Acordei com Arthur desfazendo a conchinha e virando para o outro lado e logo minha consciência pesou, fazer aquilo foi um erro tremendo, mesmo sendo a melhor experiência que tive com um homem. Queria sair logo daquele lugar e me levantei procurando minha roupa.
- Bom dia Dio!
- Bom dia Arthur. Falei em um tom muito agressivo.
- Nossa, o que aconteceu? Fiz alguma coisa que não te agradou?
- Fez, arrastou asa pra cima de mim.
- Mas... Eu achei... Dio o que foi? Não estou entendendo, você parecia estar gostando.
- Isso não foi certo, você namora. Olhe a sua volta, tem fotos da Jéssica por todo quarto.
- Eu só queria me divertir sem ninguém saber e....
- E mais nada! Achei que você fosse legal, mas me enganei.
Só queria sair daquela casa o mais rápido possível, vesti minha roupa e ignorei tudo que Arthur me falava, fui embora e peguei um ônibus. Tomei para mim que aquilo nunca aconteceu e segui meu final de semana sem celular e redes sociais, apenas jogando lol para distrair.
Na segunda-feira acordei bem cedo e super disposto, tomei um banho gelado, vesti a primeira roupa que vi no guarda roupas e fui para a faculdade bem confortável, no ônibus encontro com Ren torcendo para ele não querer conversar sobre o bar.
- Grande Diogo! Tá com uma cara boa até parece que fez sexo no fim de semana.
Tive vontade de me jogar pela janela quando ouço isso.
- Não fiz nada demais, só joguei.
- Nossa que bicha sem graça, nem frequenta as baladas.
- Te dar dinheiro é melhor que intimidade.
- UM DIA VOCÊ VAI SENTIR FALTA DISSO.
- Espero que não.
Conversamos sobre várias coisas até chegarmos na UFMG, entramos na sala e vimos Érika, Nicole e Andressa conversando, as cumprimentamos e nos metemos no assunto.
- Érika você chegou em casa sexta? Perguntei.
- Dormi na casa de uma amiga, mas não faço a mínima ideia de como cheguei lá. A última coisa que lembro foi de um cara que estava me paquerando no bar.
- Eu e Arthur te encontramos caída na porta do bar completamente bêbada e te colocamos no ônibus que vai pra sua casa.
- Que cavalheirismo de vocês me largar bêbada.
- Não mandei beber mais que aguenta.
Disse isso dando as costas a todos e procurando um lugar passa assentar. Fiquei muito puto com Érika depois disso, pois ela sumiu depois que entramos no bar. Finalmente liguei meu celular e vi que tinha muitas mensagens e ligações perdidas, ignorei todas e fui jogar quando Arthur entra na sala e vem em minha direção.
- Diogo posso falar om você lá fora?
Olhei para ele e o desespero estava estampado em seu semblante. O professor entra na sala e os alunos vão se dirigindo aos seu lugares.
- Não, tenho aula agora.
- Então me encontra na praça de serviços na hora do almoço, você não responde o whatsapp e o celular só está fora de área, precisamos conversar.
- Não tenho nada pra falar com você e caso não percebeu está atrapalhando a aula.
Arthur vai embora e fico pensando se devo conversar com ele ou não, mas este dilema é interrompido pela matéria que estava a ser lecionada. No fim da aula saio juntamente com Ren que estava com a pulga atrás da orelha.
- O que aconteceu maninho?
- Não aconteceu nada, porque a pergunta?
- Não se faça de desentendido, o Arthur veio aqui e parecia que queria falar uma coisa muito importante, pois largou a Jéssica andando no corredor.
- Já disse que não aconteceu nada.
- Se você diz... Se precisar de alguma coisa estou ai.
- Valeu, mas acho que não vou precisar por hora.
- Eu preciso é comer, onde vai almoçar hoje?
- Não vou almoçar Ren, tenho que resolver algumas coisas agora.
- Beleza, a gente se vê na próxima aula.
Deixei Ren e fui para a praça de serviços ver o que me aguardava, cheguei e me assentei na escada e fiquei observando o movimento. Um bom tempo depois Arthur desce as escadas e vem falar comigo.
- Ainda bem que você veio, mas podia não ter demorado.
- Estou prostrado aqui faz um tempão e que você quer? Fala logo que tenho mais o que fazer.
- Aqui não, tem muita gente. Vem comigo.
Andamos até um lugar com menos pessoas sem trocar uma palavra, nos assentamos e Arthur começou a falar.
- Por que não me atendeu Dio?
- Não atendi ninguém esse fim de semana, precisava pensar sobre a vida.
- Fiquei preocupado depois que você saiu lá de casa, não tinha motivo pra ficar tão estressado.
- Como assim não tinha motivo? Você deu em cima de mim namorando!
- Fala baixo, ninguém pode saber disso.
- Ninguém pode saber que você é um gay enrrustido que trai a sua namorada com calouros da faculdade?
- É sério Dio, amo a Jess e não quero que nosso namoro termine por causa de uma diversão boba.
- Então pra você eu sou só uma diversão boba. Ok Arthur eu não vou falar com ninguém sobre o que aconteceu e espero não te ver nunca mais.
Passei por Arthur para sair dali, contudo ele me segura pela mão, me viro para dizer a ele para me soltar e ele me dá um beijo. Resisti, mas assim que nossos lábios nos tocaram ele me segurou com um braço e puxou os cabelos da minha nuca com a outra mão, parece que ele já percebeu que fazer aquilo mexia comigo, então cedi à aquele beijo que era calmo e parecia que nunca ia acabar. Nossas bocas se afastam Arthur olha nos meus olhos e diz.
- Isso não aconteceu.