Cen preparava um novo mostro para atacar Framon. Dessa vez ele decidiu fazer sua aberração de areia.
Cen: - Quero ver quem vai te destruir. Uma vez que não pode ser machucado. (rindo)
Klaudo: - Muito bom mestre.
Cen: - Pegue mais areia.
Klaudo: - Pode deixar.
Lady Malody e Celdo Mazzaro tiveram uma calorosa discussão naquela tarde. Ela havia preparado um evento beneficente para o orfanato local e ele queria ter uma conversa que lhe trazia muita dor
Malody: - Não quero falar sobre isso.
Celdo: - Ele voltou e tenho certeza que está planejando alguma coisa.
Malody: - Se as pessoas souberem...
Celdo: - O rei deu a permissão. Você pode ficar tranquila.
Malody: - Podemos deixar para depois do evento? Os meninos já estão se arrumando. E as carruagens estão prontas.
Celdo: - Ok. Só te peço que pense com carinho, por favor, o futuro de Framon depende disso.
Malody: - E a minha vida também. Não quero mais passar por todo aquele pesadelo de novo.
Bartolomeu e Julius não gostavam muito das festas que a mãe planejava. O motivo? A vestimenta.
Julius: - Odeio essa roupa apertada. Olha parece um pinguim.
Bartolomeu: - E o chapéu. Que coisa ridícula.
Julius: - Poderíamos dizer que estamos doente. Gripe?
Bartolomeu: - Usamos no dia de São João.
Julius: - Febre.
Bartolomeu: - Festa da maça.
Julius: - Dor de dente.
Bartolomeu: - Festival da Canção.
Julius: - A gente já inventou tanta coisa assim? (colocando um colete bordado com o símbolo da família)
Bartolomeu: - Acho que sim.
Julius: - Pelo menos vamos ajudar ao próximo.
Bartolomeu: - E ter que ficar perto daquele Príncipe de meia tigela.
Julius: - O Mitty? Pensei que vocês eram amigos.
Bartolomeu: - Aquele bastardo só pensa em si mesmo.
Julius: - É. As aparências enganam.
Malody: - Crianças!!! Vamos!!!
Bartolomeu: - Odeio quando ela nos chama assim.
Julius: - Vamos bebê da mamãe.
Catarine a irmã de Julius e Bartolomeu era apaixonada por Mitty. Ela sabia que era algo totalmente impossível, ainda mais com o comportamento do herdeiro real. Porém para o evento ela vestiu as melhores roupas e passou o perfume mais doce.
Julius: - Que cheio é esse?
Catarine: - O perfume que encomendei de Fraris. É a última tendência.
Bartolomeu: - Tenho medo até de sentir o cheiro da primeira. (rindo)
Catarine: - Ao contrário de vocês peões, as damas precisam estar sempre apresentadas.
Bartolomeu: - Essa presença se chama Mitty?
Catarine: (ficando vermelha) – Hum... quem vai estar no evento também é Lily.
Julius: - Aí. Essa foi no coração. (apontando para o peito e fingindo morrer)
Bartolomeu: (nervoso) – Não... não tenho nada com essa menina.
Catarine: - E nem pode. Ela está de compromisso marcado com o filho mais velho do Sr. Wellderman.
Julius: - Vocês dois. Chega. Não vamos estragar o dia da mamãe.
Apesar de ser o irmão mais novo, Julius sempre precisou fazer o papel de apaziguador da família. Porém ele quase nunca precisa exercer esse papel, pois, seus irmãos são tranquilos.
Catarina: - Desculpa. Essa Lily é uma idiota mesmo.
Bartolomeu: - E o teu perfume nem é tão fedorento assim.
Os três se olham e comaçam a rir. No evento, Malody faz um agradecimento a todos que cooperaram com doações. O Rei também fez um breve discurso falando sobre união, amizade e amor ao próximo.
Romeu: - Preciso falar com você.
Julius: - Agora não posso.
Romeu: - Você está me evitando há dois dias.
Julius: - Eu tenho coisas para fazer.
Romeu: - Escuta. Naquele dia no celeiro... eu fui um idiota. Eu não quero passar a impressão errada e...
Julius: - Chega Romeu!!! (abrindo os braços e acertando uma senhora) – Me desculpe. Perdão.
Senhora: - Tudo bem.
Romeu: (rindo com a mão na boca)
Julius: - Não é engraçado.
Malody: - Com licença Romeu.
(Julius e Romeu viram assustados)
Malody: - Posso roubar meu filho um segundo. Aquele parlamentar de Anistir está aqui. Pode traduzir nossa conversa?
Julius: - Claro. Não estou fazendo nada de importante mesmo.
Malody: - Obrigada.
Catarine parecia impaciente. Andava de um lado para o outro. Procurava por vestígios do Príncipe Mitty. Ela o encontro numa roda de mulheres e por alguns segundos ficou triste.
Bartolomeu: - Vai se entregar assim?
Catarine: - Do que está falando?
Bartolomeu: - Não vai tentar se aproximar dele?
Catarine: - Olha para ele. Olha para elas. Olha para mim.
Bartolomeu: - Vamos Cat. Você é mais bonitas que todas elas juntas.
Catarine: - Eu vou lá.
Cen apareceu no telhado de uma casa e sorriu. Julius ajudava a mãe a conversar com alguns barões de Anistir quando todos escutam um grito. Romeu olha para o local onde Julius está e vira o rosto para a esquerda. Ele começa a correr e consegue tirar Julius da mira de uma caixa de madeira que havia sido lançada por um mostro de areia. A multidão começa a correr.
Romeu: - Você está bem.
Julius: - Você me salvou.
O talismã toca na mão de Julius e começa a brilhar. Romeu sorri e por alguns segundos eles se esquecem da confusão que está o parque.
Julius: - O que isso significa?
Romeu: - Que você é o amor da vida.
Clarissa: - Nãããooooo!!! Socorro!!! (sendo levantada pelo mostro)
Julius: (olhando para a amiga) – Essa não. (levantando) – Eu vou ajudá-la. Ajude a minha mãe Romeu.
Romeu: ( Levantando Malody) – Venha.
Malody: - O que aconteceu?
Romeu: - Posso explicar depois?
Julius: - Clarissa!!! (correndo até a amiga e levantando uma tapa do mostro de areia)
Clarissa: - Julius!!! Socorro!!!!
Bartolomeu: - Primeiro um esqueleto e agora uma montanha de areia? Isso tá ficando ridículo. Ei, príncipe.
Príncipe Mitty: - O que? O que eu faço?
Bartolomeu: - Leve essas moças daqui. E, por favor, cuide da minha irmã.
Príncipe Mitty: - Claro. (pegando a espada) – Moças por esse lado.
Os guardas tentavam conter o homem de areia, mas era praticamente impossível. A cada golpe o mostro ficava mais forte. Clarissa estava praticamente submersa dentro do mostro. Julius pegou um balde de água e jogou na criatura que parou por alguns momentos.
Julius: (se aproximando do mostro e puxando Clarissa) – Vamos.
Clarissa: - Foi horrível. Eu quase morri. (chorando)
Romeu: - Vá para um lugar seguro.
Julius: - Vá Clarissa.
Romeu: - Estou falando dos dois.
Julius: - Eu vou ajudar. Não adianta vocês me expulsarem. Eu vou ficar aqui. (levando outro tapa do mostro e caindo dentro de uma casa) – Vou ficar aqui só um pouco. (apagando)
Romeu: - Julius!! Clarissa corra.
Bartolomeu: - Cadê meu irmão? (atacando o monstro)
Romeu: - Temos algo mais importante para cuidar agora. (atacando o mostro que começa a gritar)
Celdo levou o Rei Nilo para um lugar em segurança. Eles não acreditam no que está acontecendo.
Celdo: - Os soldados não estão sendo o suficiente para segurar esse monstro.
Rei Nilo: - Precisamos pensar fora da caixa.
Caterine: - Fogo.
Celdo: - Minha filha.
Príncipe Mitty: - Papai trouxe algumas pessoas para o castelo. Elas estavam tão assustadas e...
Rei Nilo: - Como assim minha filha?
Celdo: - Caterine do que está falando.
Caterine: - A criatura é feita de areia... quando a areia chega a um grande grau de temperatura, acaba se transformando em vidro. E vidro pode ser quebrado.
Celdo: - (beijando a testa de Caterine) – Você é sensacional.
Príncipe Mitty: - Muito bem pensado.
O Rei Nilo ordenou seus cavalheiros a usarem flechas com foto na criatura. Eles preparam o ataque.
Soldado: - Garotos. Vocês precisam sair daqui. Eles vão lançar um ataque de flechas.
Romeu: - Vamos.
Bartolomeu: - Tô atrás de vocês.
O ataque foi iniciado, algumas partes do monstro foram se transformando em vidro e caindo no chão. A ideia de Caterine funcionou e aos poucos o mostro foi sendo derrotado.
Romeu: - Julius.
Julius: (tentando levantar) – O que eu perdi?
Romeu: - Não muito.
Julius: - Essa doeu. Vai ficar uma marca feia.
Romeu: - Você está bem. Fiquei muito preocupado.
Julius: - Sobre aquele talismã? É verdade?
Romeu: - Sim. Ele brilhou. Você viu.
Julius: - O que estamos fazendo é errado. Vamos ser presos...
Romeu: - Eu não me importo. Quero ficar com você. (beijando Julius)
Julius: - Eu... eu... (beijando Romeu)
(som de uma espada caindo no chão. Romeu e Julius viram assustados)
Bartolomeu: - Va...va... vamos Julius. (saindo da casa)
Julius: - Bartolomeu.
Romeu: - Céus.
Julius quase sofreu um ataque do coração. Para ele o mundo havia parado. Do lado de fora as pessoas celebravam a vitória contra o mostro de areia. Cen só não ficou frustrado, pois, pelo menos um de seus planos havia funcionado. Julius correu atrás de Bartolomeu.
Julius: - Espera.
Bartolomeu: - Não encosta em mim.
Romeu: - Bartolomeu...
Bartolomeu: (socando Romeu) – Desgraçado!!!
Julius: - Espera. Não faça isso.
Celdo: - Posso saber o que está acontecendo aqui?
Bartolomeu: (levantou e saiu bufando de raiva)
Celdo: - Julius.
Julius: - Vou falar com ele.
Malody: - O que significa tudo isso?
Celdo: - Querida. O Rei quer conversar conosco. Agora. Depois resolvemos essa briga.
Malody: - A gente precisa mesmo fazer isso. Senti uma presença maligna muito forte.
Julius: - Bartolomeu. (chorando)
Bartolomeu: - O que significou aquilo? Você é marica?
Julius: - Eu não sei... ok. E não usa esse termo comigo. Estou assustado.
Bartolomeu: - Você ama o Romeu?
Julius: - Não sei...
Bartolomeu: - Você... ama... o... Romeu?
Julius: - Amo.
Bartolomeu: - O papai vai matar você e vai matar o Romeu. (chorando) – Eu não quero que isso aconteça.
Julius: - Me ajude. Fique do meu lado.
Bartolomeu: - Em outras regiões pessoas já morreram por causa disso.
Julius: - Eu fiz uma pesquisa e existem lugares que aceitam também. Posso fugir com ele e...
Bartolomeu: - Ele está te enganando. Só quer te usar e depois joga fora.
Julius: - Ele é diferente. E ele provou. Estamos destinados a viver juntos.
Bartolomeu: - Para de falar isso...
Julius: - Pensei que teria o teu apoio.
Bartolomeu: - Eu... (enxugando as lágrimas) – Eu te amo irmão. Não quero que você vá embora.
Julius: - Obrigado.
Bartolomeu: - O que vamos fazer?
Julius: - Eu não sei.
Bartolomeu: - Só peça que por enquanto o Romeu não fale comigo.
Julius: - Ok.
A semana passou sem qualquer ataque de Zen. Os guardas reais vasculharam várias áreas do reino, mas nada encontraram. O feiticeiro maligno havia reunido poder para colocar mais um plano em ação.
Romeu: (beijando Julius) – Estou tão feliz.
Julius: - Estou assustado.
Romeu: - Se for preciso fugimos daqui. Eu quero viver esse amor... quero... quero você.
Julius: - E as nossas famílias.
Romeu: - O reino de Costa Estrela permite que casais do mesmo sexo se casem. Eles tem uma mentalidade totalmente diferente.
Julius: - Porém é um lugar pobre, com violência e guerras.
Romeu: - Nada é perfeito. A gente foi atacado por um esqueleto e um mostro de areia. Da na mesma.
Julius: - Descobriram quem mandou esses monstros?
Romeu: - Um feiticeiro... chamado... Cen...
Julius: - Você vai para o baile da primavera?
Romeu: - Acho que não.
Julius: - Vamos. Por favor.
Romeu: - Vou pensar.
Julius: - Quero dançar uma música com você.
Romeu: - Você está louco? Seremos mortos.
Julius: - Verdade.
Julius confiou seu segredo em suas amigas que estranharam no início. Porém elas prometeram ajudar o melhor amigo nessa situação.
Clarissa: - Você e o Romeu. O Romeu e você.
Cássia: - Meu tio precisou viajar para Costa Estrela. Porém, ele é feliz lá.
Clarissa: - Não queremos que você vá embora.
Cássia: - Verdade. Não será a mesma coisa sem você.
Julius: - Eu fico muito feliz. Vocês são demais, eu estava ficando sufocado já. O Bartolomeu descobriu, mas não reagiu muito bem. Estamos um pouco distante. Muito obrigado mesmo. (abraçando as amigas)
Clarissa: - Queremos ser madrinhas do casal. (rindo)
Cássia: - Vai ser tudo. Você entrando de branco na igreja...
Julius: - Calma gente. Calma.
(Som de trovão)
Cen: - Maldição. Meu plano precisa dar certo. Vou sequestrar o Rei e forçar aquele princepezinho a me passar o reino. Não vai ser tão difícil. Vou atacar no baile. Todos estarão lá. E eles vão ter uma bela surpresa. (rindo alto) (trovões)