroína- ele falou e saiu andando tinha um sorriso leve no rosto
Eu fiquei parado, sem reação, ele estava indo embora ao longe, me sentia feliz e surpreso com aquele beijo, talvez um dos melhores que eu já havia provado, estava em transe com aquele garoto, um sorriso bobo se formou no meu rosto, já nem lembrava da minha discussão com Erick..
Sai andando, mas só pensava em Geovani, como ele tinha sido incrível comigo.
#THE TRUE ABOUT LOVE LEANDRO.....
