Cap.10
- Como assim Will ?- não entendi o motivo daquela pergunta
- Minhas... Pernas. Eu não to sentindo. Ai meu deus, eu nunca vou mais poder andar, é isso ?- arregalei os olhos.
- Não meu amor, vou chamar o médico, fica calminho- sai correndo atrás do tal homem. Queria uma explicação para o que estava acontecendo com o Will. Ele não merecia isso- Doutor, doutor. O que houve com ele ?- o homem me olhou assustado.
- Como assim ?
- Ele não sente as pernas.
MINUTOS DEPOIS
No quarto, a cara do doutor não era boa.
- Fala doutor. Não me esconda nada, por favor !- o olhar de Will era de pavor. Apertei suas mãos.
- Ok. Não vai ser fácil. Segundo os seus exames, você sofreu uma lesão grave no seu sistema nervoso. Infelizmente, você está paraplégico William- imediatamente nossos olhos se encheram de lágrimas.
- Não pode ser verdade- falei
- Infelizmente...-o doutor nao terminou
- NÃOOOO - Will começou a chorar copiosamente - não pode ser. Eu não posso ficar sem andar !!!!-ouvir seus gritos partiu o meu coração em três. Que vontade de torturar aquele maluco que havia feito isso com ele !!!
DIAS DEPOIS
Eu não havia desgrudado o pe dali um minuto sequer. Estava tentando anima-lo, mas estava difícil.
- Come Will, por favor- seu olhar estava carregado, ele estava com algumas olheiras,e os olhos vermelhos de tanto chorar.
- Eu não quero comer Fábio- falou, empurrando a bandeja.
- Você vai comer sim ok- ele olhou com os olhos inchados- eu não quero mais te ver assim Will.
- Esta tudo tão dificil pra mim Fábio. Eu não consigo me conformar. Ter que depender de todos agora pra conseguir qualquer coisa, isso... Isso é torturante- as lagrimas caiam lentamente dos seus olhos
- Calma- falei, beijando seu rosto- enquanto eu estiver aqui, nada vai acontecer. Eu te ajudarei de todas as formas possíveis, prometo- ele forçou um sorriso- agora come, por favor.
Nossa aproximação repentina despertou muita curiosidade. O fato de eu ser a pessoa que estava cuidando dele, e não a mãe ou o pai,era no minimo intrigante.
- Fábio, posso falar com você ?- perguntava a mãe dele, me observando.
- Claro, do que se trata ?
- Vamos lá fora ok
- Tudo bem- segui então a senhora até o lado de fora. E então ela me indagou.
- Pode falar o que esta acontecendo entre você e o meu filho !- seu olhar era intimidatorio.
- Como assim ?
- Não se faça de besta, todo mundo percebe que tem algo acontecendo entre vocês. Desembucha, você e meu filho são gays ? Tão namorando ?- sorri
- Sim, eu sou gay sim. Mas não tem nada acontecendo entre eu e ele. Somos apenas melhores amigos. Eu até queria, mas ele nunca ficaria comigo- ela me olhou desconfiada.
- Eu não quero um filho gay ouviu, então acho bom você não tentar nada com ele !- sua cara me amedrontou. Fiquei ligeiramente desconfiado do que poderia acontecer.
NARRADO POR WILL
Eu já estava desconfiando do que o Fabio sentia por mim. Por algum motivo além dos meus pensamentos, sorri como se não houvesse amanhã. Não adiantava eu falar pra ele ir descansar em casa. Ele permanecia no hospital. Estava sendo meu porto seguro. Ia pra Escola , trazia os deveres pra mim. Fazíamos juntos, rindo. Talvez Fábio ainda fosse a única pessoa que me fazia não ter vontade de morrer e abandonar tudo.
JANTA- MARCELO CAMELO
Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
Pode ser cruel a eternidade
Eu ando em frente por sentir, vontade
Eu quis te convencer mas chega de insistir
Caberá ao nosso amor o que há de vir
Pode ser a eternidade má
Caminho em frente pra sentir saudade
Paper clips and crayons in my bed
Everybody thinks that
I'm sad I take my ride in melodies and bees and birds
Will hear my words
Will be both us and you and them forever
I can forget about myself trying to be anybody else
I feel allright that we can go away
And please my day
I'll let you stay with me if you surrender
Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
Pode ser a eternidade má
Eu ando sempre pra sentir vontade.
NARRADO POR FABIO
Pensei naquilo que a mãe dele tinha dito. Era uma grande verdade. Todos estavam pensando que eu e Will tinhamos algo além da amizade. A verdade é que eu não podia deixar ele sem saber disso. Peguei todas as atividades que os professores tinham pra ele e fui pro hospital. Ao chegar la, tive uma surpresa.
- Tio Fabioooo- fazia tempo que eu não escutava aquela voz. Gina corria em minha direção como se não houvesse amanhã.
- Oi meu amor- a abracei fortemente- como você ta ?
- Com muitas saudades- dizia ela, me apertando- você nunca mais foi la em casa me ver
- Desculpa amorzinho, mas aconteceu coisas que me impediram de ir ver você. Você está sozinha ?
- Tô com minha tia e minha mãe. Ela foi no banheiro- fechei a cara.
- Ah sim. Viu seu irmão?
- Vi. Ele já esta bem melhor. Eu so queria que ele pudesse andar de novo- falou ela, me entregando um desenho aonde eu, ele e ela andávamos num bosque lindo. Lagrimei.
- Quem sabe um dia meu amor- a deixei no quarto e entrei no quarto. Lá estava ele, lágrimando também- oi- falei, chamando a atenção dele.
- Você viu o desenho ?- sorri
- Vi
- Ela pensa que a gente...- o interrompi
- Não é só ela
- Como assim ?
- Na escola muita gente perguntou isso de mim. Até sua mãe perguntou- ele arregalou os olhos.
- Entao ela sabe que eu sou gay ?
- Não. Ela apenas desconfia. Eu não disse nada sobre você- um silêncio se formou por alguns segundos.
- Procedem as suspeitas ?
- Como assim ?
- Você e eu ...?- sorri
- So depende de você! - ele sorriu e me puxou lentamente
- Você e só meu- nos beijamos lentamente. Nunca tinha sentido algo assim. Era tão intenso, tão gostoso, tão perfeito. Sua lingua me fazia perder o senso de vida. Apenas continuei.
- Eu sabia !- era a mãe dele
Continua
Gostaram ???