- Igor, titia tá te chamando pra tomar café. – Mari chamou da porta.
Eu acordei sozinho na cama. Kaio não aguentou mais uma vez e foi pro colchão, eu imaginei. Mas ao olhar pra fora da cama o colchão dele estava feito e nem sinal de que ele havia passado um minuto sequer deitado lá.
Na cozinha meus tios, minha cunhada, minha mãe e meus primos estavam lá. Meu pai, meu irmão e o Kaio não.
- Bom dia... – eu disse me aproximando.
- Bom dia! Ainda bem que acordou. Venha comer que eu quero limpar tudo aqui pra iniciar o almoço. – minha mãe disse indo pegar um prato pra mim.
- Mas ainda é cedo. – eu disse pegando uma xícara e talheres.
- Eu sei. Mas hoje é sábado. Vamos almoçar cedo pra irmos pro clube. Hoje todo mundo pode!
Eu preparei meu prato com o que havia alí.
- Cadê o Kaio?
- Acordou cedo. – ela dizia colocando o leite quente na minha xícara – Tá na churrasqueira com seu pai e o Pedro ajudando a cuidar na carne.
- Tá bom! – eu avisei da quantidade de leite.
- Nada... Leite faz bem pros ossos!
Voltei pra mesa e comecei a comer. Se tudo lá pra área de serviço estava quieto então quer dizer que tudo estava bem. Decidi não me preocupar quanto a isso. Apesar de que imaginar o Kaio ajudando meu pai com carnes deveria ser no mínimo engraçado. Terminei meu café e decidi sair pra área de serviço saber como tudo andava pro lá.
Meu pai cuidava da carne a colocando no espeto do lado da churrasqueira enquanto o Kaio estava todo sujo de carvão com uma camiseta que muito provavelmente não iria limpar mais. E não limpou mesmo. Ele estava apoiado na máquina de lavar conversando algo. Meu irmão se contentava com sua lata de cerveja com a roupa impecável. Na certa Kaio foi o único que fez algo útil alí.
- Bom dia! – eu passei dando um leve cheirinho no ombro do meu pai. Suor e fumaça o definiam.
- Bom dia. – meu irmão e o Kaio falaram juntos.
- Bom dia. Como dormiu?
- Muito bem. – eu disse sentando na bancada da área de lavar roupas.
O Kaio estava em um estado deplorável.
Enquanto meu pai cuida da carne ele é muito higiênico. Ele lava as mãos depois de cada contato com a carne. É meio que um protocolo dele, sabe? Ele coloca Coca-Cola na carne pra quebrar as fibras e ficar mais macia. Ele diz que é uma alternativa a aqueles amaciantes de carne caros que vendem no supermercado. O Kaio nunca tinha visto esse truque e ficou impressionado. Aumentando ainda mais o ego do meu pai que começou a falar sem parar do preparo de carnes.
- Legal que o senhor se aposentou mas continua sendo um “chef”! – Kaio tentou fazer piada.
Nós rimos.
- Vai tomar um banho, vai. – eu disse.
- Vá mesmo que você tá todo sujo de carvão. Eu disse que não precisava da ajuda dele, mas ele fez questão. Agora aguenta! – meu pai falou começando a colocar os primeiros espetos na brasa.
Kaio foi pro banheiro e o olhando pelas costas eu vi que estava mais sujo ainda. Ele mergulhou no saco de carvão, por acaso? Enquanto meu pai mexia na churrasqueira eu comecei a limpar tudo pra ele. Jorginho veio pra perto da gente.
- Igor... Então te chamando lá fora. De novo. – ele deu ênfase no “De novo” pra que eu entendesse.
Era o Luan. Agora sim o cerco tava armado. Esperei o chuveiro do banheiro onde o Kaio estava ser ligado.
- Ele está na sala com a tia.
- Valeu...
Eu fui pra sala e lá eu encontrei com o Luan e minha mãe batendo papo. Quando fui chegando na sala minha mãe se adiantou em terminar o papo com o Luan pra que fosse cuidar no almoço. Perceberam que a cozinheira foi dispensada? Minha mãe diz que as coisas só dão certo se ela for fazer. Ela fez sala por alguns minutos e saiu. Assim que cheguei na sala Luan levantou do sofá e abriu os braços.
- Bom dia maninho! – ele me abraçou forte e me deu um beijo na bochecha quae chegando na orelha. Ainda bem que na orelha!
- Bom dia. Senta. – Preferi não chama-lo para o meio do movimento com as outras pessoas porque era melhor deixa-lo longe do Kaio o máximo possível.
Eu liguei o TV.
- Tô aqui fugido de casa. Minha avó me proibiu de vir. Mas isso você já, sabe... – ele disse sem se importar muito.
- Sua avó como sempre muito simpática e nada imperativa.
- Um amor de pessoa! – nós rimos.
Que sorriso lindo. Os dentes alinhados e brancos de sempre. Eu sempre invejei a cor dos dentes do Luan. Eram muito brancos e perfeitamente alinhados. Ele nunca usou aparelho! Os sinais que desciam pelo pescoço dele ainda estavam lá. A mania de piscar sem parar enquanto olha pra televisão. Os dedos cumpridos que nós brincávamos dizendo que ele tinha mãos de Dementador. A cicatriz pequena perto do polegar da mão esquerda que ele ganhou se cortando com um caco de vidro na escola. Naquele dia ele veio sem boné, então eu pude ver o cabelo loiro que continuava no mesmo corte de sempre compridinho com as pontas pouco abaixo da orelha. Lindo. O Luan era Lindo.
Peguei meu celular e hibernei o WhatsApp pra não ser interrompido. Não gosto de ser interrompido quando dou atenção pra alguém. Ele ficou olhando pro meu celular...
- Você trocou seu número, né?
- Troquei... Troquei há algum tempo. Troquei quando você ligou pela última vez. – eu disse mais baixo.
- A gente tem tanto o que conversar, Igor... Eu vou te explicar tudo. Só preciso que você tire um tempo pra ficar comigo.
- A gente vai conversar.
- Cadê o seu namorado? – ele disse sorrindo. Eu notei um certo tom de ironia no namorado.
- Não fala isso! Meus pais não sabem, Luan...
- Ele não tem coragem, é? Eu enfrentaria seu pai de olhos fechados.
Eu engoli um seco.
- Assim que começamos a namorar ele já me apresentou pro pais. EU que tô pensando em apresentar ou não pros meus... Ainda não sei.
- Como vocês se conheceram?
- Na faculdade. A gente estuda o mesmo curso. – resumi.
- É... Ele é bonitão. – ele disse com ironia e sorriu.
- IGOR! LUAN! VENHAM PRA MESA! – minha mãe gritou.
Fomos pra cozinha lado a lado. Ele passou o braço no meu ombro e me puxou pra perto. Cara, o Luan não tinha medo da morte. Se meu pai visse aquilo constantemente ele tava ferrado! Ele não brincava em dizer que enfrentaria meus pais.
- Ai meu Deus... A mesa não cabe todo mundo! – minha mãe anunciou como se fosse uma tragédia.
- Não esquenta Tia. A gente come na sala, a senhora sabe.
O Luan falava como se o tempo nunca tivesse passado. Como se ainda fosse um dia qualquer antes de Março de 2010. Jorginho me olhou confuso ao escutar aquilo. Eu o “apresentei” a todos. Uso aspas porque todo mundo alí lembrava do Luan. Jorginho desaprovava tudo aquilo. Me olhava com um olhar terrível e ficou boa parte do tempo calada, algo nada comum pra ele.
Aquela agitação toda na cozinha e de repente o Kaio terminou o banho e passou por nós com uma cara de poucos amigos em direção ao quarto. Eu pensei em ir atrás dele mas desisti. Enquanto todo mundo conversava o Kaio terminou de se vestir e voltou pra cozinha. Mais precisamente pro meu lado. Eu fiquei no meio entre ele e o Luan. Ele quieto. Luan sorrindo e conversando normalmente como se aquilo não fosse nada embaraçoso. O cheiro bom do Kaio alí do lado me acalmou.
Meu pai ia constantemente na churrasqueira ver a carne, virar e verificar se não estava queimando ou passando do ponto. O Kaio sempre o acompanhava pra ajudar. Sempre que voltavam pra cozinha, Kaio vinha com um prato com alguns pedaços de carne pra que servissem de prévia. Quase todo mundo alí estava tomando cerveja e normalmente é bom ter algo pra beliscar enquanto o almoço não ficava pronto. Kaio garfava vez ou outra um pedaço e me dava.
- Pega um copo. – eu disse pro Luan.
- Cerveja? Não... Não bebo quando tô contigo. Você nunca deixava.
Kaio bufou do meu lado. Eu fiquei olhando incrédulo pro Luan. Pelo visto ia ser um longo dia...
- Então eu vou abrir um refrigerante. – eu disse indo pra geladeira.
- Coca-Cola como sempre. Adoro sua cara ao tomar Coca. – ele disse e riu.
Kaio saiu dalí e voltou pra churrasqueira. Eu tava muito ferrado. Fingi estar escutando algo que minha cunhada conversava pra não aparentar estar dando atenção demais pro Luan. Kaio estava pra explodir pisando pesado da churrasqueira pra cozinha com aquele prato que insistia em acabar a carne. Em uma vez eu o acompanhei até a churrasqueira.
- Pode parar de levar carne senão não sobra pro almoço.
Ele não respondeu. Jogou o prato de qualquer jeito na bancada e encostou na pia da área de serviço. Ficou me olhando.
- Acho bom isso terminar logo, tá ouvindo! Eu não vou aguentar esse cara falando desse jeito.
- A gente vai pro clube a tarde e...
- Não quero saber de porcaria de clube! Leva ele lá pra fora e conversem. Escute o que ele tem pra dizer e manda ele pro inferno de um jeito que ele não volte mais! – Kaio disse alto.
Meu pai chegou na hora.
- Igor?
Kaio se virou e fingiu lavar as mãos.
- Oi pai...
- Saiam daí. Venham almoçar.
- Eu já vou... – Eu disse baixinho. – Olha, você tá na frente dos meus pais. Por favor, não fica com crise de ciúmes aqui não porque pode estragar tudo! Tudo!
Ele suspirou.
Voltei pra cozinha e fizemos nossos pratos. Kaio veio logo atrás zangado. Como a mesa não cabia todo mundo rumamos pra sala. Lá Jorginho, Mari e Kaio sentaram no sofá. Luan sentou numa poltrona. Eu peguei uma almofada e sentei no tapete do chão em frente à TV. Começamos a comer e conversar. Daí Luan saiu da poltrona e sentou do meu lado.
- Lembra quando vivíamos jogando Mario assim? – ele disse sorrindo.
Jorginho pigarreou.
- Igor, você nem gosta tanto de comer no chão. Vem pra cá pro sofá que eu vou pro chão.
Eu olhei pro Jorginho que me devolveu um olhar do tipo “Vem! Agora!”.
- O Igor? Só se perdeu essa mania, porque comigo ele sempre comeu aqui no chão em frente à TV jogando Mario. – Luan contra-atacou.
Kaio não disse nada. Apenas pegou a almofada e sentou do meu outro lado. Perto demais de mim. Nossos joelhos se encostavam. E assim almoçamos, né? Naquele clima de disputa de quem fica mais perto do Igor, quem conhece mais o Igor, quem sabe mais coisas sobre o Igor...
- Terminou? – eu perguntei pro Kaio.
- Sim. Leva pra mim?
Ele me ofereceu o prato e os talheres. Eu peguei tudo e voltei pra cozinha. Luan me seguiu. Passei pra pia onde eu iria colocar os pratos e Luan atrás de mim começou a falar com minha mãe.
- Tia, como sempre maravilhoso. O tempero da senhora é único. É comida de mãe.
“Que adulação...” Eu pensei.
- Pois repita! – ela disse devolvendo o prato pra ele.
- Ah não... Estou cheio.
Luan entregou o prato pra minha mãe e voltou pra sala.
Eu deixei os pratos alí. Peguei dois copos de refrigerante e voltei pra sala. Ao chegar lá eu entreguei um pro Kaio e me sentei com o outro. Eu vi a tristeza nos olhos do Luan ao passar o copo pra mão do Kaio. Ele seguiu minha mão com os olhos. Eu não aguentei. Dei meu copo de refrigerante pra ele e voltei pra cozinha pra pegar mais um. 4 anos atrás eu não levaria um copo de refrigerante pra outra pessoa se não o Luan.
- Já convidou seu amigo pro clube? – Kaio falou alto.
Luan nos observou.
- Eu ia chamar...
- Então chame.
- Luan... Lembra do Fagundes, aquele primo do meu pai? A gente vai pro clube dele hoje. Tá a fim?
- Claro! Que horas? – ele respondeu animado.
- “Agora!” – Kaio falou ironicamente animado pro Luan. Foi em direção à cozinha.
Jorginho continuou sério. Mari via tudo sem entender nada. Quando todos eles saíram da sala e só eu e Luan ficamos:
- Igor eu não quero ser problema. Só quero conversar contigo. – ele disse triste.
- Tudo bem. No clube, tá?
Eu peguei o copo dele e desci pra cozinha.
- Podem ir pro clube... Eu cuido de tudo aqui. Mais tarde eu chego! – minha mãe gritou pra que todos escutassem.
- Igor, pega o carro. – meu pai ofereceu.
- Não precisa, eu vou com o Kaio. Nós vamos com o Kaio. – eu me corrigi.
Luan se despediu e disse que ia em casa se aprontar pra ir pro clube. Chegava em pouco tempo. Quando ele saiu eu fui pro quarto ver o Kaio. Abri a porta e entrei rápido fechando a porta porque ele estava só de cueca. De cueca não, era uma sunga.
- VOCÊ VAI ASSIM? – Eu disse escandaloso.
- Nesse clube não tem piscina não?
- Tem... Mas você não vai aparecer de sunga lá.
- Porque não?
- Tá doido? Porque eu tenho ciúme! Ponha uma bermuda.
- Até parece que eu nunca saí de sunga na frente das pessoas. É só uma sunga.
- Aqui não. Com você dentro não é mais só uma sunga. Ponha uma bermuda.
Ele começou a procurar uma bermuda meio sem paciência na mala. Nos arrumamos e fomos pro carro. Sem a presença do Luan o Kaio aos poucos voltou ao normal. Saímos ao som de “Teenage Dream” da Katy Perry e nos sentimos no clipe com aquele monte de gente em alta velocidade nos carros.
No clube alguns carros estavam estacionados tomando as vagas perto do portão. Kaio encostou alí perto e eu entrei no clube pra falar com meu tio. Era de costume meu pai pôr o carro pra dentro do clube. Ia pedir autorização.
Assim que passei pelo segurança que já me conhecia eu pude ver como tudo havia mudado. Realmente ficou bem bonito após a reforma.
No bar eu o vi atendendo as pessoas.
- Uma cerveja por favor! – eu brinquei.
- É pra já... – ele disse se virando e sorriu quando me viu – Igor, você não morre mais! Eu já tava estranhando esse tempão sem andar aqui! Como vai? – ele me puxou pra um abraço.
- Muito bem! Escuta, posso pôr o carro pra dentro?
- Claro! Diga o Anderson pra abrir o portão maior pra você.
O segurança abriu o portão maior e os meninos estraram.
O clube agora tinha um palco de shows bacana, um bar bem bonito e decorado, banheiros maiores, piscinas bem maiores também. Tudo havia ficado bonito. Ainda bem que meu tio faturava bem.
- Tio, esse é o Kaio. Tá comigo.
- Então tá comigo também. O que precisar, já sabe.
- Pode deixar.
Escolhemos uma mesa legal. Eu e Jorginho tratamos logo de pôr outra mesa junto. Nossos pais chegariam em seguida. Ajeitamos tudo. Mari saiu de fininho e foi se encontrar com o namoradinho que aparentava ser bem mais novo que ela, o que causou certa estranheza no Jorginho. Jorginho tirou a camisa exibindo aquele corpo lindo que ele tem. Tirou o short e ficou de sunga já indo em direção à piscina.
- Kaio, fica aqui.
- O que foi?
- Fica aqui. Eu já volto.
Fui pro bar falar com meu tio.
- Tiooo, tudo bem! – aquela cara de quem já vai pedir algo. Ele passava um pano úmido no balcão. – Sabe meu amigo? O Kaio?
- O que que tem ele?
- Ele tá com um furúnculo enooorme na bunda! Enooorme! – eu gesticulei com as mãos e revirei os olhos.
Ele parou o movimento que fazia com o pano e me olhou.
- Então... É que ainda tá sarando... Minha mãe o examinou e disse que já acabou mas ainda está meio aberto, sabe? Mas não corre mais risco de infecção nem nada. Tô falando porque eu sei que é regra não entrar de roupa na piscina mas hoje o senhor poderia abrir uma exceção pra ele como sempre faz comigo? É que ele não é daqui...
- Mas se não tem mais risco qual o problema dele ir de sunga?
- Todo mundo vai ver aquela coisa enorme e feia quase na bunda do menino! O senhor acha mesmo que alguém ainda iria entrar na piscina com alguém com um buraco daquele tamanho entrando e saindo da água? É sério! Foi enorme! Ele tá sem conseguir sentar há semanas. Criou pus, teve que espremer, saiu uma coisa amarela lá de dentro...
- Ave Maria! Vira essa boca pra lá! Isso já sarou mesmo?
- Já! Mas tá marcado. Ele não quer mostrar a marca pra todo mundo. Se ele não puder entrar eu também vou ficar fora pra fazer companhia pra ele. Deve ser super chato ver todo mundo pulando na piscina e ele sem poder...
- Tem certeza que isso tá sarado mesmo?
- Tenho! Eu vi ontem quando ele tava trocando de roupa. Tá fechadinho, pois é... Só tá uma cicatriz super feia!
- Então tá. Mas só hoje hein! Depois o pessoal vê e vai querer entrar de short também, aí não dá!
- Não! Tudo bem. Só hoje. Obrigado!
Voltei pra mês aonde o Kaio estava sozinho sem camisa sentado.
- Bora pra água. – eu disse tirando minha camisa. – Não precisa tirar o short. Você está com um furúnculo enorme na bunda!
- Hãããm?
- É. Foi horrível tirar todo o pus da ferida. Você esperneou de bunda pra cima na cama enquanto minha mãe espremia essa coisa mas como você não quer mostrar a cicatriz então é melhor entrar de bermuda mesmo.
- Eu não acredito que você inventou isso... Não tinha outra desculpa?
- Dramática o suficiente pra meu tio nem se atrever e vir averiguar? Não. Agora manque um pouco em uma das pernas.
Passamos perto do bar.
- Valeu! – eu disse pro meu tio.
- Melhoras rapaz! – ele gritou pro Kaio que devolveu um sinal de legal com o polegar.
Luan chegou e veio ao nosso encontro. O segurança nos barrou na entrada da área das piscinas.
- Não... Eu e ele podemos entrar de shorte. O Fagundes autorizou.
- Mas ele não! – o segurança disse e quando olhei pra trás Luan estava logo do nosso lado.
- Luan?
- Qual a nossa mesa?
Eu indiquei a mesa pra ele e entrei com o Kaio na área da piscina. Encontramos com o Jorginho. Luan veio pouco depois de sunga.
O corpo esguio do Luan ainda era assim só que com um pouco mais de músculos. Branquinho como sempre. Uma sunga azul escuro. O cabelo loiro e o sorriso animado com covas vindo em nossa direção. Kaio suspirou do meu lado.
- Cadê a Mari? – eu perguntei tentando não olhar pro Luan mais que lindo.
- E eu sei? – Jorginho disse sem paciência.
Quando Luan se aproximou eu entrei na água. Eram 4 piscinas e a nossa era a que tinha menos pessoas. Dei uns mergulhos enquanto o Kaio continuava parado com o Jorginho. Quem veio ao meu encontro no meio da piscina? Claro. Luan. Ficamos conversando e eu notava que ele ao falar e rir sempre dava um jeito de me tocar, de chegar mais perto. Começamos a lembrar de episódios do ensino médio. Aquela nostalgia me rancou boas risadas
Kaio logo veio pra perto.
- Vamo no tobogã? – eu perguntei pro Kaio.
- Vamo!
- Eu também vou! – Luan avisou.
- Eu também... – Jorginho.
Saímos da piscina e fomos em direção à escada. Não era o maior tobogã do mundo mas era sim grande. Jorginho subiu. Eu o segui. Luan ameaçou subir atrás de mim mas o Kaio o puxou pelo ombro seguido de um “Com licença” nada educado.
- Só isso? Do jeito que Jorginho falava eu pensei que fosse maior. – falei olhando pra baixo.
- Bora? – Kaio falou sorrindo e já se encaixando dentro do tubo.
- Desce! – Eu disse e Kaio se foi.
Não sei se pela força da água ou pela altura não ser tanta mas o Kaio sumiu e em segundos apareceu na água da piscina. Foi muito rápido!
- Aprendam! – Jorginho disse e se encaixou no tubo. Sentou e prendeu água com as costas e os braços por alguns segundos. Logo em seguida deitou e foi levado com força aos gritos. Quando ele caiu na piscina eu consegui ouvir lá de cima o estouro na água.
Eu fiz o mesmo. Entrei no tubo mas tentei prender a água com o meu corpo. Acumulei o máximo possível de água até que começou a vazar pelos meus braços e pescoço.
- O que você tá fazendo? – Luan gritou agachado junto da entrada do tobogã.
- Prendendo água! É melhor porque vai mais rápido!
- Não precisa disso, Igor! Para! – ele mexeu no meu ombro.
- Não! É melhor assim!
- Desce logo! Seu namorado tá subindo de novo!
Eu soltei a água e deitei cruzando os braços. Eu nunca desci um tobogã tão rápido na minha vida! Eu fui levado com muita violência pela água e não sabia mais em que ponto do tubo eu estava. Foi muito divertido! Mas não façam isso em casa, crianças! Abri de leve meu olho e vi o azul da piscina se aproximando. Fechei rápido e caí com tanta força na água que depois as pessoas diziam que eu deslizei sobre a água até de fato afundar.
Soltei o ar zonzo no fundo da piscina por conta da velocidade. Cara, eu não ia mais prender tanta água. Mas que foi bom, foi! Comecei a bater as pernas pra voltar pra superfície quando estrondo alto se fez nos meus ouvidos. Parecia uma explosão enorme. Me desesperei. Comecei a sentir dor. Muita dor.
_______________________________________
Desculpem pessoal. Minha internet só voltou agora a tarde.
Aumentei o tamanho do capítulo pra compensar. Dez folhas.
Espero que estejam gostando.
[Disconhecido: Sexo na casa dos meus pais é uma loucura que jamais será repetida. Não se preocupe que eu não vou sumir da Casa.
Drica (Drikita) : Você disse tudo. A vida segue pra todo mundo mesmo.
NiKolas V.!: Lembro de você sim. Eu lembro dos nicks dos leitores!
Alê8: Eu escutei Foxes pela primeira vez na trilha de Gossip Girl. Como eu adoro procurar músicas de séries pra conhecer coisa nova acabei topando com ela e adorei. "Youth" é minha preferida dela.
Drica Telles(VCMEDS): Eu não havia pensado assim... 6 meses é muito pouco mesmo. Nossa... Eu vou falar mais do Luan até o fim. Espera. O Kaio tava comportado por conta dos meus pais. Crise de ciúmes não podia rolar de forma alguma!
Jhoen Jhol: MAis um querendo o Luan. No início do ano passada quase todo mundo queria pegar ele. Eu vou falar mais do Luan gente. Só esperem o fim.
Agradecimentos a kelly24, M/A, esperança, Ru/Ruanito, Agatha(1986)/Agatha28, LUCKASs, Geomateus, negamalandra e também todo mundo que leu!
Abraços.
kazevedocdc@gmail.com