Aquela noite foi intensa. Beijei muito o João. Gustavo olhava pra mim direto. Eu sei que não era certo usar o jaó, mas eu sentia uma coisa por ele, nem que fosse só carinho. Ele mexia comigo. O Gustavo nem se fala, abala as estruturas de qualquer um.
Quando cheguei em casa com Fernando eram 02:30am. Me senti enjoado e corri pro meu quarto, entrei no banheiro e vomitei.
- Tá tudo bem? – perguntou Fernando.
- Sim. – falei. – Você sabe que eu não costumo beber. Odeio beber, não sei nem porque eu bebi.
- Eu percebi o que rolou lá na festa. – falou. – O Gustavo olhava pra você e você beijava o João. Você já ficou com o Gustavo? Ele tem namorada.
- Eu sei. – falei. – Eu tinha acabado de ficar com ele no banheiro, e quando a gente saiu a namorada dele beijou ele na minha frente.
- Putz maninho. – falou rindo. – Dois de uma vez. Será que aguenta? Kkkkkkkkkkkkkkkkkk
- Idiota você né, Fernando. – falei.
Ele saiu do quarto rindo. Tranquei a porta e tirei minha roupa. Entrei no banheiro e liguei o chuveiro. Fiquei quase 15 minutos dentro do banheiro. Lembrei da noite. Pra quem tava quase em estado depressivo ficar com dois em uma noite.
Transar no banheiro da faculdade sempre foi um fetiche haha. Peguei meu Ipod e deixei tocar. Dormir com fones de ouvido é tão legal. Quando toca uma musica eu sempre me imagino em um clipe dessa musica. Dormiria até tarde. Ainda bem que meu turno é só a noite, e pelo visto o do Gustavo e do João também. Droga. Eu veria ele todo dia. Beijando a namorada vaca dele.
Acordei com meu celular tocando. Procurei meu Ipod e tava de baixo da cama. Era Luana.
- Eu tava dormindo. – falei.
- Eu sei. – falou. – Eu acordei tão animada. Fiquei com um gatinho ontem. Ele me ligou hoje de manha.
- Pra te ligar logo de manha depois de uma farra daquelas é por que tá interessado. – falei. – E eu nunca mais bebo em toda a minha vida.
- Nunca diga nunca. – falou rindo. – E o que foi aquela sua sessão de beijos com o João?
Contei tudo pra ela.
- Transou no banheiro. – gritou ela.
- Você tá onde pra gritar assim? – falei. – Espero que esteja sozinha.
- Na verdade eu to na academia agora. – falou rindo.
- Luana. – falei. – Aposto que todo mundo olhou pra você.
- To nem ai. – falou. – Não pago ninguém pra ficar me olhando.
- Essa frase é minha. – falei.
- Vai se ferrar. – falou rindo.
- Vaca. – falei.
- Puto. – falou. – Tchau.
- Tchau.
"A gente sabe que o amor é algo que ninguém sabe. A gente só sabe que quer, mesmo sem saber pra onde vai, se te traz pra perto ou te leva pra longe. Mas não é uma distância que vai atrapalhar. O amor pode ser qualquer coisa, qualquer pessoa, qualquer animal, qualquer momento. E a gente nunca escolhe quem vai amar, a gente só ama, sem porque ou pra que, só queremos ter o gostinho de não saber ao certo o que é. Mas é. E o simples fato de ser, já é muita coisa. Saudade faz bem.” Postei no facebook.
Desci pra tomar café e minha mãe não estava. “Filhos, fui viajar. Um trabalho de ultima hora. Qualquer coisa me liga. Amo vocês.”
Muitas coisas passaram em minha cabeça. Tipo, dar uma festa. Brincadeira. O que minha mãe não vê, o vizinho fofoqueiro vai lá e conta.
O telefone tocou.
- Alô? – falei.
- Marina? – falou. Era meu pai.
- Não, é o Federico. – falei. – Minha mãe viajou.
- Oi filho. – falou. Senti que ele ficou emocionado. Eu também fiquei. Tantos dias sem vê-lo. – Tá tudo bem com você? Faz tempo que eu não te vejo.
- É. – falei. Mordi o lábio. – Também sinto sua falta pai.
- Te amo filho. – falou. Ele chorava. – Vem aqui na empresa pra eu te dar um abraço.
- Não sei pai. – falei.
- Por favor filho. – falou.
- Tá pai. – falei. – Era só isso?
- Na verdade sim. – falou rindo. – Tchau filho.
- Tchau pai. – falei.
Desliguei o telefone e sentei no sofá com a cabeça entre as pernas, lembrei de todos os momentos bons que passávamos juntos. Ele me ensinando a andar de bicicleta, o dia em que o Pat foi se apresentar formalmente pra ele, que estava sério e depois conversavam com dois bons e velhos amigos. O dia em que o meu dente caiu e eu chorei pensando que nunca mais nasceria outro, ele pintou o dente dele de preto com um lápis de olho da minha mãe. Sorria pra mim e falava que ficaria tudo bem. Chorei no sofá igual uma criança. Por que meus pais se separaram? Eles se amavam tanto. Enxuguei as lagrimas e fui pra cozinha.
Eram 13:15pm. Me arrumei e fui pro escritório do meu pai. Era um prédio enorme de advocacia. Entrei na recepção e a moça falou que meu pai estava. Subi os 14 andares até a sala dele. A secretaria falou que ele estava em reunião. Interfonou e avisou que eu já tinha chegado.
- Ele pediu pra você entrar. – falou ela.
- Obrigado. – falei. Fiquei nervoso. Coloquei a mão na maçaneta da porta e muita duvidas passaram por minha cabeça. Será se eu entro?
Entrei e tinha alguém de costas em frente a mesa dele. A pessoa virou e era Gustavo. Fiquei nervoso.
- Oi pai. – falei.
- Oi filho. – falou. Ele deu a volta na mesa e veio até mim. Me abraçou. – Filho, esse é o Gustavo, meu estagiário.
- A gente já se conhece pai. – falei. Gustavo olhava pra mim. Os olhos dele eram devoradores. Ele tava um tesão naquela roupa social. Parecia um ator pornô quando vai fazer um filme de executivos. – Ele é irmão da minha amiga Linda.
- Legal. – falou. Ele olhou pra mim e pra Gustavo. Acho que meu pai sacou o que rolava. – Já que chegou filho, topa almoçar com a gente? Já estávamos de saída.
- Tá. – falei.
Ele pegou a carteira dele e Gustavo nos acompanhou.
- Se alguém me ligar avisa que eu fui almoçar com meu filho. – falou ele pra secretaria.
Estávamos na porta do elevador que se abriu.
- Esqueci meu celular. – falou meu pai. – podem ir descendo que agorinha eu chego lá embaixo.
Tremi. Eu e Gustavo sozinhos em um elevador. Entramos e ele apertou o botão. Ficamos calados. Ele me encarava.
- Quem era aquele cara de ontem? – perguntou ele.
- Não interessa. – falei. – Por que não falou que tinha namorada? Eu nunca teria transado com você se soubesse.
- Eu não te contei pra não te magoar. – falou. – Aquela primeira vez a gente tinha dado um tem. E eu to mesmo amarradão em você.
- É, mais o João já me pediu em namoro. – Menti. – E eu to pensando em aceitar.
- Você não pode. – falou. Chegou perto de mim e agarrou minha cintura. Nossas bocas bem próximas. – E eu acho que te amo. Esse tempo todo que eu fiquei sem te ligar, eu pensava toda noite em você, penso toda noite em ter você pra mim. E ontem foi a confirmação que eu quero você. Ver aquele cara te beijando me deixou com tanta raiva.
- Percebi. – falei. – Só acho que deveríamos conversar melhor em outro lugar.
- Tudo bem. – falou. Me soltou. O elevador chegou ao térreo.
Ficamos esperando meu e em 5 minutos ele chegou. Íamos saindo quando a Sabrina chegou. Bufei. Revirei os olhos. Ela abraçou meu pai. Beijou-o. Eca.
- Eu tenho uma novidade. – falou ela. Me ignorou totalmente. Fez uma pausa. – Eu to grávida.
Meu celular que estava na minha mão caiu. Minha pressão baixou. Desmaiei.
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*ale.blm: Querido é vc e fofo também haha. Obrigado por mais uma vez ler o meu conto.
*Pedro_Henrique: Obrigado.
*Talys: Não sei se vingança é tudo, mas nesse caso caiu como uma luva haha. Bj querido.
*Geomateus: fazendo o possível pra continuar.
*chacon bebe: Obrigado pela consideração. Gosto sempre quando vc comenta tu és hilário.
*M/A: Obrigado por ler o meu conto em meio a tantos outros melhores. Bjs fof.
*Atheno: Não foi legal usar o João ne? Tbm achei haha.
*And98: Vlw por ter gostado.
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Galera desculpa por ontem não ter postado, mas eu tive que sair. E quando eu cheguei a noite tava chovendo muito na minha cidade, então estava fora de cogitaço. Hoje tbm tá chovendo, agora tá chovendo. ^
Então é isso. Colar de beijos pra vcs.