A Vida De Miguel [Capítulo 9]

Um conto erótico de ContadorDeContos
Categoria: Homossexual
Contém 1334 palavras
Data: 26/01/2015 02:36:37

O último capítulo rendeu vários comentários e visualizações. Muitos não concordaram com o que aconteceu, mas é meio complicado mudar uma coisa que está toda formada aqui, isso não seria justo comigo. Então decidi continuar mesmo assim, e arriscar, se vocês curtirem eu vou ficar feliz e se não curtirem eu vou continuar escrevendo com muita fé, pois todos tem gostos diferentes e se um gostar eu já estou satisfeito. Beijos e Boa leitura!

CONTINUANDO...

Flashback:::

-Você vai abandonar os seus dois filho Davi? *Disse Laura vendo ele fazendo as malas.

-Vou sim, não vou ficar aqui e aguentar essa situação em que você me envolveu, e aliás eu vou abandonar um dos meus filhos, pois o Rafa nem meu filho é. Sua traidora.

-Seu covarde, você vai ter o que merece, nunca o Miguel irá querer saber de você.

-Não conte com isso, eu posso estar indo, mas um dia eu voltarei e vou reconquistar o meu filho e nós seremos muito felizes... juntos.

-Nunca.

Aquela discussão durou horas, até que Davi finalmente conseguiu se livrar de sua ex mulher que tanto o fez sofrer. Traiu ele com um colega de trabalho dias antes de Rafa nascer. Davi só decidiu ir embora depois que com muito esforço conseguiu um teste de DNA para constar se seus filhos eram realmente seus. Mas por fim apenas Miguel era. Davi sofreu muito ficando longe do garoto, ele era tão pequeno e indefeso. Mas Davi não o deixou nem por um minuto. Sempre estava sabendo o que acontecia com seu filho, só era um pai ausente que sofreria as consequências mais tarde.

Até que soube que ouve um acidente com o carro onde o filho, Rafa e Laura estava, ficou desesperado, mas o filho estava vivo coisa que não aconteceu com Laura e Rafa. Isso machucou muito ele, mesmo não sendo da família, ele ficou triste, afinal eles já formaram uma família antes.

Fim do Flashback:::

Aquelas cinco palavrinhas tinham acabado com Miguel, seu sofrimento multiplicou, o homem que o abandonará estava ali em sua frente. Finalmente pensou ele, mas ele ficou meio em choque, não sabia o que fazer, o que dizer. *Até que Davi o tirou daquele transe com sua voz perfeita.

-Miguel está tudo bem? Quer que eu chame o Dr. Carlos?

-Não está tudo bem, é que não sei o que dizer pra você. Está tudo entalado aqui na garganta, mas por algum motivo eu não consigo te dizer.

-Tudo bem, você terá muito tempo para conversar comigo. *Disse ficando mais calmo.

-Como assim mais tempo? *Perguntou ele muito confuso.

-Eu vou ter que cuidar de você durante alguns meses. Pois seus parentes mudaram de cidade e sou o único que restou. Única opção que sobrou. *Disse a ultima palavra meio triste.

-Bem que Rafa tinha comentado que todos tinham mudado de cidade, e só a mamãe e ele vivam aqui.

-É eu sei. Mas pode ficar tranquilo que assim que você ficar bem eu te deixarei em paz.

-É muita informação para um dia só, estou muito tonto e cansado.

-Tudo bem, vou indo então. Quando você tiver alta eu venho novamente... filho. *Miguel notou uma certa felicidade na palavra "filho" vindo de Davi, e saiu do quarto deixando Miguel com um milhão de sentimentos e pensamentos.

Passou horas pensando no que aconteceu em sua vida de um dia para o outro. Sua mãe e irmão tinham morrido e seu pai voltado. Como aquilo tinha deixado ele confuso e atordoado. Seu pai nunca tinha dado sinal de vida, e sua mãe sempre dizia horrores dele e fazia sua caveira, dizendo várias barbaridades que Miguel as vezes duvidada de seu "lado da história". Muitas coisas tinham mexido com ele, como por exemplo quando Davi disse que "sabia" o que tinha acontecido.

Aquele "É eu sei" dizia muito mais que só um simples eu sei, ele sabia de muito mais. Miguel sempre teve um sexto sentido para certas coisas que aos olhos de outras pessoas é meio inútil.

No terceiro dia que ele tinha cordado no hospital recebeu várias ligações, de tios, primos e de sua avó. Ficou um pouco triste em falar com eles mas se animou também. No outro dia aconteceu uma coisa que Miguel jamais esperava, estava dormindo tranquilo quando acorda e tem uma figura escura na poltrona ao lado o observando, era Davi. Logo ele se assustou e sentou bruscamente na cama, já era tarde da noite.

-O que está fazendo aqui? *Perguntou esfregando os olhos, talvez é só uma miragem pensou ele.

-Vim passar a noite aqui para ficar te observando, estou com medo de você piorar, o médico me alertou que você passou por várias cirurgias.

-Ah sim, mas por incrível que pareça eu não sinto nada. *Disse mais calmo.

-É a quantidade de relaxante que estão te dando, por isso você fica sempre dormindo. Aproposito, desculpa te acordar.

Não sei se você concorda com a minha presença aqui, fui meio intruso, quer que eu vá?

-Tudo bem, não precisa ir... é bom ter com quem conversar, isso aqui é meio chato. Podemos esquecer um pouco que somos pai e filho e começar do zero? Quero tirar minhas próprias conclusões sobre você Davi.

-Claro que podemos. Então ok. Eu sou o Davi. *Disse estendendo a mão.

-Prazer Davi sou Miguel. *Disse retribuindo o aperto de mão.

-O que você mais gosta de fazer Miguel?

-Ah, deixa eu pensar... Acho que apreciar o por do sol em um lugar bem marcante. E você?

-Gosto do nascer do sol e acordar cedinho.

-Acho que temos coisas em comum. *Disse num sorriso forçado, seu primeiro desde que acordou do coma.

-Espero que sim.

-Acho melhor eu ir dormir, estou muito cansado. *Disse Miguel bocejando.

-Tudo bem, qualquer coisa, eu estou aqui.

Aquilo meio que deixou Miguel pensativo, pois Davi nunca estava ali... nunca estava em lugar algum. E com esses pensamentos adormeceu.

Davi demorou alguns minutos e ficou observando o filho, em como ele era bonito e forte. Quantas coisas perdeu, seus aniversários, formatura, primeiro beijo, tudo. Sentia que podia mudar seu destino agora, estava no caminho certo, e assim também adormeceu.

Horas depois Davi é acordado com Miguel gritando, ele chamava por Rafa, gritava muito. Logo foi na cama do filho e ele estava todo molhado de suor, ele resolveu acordá-lo.

-Filho acorda, Miguel? *Disse apertando os braços do filho de leve.

-Rafa. *E abriu os olhos desesperado.

-Pesadelos? *E assim, instantaneamente Miguel o abraçou, o abraço mais forte que Davi já tinha sentido, quente e tranquilo, pareceu que o filho nunca mais ia larga-lo.

-Desculpa por isso, é que ultimamente estou precisando muito. *Disse soltando Davi.

-Não precisa se desculpar. *Disse dando outro abraço no filho.

Depois de um segundo longo abraço Miguel voltou a dormir e Davi voltou para a poltrona macia. Ele notou que a respiração do filho mudou depois dele ter acordado e abraçado o pai.

No outro dia Miguel acordou e Davi não estava mais lá, segundos depois ele vem com uma bela bandeja de café da manhã e um sorriso no rosto.

-Bom Dia!

-Bom Dia, obrigado. *Disse pegando a bandeja e colocando no colo.

-De nada. Coma bastante, pois precisa se recuperar e ficar forte novamente. *Aquela ordem pareceu estranha para Miguel mas ele assentiu.

-Tenho notícias para você. *Disse Davi animado.

-Quais? *Disse Miguel tomando iogurte.

-Você já pode voltar para casa.

-Sério? que legal.

-Sim, muito. Não vejo a hora. *Disse Davi todo animado.

Horas depois Miguel estava no carro a caminho da casa de sua mãe, que havia partido e levado seu irmão. Aquilo doeu um pouco nele, mas percebeu uma coisa, será que ele está tendo outra chance de viver? Uma nova vida ao lado de seu pai? Dr. Carlos disse que ele foi o paciente mais forte que já cuidou. Talvez devesse aproveitar a chance e nunca larga-la, pois não é sempre que sobrevive a um acidente de tal grandeza que ele presenciou e vive para contar história.

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