Conversamos bastante enquanto almoçavamos, Érico me falou como as coisas funcionavam na escola (quase nada tinha mudado, tudo girava em torno do basquete, quanto mais perto do time ou de pessoas do time você estava maior era o seu acesso “VIP” a todos os eventos estudantis e sociais organizados pelos alunos. Nesse caso nerds, geeks, gordos, gamers, musicistas, enfim todos aqueles que não se encaixavam naquele meio eram tratados como escória, assim como eu fui tratado, ou seja, era hora de mudar aquilo, tava na hora de botar em prática aquilo que eu mesmo tinha me prometido: fazer com que todos tivessem o mesmo direito e fossem tratados com o mesmo respeito, como eu ia fazer isso? Não sei, apenas arrumaria alguma forma de fazer), descobri muitas coisas sobre sua vida (descobri que ele era um garoto bastante popular, gente boa, com boa conversa, tinha uma irmã chamada Sarah que já estava no 3° ano do E.M., namorava uma garota chamada Fernanda Almeida (confesso que me senti triste nesse momento, não faço a mínima ideia, só sei que não gostei de saber que aquele garoto tinha uma namorada), gostava muito de basquete, malhava, adorava festas, e era bem sociável).
Após o almoço, me separei do Érico e voltei para a escola, precisava arrumar uma documentação que minha mãe tinha pedido, a caminho da secretaria vi uma garota (branca, quase pálida como se sua pele fosse “cor-de-leite”, magra, com longos cabelos pretos, usava um óculos meio quadrado, e dentro deles se econtravam seus olhos, que por sinal eram castanhos, parecia ser mais nova uns 12 ou 13 anos) ela estava cercada por 2 meninos , ambos da idade dela, eles derrubavam seu material e riam da situação, senti meu sangue esquentar na hora, era tudo aquilo que eu prometi que ia combater, caminhei rápido em direção àquela situação, parei atrás dos 2 garotos, e com a voz mais grossa que consegui reproduzir disse:
- Deixem a garota em paz! – Os garotos viraram pra tras me olharam de cima a baixo, ficaram com uma cara de assustados e saíram correndo pelo corredor. Agachei ajudei a garota a pegar os materiais e disse com uma voz calma e cuidadosa – Tá tudo bem, não vou deixar que ninguém te incomode mais, meu nome é George, Geroge Anthonys, mas pode me chamar de Anth. - Ela parecia assustada, apenas assentiu com a cabeça, me olhou incrédula e disse:
- Obrigada! Meu nome é Amanda. – sorri, me levantei e fui embora, quando virei pra traz a garota tinha saído correndo, segui meu caminho, arrumei a documentação, coloquei dentro da mochila, liguei pra um táxi e fui embora.
No outro dia de manhã, esperava as aulas iniciarem conversando com Érico dentro da sala, como novamente fazia frio tinha ido com meu casaco (melhor assim, não queria que ninguém visse meu nome ou desconfiasse quem eu era):
- Cara, hoje o treinador anuncia quando vai ter os testes pros times de basquete do Ensino Médio – dizia ele empolgado, na verdade, todos estavam empolgados querendo saber quem seriam os novatos pro time.
- Tenho certeza que você vai entrar cara, fica frio, você não me disse que era considerado o 2° melhor do time júnior? Tenho certeza que vc e esse tal de Victor vão passar! – falei tentando tranquilizar ele.
- Não sei não Anth, esse ano não é quem nem os anteriores, no Ensino Médio é muito difícil você passar para o time principal direto, geralmente os garotos do 1º ano são direcionados mais pro 2º time, tem muita gente boa no 2º e no 3º que já treinaram bastante e tem mais nível de jogo que nós... E como assim eu e o Víctor? Você não disse que jogava basquete também? Você também vai fazer o teste não vai!? – ele falou meio que afirmando e perguntando ao mesmo tempo.
- Acho que não, pelo menos esse ano não – ele suspirou com um ar triste – E quem é esse tal de Victor, não escutei ninguém falando dele ontem, e pelo que você me falou ele ia estar na nossa sala, não vi ele até agoGALERAAAAAAA... VOLTEI! – chegou um garoto gritando, eu conhecia aquela voz, estava mudada por causa da puberdade, mas eu conhecia, tinha pavores e arrepios quando escutava ela antigamente, era sim, era ele, era Victor (a pele ainda continuava com o mesmo tom moreno, tinha crescido também, em torno de 1,84m , eu ainda era mais alto que ele, contudo seu corpo já era bem mais musculoso que o meu e o do Érico, ao invés de apenas definido ele tinha muitos músculos, o cabelo penteado de lado e seus olhos castanhos deixavam as garotas “pirando” nele), levantaram-se muitos garotos e garotas todos cumprimentá-lo, inclusive Érico, contudo aqueles que ele aterrorizava ainda continuavam sentados como eu continuei, após ele cumprimentar todos, parou e começou a olhar ao redor – Temos novatos... me apresentarei a eles mais tarde – disse com um olhar maldoso e rindo para as pessoas que ainda continuavam sentadas, imaginei que estavam desejando não estar ali assim como eu desejava no início do ano quando ele entrava na sala, ele continuou percorrendo os olhos pela sala e de repente me encara me analisa bem, olha pro meu rosto, seu sorriso maldoso se transforma pra um sorriso sarcástico – E será um ano bem interessante!- disse me olhando e sorrindo eu o encarei, e após um momento retribuí o sorriso, não um sorriso sarcástico, mas sim um sorriso desafiador. Nem percebi que Érico tinha voltado e sentado novamente na minha frente, ele virou pra traz e disse:
- Esse é o VicEu sei. – falei interrompendo-o e tirando minha atenção do Victor, eu sabia que era ele, sabia que ele ia ser minha maior “dificuldade” ao tentar fazer com que todos fossem respeitados, mas também sabia o que teria que fazer pra começar a botar minha “missão” em prática, olhei pro Érico e falei firme:
- Pensando bem, quero saber quando serão os testes também Érico, eu vou fazer junto com vocês, quero entrar pro time de basquete! – disse firmemente, ele sorriu com um brilho no olhar (aquele brilho no olhar que tava me deixando louco, despertando sentimentos estranhos), e disse:
- Pois eu tenho certeza que você vai entrar no time também , por mais que seja no secundário, e quer saber, aparece lá em casa hoje a noite lá pra 20:00 horas, a Fernanda vai dar uma festa de início de ano na casa dela, ai você vai comigo, vai ser uma chance pra eu te apresentar pra galera. – ele me passou o endereço e o celular dele. Eu considerei uma boa oportunidade, era a oportunidade de me enturmar com os populares, e assim só restaria o teste do time pra poder colocar meus planos em prática.
A noite chegou, eu tinha pedido um táxi, estava a caminho da casa do Érico (usava uma cueca boxer preta colada, uma calça jeans azul escuro mais apertada (não colada, apenas apertada), um sapatênis vermelho, uma camisa branca cavada e uma xadrez vermelha de manga curta por cima dela), o táxi parou em frente a uma casa grande de 2 andares, cercada por muros altos com uma grade enorme, sai dele e mandei uma mensagem falando que eu já tinha chegado, após alguns minutos ele desce, abre o portão e sai, quando eu vejo quase caio de costas, aquele garoto tava lindo (calça jeans preta, sapatenis azul com branco, blusa branca de manga curta que com detalhes em azul, seu cabelo vermelho bagunçado pra todos os lados, suas sardas pareciam muito bem divididas em cada bochecha realçando cada vez mais a cor intensa do azul dos seus olhos, ele me ve e sorri, com aqueles dentes brancos e brilhantes, me da um abraço de amigo e diz:
- Agora eu sei porque as garotas ficaram loucas quando te viram entrando no colégio.... tu é mó gatinho, até parece que é eu! – ele disse rindo muito, senti meu rosto corar e assenti com a cabeça, ele me soltou, deu um soco no meu ombro e me apontou o caminho, e nós começamos a caminhar.
Não prestava atenção em quase nada que ele falava no caminho, me sentia em outro mundo, só lembrava daquele abraço, seu perfume suave e viciante me deixou louco, por um momento senti meu amigão acordar. Por quê? Por quê? Aquele garoto me deixava daquele jeito? Eu não sabia a resposta, e já não me importava mais com ela, só sabia que agora eu tinha certeza o que é muito querer ficar com algúem, não queria apenas beijá-lo, queria fazer outras coisas, passar a mão no seu corpo, viver momentos com ele, percebi que ele não era apenas um amigo, ele me fazia sentir especial, era a primeira vez que sentia isso, e tinha certeza, aquele garoto ia ser minha força.
CONTINUA...
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Fala galera, como vcs estão? Agradeço pelos comentários e avaliações do último conto, tentarei postar a 5ª parte amanhã! Agora voltando ao conto, George finalmente sentiu o que é querer ficar com algúem ein!? Mas será que Érico também sente a mesma coisa? Afinal ele tem namorada!!! Vamos ver :v! Desde já abraço pra vocês!! Não esqueçam de comentar e avaliar, como eu já disse e repito, é muito importante... FUI o/.