"Eu não me importo com a chuva que cai, afinal... tenho meus encontros com o sol." - Mara Chan
Eu - Você está querendo dizer que eu tenho que escolher entre você ou me vingar da Gabriele?
Pedro - Não, estou querendo dizer que você tem que escolher entre eu ou o Guilherme. - fiquei estático. Tanto sua voz quanto sua expressão transmitiam ansiedade. Mas, antes que eu pudesse responder qualquer coisa, meu celular toca. Eu olho o visor e vejo que é um número desconhecido.
Eu - Alô.
Voz - Negão? - era uma voz grave, masculina. Por algum motivo, achei ela muito familiar.
Eu - Quem fala?
Voz - Sou eu, Negão. Não está reconhecendo minha voz? - com minha cabeça à mil por hora com certeza não iria reconhecer.
Eu - Desculpa, mas não estou reconhecendo.
Voz - Poxa, Negão. Tudo bem que tem um bom tempo que não nos vemos, mas você mesmo dizia que nunca iria esquecer minha voz. - ainda não conseguia me lembrar quem é o dono dessa voz.
Eu - Me dá uma dica?
Voz - Você dizia que minha voz no seu ouvido era a única que fazia você se arrepiar...
Eu - Leonardo? Léo, é você? - pude escutar uma risada do outro lado da linha. - Fala alguma coisa! - eu já estava ficando nervoso de tanta ansiedade.
Voz - Ficou curioso para ver se acertou? Vem me encontrar, estou aqui em frente a sua casa. - a linha ficou muda. Pedrinho, que estava me encarando curioso, perguntou:
Pedro - O que houve, Marlon? Que cara é essa?
Eu - Ligaram para mim de um número que eu não conheço e... eu acho que é o Léo!
Pedro - Ah, tá. - seu rosto ficou com uma expressão desanimada. - Mas ele não disse nada?
Eu - Disse que se eu fiquei curioso para descobrir quem é, é só ir para a frente da minha casa porque ele está me esperando lá. - ele abaixou a cabeça e, logo depois, virou a cabeça para a janela. Poucos segundos depois, já estávamos no nosso ponto. Demos sinal e descemos do ônibus.
Pedro - Marlon, eu... foi mal. Eu... eu... fiquei com a cabeça quente, acabei falando demais e...
Eu - Pedrinho, deixa para lá. Eu só não achei legal isso que você fez.
Pedro - Agora sou eu quem peço desculpas. - ele parecia que tinha ficado realmente mal com o que disse.
Fomos andando em silêncio. Quando nos aproximamos da minha casa, pude ver um homem de costas, moreno, alto, musculoso, vestido com uma bermuda jeans, sem camisa, cabelo estilo militar, segurando uma blusa branca na mão. Apertei o passo, ele se virou para mim e abriu um lindo sorriso, e eu confirmei minhas suspeitas.
Eu - LÉO!!! - fui correndo em sua direção e lhe dei um abraço. Nossa, como ele havia mudado desde a última vez em que nos vimos.
Léo - Negão, que saudade que eu estava de você, moleque. - disse ainda abraçado a mim.
Eu - Espera um pouco. - disse desfazendo o abraço e o olhando dos pés a cabeça. - O que aconteceu com aquele garoto magricela e cheio de espinha na cara? kkkk
Léo - Aquele garoto sumiu, ainda bem kkkk.
Eu - Léo, lembra do Pedrinho? - ele olhou para o Pedrinho, que estava com um rosto inexpressivo.
Léo - E aí, Pedro. Como você está? - disse apertando a mão dele.
Pedro - E aí, Léo. Beleza?
Léo - Cheguei ontem e, como ninguém foi me ver, tive que vir até aqui, né?
Eu - Foi mal, é que aconteceu umas coisas... - disse olhando para o Pedrinho, que logo desviou seu olhar do meu.
Léo - Hum, sei. Mas, enfim, - ele mudou de assunto, mas, se eu bem conheço esse garoto, quando surgir a primeira oportunidade, ele vai acabar me perguntando o que aconteceu. - ninguém vai me oferecer um copo d'água...? Alguma coisa para comer...? kkk
Eu - Ih, já vi que não mudou nada. Continua o mesmo abusado que sempre foi, né? - nós três rimos. - Bora entrar.
Nós três entramos. Peguei suco e bolo de laranja que minha mãe tinha feito antes sair para trabalhar. Sentamos na mesa e, enquanto comíamos, Léo contou suas aventuras em São Paulo. Pouco tempo depois, Pedrinho diz que precisa ir embora.
Eu - Mas já vai embora? A conversa está tão boa...
Léo - É, fica mais um pouco.
Pedro - Não dá, já está ficando tarde. E eu tenho um trabalho de química para fazer. - levantei e levei o Pedrinho até a porta.
Eu - Até amanhã.
Pedro - Até. - ele se aproximou de mim, me deu um beijo na bochecha e foi para casa. Assim que voltei para mesa (assim como eu tinha previsto), o Léo me bombardeou com as perguntas dele.
Léo - Agora que ele saiu... me conte tudo! O que foi que aconteceu de interessante durante esse tempo em que ficamos afastados? E porque o Pedro está com essa cara? O que está rolando que eu ainda não sei?
Eu - Calma, aí. Uma pergunta de cada vez, ok? - o Léo sempre foi m amigão. Mesmo enquanto nós ficamos, nós nunca deixamos de ser amigos. E é até bom ter a opinião de alguém que está por fora de toda essa bagunça que é a minha vida.
Léo - Ok. Agora, pode começar a falar! - esse aí tem um instinto fofoqueiro maior que o meu.
Eu - Ai, ai, nem sei por onde começar.
Léo - Do começo. Quero saber tudo do começo! - respirei fundo e comecei minha narrativa.
Eu - Nesse tempo em que ficamos sem nos ver, eu conheci um carinha... o nome dele é Alexandre. Nós namoramos por um tempo, até eu descobrir que ele e uma garota, a Gabriele, armaram para mim...
Léo - E o que foi que eles fizeram para você?
Eu - Uma aposta.
Léo - O QUE?
Eu - É, uma aposta.
Léo - E o que foi que eles apostaram?
Eu - Eu!
Léo - Espera, me explica direito essa história.
Eu - O Alexandre e a Gabriele apostaram com uns babacas que o Alexandre iria para cama comigo em menos de uma semana. - ele me olhou de boca aberta.
Léo - Não me diga que... - ele deixou a frase incompleta de propósito, mas eu entendi o que ele queria dizer.
Eu - Sim, eu caí feito um patinho. - ele colocou a mão na testa e me olhou com cara de reprovação. - Não me olha assim, não.
Léo - Minha vontade é de te dar umas boas porradas, moleque! E não só em você, mas nesses dois também!
Eu - Posso terminar de falar? Assim que descobri... - comecei a dizer, mas ele me interrompeu.
Léo - Mas você deu, pelo menos, um soco na cara dele?
Eu - Você e sua irmã são iguais... - ele fez uma cara de quem não tinha entendidotanto um quanto o outro falam demais!! - ele fez biquinho. - Continuando: assim que eu descobri o que estava acontecendo, nós, obviamente, terminamos e eu e a vagabriele ficamos inimigos. E sim, eu dei um soco no nariz do Alexandre kkk.
Léo - kkkkk Mas vem cá, porque que eles fizeram isso com você?
Eu - Aí é que está o problema! Eu não faço a menor idéia.
Léo - Eu hein! Mas continue.
Eu - Isso aconteceu pouco antes das férias de junho, no ano passado. A escola inteira descobriu e ficaram me zoando, uns apontavam o dedo e falavam: "Olha lá o viadinho!", entre outras coisas. Acabei não aguentando a pressão e não voltei quando as férias terminaram, ou seja, repeti de ano. Só que eu prometi a mim mesmo que esse ano nada me atingiria.
Léo - Só que...
Eu - Só que aí eu conheci um tal de Guilherme. Foi logo no começo do ano, para falar a verdade, foi no primeiro dia de aula. Ele quase me atropelou com a moto dele. Nós discutimos, o Pedrinho se meteu, o garoto deu um soco nele e o Pedrinho foi parar no hospital...
Léo - Uau, que soco foi esse, meu filho? - disse com ironia.
Eu - Não foi bem o soco dele que fez o Pedrinho apagar. É que, com soco, o Pedrinho caiu e bateu com a cabeça no meio fio.
Léo - Ahhh tá!!
Eu - Posso continuar? - ele fez que sim com a cabeça e eu continuei falando. - Só que alguns acontecimentos depois, nós... bem...
Léo - Vocês?
Eu - Nós ficamos algumas vezes. Só que quando eu achava que tudi estava bonito, cai três bombas sobre mim: o Guilherme marca um encontro comigo perto do vestiário e, quando eu chego lá, me deparo com a vagabriele e suas amiguinhas. Elas me jogaram um monte de ovos e plumas, gravaram tudo e mostraram para escola inteira.
Léo - Que filha da puta! E esse Guilherme aí é furada!
Eu - Eu conversei com ele sobre isso e ele me disse que não tinha nada a ver com o que tinha acontecido.
Léo - Uhum sei, e eu sou um santo! - murmurou. - E qual é a outra bomba que caiu sobre você?
Eu - Entre esses acontecimentos, o Pedrinho disse que é afim de mim e nós... ham.. bem...
Léo - Ficaram?
Eu - Um pouco mais que isso...
Léo - Bom, se vocês não ficaram, vocês... - ele arregalou os olhos surpreso. - MENTIRA??
Eu - Verdade. Só que agora ele me botou na parede e disse que era para mim escolher entre ele e o Guilherme.
Léo - E quem você vai escolher?
Eu - Eu não sei.
Léo - O que você sente pelo Guilherme?
Eu - Eu gosto do Guilherme. Sinto uma atração por ele que eu não sei explicar. O beijo dele me faz ir ao céu e voltar.
Léo - E pelo Pedro?
Eu - Eu gosto muito do Pedrinho. Eu o conheço desde que me entendo por gente. Nós crescemos juntos, passamos por um monte de coisas, ele sempre me apoiou, me deu conselhos, alguns sermões...
Léo - Só tenho uma coisa para te dizer... Você está ferrado!
Eu - Nossa, muito obrigado pelo conselho, viu? Me ajudou muito! - disse ironicamente, e nós dois rimos. Logo em seguida, ouvimos um barulho na porta. - Deve ser minha mãe. - ele se levantou correndo da cadeira e se escondeu atrás da porta da cozinha.
Sara - FILHO, VOCÊ ESTÁ EM CASA? - ela gritou da sala
Eu - ESTOU AQUI NA COZINHA, MÃE! - respondi. Olhei para o Léo e ele fez um sinal de que era para mim não falar que ele estava ali. Minha mãe entrou na cozinha, foi em direção a geladeira e pegou uma garrafa de água.
Sara - Já lanchou, filho?
Eu - Já. - ela olhou para a mesa e viu que tinha três copos sujos e três pratos com restos de bolo.
Sara - Veio mais alguém aqui, além do Pedro? - antes que eu pudesse responder, o Léo saiu de trás da porta e gritou:
Léo - DONA SAAAARAAAA, QUE SAUDADES DA SENHORAAA - minha mãe levou um susto tão grande (e deu um grito maior ainda) que a garrafa foi parar no chão. Ela se virou e encarou o Léo tentando reconhecê-lo. - Não está se lembrando de mim, dona Sara?
Sara - É você, Leonardo? - minha mãe parecia bem surpresa.
Léo - Sou eu, sim, dona Sara! Nossa mudei tanto assim? - passado o susto, minha mãe sorriu e deu um abraço nele.
Sara - Menino, como você cresceu... - ela olhou para mim e piscou. Não sabia onde enfiar minha cara... - Está mais forte, mais bonito...
Léo - Obrigado, dona Sara. - eles desfizeram o abraço e minha mãe estava com um sorriso maior que a boca.
Sara - Vou deixar vocês conversarem em paz, vou tomar meu banho. - ela se aproximou de mim, me deu um beijo no rosto e sussurrou no meu ouvido: - Filho, você tem muito bom gosto... - e logo depois saiu da cozinha.
Léo - O que foi que ela te disse?
Eu - Nada, deixa quieto.
Léo - Me leva até a porta, já está escurecendo e eu tenho que ir. - o levei até a varanda. Ele fez uma cara de que tinha se lembrado de algo e perguntou: - Vem cá, você disse que tinha três bombas, certo?
Eu - Certo.
Léo - E qual é a terceira? - fiquei meio pensativo se deveria contar ou não sobre a parte da Lara, afinal, ela é irmã dele. Mas ele vai ficar sabendo de um jeito ou de outro...
Eu - É sobre a sua irmã.
Léo - E o que tem a Larissa?
Eu - Ela está gostando do Pedrinho.
Léo - Mas o Pedrinho gosta de você...
Eu - Ao invés de eu contar a história toda para ela deixei ela continuar. Quando ela ficou sabendo que o Pedrinho é gay e que ele gosta de mim... bem, não foi nada bom. Ela ficou sabendo no sábado, e desde então não quer falar mais comigo.
Léo - Humm. Olha, não prometo nada, mas eu vou TENTAR falar com ela. - sorri , o abraçei e ele retribuiu. - E também vou pensar num jeito de te ajudar a desenrolar a sua vida.
Eu - Valeu, Léo.
Léo - Ai, ai, foi só eu me afastar que um monte de coisas aconteceram. - nós desfizemos o abraço e ele olhou para mim. - O que seria de você sem esse moreno aqui, hein?
Eu - Você é muito convencido... - nós dois rimos e ele foi embora. Entrei, fui para o meu quarto e deitei na cama, não demorou muito e minha mãe apareceu.
Sara - Filho? - disse batendo na porta.
Eu - Pode entrar, mãe. Está destrancada. - ela entrou correndo e sentou na minha cama.
Sara - Filho, viu como ele está bonito? Vocês voltaram?
Eu - MÃE!!
Sara - Que foi?
Eu - Mãe, não estamos juntos. Somos só amigos.
Sara - Sei, da outra vez você me disse a mesma coisa quando eu conheci ele. Não demorou muito e eu descobri que vocês dois estavam... como é que se diz mesmo?... "ficando". - disse fazendo aspas com os dedos.
Eu - Só que nós não estamos "ficando", mãe. - eu disse imitando ela. - ela riu e disse:
Sara - Ok, então. - disse se levantando. - Mas eu não iria me opor se vocês voltassem... - murmurou.
Eu - MÃE!! - nós dois rimos. Ela já estava na porta quando disse:
Sara - Eu te chamo quando a janta estiver pronta. - jogou um beijo e saiu.
Fui tomar um banho e fiquei no quarto mexendo no facebook e vi que tinha uma solicitação de amizade. Um tal de GB. Entrei no face dele e vi a foto do perfil.
Eu - Guilherme? - como eu não sou nada fofoqueiro comecei a fuçar o facebook dele. - Hum, 19 anos? E está no segundo ano, ainda? - pulei para as fotos dele. Tinha uma foto dele sozinho, uma com uma senhora do lado... - Deve ser a mãe dele. - ...e uma que eu não gostei nada de ver...
Boa noite, meus amores. Como prometido, o Léo chegou! Será que agora a história começa a desenrolar? GENTE, a torcida está bem equilibrada: #teamPedro ou #teamGui ???? E gente, o pior é que eu acabei colocando créditos para outra pessoa mesmo, troquei o último número, que é seis e eu digitei três kkkk.
Meus amores, hoje não vou poder responder aos comentários porque tenho um encontro hoje S2 S2 S2, mas no próximo, com certeza absoluta, eu respondo, tá? Ah, e no próximo vou divulgar meu e-mail. E, aos que chegaram agora, sejam muito bem vindos, e muito obrigado pelos comentários :D . Criticas, comentários, palpites e votos serão muito bem vindos. E (devo estar enchendo o saco com isso, né? kkkkkk) desculpa pelos erros.
Até sábado, meus amores :)