Eu não podia acreditar que eu teria que passar por todo aquele pesadelo outra vez. Independente do que os médicos falassem, ele estava lá outra vez, mesmo que fosse pouco, mas estava lá. O câncer não tinha ido embora, só adormecido pra me assustar de novo. Agora, que estava amando de verdade, com a vida organizada do jeito que eu queria, esse tormento me aparece outra vez. Fiquei dias sem saber como contar pra Tah e para meus pais. Apesar de tudo que eu passei com a Tah eu ficava com medo de ela me deixar, de não aguentar ou até mesmo ficar doente por minha causa. Eu não queria isso. Eu não queria que meus pais passassem por outro sofrimento depois da morte da minha avó.
Doutor Marcelo me explicou que dessas vez o câncer na estava tão agressivo mas precisaria de cuidados. Já sabia de grande parto do que ele estava me falando aquela hora. Mesmo eu não querendo, eu precisava informar a alguém da minha situação, então pedi a ajudar da minha vó Lourdes. No começo ela relutou mas depois entendeu o que eu pedia. Fiz tudo que precisava fazer e comecei a me tratar. Independente do que falasse pra mim, eu não sabia se eu iria voltar dessa como voltei da outra, então deixei tudo esquematizado com minha avó para caso acontecesse alguma coisa comigo. Falei da Tah pra ela, que amou de cara sem nem ao menos conhece-la kkkk Eu sabia que Tah viria atrás de mim, e meus pais, e Camile e Gomes. Mais eu não aguentaria vê-los daquele jeito que eu via quando estava internada.
Passou o primeiro mês, Tah já estava atrás de mim. Pelo que minha vó falou, estava desesperada e talvez até com raiva.
Segundo mês fui piorando. Começaram as quimios que eu já estava mais do que familiarizadas mas nunca me acostumava. Tah sempre me procurando, mas não estava no Sul mais. Foi difícil me esconder dos meus pais e já estava até querendo desistir de tudo e ligar para eles. Mas, não! Eu estava lutando com tudo para acabar logo com isso e iria até o fim. Minha vó linda. A melhor parte do dia era quando ela vinha me visitar. Sempre tentando me convencer a para com aquilo e falar com a família. Eu não aguentaria vê-los sofrendo de novo, simplesmente não aguentaria.
Terceiro mês. A saudade da Tah estava me rasgando de tal maneira que conseguia ser pior que as quimios. Eu queria saber o que ela estava fazendo, o que estava pensando, mas não podia, só podia me contentar com as notícias que minha vó me passava. Eu não sabia direito se o tratamento estava funcionando, mesmo com os médicos me incentivando, eu não poderia me alegrar tanto.
